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Convite

CONVITE – JORNADA ACADÊMICA MULTIDISCIPLINAR SOBRE SUAPE

Dia: 13 de maio (segunda-feira)
Hora: 8 as 12 horas

Local:
Sala de aula 4 do 3º andar,
Departamento de Saúde Coletiva
Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães/Fundação Oswaldo Cruz/Mas (CPqAM)
Campus da UFPE

Organização:
Departamento de Saúde Coletiva e Fórum Suape – Espaço sócio-ambiental

Mais Informações:
Profa. Idê Gomes Dantas Gurgel, PhD

Chefe do Departamento de Saúde Coletiva
NESC/CPqAM/FIOCRUZ-PE
Av. Moraes Rego s/n, Campus da UFPE
CEP: 50670-420, Cidade Universitária-Recife, PE, Brasil
Fone: + 55 81 2101 2603
Fax: + 55 81 2101 2614
e-mail: ideg@cpqam.fiocruz.br

Objetivo
Tipificar as injustiças sociais e ambientais no entorno do Complexo de Suape.

Justificativa
Com a aceleração da implantação do Complexo Industrial Portuário de Suape em Pernambuco, vivencia-se uma situação análoga a tantas outras que ocorrem no País e diz respeito ao modelo de desenvolvimento predatório adotado. Quem paga pelo “progresso” a nível local são as populações nativas, obrigadas a saírem de suas moradias, mudar seu modo de vida, criando grandes problemas sociais. E também é afetado o meio ambiente, onde são despejados produtos tóxicos e suprimida a vegetação, com reflexos na vida animal, nos rios e riachos. Esta ação local acaba se somando negativamente a tantas outras que estão sendo realizadas em todo o território nacional, e em todo o planeta.
Logo, Suape e seus municípios estratégicos constituem um território de conflitos, que se espera identificar, tipificar e assim construir uma mapa das injustiças sócio-ambientais naquele território.

Metodologia
Reunir diferentes pesquisadores interessados, ou que já trabalham naquele contexto em diferentes áreas do conhecimento.
Haverá em um primeiro momento (2 horas) uma breve apresentação dos trabalhos (10 minutos) já em desenvolvimento, ou que serão desenvolvidos no território abrangido pelo Complexo de Suape.
Em seguida a discussão sobre o objetivo do encontro, a tipificação e discussão da metodologia para a construção de um mapa de injustiça social no território de Suape (1 hora)
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Ambiental

NO BRASIL, URBANISMO E MEIO AMBIENTE JÁ VIRARAM CASO DE POLÍCIA E NO RECIFE NÃO É DIFERENTE

Por Noelia Brito, especial para o Blog de Jamildo

As prisões ocorridas ontem no Sul do País, que incluíram os secretários de Meio Ambiente do Estado do Rio Grande do Sul e do Município de Porto Alegre, tanto do atual governo estadual, do petista Tarso Genro, quanto do passado, da tucana Yeda Crusius, incluiu também servidores públicos responsáveis pela concessão de licenciamentos ambientais, consultores que, na verdade, nada mais são que lobistas do esquema e vários empresários da construção civil, deixam-nos extremamente apreensivos quanto à forma como vem sendo conduzida a política ambiental e urbanística, em nosso país, pois o que se percebe é que o problema não é pontual, localizado, mas já representa uma verdadeira epidemia.

Operação anterior da Polícia Federal já desbaratara um esquema de licenciamentos ilegais concedidos por servidores públicos, em Santa Catarina, beneficiando construtoras, na paradisíaca Praia de Jurerê Internacional.

Em São Paulo, somente em uma única semana do mês de março deste ano, três servidores da prefeitura da Capital foram presos exigindo propinas para regularizar imóveis, por meio de investigações promovidas pela própria Controladoria Geral do Município que apurando as denúncias recebidas, investigou a evolução patrimonial dos servidores e acionou a Polícia. Lá não se prevarica. Tanto é verdade que foi por ação da Controladoria do Município de São Paulo que um dos maiores esquemas de corrupção envolvendo licenciamentos ilegais de que se tem notícias no país foi desbaratado. Falo do chamado Esquema Aref ou Máfia dos Alvarás, pelo qual o ex-Diretor da Departamento de Aprovação de Alvarás da Prefeitura de São Paulo foi desmascarado, após a Controladoria do Município receber uma carta anônima relatando que nenhuma obra era licenciada na Capital, sem que antes fosse paga propina para Husseim Aref Saad e sua quadrilha de assessores que acumularam patrimônio superior a R$ 50 milhões, tudo já bloqueado pela Justiça, a pedido do Ministério Público de São Paulo, sempre muito atuante.

No Recife, embora as construções em áreas “non aedificandi” estejam aí, para todos verem e as construções com licenças questionáveis ou mesmo sem qualquer licença, também sejam feitas a olhos vistos, não se tem, ainda, notícias de que a Administração tenha instaurado procedimentos para investigar situações assemelhadas àquelas encontradas nas demais cidades do país, muito embora, apenas para citar um exemplo já público e notório como o das Torres da Moura Dubeux, em Casa Forte, no Parecer nº 027/2011, do Núcleo de Urbanismo e Meio Ambiente, da Secretaria de Assuntos Jurídicos da Prefeitura do Recife, haja expressa manifestação da Procuradoria, no sentido de que fosse apurada e declarada a nulidade de processos administrativos e projetos arquitetônicos por considerá-los totalmente ilegais e que, posteriormente foram, inclusive, alvo de Ação Civil Pública do Ministério Público de Pernambuco, no mesmo sentido.

O que nos causa espécie é que apesar de a Procuradoria do Município, por seu Núcleo de Urbanismo e Meio Ambiente, que é formado por procuradores concursados, especialistas, competentes, segundo a legislação que rege as competências dos órgãos municipais, afirmar categoricamente que determinado projeto, qual seja, o referido pelo Processo nº 07.43703.3.10, que trata do remembramento de lote situado parte (40%) em ZEIS (Zona de Especial Interesse Público) e parte na ARU (Área de Reestruturação Urbana), para construção de um edifício residencial de luxo, com trinta e nove andares, é totalmente ilegal, em parecer datado de 02 de dezembro de 2011, por meio de uma cotinha de uma página e meia, datada de 18 de setembro de 2012, com o singelo argumento de que “não é razoável, após a aprovação pelas instâncias técnicas, entender pelo indeferimento do remembramento”, a ex-secretária de Assuntos Jurídicos, Virgínia Pimentel, do governo João da Costa, hoje na Prefeitura de Ipojuca, mandou dar prosseguimento ao empreendimento da Moura Dubeux.

O mínimo que se deveria fazer era apurar as razões que levaram os “órgãos técnicos” àquelas decisões e autorizações ilegais que foram apontadas pela Procuradoria, por intermédio do Núcleo especializado e nunca, jamais, legitimar a ilegalidade, como se esses órgãos ou os seus ocupantes de oportunidade estivessem acima ou melhor seria dizer, à margem da lei e não a serviço desta. Se a Administração entende que não há o que apurar, espero que o Ministério Público pense diferente.

Em artigo publicado na semana passada, já advertimos que pelo menos dois empreendimentos de impacto estão na mira e já são alvo de investigações da Polícia Federal, em Pernambuco, o Novo Recife, em razão de suspeitas de irregularidades no leilão para a aquisição do imóvel onde serão construídas as Torres e a Ilha do Zeca, por suspeitas de grilagem.

Esses são apenas alguns exemplos, quiçá, a ponta de um iceberg de lama, oculto no caos de nossa cidade. Uma metrópole desordenada, de rios poluídos, de ZEIS invadidas pela especulação imobiliárias e de mangues devastados e tomados de assalto pela grilagem urbana e travestida de pós-modernidade.

Noelia Brito é advogada e procuradora do Município do Recife

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    Ambiental

    DESMONTADA REDE FRAUDULENTA DE EMISSÃO DE LICENÇAS AMBIENTAIS NO RS

    Repassando mais informações sobre uma situação que não é exclusiva do RS, mas que pode servir de exemplo para que o licenciamento ambiental acabe se tornando o que deveria ser, e não um jogo de ingerências, pressão, subversão do interesse público, corrupção e formação de quadrilha. E se tem corruptos também tem corruptores…Tá na hora de se SACUDIR A POEIRA DOS ESQUEMAS DA ÁREA AMBIENTAL!!!

    E em Pernambuco?
    Uma (benvinda) bomba sacode a área ambiental
    Artigo publicado hoje no Sul21 (www.sul21.com.br)
    Por Marco Aurélio Weissheimer

    Ambientalistas não cansaram de denunciar nos últimos anos atropelos à legislação para acelerar a aprovação de obras e empreendimentos das mais variadas naturezas. Imaginava-se que a situação na gestão ambiental de Porto Alegre e do Estado estava cheia de problemas. Mas, se alguém dissesse que, numa determinada manha de segunda-feira, os secretários do Meio Ambiente da capital e do Estado seriam presos acusados de fraudar licenciamentos ambientais, provavelmente seria chamado de louco. Pois aconteceu. A notícia caiu como uma bomba na manhã desta segunda-feira chuvosa e cinzenta. Em uma ação conjunta com o Ministério Público Estadual, a Polícia Federal prendeu, na
    madrugada desta segunda (29), o secretário estadual do Meio Ambiente, Carlos Niedersb erg, o secretário municipal do Meio Ambiente, Luiz Fernando Záchia, e o ex-secretário do Meio Ambiente, Berfran Rosado (os nomes foram divulgados inicialmente pelo jornal /Zero Hora/, em sua edição online).

    Em nota oficial, a Polícia Federal anunciou que deflagrou a Operação Concutare com o objetivo de reprimir crimes ambientais, crimes contra a administração pública e lavagem de dinheiro. A operação, diz ainda a PF, iniciou em junho de 2012 e identificou um “grupo criminoso formado por servidores públicos, consultores ambientais e empresários”. Os investigados atuariam na “obtenção e na expedição de concessões ilegais de licenças ambientais e autorizações minerais junto aos órgãos de controle ambiental”.

    Ainda segundo a mesma nota, cerca de 150 policiais federais participam da operação para executar 29 mandados de busca e apreensão e 18 mandados de prisão temporária expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região. As ordens judiciais estão sendo cumpridas nos municípios de Porto Alegre, Taquara, Canoas, Pelotas, Caxias do Sul, Caçapava do Sul, Santa Cruz do Sul, São Luiz
    Gonzaga e também em Florianópolis. As investigações foram conduzidas pela Delegacia de Repressão a Crimes contra o Meio Ambiente e ao Patrimônio Histórico e pela Unidade de Desvios de
    Recursos Públicos da Polícia Federal no Rio Grande do Sul.

    A operação foi batizada de Concutare, numa referência ao termo latino que significa concussão (segundo o Código Penal brasileiro: ato de exigir para si ou para outrem dinheiro ou vantagem em razão da função, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida. Os investigados, anunciou ainda a Polícia Federal, serão indiciados por “corrupção ativa e passiva, falsidade ideológica, crimes ambientais e lavagem de dinheiro, conforme a participação individual.”

    As consequências políticas da Operação Concutare foram imediatas. De Tel Aviv, onde cumpre missão oficial, o governador do Estado, Tarso Genro, anunciou o afastamento de Carlos Niedersberg. O mesmo fez o prefeito de Porto Alegre, José Fortunati.

    OPERAÇÃO MOEDA VERDE

    A Operação Concutare lembra outra operação desencadeada pela Polícia Federal também na área ambiental. Em maio de 2007, a PF desencadeou em Florianópolis a Operação Moeda Verde, que teve como alvo um esquema de venda de leis e atos administrativos de conteúdo ambiental e urbanístico em favor da construção de grandes empreendimentos imobiliários na ilha de Santa Catarina. Naquela
    época, a Justiça Federal expediu 22 mandados de prisão temporária contra políticos, empresários e funcionários públicos de Florianópolis acusados de negociar licenças ambientais. A Operação
    Moeda Verde investigou a ocorrência de crimes contra a ordem tributária, falsificação de documentos, uso de documentos falsos, formação de quadrilha, corrupção e tráfico de influência.

    O alvo inicial da Polícia Federal era um empreendimento em Jurerê Internacional, localizado no norte da ilha. A partir daí, as investigações conduziram os policiais para pelo menos outros três empreendimentos de grande porte construídos em áreas de marinha, mangues e restingas, o que é proibido pela legislação. Segundo a PF, todos tinham sido licenciados de forma irregular através de
    “vantagens devidas”, que incluíam o pagamento de valores em espécie, troca de favores entre órgãos públicos e uso de carros.

    Seis anos depois, uma operação similar sacode agora a área ambiental no Rio Grande do Sul. Será uma ótima oportunidade não só de averiguar como anda a administração pública nesta área, mas
    também de conhecer quem são as empresas dispostas a corromper funcionários públicos para “agilizar” a concessão de licenciamentos ambientais. A explosão imobiliária nas grandes cidades brasileiras costuma ser marcada por uma falta de transparência quanto aos processos de  licenciamento ambiental necessários para a autorização de obras. Em Porto Alegre, por exemplo, o aumento do número de condomínios de luxo na zona sul, em áreas próximas de morros (ou mesmo invadindo morros) e do Guaíba envolve a aprovação de muitas licenças ambientais. O mesmo se aplica à gestão ambiental nas áreas estadual e federal.

    O QUE SIGNIFICA FLEXIBILIZAR A LEGISLAÇÃO AMBIENTAL?

    Será uma boa oportunidade também para testar os argumentos dos defensores da necessidade de flexibilizar a legislação ambiental e agilizar os processos de licenciamento. Debates recentes envolvendo mudanças no Código Florestal, liberação de transgênicos, de agrotóxicos e de grandes obras são marcados por uma lógica argumentativa que, espremida, revela-se impregnada de irracionalidade. Uma impregnação que se espraia por boa parte do espectro político, reunindo direita e esquerda em torno de muitas posições.

    A argumentação utilizada por esses setores começa sempre afirmando, é claro, a importância de proteger o meio ambiente para, logo em seguida colocar um senão: não podemos ser radicais nesta
    questão, precisamos gerar renda e emprego, desenvolver o país, etc. e tal. É curioso e mesmo paradoxal que essa argumentação apele para um bom senso mítico que seria sempre o resultado de uma média matemática entre dois extremos. Você quer 2, ele quer 10, logo o bom senso nos diz para dar 6. Esse cálculo infantil pode funcionar para muitas coisas, mas certamente não serve para buscar respostas à destruição ambiental do planeta, que não cessa de aumentar.

    É curioso também, mas não paradoxal neste caso, que a argumentação utilizada pelos defensores do “desenvolvimento” seja sempre a mesma, com algumas variações. Supostamente recoberta por um bom senso capaz de conciliar desenvolvimento com proteção do meio ambiente (combinação que até hoje tem sido usada para justificar toda sorte de crimes ambientais), essa argumentação, na verdade, é atravessada por falácias e por uma irracionalidade profunda, na medida em que, em última instância, volta-se contra o futuro da própria espécie humana.

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    Fórum Suape

    VITÓRIA!!!! DECISÃO INÉDITA NO CASO MASSANGANA

    O Fórum SUAPE continua atento e acompanhando a tramitação das ações de reintegração de posse ajuizadas pela SUAPE contra os posseiros da área rural do Cabo de Santo Agostinho e de Ipojuca. 
    Em nova decisão proferida pelo egrégio Tribunal de Justiça no processo da senhora Maria Joana do Nascimento,   da lavra do eminente Relator Dr. Gabriel de Oliveira Cavalcanti Filho, a JUSTIÇA se fez soberana determinando que a SUAPE , no prazo de 10 dias, reconstrua a cerca que derrubou quando invadiu a área que se encontra subjudice.  A determinação judicial deve ser cumprida no prazo fixado,  de dez dias, sob pena de multa de R$ 1.000,00 por dia.
    Até que o recurso interposto pelas advogadas da posseira venha a  ser julgado, e que a decisão  se torne definitiva, não mais passível de recurso, a SUAPE não pode AFRONTAR A JUSTIÇA , como vem sistematicamente fazendo ao invadir as terras dos posseiros sem pagar a indenização PRÉVIA E JUSTA, como determina a Constituição Federal.
    Há um inegável interesse público, hoje, nas terras do entorno do Porto de Suape. Isso é inegável e irreversível. Mas em nome da implementação desse faraônico projeto que é o COMPLEXO INDUSTRIAL PORTUÁRIO DE SUAPE, não pode o juiz rasgar a Constituição da República e a legislação processual vigente nesse país, como vem sistematicamente  ocorrendo, diante da mais absoluta omissão do Ministério Público.
    A justa  decisão  proferida pelo eminente Relator no processo da senhora Maria Joana do Nascimento,fazendo prevalecer a dignidade da Justiça, é, infelizmente, uma exceção em face das  decisões que vêm sendo proferidas pelo TJPE ao julgar os agravos de instrumentos interpostos contra as teratológicas decisões proferidas pelo Juízo da Vara da Fazenda Pública do Cabo de Santo Agostinho nas centenas de ações de reintegração de posse manejadas pela SUAPE.
    Eis a íntegra da decisão proferida pelo eminente Relator da Apelação 279070-3 – Segunda Câmara de Direito Público  obrigando a SUAPE a reconstruir a cerca na área subjudice, possuída por Joana Maria do Nascimento :
    “PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE PERNAMBUCO 2ª Câmara de Direito Público Gabinete Desembargador Ricardo Paes Barreto Apelação cível nº 279070-3 – Comarca do Cabo de Sto. Agostinho Apelante: SUAPE – Complexo Industrial Portuário Governador Eraldo Gueiros. Apelada: Maria Joana do Nascimento Silva. DECISÃO Trata-se de petição de fls. 244/253, onde o apelante requer, com base no princípio da supremacia do interesse público, que seja autorizada a continuidade na extração de saibro na área onde não existe mais qualquer vegetação, comprometendo-se a segregar, através de cerca, nos moldes do croqui apresentado (fls. 247), para que não haja qualquer invasão na área litigiosa, passando a restringir a retirada do saibro somente no local incontroverso e já explorado. Consta dos autos, que a apelada peticionou, fls. 188/189, informando que o recorrente invadiu as terras em litígio, destruindo provas constantes da perícia do juízo e ameaçando a família da posseira, razão pela qual esta Douta relatoria, as fls. 198, determinou que o apelante se abstivesse de prosseguir com invasão do imóvel sub judice até o trânsito em julgado do presente apelo. Resposta de SUAPE, fls. 206/211, informando em momento algum ter adentrado na área objeto do presente litígio e relatando que suspendeu as atividades de retirada de saibro em virtude da decisão anteriormente mencionada. Certidão, de fls. 240/241, onde o oficial de justiça após diligenciar na área objeto da lide observa que parte da área em posse da apelada confunde-se com a área da jazida, notando que houve queimada e retirada de arvores na parte superior direita do terreno da apelada, no local onde este se limita com a jazida, encontrando-se a casa em que reside a recorrida intacta, sendo que a fonte de água que abastece o local está contaminada com barro. Feito o sucinto relato, decido. O cerne da questão em análise diz respeito à possibilidade do apelante continuar com a retirada do saibro para atender as obras do Complexo Viário e Logístico de SUAPE. Em que pese a importância e urgência da retomada da extração do saibro para o prosseguimento das obras do Complexo Viário e Logístico de SUAPE, é necessário a devida cautela para se evitar novos danos à parte apelada. Por essa razão, determino a construção da cerca nos moldes do croqui, de fls. 247, no prazo de 10 (dez) dias, sob pena de multa diária de R$ 1.000,00 (mil reais) em caso de descumprimento do prazo fixado. Após comprovada a construção da cerca, via petição e documentos fotográficos, autorizo continuação da retirada do saibro na área delimitada, que não se confunde com a área sub judice. Recife, 24 de abril de 2013 P. e I. Dr. Gabriel de Oliveira Cavalcanti Filho Relator substituto “.
    O FORUM SUAPE está – e vai continuar – atento ao trâmite das ações ajuizadas por SUAPE contra os posseiros, e viabilizará a garantia da defesa de seus direitos, representando nas instâncias competentes – CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA e CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO –  aqueles que julgarem contra lege para favorecer interesses econômicos, e aqueles que, tendo o dever legal de intervir nos processos, deixarem de fazê-lo.
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    SUAPE Trabalhadores

    CRESCIMENTO EXPULSA TRABALHADORES E TRABALHADORAS RURAIS DE SUAS TERRAS

    Amigos, o Movimento da Mulher trabalhadora Rural e Pescadora de Alagoas vem travando uma luta de muita desigualdade com a maquina do estado de alagoas e o Incra do mesmo estado. No município de Maragogi na divisa com Pernambuco com Alagoas, tem um assentamento por nome de JUNCO com 47 famílias, dessas 47 famílias 10 estão no programa do governo federal do PAA e do PNAE. Estas famílias vivem neste assentamento a aproximadamente 12 anos e agora estão sendo expulsas das suas terras , sem nenhum aviso prévio ou negociações segundo as lideranças locais, tudo isso para que nesta área, se construir um AEROPORTO de grande porte para beneficiar o porto de Suape e outros enterres do estado de Alagoas e Pernambuco , pois segundo informações existe um acordo entre os 02 estados. O movimento das trabalhadoras rurais e pescadoras e os(as) assentados e assentadas, só contam com o apoio da Actionaid e agora o movimento de Direitos humanos também esta chegando para ampliar a resistência das e dos assentados e assentadas. O Jornal GAZETE DE ALAGOAS no dia 07 de abril publicou uma pagina inteira com a noticia. Os técnicos estão marcando as casas dos e das assentadas(os) com aviãozinho nas portas e quando se pergunta o que significa aquilo eles respondem que é para os e as assentadas e assentados voarem dali, um desrespeito total para com os e as trabalhadoras e trabalhadores rurais. E o mais agravante disto tudo é que a coordenadora do MMTRP de Alagoas que mora lá em Maragogi e esta a frente da luta, esta sendo ameaçada. Precisamos DENUNCIAR mais este crime contra os DIREITOS HUMANOS dos e das Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais.

    Elizete Maria

    Centro das Mulheres de Pombos/MMTR-NE
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    Fórum Suape

    CONTATOS E APROFUNDAMENTO NA COMPARAÇÃO ENTRE O COMPLEXO DE SUAPE E AÇU

    Olá colegas membros do Fórum Suape.

    Estou fazendo contato visando estreitar relação procurando debater estudo comprativo sobre a instalação do Complexo Logístico-industrial do Suape com o Complexo Logístico-industrial do Açu, SJB, ERJ.

    Sobre o assunto já fiz algumas postagens em meu blog: http://robertomoraes.com.br.

    Já fiz várias notas aprofundando esta análise e comparação. Algumas delas:
    A nota que me refiro é esta:
    http://pedesenvolvimento.com/2011/01/05/porto-do-suape-x-porto-do-a…
    Em janeiro de 2011:
    http://www.robertomoraes.com.br/2011/01/porto-do-suape-x-porto-do-a…

    2) Março de 2011:
    http://www.robertomoraes.com.br/2011/03/porto-suape-suas-potenciali…

    3) Março de 2012:
    http://www.robertomoraes.com.br/2012/03/hyundai-no-acu-e-samsung-em…

    4) Setembro de 2012:
    http://www.robertomoraes.com.br/2012/09/porto-de-suape-em-pernambuc…

    Sou professor do IFF (Instituto Federal Fluminense) o ex-Cefet Campos.

    O meu blog não é exclusivo sobre Desenvolvimento Regional (Fluminense) mas tem um foco especial na questão econômica. Desde 2005 acompanho todas as iniciativas sobre a implantação do Complexo do Açu. Desde 2010 faço isto mais aprofundadamente também como pesquisa científica de doutorado em Políticas Públicas na UERJ com foco nas novas territorialidades fluminense a partir de projetos de grandes empreendimentos no ERJ.

    Estive no final de 2010 num eventos dos IFs (ex-Cefets) em Ipojuca. Não tive oportunidade de ir ao Porto, mas, circulei no entorno. 
    Há semelhanças e diferenças interessantes de serem aprofundadas.
    Entre 20 e 24 de maio estarei em Recife com mais três pesquisadores num Encontro Nacional de Pós Graduação em Planejamento Urbano e Regional, onde apresentarei uma pesquisa científica sobre o Complexo do Açu.
    Gostaria de saber se podemos ter contato e se teria condições nos ajudar a marcar uma visita ao Porto de Suape.
    Além disso, em temos de blog podemos estreitar contato para compartilhar conteúdo de análises comparativas e outras. O meu blog tem 8¹/² anos de implantação é uma visitação média diária na faixa dos 3,5 mil acessos.
    Agradeço retorno para o contato.
    Roberto Moraes Pessanha
    Meu e-mail: robertomoraespessanha@gmail.com
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    Desenvolvimento

    TRISTE DESENVOLVIMENTO EM PERNAMBUCO

    Por Clóvis Cavalcanti 
    Economista ecológico e pesquisador social

    A realidade do que se convencionou chamar de desenvolvimento econômico produz turbulências humanas e ecológicas que assustam. É como explica o cientista social suíço Gilbert Rist, professor em Genebra: “O ‘desenvolvimento’ consiste em uma série de práticas…que requerem – para reprodução da sociedade – transformação e destruição tanto do meio ambiente quanto de relações sociais. Seu propósito é aumentar a produção de mercadorias”. Tal ponto é reforçado pelo que proclamou um grupo de destacados pensadores, reunidos em Barcelona em março de 2010: “Uma elite internacional e uma ‘classe média global’ estão causando sofrimento ao meio ambiente através do consumo conspícuo e apropriação excessiva de recursos humanos e sociais”, com padrões de vida cuja imitação leva “a mais ruína ambiental e social…num círculo vicioso de busca de status através da acumulação de possessões materiais”.

    O progresso material sem fim, como se busca, tende a ser excludente. Não extingue a miséria. E causa dor a pessoas marginalizadas e à ecologia. É óbvio que impactos ambientais de nossas ações sempre haverá. No entanto, o que clama é a forma desprovida de anteparos éticos com que se exploram os recursos insubstituíveis da mãe Terra. Pior: fazer isso e provocar ainda tormentos infindáveis a pessoas desprivilegiadas e indefesas da sociedade. Exatamente o que se vê hoje em Pernambuco, sobretudo em Suape e no novo pólo de Goiana. No dia 5 deste mês, a propósito, Nivete Azevedo, militante do Centro das Mulheres do Cabo, enviou desesperada mensagem de e-mail (que me chegou) sobre uma ação de despejo que se realizava naquele instante no sítio de um morador de Massangana, Sr. Cláudio Manoel. De maneira violenta e sem maior amparo legal, prepostos da Empresa Suape submetiam o sitiante e familiares a vexames e humilhações. Houve reação imediata de uma advogada da comunidade, que recorreu ao Tribunal de Justiça de Pernambuco, obtendo do desembargador Gabriel de Oliveira Cavalcanti, no dia 8, a intimação da Suape para que a ação fosse suspensa.

    Situação parecida, que tem sido acompanhada de perto por pesquisadores da Fundação Joaquim Nabuco – pagos pela sociedade para ajudá-la a conceber como alcançar prosperidade genuína –, é observada no sítio de instalação da Fiat em Goiana. Realiza-se ali, neste momento, uma intervenção de vulto. Suas características levam a impactos sobre o regime hídrico e os ecossistemas da bacia fluvial local, em particular sobre estuários e manguezais. Consequentemente, sobre a atividade pesqueira e a vida dos pescadores dali. Tudo isso não foi previamente avaliado como ocorreria, antes da obra. Ora, o projeto se implanta em área de influência de uma Unidade de Conservação de Uso Sustentável (no caso, uma Resex, ou Reserva Extrativista), que, por lei, deveria ter sido consultada ainda no início do processo de licenciamento das obras. Tudo é feito às pressas, sem transparência, sem participação da sociedade. Ignora-se que ali há uma comunidade – como em Suape – que está sofrendo como se sua existência, invisível que é, não tivesse nenhum valor para os promotores do triste desenvolvimento.

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    Direitos humanos SUAPE

    ÚLTIMAS NOTÍCIAS DO CASO DO Sr. CLAUDIO MANOEL DE MASSANGANA

    Repasso informações enviadas pela advogada Dr. Conceição:

    Conforme informei anteriormente, a diligente advogada dos posseiros, Dra. Tatiana Peres Gil Rodrigues adotou as medidas processuais cabíveis para fazer garantir o direito dos seus clientes CLÁUDIO MANOEL DO NASCIMENTO e MARIA JOANA DO NASCIMENTO SILVA e para fazer prevalecer a DIGNIDADE DA JUSTIÇA. Transcrevo decisão do Excelentíssimo Senhor Desembargador Gabriel de Oliveira Cavalcanti determinando, com urgência , via oficial de justiça, a intimação da SUAPE para que esta se abstenha de prosseguir com a demolição do imóvel da senhora Joana, filha do senhor CLÁUDIO MANOEL DO NASCIMENTO.

     
    Data 08/04/2013 17:25:00
    Fase Devolução de Conclusão
    Texto PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE PERNAMBUCO 2ª Câmara de Direito Público Gabinete Desembargador Ricardo Paes Barreto Apelação cível nº 279070-3 – Comarca do Cabo de Sto. Agostinho Apelante: SUAPE – Complexo Industrial Portuário Governador Eraldo Gueiros. Apelada: Maria Joana do Nascimento Silva. DESPACHO Considerando o teor da petição de fls. 188/189 dos autos, determino, com urgência, via oficial de justiça a intimação da apelante para que esta se abstenha de prosseguir com a demolição do imóvel sub judice da ora apelada, até o trânsito em julgado do presente apelo. Cumpra-se. Recife, 08 de abril de 2013 Des. Gabriel de Oliveira Cavalcanti Relator Substituto
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    Informe

    INFORME SOBRE EMPREENDIMENTO FIAT – NA RESEX ACAUÃ-GOIANA

    Reserva Extrativista (Resex) Acaú-Goiana é unidade de conservação (UC) administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio),

    Foi criada por decreto presidencial de 26 de setembro de 2007, ocupando uma área de 6.678 hectares, e tem como principal objetivo proteger os meios de vida e garantir a utilização e a conservação dos recursos naturais renováveis tradicionalmente utilizados pela população extrativista das comunidades de Carne de Vaca, Povoação de São Lourenço, Tejucupapo, Baldo do Rio Goiana, Caaporã e Acaú e demais comunidades incidentes na área de sua abrangência.

    Informe de Tarcísio Quinamo

    Pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco. Sociólogo do meio ambiente. Coordena um projeto chamado de “Dinâmicas Ecológicas”.

    Prezados(as)

    No dia 21/3 participei, como convidado, de uma da reunião da Câmara Técnica do Conselho da Resex Acaú-Goiana, que analisa o processo de licenciamento do complexo FIAT. Na ocasião os participantes entenderam que o processo de licenciamento se apresenta de forma dúbia, não demonstrando segurança nem clareza.

    Outra questão que se observou é que o empreendimento tem dimensões e interferências interestaduais, e o licenciamento não poderia ser feito exclusivamente pelo órgão licenciador do Governo de Pernambuco, mas via órgão Federal e também com a participação do órgão licenciador do Governo da Paraíba. E, vale acrescentar, em se tratando de um empreendimento na área de influência de uma Unidade de Conservação de Uso Sustentável (a Resex, no caso), essa instância também deveria ter sido consultada ainda no início do processo de licenciamento.

    Do ponto de vista dos impactos da instalação e operação do empreendimento, muitas questões precisam ser discutidas e aprofundadas, dentre elas os impactos sociais – a exemplo dos relacionados à atração de trabalhadores da construção que serão dispensados após a conclusão das obras -; e algumas questões com rebatimento direto sobre os corpos d’água e os ecossistemas estuarinos.

    Com relação a essas últimas, vale observar que:

    – O empreendimento está sendo assentado em uma área de mais de 100 ha, que é (ou era) uma área de recarga do aquífero subterrâneo, área que está sendo impermeabilizada por processos de aterramento, compactação e revestimento;

    – O empreendimento vai gerar perto de 500 m3/dia de esgoto sanitário e de 950 m3/dia de efluente industrial, totalizando cerca de 1450 m3 de efluentes líquidos por dia. De acordo com o Estudo de Impacto Ambiental, parte desses efluentes será tratada e reutilizada e parte será encaminha à empresa de saneamento local.

    Contudo, não fica claro:

    – Qual o volume de efluentes líquidos que será encaminhado à empresa de saneamento local, que tipo de tratamento sofrerá e qual o destino final que essa empresa de saneamento dará aos efluentes;

    – Qual será o tratamento e o destino da água de drenagem que antes era infiltrada e agora correrá para os corpos d’água de superfície, carreando materiais;

    – O que será feito para se evitar outras perdas de áreas de recarga dos aquíferos subterrâneos na região, considerando os processos de supressão de cobertura vegetal e de impermeabilização associados a outros projetos produtivos, habitacionais e de infraestrutura que estão sendo implantados ou propostos para a área, considerando também que esses empreendimentos, inclusive fábricas de bebidas, serão abastecidos por águas desses aquíferos;

    – Quais os possíveis impactos dessas transformações sobre o regime hídrico e os ecossistemas da bacia, particularmente sobre os estuários e manguezais da área da Resex e, consequentemente, sobre a atividade pesqueira e a vida dos pescadores.

    Questões dessa natureza, e outras relativas ao processo de licenciamento, implantação e operação do empreendimento FIAT serão discutidas na próxima Reunião Extraordinária do Conselho da Resex Acaú-Goiana, a ser realizada no dia 19/4, a partir das 9 horas, em Goiana, no auditório da AD GOIANA ( Agencia de Desenvolvimento), ao lado da igreja do rosário dos pretos, Centro.

    Se alguém puder colaborar nessa discussão, as reuniões do Conselho são abertas aos interessados.

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