No próximo dia 24 de julho, o Fórum Suape, o FOJUCA e o Centro das Mulheres do Cabo irão promover uma Pré-Conferência Popular de Segurança Pública, a partir das 14h, no auditório da Fajolca (Faculdade José Lacerda Filho de Ciências Aplicadas), no Ipojuca-sede. No Cabo, a Pré-Conferência vai acontecer no dia 27 de julho, às 9h, na unidade acadêmica da Universidade Federal Rural de Pernambuco do Cabo de Santo Agostinho (UFRPE/Cabo), que fica às margens da PE-60.
O intuito das pré-Conferências é viabilizar o debate amplo e descentralizado da população e de estruturar as contribuições do povo de maneira autônoma e participativa para a 1.ª Conferência Popular de Segurança Pública, a ser realizada nos dias 10 e 11 de agosto. A iniciativa é do Fórum Popular de Segurança Pública, criado em maio de 2017 por várias organizações de direitos humanos e de base comunitária, em um contexto de assustadora escalada da violência em Pernambuco, como uma resposta à postura antidemocrática do Governo do Estado de sempre negar participação ao povo na construção das diretrizes da Política Estadual de Segurança Pública.
Pernambuco agoniza com os altos índices de homicídios. Em 2017, foram contabilizados 5.427 assassinatos. O número é 21,1% maior do que as 4.479 mortes violentas notificadas em 2016. Além disso, em 2017 também foram registrados números alarmantes de 2.178 estupros e 33.344 mulheres vítimas de violência doméstica.
Os municípios do Cabo de Santo Agostinho e de Ipojuca têm se destacado nesse cenário de violência. Os dois municípios diretamente atingidos pelo Complexo de Suape convivem com uma realidade crescente de violência em face da instalação de grandes empreendimentos industriais, que atraiu grande contingente populacional de outros Estados sem que os municípios tivessem estrutura para atender a essa nova população com serviços públicos de moradia, saúde, educação, saneamento básico etc. O resultado foi um cenário de caos social e de crescente violência.
O Fórum Suape acredita que as pré-conferências populares são espaços importantíssimos de reflexão e diálogo, que viabilizarão a participação popular no enfrentamento do atual cenário de violência generalizada, sofrido principalmente pelas camadas mais empobrecidas da população. Ressaltamos que o problema da violência e da segurança pública no Estado deve ser tratado com políticas públicas sociais para a erradicação da pobreza e da desigualdade social, e não com repressão, criminalização e encarceramento.
Da Assessoria de Comunicação do Fórum Suape