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Ambiental

MACAÍBA BRASILEIRA

A macaibeira á uma arvore típica do Nordeste Brasileiro, que gradativamente vem desaparecendo do nosso território. O seu fruto, além de ser expectorante, é um polivitamínico natural, muito bom para combater a desnutrição e revigorar a saúde das pessoas. Com a urbanização das cidades, muitas árvores de macaibeira vêm sendo derrubadas e praticamente não encontramos iniciativas de replantio da espécie. A macaíba está se tornando muito difícil de ser encontrada nas feiras livres, e se continuar a devastação, corre o risco de entrar na lista de espécies ameaçadas de extinção. Vamos preservação essa fruta genuinamente brasileira. Fernando Melo – Igarassu / PE

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Ambiental

REPERCUSSÃO DA DECISÃO DA AGÊNCIA AMBIENTAL DE PE SOBRE DENÚNCIAS

    Repercussão da decisão da Agência Ambiental de PE sobre denúncias e entrevista com pescador Nal de Gaibu em Cabo de Santo Agostinho.

    No link abaixo do meu blog do Roberto Moraes, em campos dos Goytacazes, junto ao Porto do Açu, SJB, RJ, repercuti a decisão da Agência Ambiental publicada no Diário de Pernambuco e junto postei entrevista feita do barco, em 23 de maio de 2013 com o pescador Edinaldo Rodrigues de Freitas, o Nal de 42 anos que fala dos impactos ambientais e sociais da expansão e operação do Porto de Suape.

    Confiram no link:
    http://www.robertomoraes.com.br/2013/09/agencia-ambiental-de-pernam…

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    Ambiental

    REDE BRASILEIRA DE JUSTIÇA AMBIENTAL – RBJA

    V Encontro Nacional da Rede Brasileira de Justiça Ambiental (RBJA)
    “Articulando resistências frente às injustiças ambientais do atual modelo energético”

     

    A Rede Brasileira de Justiça Ambiental realizará o seu V Encontro Nacional, na cidade de Vitória, no Espírito Santo, entre 28 e 31/08 de 2013. Diferente dos anteriores, neste Encontro a RBJA decidiu priorizar uma temática articuladora – o modelo energético – que tem mobilizado e articulado distintos sujeitos que participam da RBJA.
    Rede Brasileira de Justiça Ambiental
    A Rede Brasileira de Justiça Ambiental (RBJA) é uma articulação que reúne movimentos sociais, entidades ambientalistas, ONGs, associações de moradores, sindicatos, pesquisadores universitários e núcleos de instituições de pesquisa/ensino. Constitui-se como um fórum de discussões, de denúncias, de mobilizações estratégicas e de articulação política, com o objetivo de ampliar, fortalecer e dar visibilidade às lutas por justiça ambiental desenvolvidas por seus membros e por grupos sociais ligados às organizações que a compõem. É um espaço de identificação, organização, unificação e fortalecimento dos princípios e das lutas contra as desigualdades e injustiças ambientais no Brasil.
    Seus membros partilham da perspectiva de que o atual regime social e modelo de desenvolvimento brasileiro têm como fundamento e conseqüência principais a distribuição desigual da riqueza resultante do trabalho social, assim como dos meios – materiais e imateriais, econômicos, políticos e simbólicos – que asseguram o controle, acesso e uso dos recursos naturais. Através da experiência e lutas cotidianas, percebemos que a monopolização e conseqüente degradação das bases naturais e ambientais, assim como dos espaços coletivos de vida e trabalho acontecem predominantemente em locais onde vivem populações negras, indígenas, pobres e trabalhadoras.
    Articulados em Rede, buscamos desenvolver ações conjuntas que propiciem a circulação de informações, a troca de experiências e contribuam para gerar sujeitos coletivos e coalizões capazes de se contrapor ao processo de concentração de poder na apropriação dos recursos ambientais e de fortalecer os atores políticos que enfrentam diretamente as conseqüências disso.
    A RBJA opera como uma articulação horizontal, com uma secretaria nacional que tem como atribuição facilitar o intercâmbio de informações, potencializar a articulação dos membros e apoiar as ações coletivas da RBJA.
    Contatos:
    Secretaria Nacional da Rede Brasileira de Justiça Ambiental
    Maiana Maia
    e-mail: secretaria.rbja@gmail.com
    21 2536 7350
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    Ambiental Encontro

    EVENTO COMEMORATIVO DO DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE E ECOLOGIA

    Data: 4-5 de junho de 2013
    Local: Sala Calouste Gulbenkian, av. 17 de Agosto, 2187 – Casa Forte, Recife, PE
    Tema: Meio Ambiente e Bem-Estar Humano: a realidade do Nordeste

    Como faz anualmente, a Coordenação Geral de Estudos Ambientais e da Amazônia (CGEA), da Diretoria de Pesquisas Sociais da Fundação Joaquim Nabuco, estará promovendo uma atividade alusiva à comemoração do “Dia Mundial do Meio Ambiente e da Ecologia” de 2013. Seu propósito é levantar questões que digam respeito aos problemas e possibilidades que nossa sociedade enfrenta diante do fato de que só existe um sistema ecológico para nos servir e as pressões para usá-lo são muitas e crescentes. O evento consistirá de uma série de mesas-redondas nos dias 4 e 5 de junho do ano corrente em torno do tema: “Meio Ambiente e Bem-Estar Humano: A Realidade do Nordeste”. Os nomes convidados e confirmados para os debates, que estão abertos a todas as pessoas interessadas, constam da programação abaixo. Caberá a cada conferencista expor suas ideias e o resultado de seus trabalhos com respeito aos assuntos da pauta do evento em um tempo de 30 minutos. Em seguida às exposições das mesas, o debate será franqueado ao público. A organização da atividade conferirá certificado aos que o desejarem.

     


    Dia 4 de junho
    8h Inscrições
    8h45
    Abertura
    • Fernando José Freire: Presidente da Fundação Joaquim Nabuco
    • Luis Henrique Romani de Campos: Diretor da Diretoria de Pesquisas Sociais
    • Clóvis Cavalcanti: Coordenador da Coordenação Geral de Estudos Ambientais e da Amazonia
    9h Intervalo
    9h15
    Mesa 1: Grandes projetos de desenvolvimento: impactos ambientais e humanos
    Coordenação: Clóvis Cavalcanti
    Ligia Simonian, profa. da Universidade Federal do Pará
    José Alves Siqueira, prof. da Universidade Federal do Vale do São Francisco
    Heitor Scalambrini, prof. da Universidade Federal de Pernambuco
    Tarcísio Quinamo, pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco
    11h15 Debates
    12h15 Almoço
    14h30
    Mesa 2: A busca da felicidade: dimensões, possibilidades, relações com a base ambiental
    CoordenaçãoAlexandrina Sobreira
    Elimar Nascimento, prof. da Universidade Federal de Pernambuco
    Marcelo Filizola, prof. da Universidade Federal de Pernambuco
    Cecília Costa, prof. da Universidade Federal de Pernambuco
    Clóvis Cavalcanti, coordenador-geral da CGEA/Dipes, Fundação Joaquim Nabuco
    16h30: Debates
    18h Encerramento do dia
    Dia 5
    9h
    Mesa 3: A seca nordestina de 2012-2013: dimensões ecológicas, humanas e socioeconômicas
    Coordenação: Solange Fernandes Soares Coutinho
    José Otamar de Carvalho, consultor, ex-técnico da Sudene e Codevasf
    Geraldo Eugênio, pesquisador do Itep
    Patrice Rolando da S. Oliveira, Técnico da Agência Pernambucana de Águas e Clima
    10h30: Debates
    12h Encerramento do Evento

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      Ambiental Informe

      CONTRA O 11º LEILÃO E SEUS IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS NOS TERRITÓRIOS

      Informe repassado por, Mercedes Solá Pérez (por email)

      Contra o 11º leilão e seus impactos socioambientais nos territórios

      Nos dias 9 e 10 de maio, organizações da sociedade civil de diferentes campos (movimentos sociais, sindicatos, ONGs, ambientalistas, ecumênicas e fóruns de atingidos) estiveram reunidas no Rio de Janeiro para estudar os impactos e conflitos socioambientais da expansão petrolífera no Brasil, com foco nos blocos oferecidos na 11ª rodada de leilões de petróleo.

      Ficou evidente que, a partir do histórico da exploração petroleira no Brasil, a exploração desses blocos implica em um conjunto de riscos e impactos socioambientais graves e, em alguns casos, irreversíveis.

      Os blocos marítimos se encontram muito próximos da costa. Alguns deles, como na foz do Amazonas, se situam sobre regiões pouco estudadas, em ecossistemas e t erritórios de alta complexidade. No Nordeste, situam-se próximos à foz de importantes bacias hidrográficas. A extração de petróleo em ritmo acelerado e sem fiscalização eficiente representa um risco inaceitável de dano a esses ambientes marítimos e às populações que ali vivem.

      A perspectiva de exploração desses blocos, aliada às refinarias, dutos, portos e instalações existentes ou planejadas, agrava os impactos socioambientais fundiários e aos modos de vida das populações locais, especialmente pescadores/as tradicionais, provocados por complexos industriais portuários como os de Itaqui (MA), Suape (PE), COMPERJ (RJ) e Pecém (CE).

      Por outro lado, os blocos em terra representam outros tipos de riscos para os territórios. As áreas a serem leiloadas sobrepõem-se a ma is de 76 assentamentos de reforma agrária e territórios de quilombos, protegidos pela Constituição Federal. Isso representa um risco para os modos de vida dessas populações, que em alguns casos podem vir a ser removidas, além de uma irracionalidade do ponto de vista dos recursos públicos investidos naqueles territórios. Além disso, blocos estão sobrepostos a inúmeras áreas consideradas pelo governo como prioritárias para a conservação da biodiversidade.

      Blocos foram desenhados de forma a evitar sobreposição direta com terras indígenas e unidades de conservação, driblando a legislação e excluindo a atuação da Funai e ICMBio. Ainda assim, diversos blocos fazem limite ou estão no entorno dessas terras e causarão impactos sobre essas áreas. No caso de terras indígena s e quilombolas é necessário o cumprimento da Convenção 169 da OIT, da qual o Brasil é signatário (Decreto-Lei 5051/04), que exige a consulta prévia, livre e informada para empreendimentos que afetem os territórios dessas comunidades. Um exemplo disso é a proximidade de cerca de 150 metros entre o bloco PN-T-65 e a Terra Indígena Araribóia, no Maranhão, com presença de índios isolados.

      Além disso, não existem condições regulatórias mínimas para justificar a instalação de novos blocos. O Plano Nacional de Contingência previsto na Lei do Petróleo (Lei 9478/97), fundamental para garantir a segurança nessa indústria, sequer foi elaborado.

      O desconhecimento total das populacões locais sobre o leilão demonstra a falta de transparência em torno da polí tica energética brasileira. Não há informação nem debate público sobre os limites da expansão petroleira e a transição energética para outras fontes renováveis.

      Somamo-nos às vozes que denunciam os leilões como um amplo processo de privatização dos territórios e dos bens comuns, sob a justificativa de se gerar riqueza e “desenvolvimento”.

      Por esses motivos, SOMOS CONTRA a 11ª rodada de leilões e pela criação de territórios LIVRES de atividade petroleira.

      Forum dos Atingidos pela Indústria do Petróleo e Petroquímica nas Cercanias da Baía de Guanabara (FAPP-BG)
      Forum dos Afetados por Petróleo e Gás do Espirito Santo
      Forum Suape Espaço Socioambiental
      Forum em Defesa do Baixo Parnaíba e Lençóis Maranhenses Rede de ONGs da Mata Atlântica (RMA)
      Movimento Pró-Saneamento e Meio Ambiente da Região do Parque Araruama – São João de Meriti/RJ
      Ibase
      Fase
      Greenpeace
      Ajuda da Igreja Norueguesa (AIN)
      Fundação Luterana de Diaconia (FLD)
      Centro de Direitos Humanos de Barreirinhas/MA (CDHB)

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      Ambiental

      NO BRASIL, URBANISMO E MEIO AMBIENTE JÁ VIRARAM CASO DE POLÍCIA E NO RECIFE NÃO É DIFERENTE

      Por Noelia Brito, especial para o Blog de Jamildo

      As prisões ocorridas ontem no Sul do País, que incluíram os secretários de Meio Ambiente do Estado do Rio Grande do Sul e do Município de Porto Alegre, tanto do atual governo estadual, do petista Tarso Genro, quanto do passado, da tucana Yeda Crusius, incluiu também servidores públicos responsáveis pela concessão de licenciamentos ambientais, consultores que, na verdade, nada mais são que lobistas do esquema e vários empresários da construção civil, deixam-nos extremamente apreensivos quanto à forma como vem sendo conduzida a política ambiental e urbanística, em nosso país, pois o que se percebe é que o problema não é pontual, localizado, mas já representa uma verdadeira epidemia.

      Operação anterior da Polícia Federal já desbaratara um esquema de licenciamentos ilegais concedidos por servidores públicos, em Santa Catarina, beneficiando construtoras, na paradisíaca Praia de Jurerê Internacional.

      Em São Paulo, somente em uma única semana do mês de março deste ano, três servidores da prefeitura da Capital foram presos exigindo propinas para regularizar imóveis, por meio de investigações promovidas pela própria Controladoria Geral do Município que apurando as denúncias recebidas, investigou a evolução patrimonial dos servidores e acionou a Polícia. Lá não se prevarica. Tanto é verdade que foi por ação da Controladoria do Município de São Paulo que um dos maiores esquemas de corrupção envolvendo licenciamentos ilegais de que se tem notícias no país foi desbaratado. Falo do chamado Esquema Aref ou Máfia dos Alvarás, pelo qual o ex-Diretor da Departamento de Aprovação de Alvarás da Prefeitura de São Paulo foi desmascarado, após a Controladoria do Município receber uma carta anônima relatando que nenhuma obra era licenciada na Capital, sem que antes fosse paga propina para Husseim Aref Saad e sua quadrilha de assessores que acumularam patrimônio superior a R$ 50 milhões, tudo já bloqueado pela Justiça, a pedido do Ministério Público de São Paulo, sempre muito atuante.

      No Recife, embora as construções em áreas “non aedificandi” estejam aí, para todos verem e as construções com licenças questionáveis ou mesmo sem qualquer licença, também sejam feitas a olhos vistos, não se tem, ainda, notícias de que a Administração tenha instaurado procedimentos para investigar situações assemelhadas àquelas encontradas nas demais cidades do país, muito embora, apenas para citar um exemplo já público e notório como o das Torres da Moura Dubeux, em Casa Forte, no Parecer nº 027/2011, do Núcleo de Urbanismo e Meio Ambiente, da Secretaria de Assuntos Jurídicos da Prefeitura do Recife, haja expressa manifestação da Procuradoria, no sentido de que fosse apurada e declarada a nulidade de processos administrativos e projetos arquitetônicos por considerá-los totalmente ilegais e que, posteriormente foram, inclusive, alvo de Ação Civil Pública do Ministério Público de Pernambuco, no mesmo sentido.

      O que nos causa espécie é que apesar de a Procuradoria do Município, por seu Núcleo de Urbanismo e Meio Ambiente, que é formado por procuradores concursados, especialistas, competentes, segundo a legislação que rege as competências dos órgãos municipais, afirmar categoricamente que determinado projeto, qual seja, o referido pelo Processo nº 07.43703.3.10, que trata do remembramento de lote situado parte (40%) em ZEIS (Zona de Especial Interesse Público) e parte na ARU (Área de Reestruturação Urbana), para construção de um edifício residencial de luxo, com trinta e nove andares, é totalmente ilegal, em parecer datado de 02 de dezembro de 2011, por meio de uma cotinha de uma página e meia, datada de 18 de setembro de 2012, com o singelo argumento de que “não é razoável, após a aprovação pelas instâncias técnicas, entender pelo indeferimento do remembramento”, a ex-secretária de Assuntos Jurídicos, Virgínia Pimentel, do governo João da Costa, hoje na Prefeitura de Ipojuca, mandou dar prosseguimento ao empreendimento da Moura Dubeux.

      O mínimo que se deveria fazer era apurar as razões que levaram os “órgãos técnicos” àquelas decisões e autorizações ilegais que foram apontadas pela Procuradoria, por intermédio do Núcleo especializado e nunca, jamais, legitimar a ilegalidade, como se esses órgãos ou os seus ocupantes de oportunidade estivessem acima ou melhor seria dizer, à margem da lei e não a serviço desta. Se a Administração entende que não há o que apurar, espero que o Ministério Público pense diferente.

      Em artigo publicado na semana passada, já advertimos que pelo menos dois empreendimentos de impacto estão na mira e já são alvo de investigações da Polícia Federal, em Pernambuco, o Novo Recife, em razão de suspeitas de irregularidades no leilão para a aquisição do imóvel onde serão construídas as Torres e a Ilha do Zeca, por suspeitas de grilagem.

      Esses são apenas alguns exemplos, quiçá, a ponta de um iceberg de lama, oculto no caos de nossa cidade. Uma metrópole desordenada, de rios poluídos, de ZEIS invadidas pela especulação imobiliárias e de mangues devastados e tomados de assalto pela grilagem urbana e travestida de pós-modernidade.

      Noelia Brito é advogada e procuradora do Município do Recife

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        Ambiental

        DESMONTADA REDE FRAUDULENTA DE EMISSÃO DE LICENÇAS AMBIENTAIS NO RS

        Repassando mais informações sobre uma situação que não é exclusiva do RS, mas que pode servir de exemplo para que o licenciamento ambiental acabe se tornando o que deveria ser, e não um jogo de ingerências, pressão, subversão do interesse público, corrupção e formação de quadrilha. E se tem corruptos também tem corruptores…Tá na hora de se SACUDIR A POEIRA DOS ESQUEMAS DA ÁREA AMBIENTAL!!!

        E em Pernambuco?
        Uma (benvinda) bomba sacode a área ambiental
        Artigo publicado hoje no Sul21 (www.sul21.com.br)
        Por Marco Aurélio Weissheimer

        Ambientalistas não cansaram de denunciar nos últimos anos atropelos à legislação para acelerar a aprovação de obras e empreendimentos das mais variadas naturezas. Imaginava-se que a situação na gestão ambiental de Porto Alegre e do Estado estava cheia de problemas. Mas, se alguém dissesse que, numa determinada manha de segunda-feira, os secretários do Meio Ambiente da capital e do Estado seriam presos acusados de fraudar licenciamentos ambientais, provavelmente seria chamado de louco. Pois aconteceu. A notícia caiu como uma bomba na manhã desta segunda-feira chuvosa e cinzenta. Em uma ação conjunta com o Ministério Público Estadual, a Polícia Federal prendeu, na
        madrugada desta segunda (29), o secretário estadual do Meio Ambiente, Carlos Niedersb erg, o secretário municipal do Meio Ambiente, Luiz Fernando Záchia, e o ex-secretário do Meio Ambiente, Berfran Rosado (os nomes foram divulgados inicialmente pelo jornal /Zero Hora/, em sua edição online).

        Em nota oficial, a Polícia Federal anunciou que deflagrou a Operação Concutare com o objetivo de reprimir crimes ambientais, crimes contra a administração pública e lavagem de dinheiro. A operação, diz ainda a PF, iniciou em junho de 2012 e identificou um “grupo criminoso formado por servidores públicos, consultores ambientais e empresários”. Os investigados atuariam na “obtenção e na expedição de concessões ilegais de licenças ambientais e autorizações minerais junto aos órgãos de controle ambiental”.

        Ainda segundo a mesma nota, cerca de 150 policiais federais participam da operação para executar 29 mandados de busca e apreensão e 18 mandados de prisão temporária expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região. As ordens judiciais estão sendo cumpridas nos municípios de Porto Alegre, Taquara, Canoas, Pelotas, Caxias do Sul, Caçapava do Sul, Santa Cruz do Sul, São Luiz
        Gonzaga e também em Florianópolis. As investigações foram conduzidas pela Delegacia de Repressão a Crimes contra o Meio Ambiente e ao Patrimônio Histórico e pela Unidade de Desvios de
        Recursos Públicos da Polícia Federal no Rio Grande do Sul.

        A operação foi batizada de Concutare, numa referência ao termo latino que significa concussão (segundo o Código Penal brasileiro: ato de exigir para si ou para outrem dinheiro ou vantagem em razão da função, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida. Os investigados, anunciou ainda a Polícia Federal, serão indiciados por “corrupção ativa e passiva, falsidade ideológica, crimes ambientais e lavagem de dinheiro, conforme a participação individual.”

        As consequências políticas da Operação Concutare foram imediatas. De Tel Aviv, onde cumpre missão oficial, o governador do Estado, Tarso Genro, anunciou o afastamento de Carlos Niedersberg. O mesmo fez o prefeito de Porto Alegre, José Fortunati.

        OPERAÇÃO MOEDA VERDE

        A Operação Concutare lembra outra operação desencadeada pela Polícia Federal também na área ambiental. Em maio de 2007, a PF desencadeou em Florianópolis a Operação Moeda Verde, que teve como alvo um esquema de venda de leis e atos administrativos de conteúdo ambiental e urbanístico em favor da construção de grandes empreendimentos imobiliários na ilha de Santa Catarina. Naquela
        época, a Justiça Federal expediu 22 mandados de prisão temporária contra políticos, empresários e funcionários públicos de Florianópolis acusados de negociar licenças ambientais. A Operação
        Moeda Verde investigou a ocorrência de crimes contra a ordem tributária, falsificação de documentos, uso de documentos falsos, formação de quadrilha, corrupção e tráfico de influência.

        O alvo inicial da Polícia Federal era um empreendimento em Jurerê Internacional, localizado no norte da ilha. A partir daí, as investigações conduziram os policiais para pelo menos outros três empreendimentos de grande porte construídos em áreas de marinha, mangues e restingas, o que é proibido pela legislação. Segundo a PF, todos tinham sido licenciados de forma irregular através de
        “vantagens devidas”, que incluíam o pagamento de valores em espécie, troca de favores entre órgãos públicos e uso de carros.

        Seis anos depois, uma operação similar sacode agora a área ambiental no Rio Grande do Sul. Será uma ótima oportunidade não só de averiguar como anda a administração pública nesta área, mas
        também de conhecer quem são as empresas dispostas a corromper funcionários públicos para “agilizar” a concessão de licenciamentos ambientais. A explosão imobiliária nas grandes cidades brasileiras costuma ser marcada por uma falta de transparência quanto aos processos de  licenciamento ambiental necessários para a autorização de obras. Em Porto Alegre, por exemplo, o aumento do número de condomínios de luxo na zona sul, em áreas próximas de morros (ou mesmo invadindo morros) e do Guaíba envolve a aprovação de muitas licenças ambientais. O mesmo se aplica à gestão ambiental nas áreas estadual e federal.

        O QUE SIGNIFICA FLEXIBILIZAR A LEGISLAÇÃO AMBIENTAL?

        Será uma boa oportunidade também para testar os argumentos dos defensores da necessidade de flexibilizar a legislação ambiental e agilizar os processos de licenciamento. Debates recentes envolvendo mudanças no Código Florestal, liberação de transgênicos, de agrotóxicos e de grandes obras são marcados por uma lógica argumentativa que, espremida, revela-se impregnada de irracionalidade. Uma impregnação que se espraia por boa parte do espectro político, reunindo direita e esquerda em torno de muitas posições.

        A argumentação utilizada por esses setores começa sempre afirmando, é claro, a importância de proteger o meio ambiente para, logo em seguida colocar um senão: não podemos ser radicais nesta
        questão, precisamos gerar renda e emprego, desenvolver o país, etc. e tal. É curioso e mesmo paradoxal que essa argumentação apele para um bom senso mítico que seria sempre o resultado de uma média matemática entre dois extremos. Você quer 2, ele quer 10, logo o bom senso nos diz para dar 6. Esse cálculo infantil pode funcionar para muitas coisas, mas certamente não serve para buscar respostas à destruição ambiental do planeta, que não cessa de aumentar.

        É curioso também, mas não paradoxal neste caso, que a argumentação utilizada pelos defensores do “desenvolvimento” seja sempre a mesma, com algumas variações. Supostamente recoberta por um bom senso capaz de conciliar desenvolvimento com proteção do meio ambiente (combinação que até hoje tem sido usada para justificar toda sorte de crimes ambientais), essa argumentação, na verdade, é atravessada por falácias e por uma irracionalidade profunda, na medida em que, em última instância, volta-se contra o futuro da própria espécie humana.

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