O presidente e vice da Associação de Utinga de Baixo estiveram presentes a reunião das lideranças comunitárias e reforçaram, com um depoimento emocionante de resistência e resiliência, a importância de cada comunidade conhecer seus direitos e de lutar incessantemente por eles, sem esmorecer, sem deixar de acreditar, que é possível vencer Suape, que não pode passar por cima de tudo e de todos. Utinga conquistou a documentação comprobatória de que a área não pertence ao CIPS, mas sim a comunidade.
Atualmente luta pela reparação dos danos que já foram causados, às pessoas e ao meio ambiente. O presidente da associação, Eliel Luiz da Silva relatou que um levantamento de três anos atrás apontou que 380 famílias residiam na área de 877 hectares. Afirmou ainda a importância de terem toda documentação registrada em cartório e no Ministério Público. “A movimentação popular é o maior poder. A população tem que se impor. Não debater nada com Suape, responsabilizar o governo e garantir direitos. O Ministério Público é obrigado a responder a qualquer ofício em até dez dias úteis. Suape apenas administra o que é do Governo do Estado, e o que é do governo é do povo”, enfatizou o líder comunitário.
Eliel também informou que há mais de dois anos, foi decretada uma medida judicial que proíbe Suape de adentrar em toda área de Utinga de Baixo, e caso isso aconteça a empresa pagará uma multa diária de 30 mil reais para a comunidade. A comunidade luta para recuperar a área da cooperativa Tiriri e para ter direito à DAP – Declaração de Aptidão ao PRONAF. A Associação de Utinga de Baixo se reúne periodicamente e o presidente ficou de contatar a comunidade para articular a participação do Fórum Suape em uma próxima reunião.
Para o Fórum Suape essa conquista da população de Utinga de Baixo é muito significativa, pois serve de exemplo para outras comunidades onde famílias nativas continuam sendo expulsas, com o argumento do Governo do Estado de que a área será destinada a preservação ambiental e não comporta pessoas. Na verdade, as famílias que lá estão sempre preservaram a biodiversidade do ambiente, manejando a reserva de forma sustentável, e tirando dela o sustento das próprias famílias.
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