Visita ao Complexo de Suape pelo mar e no seu entorno: que Santo Agostinho e São João nos ajudem!
Fonte: www.robertomoraes.com.br
Hoje (23/5/2013), este blogueiro deu um tempo no Encontro Nacional de Programas de Pós Graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional, aqui em Recife, para ir conhecer de perto a realidade do Complexo Suape, seu entorno e alguns dos seus muitos impactos.
Um atividade de campo riquíssima e que foi propiciada por uma liderança comunitária local, pescador da 4ª geração de uma família de pescadores, nascido na praia de Calhetas, município de Cabo de Santo Agostinho, sede do Complexo de Suape.
Trata-se do Edinaldo Rodrigues de Freitas, o Nal de 42 anos que informa e discute sobre a realidade das comunidades atingidas pelo empreendimento do Suape de uma forma que impressiona e similar a que este blogueiro possui na comunidade do Açu, em São João da Barra.
Nal diz textualmente que não é contra o empreendimento, mas, que ele poderia e deveria ser feito de outra forma e com diálogo com a comunidade.
O complexo do Supae reúne um enorme porto e um complexo industrial, que incluir dois estaleiros, além de diversas outras indústrias, além de uma grande refinaria e uma Usina Termelétrica em construção.
É impressionante, a similaridade do Complexo de Logístico Industrial de Suape que é uma realidade em expansão e o projeto do Complexo do Açu.
Suape está no Cabo de Santo Agostinho, enquanto o Açu, está em São João da Barra. Um é Cabo o outro uma Barra e ambos são santos, embora, os problemas gerados sejam quase um Pecado.
O blog vai fazer questão de depois relatar aqui neste espaço uma série de questões que observou, junto com os professores Floriano Godinho de Oliveira do PPFH/UERJ e Luiz de Pinedo do IFF, durante boa parte do dia.
De barco, por cerca de 3 horas, nós percorremos todo o litoral onde se encontram as instalações do porto, quebra-mar, estaleiros (EAS e Promar), etc. navegando em mar aberto e nos estuário dos rios Ipojuca e Massangana, as ilhas do Tatuoca e Francês, vimos as comunidades afetadas e desapropriadas, os problemas das dragagens, dos impactos sobre a pesca e turismo, o adensamento populacional, o aumento da criminalidade, etc.
Como já comentamos em algumas postagens neste espaço (veja aqui e aqui e aqui) há muita similaridades, mas o Porto de Suape é público e, embora tenha sido implantado na década de 70, só na segunda metade da década de 2000 deslanchar com a decisão da implantação da refinaria da Petrobras e do Estaleiro Atlântico-Sul (EAS).
Acabo de confirmar no jornal Valor Econômico no noticiário que o presidente da Transpetro, Sérgio Machado autorizou que o EAS retome a construção de 12 navios. Com seu novo parceiro tecnológico, depois da saída da Samsung em março de 2012, a divisão de construção naval do grupo Ishikawajima (IHI) vai dar assistência técnica e fornecerá os projetos dos navios para o EAS. O acordo da Transpetro e Estaleiro EAS representa a volta de R$ 4,2 bilhões à carteira de encomendas do estaleiro. Os prazos de entrega foram renovados pelo atraso de 21 meses no primeiro petroleiro construído pelo EAS, o João Cândido. Agora, a entrega do último navio à Transpetro está prevista para dezembro de 2019, ante o prazo inicial de abril de 2016. Serão 22 navios ao todo.
Pois bem, depois postaremos aqui fotos e detalharemos o que vimos em Suape e que merece a reflexão não apenas do estado do Rio de Janeiro, mas, do governo federal que terá a responsabilidade de lidar com a nova realidade jurídica dos portos depois da aprovação da conhecida MP dos Portos.
Agora é possível compreender com clareza, porque o governador pernambucano lutou tanto na questão da MP dos portos para manter o domínio sobre o Porto e o Complexo do Suape.
Abaixo o blog reproduz algumas fotos, mas, adiante, com mais tempo farei novas postagens sobre o assunto. Impressiona que os problemas gerados sejam idênticos no porto público – como em Suape – quanto no empreendimento privado como no Açu, em São João da Barra.
Que os santos nos ajudem!