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SUAPE

SUAPE : DESENVOLVIMENTO PARA QUEM?

O documentário ‘Suape: desenvolvimento para quem?’, dirigido por Mariana Olívia e roteiro elaborado junto a pesquisadora Lia Giraldo, apresenta alguns dos impactos e injustiças socioambientais gerados no entorno do Complexo Portuário de Suape, principalmente com a retomada de investimento através do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que financiou a construção de novas indústrias e empreendimentos como a Refinaria Abreu e Lima, Os Estaleiros Promar e Atlântico Sul e a Petroquímica.

A produção do documentário aconteceu no período de 2011 e 2015, sendo uma parte dos resultados da pesquisa “Estratégias de Comunicação para a construção de territórios sustentáveis no contexto da cadeia produtiva do petróleo em Pernambuco – uma abordagem de saúde ambiental”, desenvolvida pela equipe do Laboratório de Saúde Ambiente e Trabalho do Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães ligado à Fiocruz. O filme recebeu financiamento da Coordenadoria de Cooperação Social/Presidência da Fundação Oswaldo Cruz/Rio de Janeiro, através do Edital 01/2009 e do Edital Universal CNPq Nº 14/2013, através do projeto “Vulnerabilidade socioambiental relacionada à exposição química nos territórios de desenvolvimento das cadeias produtivas de petróleo e agricultura”

Ao redor do Complexo Portuário de Suape, vivem comunidades que lutam para terem sua moradia e sua identidade reconhecidas. Utilizando de forma unilateral o conceito de desenvolvimento, as empresas cometem injustiças com a população local. Enquanto na mídia tradicional a maioria das notícias está relacionada ao crescimento econômico de Pernambuco, famílias que vivem no território daquela região há décadas sofrem com a desterritorialização do local, além de enfrentarem outros problemas de caráter ambiental e de saúde. O documentário busca questionar tais ações e mostrar a realidade das pessoas que vivem em Ipojuca e Cabo de Santo Agostinho, cidades onde o complexo industrial está instalado.

O filme conta com depoimentos de moradores, entidades e pesquisadores, que trazem um rico debate acerca das consequências do desenvolvimento na região, perspectivas para o futuro, além de abordar questões relacionadas ao bem-estar da população local.

Lançamento oficial:

O lançamento oficial será realizado no próximo dia 30 de setembro, às 19h, no Teatro Apolo, Recife Antigo. A ocasião também terá um debate acerca da temática com a participação de Mariana Olívia, Lia Giraldo (Fiocruz PE), Nivete Silva (Fórum Suape) e Edinaldo Freitas – Representante da Colônia de Pescadores Z8 – Cabo de Santo Agostinho.

O documentário também integra a mostra paralela que integra a programação do VI Festival do Filme Etnográfico do Recife (Fifer), com realização entre os dias 28 de setembro e 2 de outubro, no Cinema São Luiz e na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Serviço:

Lançamento do documentário Suape: desenvolvimento para quem? e debate
Quando: Quarta-feira, 30 de setembro às 19h
Onde: Teatro Apolo (R. do Apólo, 121, Bairro do Recife)
Entrada gratuita

Ficha Técnica:

Gênero: Documentário
Duração: 28 min
Ano: 2015

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CIPS SUAPE

FÓRUM SUAPE E O EMBAIXADOR DA HOLANDA

Em visita ao Recife, para cumprir uma série de compromissos, o Forum Suape recebeu (23/9) a  visita do  Embaixador da Holanda no Brasil Sr. Han Peters.
Acompanhado do cônsul holandês em Pernambuco, Sr. Hugo, e também da liderança de pescadores o senhor Edson, representantes do Forum Suape acompanharam os visitantes ao conjunto de residências conhecido como Nova Tatuoca, construidas para abrigar os moradores da ilha de Tatuoca, expulsos da ilha para a construção do Estaleiro Promar.
Com um Sol escaldante, os visitantes puderem constatar as péssimas condições que estão alojados hoje as mais de 70 famílias, que involuntariamente tiverem que sair de seus locais de moradia para agora estarem alojadas em locais inapropriados para manterem o modo de vida anteriormente exercido, a de pescadores, marisqueiras.
No dia seguinte (24/9) membros do Forum estiveram no Consulado Holandês para um encontro reservado com o senhor embaixador e cônsul . Nesta oportunidade foram discutidas as denuncias de violações das diretrizes da OCDE feita pelo Forum contra a empresa de dragagem holandesa Van Oold.
O Forum Suape considera que cumpriu seu papel nestes encontros em que defendeu e apoiou as reivindicações das comunidades nativas do entorno do Complexo Industrial Portuário de Suape (CIPS).
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Ambiental

A CRISE AMBIENTAL CONTEMPORÂNEA

A crise ambiental contemporânea

Marcos Costa Lima é professor do Departamento de Ciência Política da UFPE, pós-doutorado na Université Paris XIII e integrante do Grupo de Reflexão sobre Relações Internacionais/GR-RI. Atualmente coordena o Instituto de estudos da Ásia/UFPE
A responsabilidade sobre as condições de vida na Terra cabe a todos nós, mas sobretudo aos países ricos, seus governos e grandes corporações
por Grupo de Reflexão sobre Relações Internacionais — publicado 03/09/2015are
Olivia Nachle / Avaaz
Cristo Redentor

“Para mudar o mundo precisamos de todos”, diz projeção no Cristo Redentor em 19 de setembro de 2014, para lembrar a luta mundial contra o aquecimento global
Grandes alterações na estrutura e função dos sistemas naturais da Terra representam uma ameaça crescente para a saúde humana e para a vida em geral em nosso planeta. Através de uma insustentável exploração de recursos naturais e humanos a civilização floresceu, mas agora corre o risco substancial, pelos efeitos da degradação, de não garantir o apoio da natureza à vida, no médio e longo prazo.
Os efeitos nocivos para a saúde humana por conta das mudanças no ambiente são muitos e graves:  as mudanças climáticas; a acidificação dos oceanos; a degradação dos solos; a escassez de água; a sobre-exploração da pesca e a perda de biodiversidade; o acúmulo de lixo tóxico inclusive resíduos nucleares; a redução das florestas e a poluição dos rios; as secas mais longas em várias partes do mundo. Tudo isso representa um sério desafio para a humanidade.

Segundo especialistas, estas tendências, que são de grande impacto, têm ocorrido, sobretudo, pelo paradigma estabelecido no capitalismo dominante, com a cristalização de um padrão de consumo, e de utilização de recursos naturais, altamente predatórios, com o agravante de uma população em crescimento, que deve atingir os 8,3 bilhões de habitantes em 2030 (O Brasil terá 223 milhões de habitantes no mesmo período).
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A Comissão Lancet sobre a saúde do planeta identificou três categorias de desafios que têm de ser enfrentadas se se quiser manter e mesmo melhorar a saúde humana, em face das tendências ambientais cada vez mais danosas. São elas:
1) a tendência em se confiar excessivamente no crescimento do Produto Interno Bruto como medida de progresso humano e o fracasso em explicar os futuros danos, sob o aparente manto de ganhos nos dias de hoje, além do efeito desproporcional destes danos sobre as populações pobres e as nações em desenvolvimento, que não têm capacidade de se preparar para futuras catástrofes;
2) Falhas de conhecimento (de pesquisa e de informações fidedignas), uma histórica ausência de transdiciplinaridade no entendimento do problema, juntamente com uma falta de vontade ou incapacidade de lidar com a incerteza por parte dos governos na hora da tomada de decisões.
3) Falhas de implementação (desafios da governança), tais como o modus operandi de governos e instituições que retardam o reconhecimento e as respostas às ameaças, especialmente quando confrontado com incertezas, falta ou mesmo preterimento de recursos, considerando a questão ambiental não prioritária, além das defasagens entre o agir e seus efeitos.
As políticas deveriam buscar um equilíbrio entre progresso social (bem-estar), sustentabilidade ambiental e economia. Aí se encontra o grande dilema, uma vez que, sejam os governos, sejam as grandes corporações, estabelecem como prioridade a situação da economia, com um viés estreito, onde mais vale o funcionamento dos grandes conglomerados, bancos e multinacionais, e não o bem-estar geral.
Para abrigar uma população mundial que ultrapassa os 8 bilhões de pessoas será necessário alterar o sistema agrícola, privilegiando a pequena e média agricultura e não o agribusiness. A estrutura agrária mundial precisa de alterações rápidas e constantes, no sentido de redução dos latifúndios. Só assim os sistemas agrícolas podem enfrentar a desnutrição e mesmo a supernutrição, hoje ocorrendo não apenas nos países ricos, em função de uma alimentação processada em excesso. A agricultura é também um setor capaz de criar empregos e compensar o desemprego tecnológico.
Reduzir o desperdício, diversificar dietas, sobretudo diminuindo o consumo de carne bovina e minimizar os danos ambientais. Mas há que se cuidar também da educação, que dá maior condição aos mais pobres de entenderem o que está em jogo, e de lutarem por seus direitos. Os ganhos em alimentação saudável e orgânica se refletirão em ganhos em saúde, mas não dispensando os investimentos em médicos e hospitais, sobretudo numa visão preventiva.
Os dados apresentados pela Comissão Lancet são otimistas no tocante aos avanços na saúde humana. Eles afirmam que, hoje, estes dados são melhores do que em qualquer outro tempo da história. A expectativa de vida elevou-se dos 47 anos em 1950–1955, para 69 anos entre 2005–2010. A taxa de mortalidade em crianças menores que cinco anos decresceu substancialmente em escala mundial, de 214 por mil nascimentos em 1950–1955 para 59 em 2005–2010.
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A camada do Ártico: cada vez menor (Foto: NASA’s Goddard Space Flight Center)
A extrema pobreza vem decrescendo nos últimos 30 anos, em que pese o crescimento no total da população nos países pobres de cerca de 2 bilhões. O relatório diz ainda que “esta redução da pobreza tem sido acompanhada por avanços sem precedentes na saúde pública, cuidados de saúde, educação, legislação de direitos humanos, e desenvolvimento tecnológico, que trouxe grandes benefícios, ainda que de forma desigual, à humanidade”.
Mas o relatório não contempla os aumentos das desigualdades, em escala planetária, tanto nos países do centro quanto naqueles da periferia. São muitos os estudos recentes que vêm chamando a atenção do problema, sobretudo desde os anos 1980, quando instalou-se mundialmente as prerrogativas do neoliberalismo e do Consenso de Washington.
O próprio PNUD já anunciava em estudo que por mais de 200 anos as desigualdades econômicas globais têm aumentado. No início da revolução industrial, as diferenças de renda per capita entre a Europa Ocidental e a periferia não ultrapassava 30% (Bairoch, 1981). Em 1820, a renda per capita dos países mais ricos era 3 vezes maior do que os mais pobres. Em 1870, foi 7 vezes; em 1913 era 11 vezes maior e em 1960, 30 vezes mais. Em 1997, um quinto da população mundial que vive nos países mais ricos era 74 vezes mais rica que o um quinto da população nos países mais pobres.
Segundo o Global Wealth Report 2014, realizado pelo banco Credit Suisse, a parcela de 1% da população adulta mais privilegiada detém praticamente metade …. Portanto, a desigualdade no mundo está aumentando e isso representa um estímulo à recessão, muito embora a riqueza global das famílias no mundo tenha aumentado 8,3% em um ano, atingindo um novo recorde: US$ 263 trilhões em 2013, mais do que o dobro da riqueza registrada no ano de 2000, que era de US$ 117 trilhões. Os números são chocantes, quando sabemos que 8,7% das pessoas adultas concentram 82,1% da Riqueza Mundial, ao passo que 91,3%  das pessoas adultas concentram 17,9% da riqueza mundial.
Em Paris, dezembro de 2015, ocorrerá a XXI Conferência Internacional sobre a Mudança Climática (COP 21). Muito se tem especulado sobre os possíveis resultados, que vão do maior pessimismo a um otimismo que não tem muita justificativa. José Ramos Horta, prêmio Nobel da paz em 1996 e ex-presidente do Timor Leste, chama a atenção para a gravidade do problema, quando um novo informebaseado nos estudos de 413 cientistas de 58 países, a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) dos Estados Unidos concluiu que 2014 foi o ano mais quente da história. 
O contundente informe evidencia as tendências e as mudanças do sistema climático mundial, a exemplo dos vários tipos de gases de efeito estufa, das temperaturas na atmosfera, nos oceanos e na terra, no nível do mar, a redução na extensão do gelo marinho entre outros fenômenos graves.  Muitos cientistas já consideram a mudança climática irreversível.
São muitos os problemas e questões a serem enfrentadas na COP21, como a reafirmação do multilateralismo, enquanto espaço coletivo de tomada de decisões; sobre qual será o novo instrumento jurídico vinculante, que sob a Convenção deverá ser aplicável a todos os signatários. Qual será o conteúdo do novo acordo do Clima a entrar em vigor em 2020? O que cada país será responsável a implementar até 2020?
O documento elaborado em Lima, na COP 20, muito criticado, reafirmou o princípio das responsabilidades comuns, mas diferenciadas. O texto base, que ainda deverá ser assinado, inclui temas operacionais decisivos como mitigação, adaptação, financiamento, transferência de tecnologia, capacitação e transparência para ações e para o apoio.
Outra questão preocupante é a compensação das emissões, que implica que o mundo (leia-se, os países ricos) possa continuar emitindo gases de efeito estufa desde que exista uma forma de os “compensar”. O que torna iníquas as medidas concretas de redução das emissões. O Fundo Verde do Clima, que foi aprovado desde 2010, com um fundo que seria de US$ 100 bilhões anuais de2013 a 2020, ficou sem efeito e só em 2014 passou a receber recursos muito aquém do estabelecido, num valor de US$ 10 bilhões, aportados por 29 países, desenvolvidos e em desenvolvimento.
Ainda questões como o uso da terra, a agricultura climaticamente inteligente, a Cúpula dos Povos e as mobilizações da sociedade civil global para o enfrentamento do problema, estarão em pauta.
Em tempos de crise estrutural como a que vivemos, a responsabilidade sobre as condições de vida na Terra cabe a todos nós, mas sobretudo aos países ricos e seus governos, suas grandes corporações, que não apenas são os maiores predadores dos ecossistemas globais, mas que têm de fato as condições objetivas para enfrentar a tragédia. Karl Polanyi nos ensinou que “permitir que o mecanismo de mercado seja o único dirigente do destino dos seres humanos e do seu ambiente natural (…) resultaria  no desmoronamento da sociedade”.
O estado do planeta em que vivemos está ameaçado. Já é tempo de medidas que não sejam apenas paliativas, já é tempo de virar a página de um paradigma obsoleto.
Marcos Costa Lima é professor do Departamento de Ciência Política da UFPE, pós-doutorado na Université Paris XIII e integrante do Grupo de Reflexão sobre Relações Internacionais/GR-RI. Atualmente coordena o Instituto de estudos da Ásia/UFPE
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Petróleo SUAPE

AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER SOBRE “SITUAÇÃO DOS POSSEIROS DE SUAPE”

Não deixe de comparecer a esta audiência publica popular.
Marque em sua agenda.
ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE PERNAMBUCO
Comissão de Cidadania, Direitos Humanos e Participação Popular
CONVITE
Por solicitação do Fórum Suape, a Comissão de Cidadania, Direitos Humanos e Participação Popular convidam para Audiência Pública para debater sobre a “Situação dos Posseiros de Suape”, a ser realizada no dia 09 de setembro de 2015, às 09h00min, no Plenário da Câmara dos Vereadores do Cabo de Santo Agostinho (Rua Ten. Manuel Barbosa da Silva, 131 – Centro, Cabo).
Deputado Edilson Silva
Presidente da Comissão de Cidadania, Direitos Humanos e Participação Popular
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ÁGUAS TURVAS DO BRASIL – BAÍA DE GUANABARA

Águas turvas do Brasil
 Baía de Guanabara, Brasil
Petróleo em alto-mar
A descoberta de dezenas de bilhões de barris de petróleo em campos distantes da costa do Rio de Janeiro foi anunciado como uma das maiores descobertas do século XX, quando foi anunciado em 2006.
Muitos esperavam que iria entregar uma bonança para educação e saúde e fazer do Brasil uma das principais economias do mundo.
Mas, com a maior empresa de energia do país, a Petrobras, atolada em dívidas e escândalos, o baixo preço do petróleo e os perigos de um segundo Deepwater Horizon, a viabilidade deste empreendimento maciço nunca foi sob um maior escrutínio.
Capítulo 1
Um negócio obscuro
 
Na superfície, este 412 km quadrados corpo de água pontilhada com mais de 100 ilhas é um cartão-postal do Brasil, um símbolo da imensa riqueza natural do país e beleza e um pano de fundo para locais turísticos do Rio de património mundial.
Mas o desenvolvimento alimentada pelo petróleo está a transformar esta paisagem icônica em uma petroquímica e centro de serviços para os campos de petróleo e gás mais do que 200 quilômetros no mar nas bacias de Campos e Santos.
Enquanto isso tem encantado os políticos locais e as empresas, Alexandre Anderson e seus colegas pescadores dizem que o seu território, o ambiente baía eo abastecimento alimentar aquática são as vítimas.
Alexandre, o líder de uma comunidade tradicional no Rio de Baía de Guanabara, dedicou sua vida à defesa da pesca local contra o que ele vê como a invasão da indústria do petróleo.
Ativismo ambiental no Brasil pode ser perigoso.
 
Alexandre foi baleado duas vezes, preso 12 vezes e teve 28 processos movidos contra ele. Vários membros do seu sindicato pesca foram assassinados durante um gasoduto protesto de alguns anos atrás. Alexandre diz que seus amigos foram mortos por guardas e milícias ligadas à Petrobras. A empresa nega veementemente qualquer envolvimento, e rejeita quaisquer ameaças aos pescadores.
Ele está agora sob um programa de proteção federal, mas ele ainda patrulhas da baía em busca de derrames de petróleo, construção ilegal e outros crimes ambientais.
“Baía de Guanabara é um lugar sagrado para nós. Nós respeitamos isso como uma igreja “, diz ele. “Mas a baía está se tornando um pólo industrial de uma maneira repugnante e criminosa.”
 
Poucos cariocas, como moradores do Rio são conhecidos, estão cientes da extensão da expansão da Petrobras através da terra e da água.
 
Tudo começou em 1961 e se acelerou dramaticamente desde a descoberta do pré-sal, petróleo em alto deitado debaixo de uma camada muito espessa de sal. Para demonstrar, Alexandre leva o Guardião em patrulha. A partir de sua pacata aldeia de pescadores em Magé, que primeiro passar por um terminal de propeno e eteno, que começou a operar em 2008, o estaleiro Iesa onde vários navios petroleiros estão a ser remodelados.
Além disso ao longo da costa, Alexandre ressalta a grande refinaria de Duque de Caxias, que se estende por todo o horizonte, expelindo fumaça turva a partir de seis chaminés, em seguida, um terminal de gás natural liquefeito e uma refinaria menor na Ilha Redonda, que está em fase de expansão.
Perto da ponte Rio-Niterói, nós espionar os famosos locais turísticos – Pão de Açúcar eo Cristo Redentor – mas mais perto da costa são tanques de armazenamento, grandes armazéns, fábricas e estaleiros – quase todos de que são voltadas para a indústria do petróleo: tubos elétricos Gerais e cabos, uma plataforma de perfuração enorme à espera de um Reparar, um conjunto de brilhante-novos mini refinarias à espera de ser carregado para plataformas flutuantes por um enorme guindaste pintado com as cores amarelo e verde canário da bandeira nacional, o nacionais equipe e da companhia nacional de petróleo.
Guanabara, ao que parece, tornou-se Petrobras Bay.
Ao todo, são, pelo menos, duas refinarias, quatro terminais, quatro estaleiros navais, bem como tanques de armazenamento incontáveis, navios de apoio e de serviços fábricas e oleodutos subaquáticos.
As águas – agora considerados demasiado suja para nadar – são como o pátio de um posto de gasolina gigante.
 
Em vez de carros se alinhando nas bombas, há 30 petroleiros enormes de espera para carregar ou descarregar petróleo e gás nos terminais. Uma enorme nova refinaria em breve será adicionado à lista. Planta da Petrobras Comperj está agora em construção perto do nordeste – e, atualmente, menos mimada – esquina da baía. Será o destino para o gás dos campos do pré-sal, uma vez um novo gasoduto seja concluída ainda este ano.
Alexandre promete combater esta ameaça.
“Uma vez Comperj está acabado, o impacto da Petrobras vai se espalhar em toda a baía. Esperamos que refinaria não será viável por causa do baixo preço do petróleo, por causa da luta por pessoas como nós, e por causa do crescente clamor na sociedade sobre o meio ambiente “, diz ele.
 
Capítulo 2
Passaporte para sair da pobreza
 
As probabilidades estão contra ele. Muito mais do que na Grã-Bretanha BP ou Exxon em os EUA, a Petrobras desperta paixões nacionalistas.
Fundada em 1953 pelo presidente Getúlio Vargas, que tem estado na vanguarda da unidade do Brasil para recuperar o atraso com as principais economias do mundo. Até recentemente, era o orgulho do país, com a maior valorização de ações de qualquer empresa na América Latina graças aos campos do pré-sal, que são seu ativo mais valioso.
A presidente Dilma Rousseff, ex-ministro da Energia e presidente honorário do conselho da empresa controlada pelo Estado, é o maior líder da claque da indústria. Seu governante Partido dos Trabalhadores afirma receitas do petróleo vai financiar programas de educação e redução da pobreza.
Sugestões por ativistas climáticos que este reservatório de combustível fóssil é uma “bomba de carbono” que deve ser deixada no chão, são demitidos como hipocrisia.
“Os grandes países do mundo desenvolvido hoje sem qualquer preocupação com o meio ambiente. A base de desenvolvimento dos EUA foi o de petróleo no Golfo do México. A base da revolução industrial do Reino Unido foi de carvão. Como eles podem agora dizer que não podemos usar nossa própria pré-sal? “, Diz Guilherme de Oliveira Estrella, o geólogo Petrobras aposentado cuja equipe fez a descoberta dos campos do pré-sal.
Ele não é cego para o impacto de sua indústria. Estrella cresceu na Ilha do Governador, no Rio. “Era um paraíso na década de 1940 e 50s”, lembra ele. “A grande mudança veio quando a Petrobras construiu sua primeira usina em 1961. Isso começou a destruição da Baía de Guanabara. Foi destruído por chamado progresso “.
Mas, depois de ter encontrado o que ele estima ser 50 bilhões de barris de petróleo, ele diz que o governo está certo de colocar combustíveis fósseis pela primeira vez.
 
“Este óleo tem de ser usado para melhorar a vida das pessoas com melhoria das escolas e hospitais. A verdadeira poluição é a pobreza “, diz ele.
 
Brasileiros, ele aponta, use apenas um sétimo da energia consumida por pessoas em os EUA e quase 80% do que vem de hidrelétricas não combustíveis fósseis. “Então, nós certamente ter algum crédito para queimar um pouco de carbono.”
Fontes de energia elétrica no Brasil
Hydroelectric 76% Fossil
fuels 13% Other 10%
Nota: Outras fontes incluem as energias renováveis (7%) e nuclear (3%)
Fonte: US Energy Information Administration, 2012
Enquanto esta questão será determinado em negociações climáticas globais, uma preocupação mais premente no Brasil é se o petróleo do pré-sal pode ser extraído de forma segura e economicamente.
Capítulo 3
perigos de águas profundas
 
Engenheiros no centro Cenpes da Petrobras na Baía de Guanabara explicar os obstáculos que tornam esta uma das operações mais arriscadas de perfuração do mundo.
Em primeiro lugar, o controle remoto, localização hostil – até 300 km no mar – está além do alcance da maioria dos helicópteros e em águas muitas vezes turbulentos. Em segundo lugar, a profundidade da perfuração é mais de 2000 metros abaixo da superfície da água e, em seguida, diversos milhares de metros mais abaixo do leito do mar. Em terceiro lugar, as camadas de sal “flexiona como o plástico”, segundo um engenheiro. Em quarto lugar, o reservatório inclui grandes quantidades de gases indesejáveis, incluindo o dissulfureto de hidrogénio, o que é extremamente tóxico e inflamável, explosivo e corrosivo.
A superação dessas dificuldades é caro. Poços do pré-sal pode custar tanto quanto US $ 300 milhões (R $ 190 milhões) para perfurar, cerca de quatro vezes mais do que aqueles em águas rasas.
Para filtrar a entrada de contaminantes e de óleo separado, gás e água, a empresa teve que comprar e construir a maior frota do mundo de FPSOs (armazenamento flutuante e navios offloading), que são essencialmente refinarias içadas para petroleiros. Estes navios inspiradora, que custam até US $ 2 bilhões cada, são parte da razão pela qual a Petrobras é hoje a empresa mais endividada do mundo.
Há semelhanças com o set-up na plataforma Deepwater Horizon no campo Macondo antes que sofreu uma ruptura devastador em 2010 que matou 11 pessoas e deixou 4,9 milhões de barris de petróleo a jorrar para o oceano para 87 dias até que finalmente foi tampado . Até agora, isto é pior vazamento do mundo no mar.
Um acidente em campos do pré-sal do Brasil poderia ser mais catastrófico porque os reservatórios de Campos e Santos são mais profundas e maior para a pressão e volume de óleo são maiores.
“Se houver um acidente desse tipo de bem, ninguém sabe o que vai acontecer, mas certamente seria pior do que a Macondo”, disse uma fonte do governo.
O guia no centro Cenpes da Petrobras, Heitor Araujo, descarta tais alegações. “Usamos uma válvula de segurança para evitar a repetição do blowout Macondo. Se há um aumento no tubo, ele irá fechar automaticamente apenas como um fusível desliga a eletricidade quando sobrecarregado. “Ele reconhece a tecnologia é semelhante, mas insiste,” o nosso padrão de manutenção é maior “.
Poucos dias depois, Vitor Marques, um representante de segurança engenheiro plataforma de petróleo e união, conta uma história menos reconfortante.
Em 20 de Dezembro de 2013, Vitor relatou um acidente na FPSO Cidade de São Mateus operada pela BW Offshore, em nome da Petrobras. Um trabalhador tinha desmaiado com a fumaça de uma bomba de vazamento, disparando os alarmes e interromper temporariamente a produção. Em vez de agir sobre a sua denúncia, Marques diz que os gerentes puniu com uma suspensão e, em seguida, transferiu-o para outra plataforma. Um pouco mais de um ano depois, em 11 de Fevereiro de 2015, a mesma bomba no São Mateus explodiu, matando nove pessoas, diz ele.
Marques alega negligência criminosa era o culpado pelas mortes, que incluíram dois dos seus ex-companheiros de quarto. “Mesmo antes de eu relatei, outros tinham queixa. Esse vazamento foi conhecido por três anos, mas que não iria parar a produção para corrigi-lo, porque isso custaria muito. “Petrobras não respondeu aos pedidos de comentários.
Embora a Cidade de São Mateus não funcionar em campos do pré-sal, seus problemas são sintomáticos de quem voltado para a Petrobras, que tem sofrido uma série de explosões e incêndios no ano passado. Entre as causas estão crescendo as pressões de custo, bônus sem acidentes pesadas (que dão gerentes um incentivo para minimizar incidentes), gestão e supervisão fraco fraco.
Capítulo 4
A maldição da corrupção
No ano passado, as debilidades institucionais da Petrobras foram expostos por um escândalo de corrupção eye-wateringly épica. Apesar das promessas de que as receitas do petróleo da empresa seriam usados para financiar programas sociais, foi revelado que quase US $ 2 bilhões, de fato, sido desviado pelos executivos, parceiros e políticos, incluindo várias figuras importantes do Partido dos Trabalhadores.
Isto coincidiu com baixos preços do gás e problemas de financiamento para fazer a bênção de petróleo parecem mais como uma maldição.
Petrobras é hoje a empresa mais endividados do mundo, o preço da ação caiu 80% desde o seu pico e seu executivo-chefe foi forçado a renunciar.
As ondulações se espalharam para fora da indústria. Dezenas de milhares de empregos foram perdidos, mais de 40 políticos foram presos ou questionada, e Dilma Rousseff, embora não seja implicado pelo Ministério Público, tornou-se o presidente mais impopular neste século.
Pré-sal não é imune. Petrobras admitiu em um relatório recente que os seus problemas de crédito pode afetar os planos de investimento, a maioria dos quais está destinados a projetos do pré-sal. A construção da refinaria Comperj já desacelerou. Trabalhadores dos estaleiros dizer contratos para novas plataformas estão sendo adiada. Fontes do governo dizem vários outros projetos off-shore têm sido postas em segundo plano.
Quanto tempo o slow-down dura vai depender do preço do petróleo. O valor-break até mesmo para a produção do pré-sal foi por diversas vezes estimado em US $ 40 a US $ 60 o barril, o que torna uma proposição duvidosa no mercado atual.
Ponto de equilíbrio preço para produção do pré-sal da Petrobras
“Na minha opinião, esta descoberta do pré-sal está levantando enormes desafios para o governo por causa do preço, por causa do escândalo e por causa da dívida Petrobras. É uma coisa quando o petróleo é de US $ 130 por barril, mas uma situação muito diferente em US $ 60 o barril “, disse a fonte do governo. “Os brasileiros estavam esperando para exportar petróleo do pré-sal e ganhar uma grande quantidade de dinheiro. Mas é realmente muito caro para extrair e também muito perigoso por causa dos riscos ambientais “.
As percepções públicas também começaram a mudar.
Abaixo os arcos da Lapa perto da zona central, as opiniões dos transeuntes vão desde o apoio patriótico e pragmatismo econômico a inquietação sobre a má gestão e os riscos ambientais.
“Pré-sal é importante para o Rio porque esta é a capital da indústria do petróleo no Brasil. Vai gerar emprego e renda “, disse Luis Henrique de Sousa, um auxiliar de escritório.
“Eu tenho que dizer que é uma coisa boa, porque na semana passada eu comecei a trabalhar para uma empresa que extrai petróleo”, disse o economista Karyna Fontes.
“Faz parte da identidade da cidade agora tão global pode ser uma coisa boa, mas se o dinheiro realmente vai para onde ele deve é outra questão”, comentou o funcionário municipal aposentado Brenno Matoy.
“Ela deve trazer dinheiro, mas é um risco, porque estamos a investir fundos do Estado em uma indústria onde os retornos são incertos, porque as pessoas podem parar de usar gasolina no futuro”, disse o estudante de música Luisa Pena.
Mas agora que o Brasil tem investido centenas de bilhões de dólares em plataformas, poços e terminais, vai demorar mais do que dúvida para deter o maior programa de exploração de petróleo em alto-mar do mundo.
No mês passado, a produção nos campos do pré-sal atingiu um recorde de 885k de barris por dia, um aumento de mais de oito vezes desde os primeiros poços-piloto foi inaugurado em 2010. A China – que é uma grande parceira nos campos – indicou que irá fornecer financiamento fresco.
Ildo Sauer, ex-diretor da Petrobras que agora dirige o Instituto de Energia e Meio Ambiente da Universidade de São Paulo, vê poucas perspectivas de petróleo do Brasil restante no chão. Como a tecnologia melhora, ele acredita que qualquer um deles vai se tornar mais barato para extrair ou o preço do barril vai subir para torná-lo rentável. O máximo que ele espera é que a receita será usada para desenvolver energias alternativas.
“Eu preferiria renovável. Eu trabalho com biodiesel, etanol e eólica. Mas eu tenho que olhar para o mundo como ele é. Entre a lógica interna do sistema econômico e os discursos daqueles que querem um sistema mais limpo, a diferença é muito grande para ser quebrado … Eu não gosto, mas é assim que é “, diz ele severamente.
Mudar essa lógica exige uma mudança mais fundamental de valores econômicos – tanto em termos do custo do petróleo (o que seria muito mais elevado se um imposto sobre o carbono foram introduzidos, subsídios reduzidos ou riscos ambientais totalmente contabilizados) e em termos de apreciar o valor de abastecimento de alimentos não poluídos e uma paisagem imaculada.
Voltar na Guanabara, é quase crepúsculo como o pescador, Alexandre retorna de patrulha.
A cena seria idílico, mas para o cheiro de esgoto não tratado da aldeia e as manchas pretas gasolina deixados nas areias provenientes dos motores de barco.
Ninguém, ao que parece, é completamente inocente quando se trata de óleo. Mas há diferentes tons de culpa, variando de mudar atitudes e pontos de vista de um futuro melhor concorrentes.
“Baía de Guanabara não é uma causa perdida. Se a indústria de petróleo parou de expansão, poderíamos recuperar. Mas se ele continua crescendo, nossas comunidades tradicionais vão desaparecer em 20 anos “, diz Alexandre. “O que está acontecendo me deixa triste. O que me dá esperança é falar com outros pescadores e ouvir a sua vontade de resistir. Vencemos algumas batalhas e, no final, nós vamos vencer essa guerra “.
 
4 anexos

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Petróleo Violações

TRANSPETRO RESPONSÁVEL PELO VAZAMENTO DE ÓLEO NA BAHIA DE SEPETIBA

Transpetro pode ser multada em R$ 50 milhões por vazamento de óleo na Baía de Sepetiba
Publicado no Portal EcoDebate, 23/06/2015 
A Transpetro, empresa subsidiária da Petrobras, que teve um vazamento de petróleo em seu oleoduto na Baía de Sepetiba, pode sofrer uma punição de R$ 50 milhões. A multa é a primeira medida administrativa da Prefeitura da Mangaratiba,na Costa Verde fluminense, contra a empresa. A Transpetro informou que já foi notificada, e que tem prazo de 15 dias úteis para dar uma resposta, a contar do dia do acidente, na última sexta-feira (19). O vazamento atingiu um córrego, na altura de Coroa Grande, e o óleo escorreu pela Cachoeira Itinguçu, desaguando no mar.
O subsecretário municipal de meio ambiente de Mangaratiba, Cláudio Maia, disse que a multa se deu por a empresa ser reincidente, e por que o vazamento atingiu duas unidades de conservação: a Área de Proteção Ambiental (APA) Mangaratiba e a APA Boto Cinza. “Nosso próximo passo é consolidar todos os relatórios feitos pelos órgãos ambientais,Inea e Ibama, pelas organizações não governamentais [ONGs] que acompanham o processo e pela própria Transpetro para elaborar um relatório consolidado final.” A partir do relatório, e com a apresentação ou não de defesa da Transpetro, uma comissão jurídica da prefeitura e do estado avaliarão o caso.
Maia disse que as medidas de contingência estão sendo feitas e a mancha de óleo já dispersou. “A prefeitura está 24 horas por dia acompanhando as medidas de contingência. Estamos realizando sobrevoos diários para acompanhar a evolução da mancha de óleo.” Além disso, também está sendo feito um monitoramento por água, com coleta da água, fotografia e filmagem. Essa água coletada vai ser encaminhada amanhã (23) para um laboratório credenciado pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea).
A coordenadora e bióloga do Instituto Boto Cinza, Kátia Silva, analisou que o impacto ambiental do vazamento de óleo pode ter um prejuízo incalculável, principalmente na área do manguezal de Itacuruçá, região que reteve boa parte do óleo. “Esse vazamento impacta todo o ecossistema. Ele barra a entrada da luz solar, então as algas não podem fazer a fotossíntese, que é a base de toda a cadeia alimentar, prejudicando diversas espécies.” Ela acrescentou ainda que “o impacto no mangue é enorme, já que atinge toda a base do ecossistema da Baía de Sepetiba, desde a biodiversidade que vive no mangue até aqueles que dependem dela para a sua sobrevivência.”
Kátia Silva reclamou da resposta tardia da Transpetro aos problemas do vazamento do duto. “Quanto mais se demora para agir, maior o impacto.” Ela ainda afirmou que o valor divulgado de 600 litros de derramamento de óleo não corresponde com a realidade. “Uma coisa é certa, foi muito mais do que os 600 litros, divulgado pela companhia”.
Da Agência Brasil
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NOTA DE DESAGRAVO

Foto de A Ordem é para Todos.Foto de A Ordem é para Todos.
Foto: Dra. Conceição Lacerda
Nota de Desagravo
O Movimento A Ordem É Para Todos – movimento que reúne centenas de advogadas e advogados pernambucanos para a discussão e mobilização das condições de trabalho da advocacia pernambucana – vem, através desta, desagravar publicamente e expor a sua solidariedade para com a Dra. Conceição Lacerda, advogada atuante na defesa de centenas de trabalhadores rurais e posseiros que sofrem quase diariamente com os despejos violentos e conflito agrário havido na área de Complexo Industrial-portuário de Suape, em face da situação de perseguição e ameaças sofrida.
Na última quarta-feira, dia 26 de maio, durante a realização da Plenária Estadual do Movimento, a advogada denunciou publicamente o episódio de ameaça sofrido, quando seguranças da empresa Suape violaram seu domicílio registrando filmagens do interior da sua casa. Este não foi um episódio isolado, mas situa-se dentro do contexto de outras situações de intimidação e violência praticadas pela referida empresa em face dos agricultores, sua advogada e outras lideranças sociais que atuam no caso.
Como já foi diversas vezes denunciado publicamente, violações de direitos humanos vêm sendo praticadas de forma sistemática pela referida empresa em vistas de inúmeras situações de despejos forçados e ilegais contra centenas de trabalhadores rurais e posseiros em áreas que supostamente pertenceriam ao complexo industrial-portuário. Há denúncias públicas também de irregularidades quanto ao processo de desapropriação e aquisição dessas terras pela empresa SUAPE junto à Cooperativa Tiriri.
Tais fatos já foram por inúmeras oportunidades denunciados à OAB-PE, tendo sido, inclusive realizada audiência pública sobre a questão em novembro do ano passado no auditório daquela entidade. Espera-se que medidas possam ser tomadas perante as autoridades competentes e pela OAB-PE para defesa da integridade física, moral e psicológica da Dra. Conceição Lacerda.
Nos termos presentes na Constituição Federal, a advocacia é função essencial à administração da justiça, sendo seu exercício de fundamental importância para realização dos valores republicanos e democráticos e tutela dos direitos humanos. Fere os dispositivos constitucionais e viola arbitrariamente o rol de prerrogativas dos advogados presentes no Estatuto da Advocacia e da OAB, Lei Federal n. 8.906/1994, em seu art. 7º, tais sucessivos episódios de intimidação e ameaças à advogada em face de sua atuação profissional e militante na defesa dos direitos básicos dos trabalhadores rurais e posseiros da região de Suape.
Neste ínterim, o Movimento A Ordem É Para Todos promove esse ato de desagravo público e de solidariedade à Dra. Conceição Lacerda, e espera que tais condutas ilegais sejam devidamente investigadas e punidas pelas autoridades policiais competentes, assim como que a Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Pernambuco, acompanhe as investigações na a defesa das prerrogativas advocatícias então violadas, bem como tome outras providências cabíveis. O Movimento, por meio desta, também se solidariza e indigna em face das graves violações de direitos humanos perpetradas no conflito agrário instaurado nas áreas rurais do Cabo de Santo Agostinho e de Ipojuca.
Movimento A Ordem É Para Todos
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SUAPE

VIOLÊNCIA CONTRA TRABALHADORES NO COMPLEXO DE SUAPE

Protesto de metalúrgicos acaba com trabalhadores detidos em Suape, PE

Segundo sindicato, PM tentou impedir ato com agressões e efetuou prisões.
Corporação confirma que houve 14 detidos por desacato e resistência.

Do G1 PE 29/5/2015
Um protesto de trabalhadores acabou com várias pessoas detidas no acesso ao Porto de Suape, Litoral Sul de Pernambuco, na manhã desta sexta-feira (29). Os metalúrgicos, que convocaram o ato para reclamar de demissões em massa no complexo portuário, alegam que as prisões foram feitas de maneira arbitrária após um confronto com a Polícia Militar. A corporação, por sua vez, afirma que houve desacato.
Os detidos foram levados para a Delegacia do Cabo de Santo Agostinho para que a polícia pudesse registrar o boletim de ocorrência (B.O.). Mas, como o processo ainda está em andamento, a Polícia Civil não confirmou o número de detidos nem suas acusações. A assessoria de comunicação da PM informou que foram 14 detidos por desacato, resistência, dano ao patrimônio e desobediência. Já o Sindicato dos Metalúrgicos afirmou que 13 pessoas foram presas de maneira arbitrária, após um confronto com os policiais militares.
A nota enviada pela corporação ao G1 ainda afirma que “a manifestação encerrou sem demais problemas”. Mas o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Henrique Gomes, diz que houve confronto desde o começo do protesto. Os trabalhadores se reuniram às 5h na lombada eletrônica da PE-09 e seguiram em passeata até o ponto conhecido como Curva do Boi, onde o trânsito foi interditado nos dois sentidos.
“Quando chegamos à Curva do Boi, já havia muitos policiais. Eles tentaram nos coibir com agressões, mas resistimos e fechamos a via. Por volta das 9h, o estaleiro tentou liberar a passagem dos trabalhadores por uma pista que ainda está inacabada, com uma ponte rachada. Os trabalhadores se recusaram a ir, no princípio; mas, pressionados, acabaram entrando nos ônibus. Nossos diretores foram negociar, mas, quando voltaram, foram presos arbitrariamente”, falou Henrique Gomes, que espera a liberação dos trabalhadores na Delegacia do Cabo e reclama da atuação da Polícia Militar. “Não foi a primeira vez que eles agiram assim”, diz Gomes.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos ainda contou que o protesto desta sexta-feira foi motivado por uma onda de demissões em massa nos estaleiros Atlântico Sul e Promar, do Complexo Portuário de Suape. “Começaram a demitir depois do escândalo da [operação] Lava Jato e hoje os trabalhadores vivem um clima de incerteza muito grande. Desde outubro, foram mais de 1,7 mil demissões. Só nos últimos 15 dias, depois da visita de Dilma, foram 300. As pessoas vão trabalhar sem saber se voltarão empregados para casa”, relata Gomes. O protesto ainda critica o fim dos investimentos em Suape.
Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, a categoria também apoia o movimento convocado pelas centrais sindicais de todo o país para a tarde desta sexta-feira. Em Pernambuco, os trabalhadores se reúnem às 14h no bairro de Santo Amaro, na Zona Norte do Recife, para sair em passeata pelo centro da cidade. O ato é contra as medidas provisórias 664 e 665, que restringem o acesso à pensão e ao seguro desemprego; e também contra a PL 4330, que regula a terceirização.
Por meio da assessoria de comunicação, o Porto de Suape afirmou que acompanhou o protesto, mas não precisou paralisar nenhuma atividade por conta do ato. Segundo o órgão, a situação voltou ao normal depois das 9h30 e, sobre o problema das demissões, ele deve ser esclarecido diretamente com o Estaleiro Atlântico Sul (EAS). O G1 não conseguiu entrar em contato com o EAS.
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SUAPE Violações

ABUSO E VIOLÊNCIA COMETIDA CONTRA TRABALHADORES QUE ESTAVAM PROTESTANDO EM SUAPE

Em Recife, 11 dirigentes sindicais são detidos durante ato no Porto de Suape

‘Não adianta nada prender dirigente. Isso só vai intensificar muito mais nossa mobilização’, diz o presidente da CUT-PE, Carlos Veras.
Redação Rede Brasil Atual – publicado 29/05/2015 1
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Suape: trabalhadores protestam contra pauta conservadora e ajuste fiscal, que ameaçam direitos
São Paulo – Em Recife, 11 dirigentes sindicais foram detidos pela polícia por fazerem manifestação no Porto de Suape, na região metropolitana. O complexo portuário participa das paralisações deste 29 de maio desde as primeiras horas da manhã. Entre os detidos, está José da Silva Cavalcanti, diretor da CUT e secretário de Finanças do Sindicato dos Metalúrgicos de Recife.
“Não adianta nada prender dirigente. Isso só vai intensificar muito mais nossa mobilização”, diz o presidente da CUT-PE, Carlos Veras. A CUT estadual já está tomando as medidas legais necessárias para liberação dos detidos.
O metrô e os ônibus em Recife estão totalmente parados desde as primeiras horas da manhã. O metrô deve voltar entre 16h e 20h, mas conduzido por funcionários administrativos, segundo a assessoria da CUT-PE. “A cidade está inteira envolvida na mobilização”, diz Veras.
Bancários, trabalhadores do Incra e os servidores do INSS também cruzaram os braços, fechando os principais pontos de atendimento na cidade.
Os professores da rede pública estadual voltaram hoje à greve, e realizam manifestação diante da Assembleia Legislativa na parte da tarde, às 14h. E haverá protesto em frente à federação das indústrias do estado, no mesmo horário. As universidades públicas estão paradas.
O Sintep, que representa os professores, sofreu nesta semana intervenção do Tribunal de Justiça, que bloqueou as contas bancárias da entidade, sob pressão do governador Paulo Câmara (PSB). “Aqui o Judiciário é uma correia de transmissão do governador. Isso é uma vergonha”, diz o presidente da CUT-PE.
Em Belo Horizonte, os trabalhadores dos transportes públicos também aderiram em peso ao Dia Nacional de Paralisações. Metrô e ônibus deixaram de circular desde as primeiras horas da manhã.

Leia a nota de repúdio divulgada pela CUT de Pernambuco:

A Central Única dos Trabalhadores de Pernambuco (CUT-PE) vem a público expressar sua indignação e repúdio à ação truculenta da Polícia Militar do Governo do Estado, contra 11 companheiros sindicalistas do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Pernambuco (Sindmetal-PE), com destaque para o diretor da CUT Pernambuco, José da Silva Cavalcanti.
Manifestamos apoio e solidariedade aos companheiros vítimas da arbitrariedade da PM durante as manifestações dos trabalhadores ocorridas na manhã de hoje (29), quando participavam da mobilização da Paralisação Nacional contra as MPs 664/665 e o PL 4330, na PE-60, Ilha de Tatuoca, proximidades do Estaleiro Atlântico Sul (EAS), município de Ipojuca/PE.
A Central declara seu apoio aos companheiros e presta sua solidariedade à categoria que, lamentavelmente, foi reprimida, tolhida do direito à legítima manifestação. “Não é a primeira vez que a Polícia Militar comete truculência e violência contra os trabalhadores metalúrgicos, servidores públicos municipais, estaduais, federais, além de trabalhadores rurais. Em 2014, na ocupação da BR-101 Sul, na altura da Fábrica da Vitarella/Cabo de Santo Agostinho, um companheiro de 70 anos foi agredido por PMs de forma absurda. Como consequência, ficou em estado de coma por várias semanas. Essa prática nefasta aconteceu durante a ditadura militar, onde trabalhadores e estudantes eram espancados covardemente em manifestações. Aqui em Pernambuco está se tornando uma rotina”, ressaltou o presidente da CUT-PE, Carlos Veras.
A violência exacerbada e abusiva a qual aos companheiros do Sindmetal-PE foram vítimas soma-se à falta do diálogo efetivo e necessário. Esses tristes episódios de agressão nos levam a reafirmar que o modelo de segurança pública adotado por vários estados de nosso país continua obsoleto – não acompanhou as transformações ocorridas no Brasil e do mundo nos últimos 50 anos.
Como uma das Centrais organizadoras da Paralisação Nacional contra as MPs 664/665 e o PL 4330, a CUT-PE, exige apuração urgente das prisões arbitrárias e descabidas sofridas pelos sindicalistas/diretores do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Pernambuco (Sindmetal-PE), em particular, ao dirigente sindical da CUT, o companheiro José da Silva Cavalcanti.
Polícia é para garantir a segurança da população, não para prender pais de família de forma absurda e truculenta.
Diretoria Executiva – CUT-PE
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Direitos humanos SUAPE Violações

COMPLEXO SUAPE É DENUNCIADO POR CORRUPÇÃO E VIOLAÇÃO DE DIREITOS

Complexo Industrial Portuário de Suape PE é denunciado por corrupção e violações de direitos humanos.
O território de 13.500 hectares onde se localiza o Complexo Industrial Portuário de Suape (CIPS), situado a apenas 40 km da capital Recife, no litoral pernambucano é uma das áreas mais valorizadas no Estado, e onde ocorrem violentos atentados aos direitos fundamentais das populações que ali vivem, submetidas a constantes e graves injustiças sociais e ambientais.
Pescadores, agricultores familiares, trabalhadores, mais de 25 mil pessoas, são submetidas a toda ordem de violência, de expulsões truculentas comandadas pela empresa Suape do governo do Estado que administra o CIPS.
Têm sido em vão as várias denúncias efetuadas pela sociedade civil, cidadãos afetados, comunidades locais e organizações não governamentais encaminhadas às instituições governamentais e órgãos públicos, que, em tese, deveriam proteger os interesses e bem estar das populações violentadas em seus direitos fundamentais, garantidos constitucionalmente.
Mais recentemente, em 10 de novembro de 2014 uma centena de moradores, juntamente com as entidades que fazem parte do Fórum Suape-Espaço Socioambiental (Action Aid, Centro de Mulheres do Cabo, Comissão Pastoral da Terra-CPT, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra-MST) estiveram com o DR. Pedro Henrique Reynaldo Alves, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional de Pernambuco requerendo providências da OAB diante da natureza e da gravidade dos fatos denunciados. Naquela ocasião, os moradores relataram as violências sofridas e as contínuas agressões praticadas pelo CIPS através de uma milícia armada, que a sua diretoria de Gestão Fundiária e Patrimônio, denomina, eufemisticamente, “fiscalização de campo”, tudo com o aval do Estado. A exemplo: expulsões indevidas de suas moradias; coerções; destruição de suas fontes de água; contaminação ambiental; destruição de suas hortas e pequenas plantações de subsistência; indução para aceitarem indenizações e compensações financeiras irrisórias relativas às suas perdas, falsas promessas de virem a ser contemplados com a propriedade de imóveis nos projetos habitacionais NOVA TATUOCA e VILA CLAUDETE.
Na sequência, em  maio de 2015, a advogada dos posseiros e membro do Fórum Suape  reafirmou as gravíssimas denúncias públicas em um blog local.  Tais denúncias estão amparadas em evidências e diversos documentos oficiais. O Fórum Suape Espaço Socioambiental e seus membros apoiam integralmente essas denúncias.
As irregularidades envolvem transações imobiliárias na região, práticas de abuso econômico, corrupção, existência de tráfico de influência no poder judiciário de Pernambuco, omissão do Ministério Público, esquemas de simulação de processos judiciais para desvios de recursos públicos da empresa Suape, violação de direitos fundamentais.
Não houve nenhuma repercussão diante de tão graves denuncias envolvendo os poderes constituídos (Judiciário e Executivo), sequer um pronunciamento da Empresa Suape, ou do Tribunal de Justiça do Estado do Estado de Pernambuco, a despeito dos graves fatos denunciados.
Diante das circunstancias e interesses envolvidos, o Fórum Suape e seus membros estão extremamente preocupados com a inércia dos órgãos públicos competentes em relação as ações urgentes que requerem tais denúncias. Também se preocupam com a integridade física da advogada Dra. Conceição Lacerda que, há uma semana teve seu domicilio violado e sua residência espionada por indivíduos diretamente ligados à segurança de Suape utilizando veículo da Empresa, que circulou em plena luz do dia,  com evidente intenção de intimidar e coagir a advogada denunciante.
Diante dos fatos descritos, e mais detalhados no portal do Fórum Suape (www.forumsuape.ning.com), solicitamos:
Ampla atenção e divulgação pelos meios de comunicação;
Posicionamento e apoio da comunidade internacional e organizações nacionais que trabalham com questões de direitos humanos, justiça socioambiental e defesa da democracia.
Posicionamento dos órgãos públicos diante das denúncias, com providências cabíveis e imediatas.
Providências penais contra o assédio moral e ameaças perpetradas contra a advogada Dra. Conceição Lacerda. Bem como a responsabilização da Empresa Suape pelo crime de violação de domicílio da advogada.
Providências penais e imediata cessação das ações de coerção e violência contra comunidades das áreas rurais  do entorno da área industrial e portuária de SUAPE, sejam eles pescadores e/ou agricultores.
A quem possa interessar eis os contatos:
Forum Suape: Heitor Scalambrini (81-9964 4366) e Rafaela Nicola (19 – 99822 0204)
CPT: Plácido (81- 9774 5520)
Centro das Mulheres do Cabo: Nivete (81- 98794 6153)
Action Aid: Daiana  (81- 8919 7048)
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