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Engenho SUAPE

Engenho Tabatinga: Moradores ameaçados por SUAPE

Famílias do Engenho Tabatinga denunciam ameaças e prodecimento de expulsão praticado por Suape
Na manhã deste último domingo, dia 06, foi realizada uma reunião no Engenho Tabatinga II para tratar sobre as mais recentes ameaças de expulsão que a diretoria de Suape está promovendo contra moradores e moradoras do local. Além das famílias que vivem no Engenho, também estiveram presentes representantes da Comissão Pastoral da Terra (CPT), da Associação dos moradores e moradoras do Engenho Algodoais e o Fórum Suape – Espaço Socioambiental.Na ocasião, as famílias relataram como está sendo o procedimento da diretoria do Complexo Industrial e Portuário. As informações são de que a senhora Ana Gadelha convoca as famílias para uma reunião em Suape para comunicar-lhes que o Complexo está precisando das terras onde vivem. Em seguida, a funcionária oferece uma “indenização”, que segundo os moradores, representa uma quantia muito inferior ao valor das benfeitorias, terras e casas de onde moram.
 Os moradores relataram que com a quantia insignificante oferecida por Suape, não é possível comprar uma casa em nenhum lugar da região.Foi relatado ainda que, quando as famílias se recusam a aceitar o valor proposto, a empresa Suape então passa a mover uma ação de reintegração de posse contra as famílias. Com um mandato de reintegração de posse despachado por Juíz, a Empresa vai até a casa da moradora ou morador, acompanhado de seguranças e Policiais Militares fortemente armados, tratores e carros para destruir os sítios e derrubar as casas. “Lembramos que Suape nunca teve a posse desse Engenho, portanto não cabe pedir reintegração de posse. Além disso, devemos acrescentar o fato de que Suape não é a dona daquelas Terras. Como comprovam vários os documentos, as terras pertencem ao Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra)”, esclarece Plácido Júnior, da Comissão Pastoral da Terra (CPT). As famílias explicam que a resposta de Suape é que, caso algum morador questione o valor da suposta indenização, deve reclamar na Justiça, cujo Juiz é o mesmo que concedeu a reintegração de posse para Suape. O que tem acontecido é que cada família expulsa, com a casa destruída, as fruteiras derrubadas e o roçado destruído, vai morar de favor em casas de amigos, parentes ou morar debaixo das árvores, em outro sítio, como informam os próprios moradores. As famílias que vivem no Engenho Tabatinga II ainda informaram que o Incra esteve presente no Engenho durante a semana passada e que após isso, a diretoria de Suape intensificou as ameaças de expulsão contra os moradores.
 “Depois que o Incra passou por aqui, Suape ficou pior. Agora quer expulsar a gente de todo jeito”, comenta uma das moradora do Engenho que já recebeu carta de reintegração de posse.Durante a reunião, ficou acertado que a comunidade, a CPT e o Fórum Suape – Espaço Socioambiental, encaminharão documento para o Incra, informando a situação de ameaça e exigindo: agilidade na identificação e levantamento, junto aos moradores e moradoras, das terras que pertencem ao Instituto; imediata retomada de todas as terras que pertence ao Incra; regularização de assentamento e das posses dos antigos moradores e moradoras; que o órgão exiga de Suape a imediata suspensão das ameaças contra os sitiantes, até que seja concluido todo o levantamento e a retomada das terras; que o Órgão comunique a comarca do Cabo de Santo Augustinho, a comarca de Ipojuca e o Tribunal Regional de Pernambuco, que está realizando os estudos para identificação de suas terras na região e que os mesmos não concedam liminar de reintegração até o término do levantamento, para que não seja intensificado o conflito na área. O Engenho Tabatinga O Engenho Tabatinga pertencia a Usina Santo Inácio, que entrou em falência e foi desapropriada para fins de Reforma Agrária pelo Incra no fim dos anos 70 e início dos anos 80. No Engenho, existe uma Igreja, em pé, que segundo relatos dos moradores, possui cerca de 200 anos. Além desta, é possível ver ainda dentro da mata, as ruínas da primeira Igreja, que segundo os sitiantes, teria essa muito mais do que 200 anos.A padroeira da comunidade e da Igreja é Santa Luzia.
 O povo do Engenho conta a história de que existe uma fonte do milagre, que todos os anos, durante a festa da padroeira – 13 de dezembro, havia uma procissão onde vinha gente de todas as parte do Brasil para lavar os olhos nesta fonte de água. Foi neste local que encontraram uma imagem de Santa Luzia. O moradores tem conhecimento que está fonte nunca secou e nunca seca. Ocorre que, para que Suape pudesse passar com as tubulações de gás, teve que abrir uma vala de mais de três metros, sugando toda a água da fonte. “Hoje a água da fonte se encontra bem fraquinha. São sei se ela vai aguentar”, fala um morador. Em conversa durante a reunião, os moradores e moradoras fizeram questão de falar que as casas na Sede do Engenho foram construídas pelos antigos escravos do Engenho. “Essas casas que você tá vendo foi construída há muito tempo atrás pelos cativos. Foram eles que construíram tudo isso aqui”, comenta o presidente da associação de moradores, o senhor Antônio. “Aquela Igreja que está dentro da mata também foi construída pelos Cativos. Hoje é Suape que trata a gente como um cativo. Não vamos nos curvar não”, acrescenta. Imagens: Plácido Júnior/ CPT
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Denúncia

DENÚNCIA

A denúncia abaixo foi apresentada a Ouvidoria da Agência de Meio Ambiente-CPRH/PE
Trabalhadores no porto de Suape, por telefone as 16 horas do dia 22 de setembro de 2013, comunicaram uma irregularidade com relação a uma operação de descarga do óleo (altamente poluente, segundo a Ficha de Informação de Segurança de Produto Químico – FISPQ da BR Distribuidora) Bunker (MF-380) do navio Alpine Liberty, que esta atracado no PGL1-B, no Complexo Industrial de Suape, onde o mesmo esta descarregando este produto da Petrobrás para o Terminal Tecmar (privado).

Acontece que o correto nesta operação, segundo o procedimento da Petrobrás e da Transpetro é de o navio nesta condição, estar cercado com flutuantes (bóias), pois em um eventual vazamento, o produto no mar ficará contido no cerco. No caso desta denúncia não está ocorrendo a aplicação deste procedimento de instalação de barreiras, oferecendo assim sérios riscos ao meio ambiente, caso ocorra um vazamento.

Este fato é mais um desrespeito e descumprimento de procedimentos, além da precarização dos serviços que envolvem as empresas privadas que prestam serviço para a Petrobrás.

Não é primeira vez que o descumprimento de procedimentos de segurança estabelecidos ocorre no descarregamento de material da Transpetro, na movimentação e estocagem de material altamente poluente, no porto de Suape. Este não cumprimento de normas internas da Petrobrás, aliado a precarização dos serviços terceirizados pode trazer sérios danos, caso um vazamento de óleo ocorra.

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Fórum Suape

NOTÍCIAS DO FÓRUM SUAPE DE 9 A 15 DE SETEMBRO DE 2013

NOTICIAS DO FORUM SUAPE DE 9 A 15 DE SETEMBRO DE 2013 (segunda-feira a domingo)
1) A denuncia prestada pelo Fórum Suape junto a ouvidoria Agência de Meio Ambiente – CPRH sobre os impactos ambientais de dragagem e derrocagem no porto de Suape teve enorme repercussão na imprensa local e nacional. Foi aplicado uma multa de 2,5 milhões de reais a empresa Suape, além de outras exigências constantes nos autos de infração aplicados pelos técnicos do CPRH. Agora o Forum vai requere ao Ministério Público que acompanhe esta ação.

2) O Fórum Suape se fez representar na reunião que ocorreu no dia 9 de setembro no Engenho Serraria, com a presença de mais de 30 pessoas. Nesta oportunidade foi dada a posse da nova diretoria da Associação dos Pequenos Agricultores do Engenho Serraria e Adjacências, cujo presidente para os próximos dois anos será o Sr. José Luiz dos Santos. (membro do Fórum Suape). Ao José Luiz e a toda diretoria nossos parabéns, e êxito na caminhada em defesas dos legítimos interesses dos associados que abrange os engenhos de Serraria, Jasmim, Tabatinga, Massangana, Rosário, a Vila Dois Irmãos e a propriedade de Serraria (comunidade urbana)

3) Na quinta-feira, dia 12, foi realizada na sede da Associação dos moradores e moradoras do Engenho Massangana, localizado no município do Cabo de Santo Agostinho/PE, reunião para tratar sobre a titulação das terras dos camponeses e camponesas que vivem em áreas hoje ocupadas por Suape, e sobre as violências praticadas pela Empresa. Participaram da reunião aproximadamente 200 pessoas das Associações de moradores e moradoras dos engenhos Massangana, Algodoais, Tiririca, Serraria, Boa Vista e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Também participaram a Comissão Pastoral da Terra (CPT), o Forum Suape, Vereador do Cabo de Santo Agostinho e o MST. Diante das denuncias dos moradores representantes do INCRA informaram que até no máximo 15 dias os técnicos do Incra realizarão trabalhos de campo. O Instituto abriu um processo administrativo e já tem informações, por parte de sua Procuradoria, que existem terras na região que estão sob o controle de Suape, mas que pertencem a União, ou seja, ao Incra. O trabalho do órgão neste primeiro momento, segundo seus representantes se concentrará em: a) Delimitar as glebas Leste e Oeste da região; b) identificar todos os moradores e moradoras; c) delimitar o perímetro das terras da União. O Incra vai oficializar um pedido para que Suape apresente o mapa das terras, que supostamente pertença a ela.

4) Conforme já anunciado as reuniões gerais para aprovação do estatuto e eleição e posse da coordenação, ocorrerão no Cabo de Santo Agostinho – dia 16 de setembro (segunda-feira), as 13:30 horas no Centro das Mulheres do Cabo, e no Recife dia 18 de setembro (quarta-feira), as 8:30 horas na FASE.

5) Para quem quiser conhecer e tornar membro do Fórum Suape-Espaço Socioambiental, veja o portal, www.forumsuape.ning.com

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Denúncia SUAPE

DENÚNCIAS ACEITAS CONTRA A EMPRESA SUAPE

RELEASE DO FÓRUM SUAPEDenuncias aceitas contra a Empresa Suape

Em resposta às denúncias encaminhadas a ouvidoria da Agência Estadual de Meio Ambiente-CPRH (manifestações 34115/2013-GECOM e 56154/2013-GECOM), bem como veiculadas na mídia, sobre a morte de peixes Mero, boto-cinza e demais “danos ambientais decorrentes das obras de dragagem e explosões do leito marinho no Porto de Suape, visando aprofundar o canal de acesso ao porto e ocasionando prejuízos a fauna marinha e a toda a cadeia produtiva da pesca artesanal”, segue o relatório técnico emitido pelo CPRH UGC nº 28/2013, assim como os auto de infração nos 00767/2013 e 00768/2013 (documentos anexos neste portal em PUBLICAÇÕES).

Foi esclarecido ao denunciante que o processo de apuração dos fatos, iniciado desde abril do corrente, seguiu os seguintes procedimentos: Consulta a licenças ambientais e outros documentos integrantes de processos referentes à dragagem e derrocamento; Consulta a referências científicas sobre o processo de dragagem, derrocagem e impactos sócio-ambientais associados; Consulta a legislações ambientais que regulamentam as citadas atividades; Consulta a estudiosos dos temas; Consultas a pescadores e outros atores sociais relevantes no caso; Consulta a diversos setores da CPRH; Visita a SUAPE.

De acordo com o relatório, as seguintes medidas foram tomadas:

  •  Emissão do Auto de infração nº 767/2013, nos seguintes termos: Descrição – Degradação ambiental, caracterizada por danos ao habitat do peixe Mero (Epinephelus itajara), Boto-Cinza (Sotalia guianensis) e outras espécies da fauna recifal, bem como ao território e ambientes tradicionalmente usados na pesca artesanal, através da atividade de derrocagem do canal de acesso e bacia de manobras do porto de Suape com uso de explosivos, e mediante a omissão/insuficiência na apresentação de informações sobre os citados danos no âmbito dos documentos relativos ao diagnóstico de impactos e proposição de medidas de mitigação/compensação. Penalidade: Multa no valor de R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais).
  • Emissão do Auto de infração nº 768/2013, com a mesma descrição do anterior e com as seguintes penalidades e obrigações: Penalidade: Advertência por escrito. Obrigação por fazer: Apresentar à CPRH no prazo de 90 dias e executar após aprovação, estudo contendo medidas para o diagnóstico detalhado, mitigação e compensação para os danos ao habitat do peixe mero (Epinephelus itajara), Boto-Cinza (Sotalia guianensis) e outras espécies da fauna recifal, bem como ao território e ambientes tradicionalmente usados na pesca artesanal, e considerando, no mínimo, as medidas constantes no capítulo 4 do relatório técnico UGC nº 28/2013. As medidas devem ser organizadas em programas específicos, complementarmente àqueles em andamento.

Dentre as obrigações postas a Suape estão: 1) Mapeamento de detalhe dos habitats submarinos na área de influência direta e indireta de Suape; 2) Mapeamento do território tradicional da pesca artesanal, segundo informações dos pescadores que utilizam a área, incluindo os mestres de embarcações, em conjunto com pesquisadores com experiência em cartografia social; 3) Quantificação das áreas pertencentes ao território da pesca artesanal que foram apropriadas e/ou impactadas direta ou indiretamente pelo porto de SUAPE; 4) Adoção de medidas de proteção do Peixe Mero, Boto-Cinza e outras espécie da fauna impactadas, tanto nos locais de impacto direto quanto em áreas impactadas indiretamente; 5) Adoção de medidas de proteção do território tradicional da pesca artesanal (ex. reconhecimento oficial dos territórios pesqueiros e criação de mecanismos oficiais de consulta aos pescadores), diante dos riscos das atividades portuárias e outras ameaças; 6) Adoção de medidas de mitigação dos impactos potenciais, para futuras atividades de derrocagem.

As premissas e conclusões do relatório 28/2013 baseiam-se na investigação dos efeitos das obras atuais de dragagem e derrocagem no canal de acesso e bacia de manobras. As penalidades, obrigações e recomendações postas e os procedimentos decorrentes devem seguir trâmite independente dos procedimentos já instaurados (a exemplo das medidas contempladas no Projeto Suape Sustentável e no Programa Estadual Escola do Mar), ou alternativamente, ampliar esse procedimentos, viabilizando as medidas com recursos adicionais.
A continuidade das atividades de dragagem e derrocagem no Porto de Suape e os futuros licenciamentos devem ser condicionados à adoção dos estudos e medidas mencionadas acima.
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Ambiental

REPERCUSSÃO DA DECISÃO DA AGÊNCIA AMBIENTAL DE PE SOBRE DENÚNCIAS

    Repercussão da decisão da Agência Ambiental de PE sobre denúncias e entrevista com pescador Nal de Gaibu em Cabo de Santo Agostinho.

    No link abaixo do meu blog do Roberto Moraes, em campos dos Goytacazes, junto ao Porto do Açu, SJB, RJ, repercuti a decisão da Agência Ambiental publicada no Diário de Pernambuco e junto postei entrevista feita do barco, em 23 de maio de 2013 com o pescador Edinaldo Rodrigues de Freitas, o Nal de 42 anos que fala dos impactos ambientais e sociais da expansão e operação do Porto de Suape.

    Confiram no link:
    http://www.robertomoraes.com.br/2013/09/agencia-ambiental-de-pernam…

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    Conferência

    5ª SEMANA SOCIAL BRASILEIRA

    Durante a 5a Semana Social Brasileira realizada no Centro Cultural de Brasília, reunindo movimentos sociais, comunidades tradicionais e pastorais sociais ligadas a Conferência Nacional do Bispos do Brasil (CNBB), as seguinte moções de apoio as lutas das Comunidades de pescadores foram aprovadas:
    MOÇÃO DE APOIO A LUTA DAS COMUNIDADES PESQUEIRAS IMPACTADAS PELO COMPLEXO PORTUARIO E INDUSTRIAL DE SUAPE.
    Pastorais, Movimentos sociais, representantes de povos e comunidades tradicionais, religiosos e religiosas, presentes na 5ª Semana Social Brasileia, com o tema: “ Estado para quê e para Quem?” Vem a públicos apoiar a luta das comunidades de pescadores e pescadoras artesanais, impactados pelo COMPLEXO PORTUARIO, NAVAL E INDUSTRIAL DE SUAPE; que tem promovido a destruição dos manguezais e estuários, feito desvio de correntes marítimas, suprimido vegetação de mata Atlântica, promovido a destruição de cardumes com a implosão de arrecifes, e sobre tudo desrespeitando e desalojando comunidades inteiras, colocando-as na marginalidade nos grandes bolsões das periferias nos arredores dos grandes centro urbanos, privando essas comunidades do trabalho ancestral, pondo em risco a segurança alimentar, dessa e de outras comunidades.
    Ao Ministério Público Federal em Pernambuco
    MOÇÃO PELA TITULAÇÃO DAS TERRAS DA COMUNIDADE PESQUEIRA DA PRAIA DO ROSADO – PORTO DO MANGUE – RN.
     Pastorais, Movimentos sociais, representantes de povos e comunidades tradicionais, religiosos e religiosas, presentes na 5ª Semana Social Brasileia, com o tema: “ Estado para quê e para Quem?” Vem a públicos externar seu apoio as 76 famílias de pescadores e agricultores familiares da Praia do Rosado no município de Porto do Mangue-RN, que a mais de 25 anos lutam pelo direito de permanência e titulação das terras conforme termo de comodato 193/93 instituído entre a Associação dos Moradores Sebastião Andrade e o INTERN – Instituto de Terras do Rio Grande do Norte, hoje (SEARA – Secretaria Estadual para Assuntos Fundiários e Apoio a Reforma Agraria), com vencimento previsto para Dezembro/2013. Nesse sentido externamos nosso apoio à luta da comunidade pesqueira da Praia do Rosado, pela titulação das Terras e Permanência das famílias em seu território tradicional.
    Ao Governo do Estado do Rio Grande do Norte
     MOÇÃO DE APOIO A LUTA DOS PESCADORES E PESCADORAS DA PRAIA DO JARAGUA – MACEIO/AL
    Pastorais, Movimentos sociais, representantes de povos e comunidades tradicionais, religiosos e religiosas, presentes na 5ª Semana Social Brasileia, com o tema: “ Estado para quê e para Quem?” Vem a públicos externar seu apoio  a luta das 66 famílias de pescadores(as) artesanais residente na Vila dos Pescadores na Praia do Jaraguá, no município de Maceió/AL. Os pescadores e as pescadoras da praia do Jaraguá, vem travando batalha extrajudicial e judicial, conforme processo no 0004070-23.2012.4.05.8000, que tramita na 13ª Vara da Justiça Federal, contra projeto de reurbanização da orla pela prefeitura do município de Maceió, que prever e remoção total da vila dos pescadores que residem na comunidades a mas de 70 anos, para local distante da área de trabalho. Considerando a tradicionalidade das famílias de pescadores e pescadoras residente na vila dos Pescadores, emitimos nossa moção de apoio a luta e pela permanência das mesmas em seu território.
     Ao Ministério Público Federal no Estado de Alagoas
     MOÇÃO DE REPUDIO A IMPLANTAÇÃO DOS PARQUES EOLICOS NA RDS PONTA DO TUBARÃO – MACAU-RN.
     Pastorais, Movimentos sociais, representantes de povos e comunidades tradicionais, religiosos e religiosas, presentes na 5ª Semana Social Brasileia, com o tema: “ Estado para quê e para Quem?” Vem a públicos externar Moção de repudio contra a implantação dos Parques Eólicos na Reserva Estadual de Desenvolvimento Sustentável Ponta do Tubarão, mesmo contra resolução do Conselho Deliberativo da unidade, o Governo do Estado através do IDEMA tem promovido o licenciamento dos parques eólicos, privatizado as áreas de uso comum das comunidades locais e compactado as dunas, podendo levar as comunidades locais e sofrerem colapso hídrico.
     Ao Ministério Público do Estado do Rio Grande do Norte
     MOÇÃO DE REPUDIO A INSTALAÇÕES DE CERCAS ELETRICAS  NAS AGUAS DAS LAGOAS DA PRATA, ANINGA E LAMA PRETA NO MUNICIPIO PARNAIBA NO NORTE DO ESTADO DO PIAUÍ
    Pastorais, Movimentos sociais, representantes de povos e comunidades tradicionais, religiosos e religiosas, presentes na 5ª Semana Social Brasileia, com o tema: “ Estado para quê e para Quem?” Vem a públicos externar Moção de repudio contra a instalação de cercas elétricas nas águas das lagoas da Prata, Aninga e Lama Preta por parte de fazendeiros e políticos locais sob a conivência do poder publico municipal, estadual e federal. O cercamento elétrico dessas águas representa uma forte agressão aos direitos das comunidades tradicionais pesqueiras da região que dependem do acesso a esses recursos naturais para assegurar sua segurança alimentar e preservação do seu patrimônio cultural material e imaterial. Há diversos relatos de conflitos entre fazendeiros e trabalhadores da pesca artesanal cominando inclusive com a morte de trabalhadores eletrificados.
     Ao Ministério Publico Federal – Piauí
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    Fórum Suape

    NOTICIAS DO FÓRUM SUAPE DE 2 A 8 DE SETEMBRO DE 2013

    1) Uma boa noticia foi que a empresa Suape requereu a suspensão dos processos nas ações de reintegração de posses contra os irmãos da família Minervino, posseiros no Engenho Algodoais. Isto foi possível em decorrência da gestão feita junto ao Governo do Estado, coordenada pelo MST, juntamente com representantes do Fórum Suape, e membros das Associações de Moradores. Foi agendada uma nova perícia nas áreas dos posseiros. O que aconteceu neste caso é inusitado, e continuaremos a agir no sentido que o mesmo tratamento dado para este caso seja dispensado aos demais posseiros, inclusive aqueles que já foram expulsos de suas terras.

    2) O Fórum Suape envia suas condolência a família do Sr. Aurino um dos mais antigos posseiro do Engenho Tiriri.. Sr. Aurino foi um dos fundadores da Cooperativa Agrícola do Tiriri.

    3) A próxima reunião entre o MST, Fórum Suape e representantes das Associações de moradores dos engenhos do entorno do Complexo de Suape com os representantes do governo do Estado, da Secretaria de Agricultura e da empresa Suape, já esta agendada para a próxima semana. O assunto nesta reunião continuará sendo a discussão sobre o reassentaemnto dos posseiros, levando em conta seus direitos.

    4) O Fórum Suape se fez representar na reunião ordinária da Associação dos Moradores do Engenho de Algodoais que acorre todo primeiro domingo do mês. Na sede da Associação com a presença de aproximadamente 20 pessoas, neste domingo dia 1º de setembro foram dadas várias informações sobre o Fórum Suape. Um dos assuntos tratados foi o anúncio aos presentes, da localização da sede do Fórum Suape, que ficará na área cedida pelo Centro das Mulheres do Cabo, na rua dezenove, no 100 na Charnequinha (ao lado da creche), no município do Cabo de Santo Agostinho.

    5) Ainda não tivemos resposta do Grupo NAJUP (Núcleo de Assessoria Jurídica e Popular, do Centro de Ciências Jurídicas da UFPE) sobre a parceria para a realização da assessoria jurídica. Entramos em contato com a profa. Liana (coordenadora do Grupo) que nos informou que tão breve tenha uma decisão, a ser tomada pelos estudantes, nos comunicará. Lembramos da importância de efetuarmos esta parceria.

    6) Nesta semana, na próxima sexta-feira (6/9) a partir das 8:30 horas da manhã, teremos uma reunião expandida da Comissão de Estatuto, na sede da FASE (atrás do Spettus – Derby em Recife. Discutiremos assuntos que tratam do estatuto do Fórum. Conforme já anunciado as reuniões gerais para aprovação do estatuto e eleição e posse da coordenação, ocorrerão no Cabo de Santo Agostinho – dia 16 de setembro (segunda-feira), as 13:30 horas no Centro das Mulheres do Cabo, e no Recife dia 18 de setembro (quarta-feira), as 8:30 horas na FASE.

    7) Para quem quiser conhecer e tornar membro do Fórum Suape-Espaço Socioambiental, veja o portal, www.forumsuape.ning.com

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    SUAPE

    NA CONTRAMÃO DA HISTÓRIA…

    Na contramão da história da aquisição e defesa dos
    direitos dos trabalhadores rurais

    Maria da Conceição Gontijo de Lacerda
    Advogada e membro do Fórum Suape

    Inicio essa reflexão remetendo os leitores ao site http://raquelrolnik.files.wordpress.com/2010/01/guia_portugues.pdf, onde encontrarão um Guia, produzido pela Relatoria Especial da ONU para a moradia adequada, que sintetiza o que as normas internacionais determinam sobre remoções involuntárias decorrentes de projetos públicos e privados de infraestrutura e urbanização. O objetivo deste Guia é orientar para que os projetos sejam desenvolvidos com respeito ao direito à moradia adequada das comunidades por eles atingidas”. Eis um pequeno trecho desse documento:

    “Com a Declaração Universal dos Direitos Humanos em 1948, o direito à moradia adequada passou a incorporar o rol dos direitos humanos reconhecidos internacionalmente como universais, ou seja, que são aceitos e aplicáveis em todas as partes do mundo e valem para todas as pessoas. Depois da Declaração, tratados internacionais determinaram que os Estados têm a obrigação de promover e proteger este direito. É importante especialmente o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, que em seu artigo 11 dispõe que toda pessoa tem direito a um padrão de vida adequado para si e sua família, inclusive à moradia adequada, assim como uma melhoria contínua de suas condições de vida. Atualmente há mais de 12 textos diferentes da ONU que reconhecem explicitamente o direito à moradia. Ele é parte integrante do direito a um padrão de vida adequado e é neste contexto que deve ser compreendido.

    Em linhas gerais, pode-se dizer que, tanto no meio urbano quanto no meio rural, a moradia adequada inclui:

    a) garantia de um lugar para morar sem ameaça de remoção;

    b) acesso a educação, saúde, lazer, transporte, energia elétrica, água potável e esgoto, coleta de lixo, áreas verdes e um meio ambiente saudável;

    c) proteção efetiva contra frio, calor, chuva, vento, incêndio, inundação, sem riscos de desmoronamento ou outras ameaças à saúde e à vida;

    d) acesso aos meios de subsistência, inclusive acesso à terra e a trabalho;

    e) uso de materiais, estruturas e organização espacial de acordo com a cultura dos moradores;

    f) prioridade às necessidades de grupos específicos, como as mulheres e grupos vulneráveis como crianças, idosos e deficientes;

    g) acesso independente da renda ou da capacidade de pagar do morador.”[1]

    A administração Eduardo Campos, caminhando na contramão da história da aquisição e defesa dos direitos dos trabalhadores rurais deste Estado, história que teve importante capítulo escrito por seu avô, Dr. MIGUEL ARRAES, até hoje lembrado por aqueles que fundaram a COOPERATIVA AGRÍCOLA DO TIRIRI, vem sistematicamente VIOLANDO direitos fundamentais dessa população formada por gerações de trabalhadores rurais. E, ainda mais grave, fazendo-o com a ativa participação do Poder Judiciário do Estado de Pernambuco.

    As ações possessórias ajuizadas pela empresa SUAPE COMPLEXO INDUSTRIAL PORTUÁRIO GOVERNADOR ERALDO GUEIROS contra agricultores das áreas rurais do entorno do Porto de Suape são eivadas de vícios insanáveis, e questões de ordem pública são sistemática e deliberadamente ignoradas pelo Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco legitimando a expulsão dos agricultores das áreas rurais da Região Metropolitana para permitir a alienação de suas terras para as empresas que estão se instalando na área industrial portuária de SUAPE.

    Nas Varas da Fazenda Pública das comarcas do Cabo de Santo Agostinho e de Ipojuca, e nas Câmaras de Direito Público do Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco, que estão julgando, respectivamente, as ações de reintegração de posse ajuizadas pela SUAPE contra agricultores fixados há mais de meio século no entorno da área industrial portuária, e os recursos por estes interpostos contra as teratológicas decisões proferidas pelos juízes de primeiro grau, não tem vigência a Constituição da República, nem os Tratados Internacionais firmados pelo Brasil, nem as leis infraconstitucionais.

    Preconiza a CARTA DA REPÚBLICA, em seu artigo 5º, inciso III, que “ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante”. Ora, a situação de miserabilidade a que foram relegadas as famílias já expulsas de suas terras, que tiveram suas casas derrubadas por força de antecipação de tutela deferida pelo juiz Rafael José de Menezes, a exemplo do que ocorre na área do Engenho Tiriri, é uma demonstração inequívoca do tratamento desumano e degradante que o Estado de Pernambuco vem dispensando a uma população rural que está sendo expulsa de suas terras, privada de moradia e trabalho, sem a PRÉVIA E JUSTA INDENIZAÇÃO que lhes é devida. E tudo com a aquiescência do Poder Judiciário.

    A situação dos moradores ainda não expulsos vem se degradando a cada dia, ficando os mesmos privados de bens essenciais, como água potável. Sabido que em várias áreas rurais do entorno de SUAPE cacimbas foram aterradas e os mananciais que ainda estão disponíveis estão inservíveis, com a água contaminada pelas obras que se desenvolvem no entorno. Exemplo: o que está ocorrendo na ilha de Tatuoca e em áreas do engenho Massangana (sítio do senhor Cláudio e de seus familiares).

    Os graves problemas que atingem as famílias de agricultores não estão dissociados de outros, também gravíssimos, que atingem as comunidades pesqueiras da região, decorrentes dos irreparáveis danos ambientais decorrentes da implantação do projeto Suape.

    Famílias ficaram ao relento, cidadãos privados de moradia e de trabalho, sem que o Estado de Pernambuco se sensibilize para evitar os danos materiais que lhes estão sendo impostos, e para minimizar o impacto social advindo da desestruturação de suas vidas no campo, para ceder lugar a esse “progresso” anunciado aos quatro ventos pela administração Eduardo Campos.

    O cerne da questão não é unicamente obter uma INDENIZAÇÃO PRÉVIA E JUSTA, como preconiza a Carta da Républica. Mesmo que todos os posseiros estivessem recebendo a justa indenização por suas terras e benfeitorias, o que não ocorre, não estaria o Estado de Pernambuco desobrigado de viabilizar a imediata implementação de uma POLÍTICA PÚBLICA que contemple, dentre outras coisas, a questão da habitação e do reassentamento dos trabalhadores rurais. A questão da remoção da população rural do entorno do Porto de Suape não se resolve apenas com dinheiro.

    Quando a empresa SUAPE avalia uma casa de taipa e deposita o irrisório valor do imóvel para obter, na Justiça, uma antecipação de tutela, expulsando esse morador da área rural, o Estado está ferindo de morte a dignidade desse(a) trabalhador(a). A empresa SUAPE está tirando “uma casa” e o Estado de Pernambuco está retirando desse(a) trabalhador(a) o DIREITO À MORADIA, AO TRABALHO, A UMA VIDA DIGNA, o que contraria a norma inserta no artigo 6º da Constituição Federal, que dispõe sobre os DIREITOS SOCIAIS que o Estado tem o dever constitucional de assegurar a todos os cidadãos brasileiros.

    As ações de reintegração de posse aforadas pela SUAPE, à míngua de comprovação do exercício anterior da posse das respectivas áreas, não poderiam, sequer, serem acolhidas pelo judiciário; nas ações possessórias em que não foram citados os cônjuges e/ou companheiros, os processos são eivados de VÍCIO INSANÁVEL impondo-se seja decretada a sua NULIDADE ABSOLUTA, não podendo ser cumprida nenhuma decisão neles proferida; as ações para remoção de população rural devem ser necessariamente acompanhadas pelo Ministério Público, sob pena de NULIDADE.

    Eis uma lista não exaustiva da legislação aplicável no Brasil, ignorada pelos poderes Executivo e Judiciário do Estado de Pernambuco quando o assunto é a implementação do Projeto SUAPE:

    • Constituição Federal e ADCT
    • Estatuto da Cidade – Lei 10257/2001: sobre política urbana
    • Estatuto da Terra – Lei 8629/1964: sobre política agrária
    • Código Florestal – Lei 4771/1965: sobre coberturas florestais
    • Política Nacional de Recursos Hídricos – Lei 9433/1997: sobre proteção e gestão dos recursos hídricos
    • Lei 8629/1993 – regulamentação dos dispositivos constitucionais relativos à reforma agrária
    • Lei 11977/2009, Capítulo III, Seção II – trata da regularização fundiária de interesse social
    • Resolução 237 CONAMA – sobre licenciamento ambiental, inclusive sobre a exigência de elaboração do EIA-RIMA
    • Código de Processo Civil Brasileiro
    • Código Civil Brasileiro

    Os abusos perpetrados pelo Estado de Pernambuco com a expulsão da população rural do entorno do complexo industrial portuário de Suape, mesmo se travestidos de legalidade por ordens judiciais eivadas de vícios insanáveis, deve ser objeto de resistência e de denúncia. A questão política deve ser amplamente discutida pelos movimentos sociais que se reuniram para criar o Fórum Suape, e as questões jurídicas devem ser encaminhadas, com urgência, ao conhecimento do Conselho Nacional de Justiça, uma vez que o notório saber jurídico de nossos eminentes julgadores está esbarrando em objetivos outros que não distribuir, de forma imparcial, a tão esperada JUSTIÇA!

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    Ambiental

    REDE BRASILEIRA DE JUSTIÇA AMBIENTAL – RBJA

    V Encontro Nacional da Rede Brasileira de Justiça Ambiental (RBJA)
    “Articulando resistências frente às injustiças ambientais do atual modelo energético”

     

    A Rede Brasileira de Justiça Ambiental realizará o seu V Encontro Nacional, na cidade de Vitória, no Espírito Santo, entre 28 e 31/08 de 2013. Diferente dos anteriores, neste Encontro a RBJA decidiu priorizar uma temática articuladora – o modelo energético – que tem mobilizado e articulado distintos sujeitos que participam da RBJA.
    Rede Brasileira de Justiça Ambiental
    A Rede Brasileira de Justiça Ambiental (RBJA) é uma articulação que reúne movimentos sociais, entidades ambientalistas, ONGs, associações de moradores, sindicatos, pesquisadores universitários e núcleos de instituições de pesquisa/ensino. Constitui-se como um fórum de discussões, de denúncias, de mobilizações estratégicas e de articulação política, com o objetivo de ampliar, fortalecer e dar visibilidade às lutas por justiça ambiental desenvolvidas por seus membros e por grupos sociais ligados às organizações que a compõem. É um espaço de identificação, organização, unificação e fortalecimento dos princípios e das lutas contra as desigualdades e injustiças ambientais no Brasil.
    Seus membros partilham da perspectiva de que o atual regime social e modelo de desenvolvimento brasileiro têm como fundamento e conseqüência principais a distribuição desigual da riqueza resultante do trabalho social, assim como dos meios – materiais e imateriais, econômicos, políticos e simbólicos – que asseguram o controle, acesso e uso dos recursos naturais. Através da experiência e lutas cotidianas, percebemos que a monopolização e conseqüente degradação das bases naturais e ambientais, assim como dos espaços coletivos de vida e trabalho acontecem predominantemente em locais onde vivem populações negras, indígenas, pobres e trabalhadoras.
    Articulados em Rede, buscamos desenvolver ações conjuntas que propiciem a circulação de informações, a troca de experiências e contribuam para gerar sujeitos coletivos e coalizões capazes de se contrapor ao processo de concentração de poder na apropriação dos recursos ambientais e de fortalecer os atores políticos que enfrentam diretamente as conseqüências disso.
    A RBJA opera como uma articulação horizontal, com uma secretaria nacional que tem como atribuição facilitar o intercâmbio de informações, potencializar a articulação dos membros e apoiar as ações coletivas da RBJA.
    Contatos:
    Secretaria Nacional da Rede Brasileira de Justiça Ambiental
    Maiana Maia
    e-mail: secretaria.rbja@gmail.com
    21 2536 7350
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    Ataques

    ATAQUES DE TUBARÃO ESTÃO RELACIONADOS COM O COMPLEXO DE SUAPE

    Por Herton Escobar, enviado especial/ Recife 
    O Estado de S.Paulo (28 de julho de 2013)

    A possibilidade de ser atacado por um tubarão existe em qualquer ponto do litoral brasileiro. Em nenhum lugar, porém, esse risco é mais real do que nas praias da região metropolitana do Recife. Um problema que parecia estar ficando submerso nos últimos anos, mas voltou à tona de forma dramática na semana passada, com a morte da jovem Bruna Gobbi, de 18 anos.

    Foi o segundo ataque de tubarão seguido de morte neste ano no litoral de Pernambuco, e o segundo em menos de um ano em Boa Viagem, que é a principal praia da capital. Desde 1992, foram registrados 59 ataques no Estado, 85% dos quais ocorreram numa faixa de 30 quilômetros da região metropolitana de Olinda, Recife e Jaboatão dos Guararapes, segundo dados do Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit).

    A média de ataques registrados em todo o resto da costa brasileira, comparativamente, é de quatro a cinco por ano, de acordo com o especialista Otto Gadig, da Universidade Estadual Paulista (Unesp). “Recife é um negócio totalmente fora do normal, sem dúvida nenhuma”, diz o pesquisador, que passou vários anos estudando os ataques da região na década de 1990.

    Ele acredita até mesmo que o número de casos pode ser maior do que indicam as estatísticas oficiais. Segundo ele, é possível que muitos corpos que são resgatados do mar com marcas de mordida e interpretados pelos legistas como casos de afogamento seguido de ataque sejam, na verdade, casos de ataques seguidos de morte. “É uma teoria que não tenho como provar, mas acredito seriamente nisso”, disse Gadig ao Estado.

    “Não acho que tenham sido só 59 ataques, e não acredito que tenham sido 59 tubarões diferentes”, diz o pesquisador.

    Ele acredita que o problema não é o número de tubarões na região do Recife – que não seria muito diferente do de outras capitais do Nordeste, onde há bem menos ataques -, mas o comportamento dos animais, que parece estar alterado por causa da degradação dos ecossistemas costeiros e outras alterações ambientais na região.

    Responsabilidade. Essa, também, é a avaliação de pesquisadores locais. Para a oceanógrafa Rosangela Lessa, presidente do Cemit e pesquisadora da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), não há dúvida de que o número excessivo de ataques resulta de interferências humanas no ambiente – a maioria delas ligada ao complexo portuário de Suape, ao sul do Recife, construído nas décadas de 1980 e 1990.

    O porto teria causado uma série de impactos ambientais – incluindo mudanças na salinidade da água e destruição de ecossistemas recifais e estuarinos – que forçaram os tubarões da região a se deslocar para o norte. O resultado, somando-se ainda vários outros fatores, é que um número maior de tubarões de espécies agressivas – como o tigre e o cabeça-chata – agora vive próximo às praias de uma região metropolitana densamente povoada e em condições ecológicas pouco ideais, que favorecem os ataques.

    A melhor solução, segundo Rosangela, é que as pessoas obedeçam às orientações de segurança. “Tubarões não podem ser educados, mas as pessoas podem”, diz. Todas as praias da região metropolitana são amplamente sinalizadas com placas alertando para a presença de tubarões, além das orientações que são dadas regularmente aos banhistas pelos guarda-vidas do Corpo de Bombeiros.

    O Cemit é contra qualquer solução que implique em matar tubarões. “Fomos nós que causamos o problema; a responsabilidade é nossa, não dos tubarões”, diz o cientista Fabio Hazin, também da UFRPE. “Não queremos piorar ainda mais um problema ambiental que já é complexo”, diz Rosângela.

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