Moradores do Sítio Areal compareceram ao plantão jurídico na sede do Fórum Suape e relataram ações conjuntas da Prefeitura do Cabo, do Complexo de Suape e da Polícia Militar promovendo a demolição de casas, cercas e bases de casas que estavam em construção. Aúltima vez em que a Prefeitura esteve lá derrubou casas que estavam desocupadas e bases de casas em construção. Disseram que o agente da Prefeitura que estava à frente dessa operação se
chama “Major” Félix, PM aposentado que se utiliza da antiga patente no cargo que exerce atualmente, vinculado à Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente do município do Cabo de Santo Agostinho.
Como se não bastasse, os moradores do Sítio Areal estão sem luz, sem água, sem saneamento básico e assistência do posto de saúde mais próximo, porque residem em uma área “sem registro”, que não é coberta por nenhum posto. Os nativos não podem construir uma parede, que Suape vai e destrói.
A nova tática utilizada pelo Complexo de Suape visa criminalizar as lideranças comunitárias. Já tem liderança cumprindo pena pagando serviços comunitários e outras estão sendo intimadas a comparecer à Delegacia de Crimes Contra a Ordem Tributária. São lideranças que há anos vem resistindo e organizando a luta pelos territórios tradicionais, contra as investidas do Complexo Industrial e Portuário de Suape – CIPS.
Moradores do Engenho Jurissaca ficaram sabendo pelos jornais que Suape emitiu uma nota dizendo que será instalada a fábrica da Aché (fabricante de remédios) na área próxima ao pedágio, na rodovia PE-09. A fábrica vai ocupar uma área de 250 mil metros quadrados. Todos estão muito temerosos. Resta saber onde se dará essa instalação. Vai atingir quais engenhos? Quantas famílias serão afetadas? Que impactos ambientais esse empreendimento poderá trazer?
Tudo indica que a instalação da fábrica da Aché na área vai afetar posseiros, porém aqueles que saíram sem receber indenização, em virtude da pressão que sofreram de Suape e por estarem mais vulneráveis à violência, porque isolados.
Dentre as novas investidas violentas em Suape, nem a sede da ONG «Ame a Mãe Terra» foi poupada. Fundada em 2009, sua casa funcionava como um Centro de Vivência Ecológica e Cultural, espaço de sensibilização de adolescentes e jovens, despertando-os para o respeito ao meio ambiente, por meio da vivência de dinâmicas de re-conexão com a natureza e de pesquisa de campo sobre a importância das árvores e da vegetação, além de servir como uma alternativa para os/as jovens participantes, na perspectiva da geração de renda.
A sede da ONG estava fechada e ao chegar com uma ordem judicial, não encontrando ninguém, foi dada a ordem de derrubada, assim como aconteceu também com a casa de um posseiro, na mesma localidade. Essa é a realidade recorrente da atuação miliciana do CIPS. Manda e desmanda na região sem nenhum respeito pelas pessoas!
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