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Convite Fórum Suape Informe Preservação

CHAMAMENTO AOS POVOS PARA O FÓRUM ALTERNATIVO MUNDIAL DA ÁGUA

Coletivamente rejeitamos o controle das empresas privadas sobre o patrimônio natural que é a água. Como cidadãos, sindicatos, organizações humanitárias e de defesa do meio ambiente, entendemos ser nosso dever e obrigação protestar contra a apropriação do mercado sobre um direito humano fundamental. Assim, deliberamos por conclamar a humanidade à realização do FÓRUM ALTERNATIVO MUNDIAL DA ÁGUA – FAMA 2018.
Essa iniciativa é imprescindível, pois em março de 2018, o Brasil sediará a 8ª edição do Fórum Mundial da Água (FMA), evento organizado pelo Conselho Mundial da Água a cada três anos desde 1997, que conta com orçamento milionário que serve  para atrair dezenas de milhares de participantes e validar as  políticas de privatizações dos governos e funciona  como  balcão de negócio das grandes  empresas do  setor de água. As discussões preparatórias a este evento, apontam para o objetivo, mesmo que não totalmente explicitado, de direcionar e Influenciar tomadas de decisão dos governos e a opinião pública para uma visão e gestão privatista dos recursos hídricos.
Apesar de  ser  a 8a Edição este Fórum não  possui a  legitimidade que  pretende  ter  para representar  os  anseios colocados  pela  maioria dos  povos  do  planeta em relação ao  acesso  à  água. Muito  pelo contrário, este  Fórum de empresas  representa  realmente  um perigo.
O Fórum e o Conselho são vinculados às grandes corporações multinacionais, que têm como meta impulsionar a mercantilização da água; a intensificação das práticas de transposição de bacias hidrográficas, que privilegiam o atendimento das demandas do agronegócio intensivo e da indústria pesada, a qualquer preço, em detrimento da sua gestão democrática para o bem comum; a construção de barragens que afetam populações ribeirinhas sem considerar impactos sociais e culturais; a apropriação e controle dos aquíferos subterrâneos; entre outros.
Na realidade, imposto pelo FMA, há um avanço e predominância do protagonismo do mercado global. O FMA se tornou um espaço para alavancar a oportunidade de negócios. Ao contrário do que prega, não é democrático e inclusivo – e cabe a sociedade contemporânea desmistificar seu discurso, que se apresenta como neutro e universal, quando na verdade privilegia velhas fórmulas para viabilizar interesses econômicos.
Para se contrapor a esta visão mercantilista e entendendo que a água é um direito e não mercadoria, bem comum da humanidade e de todos os seres vivos, dezenas de entidades da sociedade civil, de defesa do meio ambiente, de representação sindical de trabalhadores, movimentos sociais e populares, do Brasil e do exterior, decidiram realizar o FÓRUM ALTERNATIVO MUNDIAL DA ÁGUA – FAMA 2018, a exemplo do que ocorreu em outros países nas reuniões anteriores. Para organizar os primeiros passos, ocorreram reuniões em São Paulo a partir de fevereiro de 2017.
 Nossa iniciativa questiona a legitimidade do Fórum Mundial da Água como espaço político para promoção da discussão sobre os problemas relacionados ao tema em escala global, envolvendo governos e sociedade civil. Dizemos NÃO ao Fórum Mundial da Água, apontando a falta de independência, representatividade e legitimidade do conselho organizador, por estar comprometido com empresas que têm como objetivo a mercantilização da água. Isso significa um conflito intransponível entre interesses econômicos e o direito fundamental e inalienável à água, bem comum da humanidade e de todos os seres vivos.
Objetivos do Fórum Alternativo Mundial da Água – FAMA
São objetivos principais do FAMA:
  1. Ser um evento democrático, transparente, participativo, descentralizado e acessível, cuja realização ocorrerá simultaneamente e em contestação ao Fórum Mundial da Água. Terá a função de discutir problemas relacionados à água e ao saneamento, como direito fundamental, nas suas mais variadas interfaces, em busca de soluções que representem sustentabilidade e segurança hídrica para os seres humanos e a manutenção da vida na Terra.
  2. Sensibilizar e mobilizar a população sobre o tema e a problemática da água e do saneamento, empreendendo amplo debate público em todo o País por meio de seminários, aulas públicas, oficinas, atividades culturais, atos ecumênicos etc.
  3. Desenvolver um processo de sensibilização/mobilização que deverá servir à construção e realização do FAMA, visando ainda colocar o debate de forma permanente na agenda da sociedade em nível mundial.
  4. Denunciar a ilegitimidade do 8º FMA e responsabilizar governos pelo uso de recursos públicos na promoção de interesses privados.
  5. Propor e cobrar ações para os governos, visando políticas públicas de pleno acesso à água e ao saneamento, como direito fundamental e com amplo reconhecimento das Nações Unidas.
  6. Reforçar a luta contra a mercantilização da Água.
  7. Utilizar o lema “ÁGUA É DIREITO E NÃO MERCADORIA”, visando popularizar o tema, intensificar ações e unificar os esforços de ​ cidadãos, coletivos e entidades que atuam nas mais variadas áreas ligadas à água, como abastecimento, saneamento básico, direitos humanos, atingidos por barragens, combate aos agrotóxicos, agricultura, meio ambiente, moradia etc.
  8. Tornar estas ações um processo permanente, na perspectiva inicial de criação de espaços públicos de discussão, como comitês populares, para a construção do Fórum Alternativo Mundial da Água em todos os Estados brasileiros e, em segundo momento,   promover a organização permanente onde os comitês populares formados ​para a construção do Fórum​ venham a se transformar em comitês de mobilização em defesa da água e do saneamento.
  9. Viabilizar esses objetivos com ampla articulação e apoio da cidadania e de organizações, que possam integrar-se ao processo e colaborar com recursos financeiros, materiais e humanos.
Finalmente, o FAMA deve retratar e promover a tomada de consciência política da sociedade para que ela se apodere dos destinos do uso da água em cada lugar no mundo. Deve trazer à luz o que de melhor a humanidade pode almejar, dentro do exercício da ética em relação à vida e seus elementos essenciais de sustentação. Neste sentido, chamamos os  povos à  preservação ética do  ciclo da água para a proteção da vida e dos ecossistemas, em que todas as espécies crescem e  se reproduzem. Água deve estar a serviço dos povos de forma soberana, com distribuição da riqueza e sob controle social legítimo, popular, democrático, comunitário, isento de conflitos de interesses econômicos, garantindo assim justiça e paz para a humanidade.
Água é um direito, não mercadoria!
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Fórum Suape Informe

FÓRUM SOCIAL MUNDIAL (FSM)

O Fórum Social Mundial de 2018 será realizado em Salvador, de 13 a 17 de março, com o tema “Resistir é criar, resistir é transformar”. A Universidade Federal da Bahia (UFBA) abrigará em todo o campus as várias ações e atividades programadas. Representantes do governo estadual baiano se comprometeram também a apoiar o Fórum na cidade. O tema central do FSM 2018 tratará dos Povos, Territórios e Movimentos em Resistência, a fim de incluir a participação dos mais diversos movimentos e pessoas.
O Fórum Social Mundial  é um evento que envolve movimentos sociais de várias partes do mundo, a fim de elaborar alternativas para uma transformação social global.
O Fórum Social Mundial nasceu  em 2001 por organizações e movimentos sociais que, a partir de uma proposta inicial, se auto-convocaram e mobilizaram para um grande encontro em Porto Alegre, em contraposição ao neoliberalismo representado pelo Fórum Econômico Mundial, que ocorria ao mesmo tempo em Davos, na Suiça.
Com as primeiras edições em Porto Alegre (2001, 2002, 2003 e 2005), o FSM percorreu o mundo com encontros em Mumbai, Caracas, Karashi, Bamako, Nairobi, Belém, Dacar, Tunis e Montreal. Além de edições temáticas, regionais, continentais.
Ao Norte da África, a construção de duas edições mundiais foi parte dos acontecimentos da chamada Primavera Árabe. No Canadá, têve pela primeira vez sua realização em um país do Norte, com forte protagonismo da juventude.
O FSM volta ao Brasil após uma fase de intensos debates sobre o futuro das lutas sociais e do próprio processo FSM, com a perspectiva de servir aos movimentos de resistência contra o avanço das forças neoliberais e suas investidas contra as jovens democracias na América Latina. 
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Fórum Suape Informe Violência contra a mulher

VIGÍLIA PELO FIM DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER REALIZADA EM GAIBU

Com objetivo de chamar a atenção para os crimes de femicídio, o Centro das Mulheres do Cabo (CMC) realizou no dia 9 de dezembro de 2017, na Praia de Gaibu, a Vigília pelo Fim da Violência Contra Mulher. A ação fez parte da agenda dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência de Gênero.
De janeiro a outubro a Secretaria de Defesa Social (SDS), registrou 65 crimes de feminicídio em Pernambuco. No Cabo, oito mulheres perderam as suas vidas, entre janeiro e agosto deste ano. Foram registrados mais de 31 mil casos de violência doméstica e familiar nesses dez primeiros meses em todo o Estado. Quase 1.800 casos de estupro foram notificados em 2017.
Para a coordenadora Geral do CMC, Nivete Azevedo, é urgente discutir essa temática com toda a população. “Infelizmente, o feminicídio é um crime que ainda é invisibilizado pela sociedade e as mulheres estão morrendo pelo simples fatos de serem do sexo feminino. Precisamos dar um basta nisso e o apoio da sociedade é fundamental“, ressaltou.
O ato reuniu centenas de militantes dos diversos movimentos sociais e representantes do Comitê do Monitoramento da Violência e do Feminicídio das Cidades do Território de Suape/COMFEM.
(Rafael Negrão – Assessoria de Comunicação do CMC)
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Informe SUAPE

ALERTA: PRESSÃO SOBE NO TERRITÓRIO DO COMPLEXO DE SUAPE

Se perpetua o conflito socioambiental no território onde está instalado o Complexo Industrial Portuário de Suape, localizada a 40 km do Recife.
Destruição e poluição ambiental, expulsões forçadas, presença ostensiva de milícia privada intimidando moradores são situações cotidianas, as quais estão submetidas as populações tradicionais que ali vivem, quilombolas, pescadores/pescadoras, 
marisqueiras, agricultores familiares.
Além da inobservância dos direitos básicos, impera a violência física e psicológica praticada pela milícia, denunciada nas três Audiências Públicas realizadas pela Comissão de Cidadania, Direitos Humanos e Participação Popular da Assembléia Legislativa de Pernambuco.
O Fórum Suape tem buscado dialogar com os setores organizados da sociedade pernambucana, igrejas, órgãos públicos e com a própria empresa estatal Complexo Industrial Portuário de Suape (CIPS), na tentativa de encontrar caminhos que levem a solução das várias questões que afetam diretamente o modo de vida das populações que vivem no entorno do Complexo.
Ao longo de gestões distintas do CIPS o Fórum Suape procurou seus dirigentes juntamente com lideranças locais para que um canal de diálogo fosse aberto. Ao governo do Estado foi entregue uma carta assinada pelas lideranças comunitárias, no dia 26/10/2015 com 16 reivindicações.
Lamentavelmente, apesar do discurso pró-diálogo por parte do governo e da empresa, isto nunca ocorreu de fato. Mais recentemente na gestão do atual presidente Marcos Baptista, após uma reunião (19/9/2017), com a presença do presidente, vários diretores da empresa, e várias lideranças de moradores, de entidades da sociedade civil, foi acordado a realização de encontros temáticos entre as partes, para discutir questões como moradia, meio ambiente, segurança, sustentabilidade e modos de vida.
Mais uma vez a empresa se mostrou insensível aos problemas denunciados pelos moradores. Não agendou as reuniões temáticas, conforme ficou acertado na reunião. Sem seriedade, sem compromisso, desrespeitosa com os afetados pelo empreendimento, que desde seu nascedouro sofreu e sofre críticas, a empresa “empurra com a barriga” o diálogo.
Enquanto isto, a tensão sobe entre os moradores e de suas lideranças, que não acreditam mais que a empresa vai ouvi- los quanto a suas reivindicações. A violência da milícia sob as ordens do CIPS continua. A completa ausência de diálogo continua, agora com previsões de novas dragagens no porto, sem nenhuma discussão, a priori, com os pescadores da região, que serão mais diretamente atingidos.
A palavra de ordem das populações tradicionais que ali vivem é o enfrentamento. Optam por lutar mais incisivamente pelo que consideram seus direitos. Manifestações públicas estão ocorrendo no território. No último dia 31 de outubro mais de 150 pessoas ocuparam a Ilha de Cocais exigindo explicações sobre a dragagem prevista. No dia 11 de dezembro moradores da comunidade quilombola Ilha das Mercês, em Ipojuca realizaram um protesto na Rodovia PE-09, km 42, bloqueando as entradas de Suape, eles reivindicam o não pagamento de pedágio na via, que é administrado pela Concessionária Rota do Atlântico. Novas manifestações estão sendo anunciadas no território.
A pergunta que não quer calar é: até quando o Governo do Estado e as autoridades responsáveis continuaram se omitindo desta grave situação?
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Comunidade Fórum Suape Informe MERCÊS Violações

MORADORES DO QUILOMBO DAS MERCÊS LEVAM DENÚNCIAS AO ARCEBISPO


No início de dezembro, o arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido recebeu a visita de representantes do Quilombo da Ilha das Mercês, de líderes comunitários, de associações de agricultores familiares e de pescadores moradores dos municípios de Ipojuca e representantes do Fórum Suape. O grupo procurou o arcebispo metropolitano para pedir o seu apoio para denunciar uma série de violações de direitos humanos (direitos sociais, ambientais, dos idosos) que vem sendo direcionadas a 213 famílias que residem e resistem no interior do Complexo Industrial Portuário Governador Eraldo Gueiros (CIPS), conhecido como Porto de Suape. Em julho, o arcebispo havia recebido outra comitiva de moradores e representantes de comunidades dos municípios do Cabo de Santo Agostinho e de Ipojuca, também afetados pelo impacto socioambiental do empreendimento de Suape.
Os moradores nativos denunciaram para Dom Fernando um cenário de cruel covardia praticada contra a Natureza e contra os habitantes de Suape: milícias armadas intimidando os moradores, destruição de casas, de igrejas e de capelas seculares, animais nativos morrendo de fome, rios sendo poluídos e tendo os seus cursos desviados propositadamente para impedir o desenvolvimento da agricultura familiar, dentre outros abusos. Como consequência, a população nativa, especialmente os mais frágeis, como os idosos, tem sido acometidos por depressão e por suicídio, pois não conseguem coletar frutos, como outrora, nem tirar do mangue, dos rios e nem do mar o seu alimento, os mariscos, os pescados.
As milícias contratadas pelo empreendimento de Suape fazem rondas motorizadas no território onde as famílias nativas residem, intimidando os moradores, em abordagens violentas, destruindo pequenas hortas e plantações de agricultura de subsistência. Conforme relato de Vera Lúcia Domingos, que nasceu e mora na região e atualmente preside a Associação dos Pequenos Agricultores do Engenho Ilha, os líderes comunitários estão ameaçados de morte, inclusive ela. “Eu vivo vigiada e meu sítio está na mira dos capangas do empreendimento de Suape. É muito difícil”.
Magno Araújo, líder comunitário do Quilombo das Mercês e da Associação da Ilha das Mercês, destaca que mais de vinte casas de farinha de mandioca na região do entorno do empreendimento de Suape foram alvo da destruição da milícia de Suape. “Os moradores do Quilombo e da região são obrigados a pagar pedágio ao Consórcio Rota do Atlântico, no valor de R$7,00, mesmo residindo no local, e precisando ir para médico, trabalhar, estudar…”. Com a convicção das pessoas esclarecidas e conscientes, Magno narrou os sucessivos abusos de pseudo-autoridades impostos aos moradores, apesar de os nativos já terem recebido a visita de representantes da Defensoria Pública da União e da Defensoria Pública Estadual.
Bety Teixeira, do Fórum Suape, organismo criado para defender os interesses dos moradores nativos de Ipojuca e do Cabo de Santo Agostinho afetados pelo empreendimento Suape, resume que a intenção de Suape é bloquear o acesso à sustentabilidade das comunidades nativas, em ações programadas para minar a resistência dos povos e expulsá-los. Nizete Azevedo, integrante da coordenação do Fórum Suape, lembra que a região onde reside a população nativa possui 1.600 hectares.
O complexo de Suape é uma empresa de capital misto administrada pelo Governo do Estado de Pernambuco e encontra-se localizado na área de estuário da foz dos rios Massangana e Ipojuca, no litoral sul do estado, a 40 quilômetros da capital, ocupando uma área de 13.500 hectares, onde populações caiçaras e descendentes de escravos, de indígenas e de agricultores viviam há décadas, em estreita conexão com a natureza e seu ecossistema circundante: mangues, rios, praia, restinga.
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Fórum Suape Informe SUAPE

CONFIRA O VÍDEO COMPLETO DA AUDIÊNCIA PÚBLICA DO DIA 6 DE DEZEMBRO DE 2017

Confira o vídeo completo da Audiência Pública realizada na Câmara de Vereadores do Cabo de Santo Agostinho no dia 6 de dezembro de 2017, que foi convocada pela Comissão de Cidadania, Direitos Humanos e Participação Popular da Assembléia Legislativa de Pernambuco.
A audiência teve como tema a Ação de Milícias no Entorno do Complexo de Suape.
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Fórum Suape Informe Petróleo Preservação

SEMINÁRIO NACIONAL DA CAMPANHA “NEM UM POUCO A MAIS”

O Seminário Nacional da Campanha “Nem um poço a mais!” foi realizado no Espírito Santo, no período de 29 de novembro a 1o de dezembro de 2017. Como nos anos anteriores, reuniu várias lutas locais capixabas anti- petroleiras e experimentos pós-petroleiros. Povos da pesca artesanal, quilombolas, indígenas, sem terra, camponeses, grupos de mulheres, artistas, ambientalistas, comunicadores, acadêmicos, cineclubistas, ciclistas, agroecologistas, permaculturistas, técnicos ambientais, estudantes, recicladores e outros mais estiveram representados no Seminário.
A proposta foi reunir as diversas lutas locais contra a Shell, Petrobrás, Chevron, StatOil, Repsol, Jurong, Porto de Roterdã, Itaoca offshore, Vipetro, Imetame, para fortalecer a campanha “Nem um Poço a mais”. Se depender da campanha, não vai faltar luta local, nem petroleira. Ainda de quebra outras lutas parceiras, contra a Vale do Rio Doce, a Samarco, a CST, a Fibria Celulose, a Suzano. Longa é a resistência capixaba! Também participaram organizações, movimentos e fóruns regionais de outros estados brasileiros, a exemplo do Fórum Suape, que esteve representado por Bety Teixeira e Vera Lucia Domingos, e mais redes e organizações nacionais e internacionais. As companheiras do Fórum Suape voltaram impactadas com o que viram, especialmente na visita de campo, onde puderam constatar os efeitos danosos do desastre de Mariana/MG e dos poços que continuam sendo perfurados no litoral capixaba, assim como a praga das extensas plantações de eucalipto para abastecer a produção de celulose.
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Informe Preservação SUAPE

DESENVOLVIMENTO E OS IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS EM SUAPE

Hoje, mais do que nunca, se faz necessário o debate público, onde se possa ouvir a voz daqueles e daquelas que estão no centro dos conflitos, e que sofrem diretamente as consequências socioambientais dos empreendimentos, que chegam anunciados como redentores e dinamizadores da economia do Estado, como é o caso da maior empresa estatal de Pernambuco, o CIPS – Complexo Industrial e Portuário de Suape. Que chegam como geradores de empregos e renda. Como 
salvadores da pátria. Sem nenhuma discussão democrática com a sociedade.
O que quer dizer impacto socioambiental? A expressão “impacto” é extraída da física, da parte que estuda os choques, as quantidades de movimento e as deformações nos corpos submetidos. A lei de Newton (forças de ‘ação’ e ‘reação’) é utilizada para medir o “impacto”, expresso em Newtons (N). Também é utilizada a unidade kgf que equivale a 9,8 N.
Não nos parece adequado caracterizar como “impactos” os processos sociais e territoriais da implantação de grandes empreendimentos, usinas hidrelétricas, barragens, complexos industriais, portuários, afins. A palavra “impacto” tornou-se meramente administrativa, prescrita para ser utilizada nos processos de licenciamento ambiental, mas contraproducente em termos científicos e impeditiva para o avanço do conhecimento, tornando-se tão somente uma noção desviacionista.
O termo “impacto” vem sendo utilizado de forma indistinta quando o correto seria apontar que determinada obra traz perdas, prejuízos, danos, desastres, expulsões, expropriações, desaparecimentos, privações, ruínas, desgraças, destruições, de vidas e de bens, muitas vezes permanentes e irreversíveis. É disso que realmente se trata quando analisamos as consequências de determinados empreendimentos para as populações atingidas, e para os ecossistemas.
É necessário pois, levantar o véu dos “impactos”, desnudar as aparências e tornar concreta a realidade imposta às populações atingidas e aos ecossistemas por estes empreendimentos, inclusive o da empresa estatal CIPS. É necessário discutirmos um empreendimento do porte do CIPS, para “além do capital”. Além do número e a quantidade de produtos que circula neste porto. Da receita produzida e das divisas obtidas pelas grandes corporações que ali estão localizadas com seus parques fabris ou de logística. A capacidade de movimentação de petróleo e derivados. Da ampliação dos parques de tancagem.
Na verdade a discussão que devemos travar passa necessariamente pelo questionamento da inserção desta empresa estatal em um sistema, em uma lógica, que perdeu sua capacidade civilizatória, e no atual estágio para manter-se, torna- se cada vez mais destrutiva de direitos, da vida de milhões de seres humanos e da natureza, colocando em risco o próprio planeta Terra.
O “tudo se vende”, o “tudo se compra”, o “tudo tem preço” está levando nossa civilização a um momento crucial em sua historia. Um basta a mercantilização dos bens comuns, da água, das florestas, dos manguezais, da biodiversidade, e o respeito aos modos de vida das populações tradicionais é para ontem. Estas populações tradicionais tem muito a nos ensinar de como “bem viver”.
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