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Desigualdade Direitos humanos Encontro Fórum Suape

NO RIO E NO MAR: PESCADORAS E PESCADORES EM LUTA POR DIREITOS E PELA VIDA

No dia 31/10/2017, pescadores e pescadoras artesanais, quilombolas e posseiros nativos da região do Cabo de Santo Agostinho e de Ipojuca realizaram um importante ato contra novas obras de dragagens que o Complexo Industrial e Portuário de Suape – CIPS planeja realizar. As obras consistem no alargamento e aprofundamento do canal de navegação do Estaleiro Vard Promar, a fim de viabilizar o acesso de navios petroleiros e de minério, mas para as comunidades pescadoras artesanais da região, trata-se de mais uma grande ameaça a seus territórios de pesca. A concentração deu-se às 7h da manhã na Praia de Suape, de onde as/os pescadoras/es saíram em “barqueata”, entoando em uma só voz “no rio e no mar: pescadores em luta!”. Os barcos se dirigiram à Ilha de Cocaia (onde a empresa planeja depositar os sedimentos provenientes das obras). 
Quando a barqueata aportou na Ilha de Cocaia por volta das 9h30, algo que imediatamente chamou a atenção de todos/as foi o forte cheiro de óleo e o fato de que a areia estava impregnada do combustível diesel que será utilizado nos caminhões encarregados de fazer o transporte dos sedimentos pela ilha, revelando mais uma face do constante descuido com as questões ambientais por parte da empresa, que sequer é capaz de fazer uma contenção eficiente para o óleo, que vazava aos montes e já chegava ao mar. 
O atos das/os pescadoras/as teve o intuito de barrar as obras de dragagem no canal de navegação do Estaleiro, comunicadas pela empresa somente 11 dias antes da data prevista para o início das obras, numa reunião convocada às pressas com uma pequena comissão de pescadores/as. As/os pescadores reivindicam um debate amplo com toda a comunidade pesqueira e um estudo minucioso dos impactos das obras sobre a vida das comunidades tradicionais que dependem daquele ecossistema para sobreviver. Estudos dessa natureza são algo que Suape sempre negligenciou em todas as suas atividades. Esquecidas, para Suape é como se essas comunidades sequer existissem. 
A notícia de novas obras de dragagem surge quase que exatamente um ano após o Complexo Industrial Portuário de Suape ter sido condenado pela Justiça Federal pelos danos socioambientais decorrentes de atividades de dragagem e de derrocagem executadas entre os anos de 2008 e 2013. Na ocasião, foi imposta à empresa pública a execução de uma série de medidas para remediar tais danos, cujo cumprimento até o momento não foi comprovado. Percebe-se, portanto, a postura de escárnio por parte da empresa pública do estado de Pernambuco para com as comunidades pescadoras, as leis e o próprio Judiciário. 
As novas dragagens incidirão no que restou de território pesqueiro próximo à Ilha de Tatuoca, região que foi quase completamente destruída para a instalação do Estaleiro Vard Promar no ano de 2013. Àquela época, quando o mangue da Ilha de Tatuoca foi inicialmente dragado para a abertura do canal de navegação, as/os pescadores/as ficaram mais de 1 (um) ano sem conseguir pescar no local. A lama decorrente da dragagem matou inúmeras espécies de animais que viviam nos manguezais; restou apenas um cheiro intenso de morte e putrefação. Além disso, toda a movimentação sedimentológica e a falta de controle sobre os resíduos decorrentes do processo de dragagem tem provocado o adoecimento (coceiras, ferimentos na pele, problemas ginecológicos) das/os profissionais da pesca, principalmente marisqueiras, que trabalham na região. 
“Isso aqui tudo era mangue” foi uma das falas que mais se ouviu, durante o ato público, de pescadores e pescadoras, que fitavam com tristeza seu antigo território pesqueiro, hoje em parte destruído e que agora Suape quer destruir ainda mais. O local é um dos poucos que ainda abrigam guaiamuns, espécie protegida pela Portaria do MMA n.º 445/2014, por estar em extinção. As dragagens na área próxima à Ilha de Tatuoca, bem como o depósito de sedimentos na Ilha de Cocaia, vão destruir mais uma vez os mangues e os territórios pesqueiros de mariscagem, que Suape insiste em negar que existam. 
Laílson, Vice-Presidente da Colônia Z-08, chamou ainda a atenção para o fato de que os sedimentos removidos do fundo acarretarão o soterramento de áreas rochosas, onde se formam substratos orgânicos fundamentais para reprodução de lagostas e outras espécies marinhas. 
Somente por volta do meio-dia, após horas de exposição ao sol e à chuva, os/as pescadores/as puderam contar com a presença de representantes do CIP-Suape no local. Com respostas vagas e incongruentes às reivindicações apresentadas, os representantes da empresa tentaram minimizar os impactos futuros e os já produzidos. No entanto, diante da posição firme e incisiva das/os pescadoras/es, a empresa se viu obrigada a recuar, a suspender, por ora, o início das novas dragagens e a abrir um diálogo transparente e mediado pelo Ministério Público Federal com as comunidades atingidas.
A suspensão das obras, mesmo que momentânea, e a abertura de um diálogo mediado pelo MPF é uma significativa vitória da mobilização popular. As/os pecadoras/es seguem firmes nessa caminhada. A luta é pela preservação do meio ambiente, por respeito para com as populações tradicionais da região e pelo fim da invisibilização historicamente promovida por Suape contra as comunidades locais. As comunidades atingidas pelo CIPS não são invisíveis. Elas existem, são fortes e exigem seus direitos!
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Direitos humanos Encontro Fórum Suape Informe

15º COLÓQUIO INTERNACIONAL DE DIREITOS HUMANOS DA CONECTAS

O Fórum Suape esteve representado no 15º Colóquio Internacional de Direitos Humanos, em São Paulo, de 1 a 6 de outubro, do qual participaram representantes de organizações não-governamentais, ativistas de diferentes movimentos e agentes de transformação social reunidos para uma reflexão coletiva sobre o nosso papel no atual e desafiador contexto global que tem seriamente ameaçado direitos e liberdades. Além de facilitar a partilha de como temos resistido aos retrocessos em todo o mundo, o 15º Colóquio também serviu como um espaço para repensar as estratégias adotadas pelo movimento de direitos humanos e expandir as alianças para enfrentar os desafios impostos por esta onda conservadora.
O 15º Colóquio foi organizado pelo Fórum Ásia (Tailândia), Centro de Direitos Humanos da Universidade de Pretória (África do Sul), Dejusticia (Colômbia) e Conectas Direitos Humanos (Brasil). A assessora jurídica do Fórum Suape, Luisa Duque participou do Colóquio. Uma das atividades da programação foi a “Feira de Direitos Humanos” onde ocorreram o compartilhamento de projetos, campanhas e/ou ações de advocacy das organizações participantes. 
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Direitos humanos Violações

QUILOMBOLAS EM DEFESA DO TERRITÓRIO E DO DECRETO 4887/03

Uma audiência pública foi realizada no dia 19 de junho, no Ministério Público Federal para debater sobre os direitos territoriais das comunidades quilombolas e o Decreto 4887/03, que estipula os procedimentos para a titulação dos territórios quilombolas no Brasil. No dia seguinte, outra audiência pública aconteceu na Assembleia Legislativa de Pernambuco para tratar da mesma questão, em ambas participaram organizações da sociedade civil e muitos representantes quilombolas.
Todo esse esforço, porque a constitucionalidade do Decreto está sob ameaça. Estava pautado para o dia 21/06/2017, no Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5), sediado em Recife, o julgamento que decidiria sobre sua constitucionalidade ou não. O julgamento foi adiado, mas caso o TRF5 julgue que o Decreto é inconstitucional, todas as comunidades quilombolas que se encontram sob sua área de abrangência poderão ter seus processos de titulação que tramitam no INCRA paralisados por tempo indeterminado. Por outro lado, se o TRF5 julgar que o Decreto é constitucional a política quilombola de titulação será fortalecida, fazendo-se justiça à história de lutas e conquistas dos quilombolas.
O decreto 4.887/03 regulamenta o procedimento de regularização fundiária dos territórios das comunidades quilombolas. Em Pernambuco, uma articulação das comunidades quilombolas atua em defesa da permanência do Decreto. Recentemente, uma das comunidades afetadas por Suape se autoreconheceu como quilombola, a comunidade do Engenho Mercês. O Quilombo de Mercês tem participado ativamente dessa articulação, buscando tratar dessa ameaça junto à Procuradoria Regional da República. Outra comunidade quilombola afetada por Suape e que também está na luta é a comunidade Onze Negras, que fica no Cabo de Santo Agostinho.
É HORA DE MOBILIZAÇÃO! QUILOMBOLAS NA LUTA POR SEUS TERRITÓRIOS TRADICIONAIS! #SomosTodas/osAcauã #Decreto4887/03Fica
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Democratização Desigualdade Direitos humanos Fórum Suape

O direito à informação é fundamental no controle popular do Estado

O direito à informação é a pedra fundamental da transparência administrativa e medida de controle popular do Estado e tem sua gênesis na Declaração Francesa de 1789 e na Declaração Universal dos Direitos do Homem de 1948.
A circulação de informações ambientais de qualidade é um dos pressupostos para o desenvolvimento sustentável e democrático de um país. Um público bem-informado é um sine qua non para a participação democrática, como o filósofo pragmatista, John Dewey insistiu. Para ele, a disseminação da informação, incluindo a informação científica, é essencial para a construção da democracia.
“A menos que (os resultados de investigação) sejam lidos, não podem afetar de forma séria o pensamento e a ação de membros do público; restringem-se aos nichos retirados das bibliotecas, e são estudados e compreendidos somente por poucos intelectuais. (…) Uma apresentação técnica e erudita teria apelo somente aos tecnicamente intelectuais; não seria notícia para as massas” (DEWEY, 1956, p.183).
O progresso desenfreado disseminou uma falsa idéia de que os ecossistemas poderiam sustentar indiscriminadamente o crescimento econômico e que seriam capazes de se recuperar de todas as agressões provocadas pela produção ilimitada de bens. Desse modo, prevaleceu em nossa sociedade uma massificação da informação direcionada ao consumo, mais voltada para o lucro do que para a preservação ambiental, deixando em segundo plano questões essenciais como a qualidade de vida, a saúde e o bem estar geral. Consumir primeiro, para depois cuidar da natureza, tornou-se uma regra despercebidamente aceita e seguida no mundo moderno. Sem dúvida, a transição das civilizações agrárias para a civilização industrial, sob a égide do capital, representou uma das principais rupturas para a alteração da relação homem-Natureza, na re-dinamização ou re-criação do mundo, inaugurando uma nova postura das sociedades com o meio planetário. O projeto moderno de dominação da natureza converteu os recursos ambientais em mercadoria última e a indústria passou a ser o instrumento potencializador do homem sobre as forças naturais. Em conseqüência, as ameaças desse novo modelo levam a humanidade a uma sociedade de risco e a sobrevivência do ser humano, como espécie, está posta progressivamente em tênue equilíbrio e irá depender de um esforço conjunto de toda coletividade no sentido da superação do atual estágio.
Desse modo, o direito de acesso a informação socioambiental funciona como fermento do desenvolvimento sustentável e fonte de afirmação de valores, desempenhando importante papel no equacionamento da política ambiental, em que os cidadãos possam obter “melhores condições de atuar sobre a sociedade, de articular mais eficazmente desejos e idéias e de tomar parte nas decisões que lhe dizem respeito diariamente”.
A visibilidade é um dos traços do Estado democrático e o direito à informação consagra o princípio constitucional e administrativo da publicidade. Infere-se, portanto, que não há como prevenir danos causados por empreendimentos ambientais se não se tem conhecimento sobre as atividades que estão sendo realizadas ou controladas pela Administração, daí a importância de tornar públicas as informações. O princípio da publicidade contrapõe-se à teoria do poder absoluto, pois se pauta no desempenho da atividade estatal ante os olhares dos espectadores. O que é público deve estar aberto a todos ou a muitos “para ser visto, ouvido ou comentado; o que é privado, ao contrário, é o que está escondido da vista, o que é dito ou feito na privacidade ou em segredo de pessoas”.
A informação deve ser uma busca permanente de toda a sociedade, já que não é possível construir uma consciência cidadã por meio de omissões ou meias verdades, sobretudo quando uma garantia se reveste de um direito difuso, ou seja, quando alcança um número indeterminado de pessoas como é o caso de questões que envolvem o meio ambiente.
Assim, todo esforço para a correta utilização de um meio ambiente saudável e sustentável depende muito do grau de conhecimento que um povo tem sobre o ambiente em que vive, e não há conhecimento sem informação.
Por Vilmar Sidnei Demamam Berna*, no RECOs. 09/04/2017
Fonte: Racismo Ambiental
*Escritor e jornalista, fundou a Rebia – Rede Brasileira de Informação Ambiental (rebia.org.br), e edita deste janeiro de 1996 a Revista do Meio Ambiente (que substituiu o Jornal do Meio Ambiente), e o Portal do Meio Ambiente (portaldomeioambiente.org.br). Em 1999, recebeu no Japão o Prêmio Global 500 da ONU para o meio ambiente e, em 2003, o Prêmio Verde das Américas.
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Cabo de Santo Agostinho Direitos humanos

DIA INTERNACIONAL DA MULHER: CENTRO DAS MULHERES DO CABO PROMOVE DIVERSAS ATIVIDADES

O Movimento de Mulheres do Cabo de Santo Agostinho, apoiando uma mobilização internacional, realizou a Caminhada das Mulheres Cabenses no dia 7 de março, com a concentração na Praça do Jacaré, centro. O evento reuniu mais de mil cabenses que lotaram as principais ruas da cidade e contou com a parceria da Secretaria da Mulher. O ato teve como principais pautas: Parada das Mulheres nos Espaços de Produção, Reforma da Previdência, Violência Contra Mulher, Saúde e Enfrentamento ao Racismo.
O encerramento da caminhada ocorreu no Centro Administrativo Municipal (CAM), onde foi entregue ao prefeito Lula Cabral uma Plataforma de Políticas Públicas com diversas reivindicações do Movimento de Mulheres. No dia 8 de março, uma caravana de cabenses se reuniu a outras mulheres do estado de Pernambuco para reivindicar as bandeiras de lutas na grande caminhada do Recife. Vejam na página seguinte as atividades desenvolvidas pelo Centro das Mulheres do Cabo, entidade parceira e integrante da coordenação do Fórum Suape, por ocasião do Dia Internacional da Mulher. 
Rodas de Diálogo 
As técnicas do Centro das Mulheres do Cabo realizaram diversas palestras nas escolas da rede estadual e nas comunidades de Jussaral, Charneca, Ponte dos Carvalhos, Cohab, Pontezinha, Praias entre outras, sobre a importância do 8 de Março, com o foco no fortalecimento das políticas de gênero e enfrentamento da violência. 
Leilão Beneficente
Quinteto Violado, Flor do Mandacaru, Luca de Melo, Gustavo Travassos, comunicadores e demais personalidades dos segmentos religiosos, artístico e empresarial participaram do Aulão de Pintura “Homens pelo Fim da Violência Contra a Mulher”, cujas obras foram leiloadas para a Campanha Cidade Segura para as Mulheres, que aconteceu no dia 23/03, no Shopping Costa Dourada. O Aulão foi facilitado pelo artista plástico Luzarcus, que é parceiro do CMC, na causa pelo

enfrentamento da violência de gênero. Na ocasião, foi comemorado o aniversário dos 33 anos do Centro das Mulheres do Cabo, que é uma das organizações pioneiras em defesa dos direitos das mulheres vítimas de violência em Pernambuco. 

Grafitagem 
Ainda dentro das comemorações do mês da mulher, no dia 6 de março o muro do Centro das Mulheres foi grafitado por jovens do Fórum de Juventudes do Cabo (Fojuca) e convidados(as). A arte foi baseada nos retrocessos do atual governo que tem afetado as mulheres no tocante a Reforma da Previdência Social, Violência Contra Mulher, Saúde e o Enfrentamento ao Racismo. (Colaboração: Rafael Negrão/CMC).
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Direitos humanos SUAPE Violações

VIOLÊNCIA CONTRA MORADORES EM SUAPE TEM NOME

Lugar comum, e que tem sido uma constante no território do Complexo Industrial Portuário de Suape (CIPS) é a violência reinante.

A violência praticada pela empresa CIPS de economia mista, que tem o governo do Estado como acionista majoritário, se apresenta de diferentes formas. São inúmeras as narrativas dos moradores sobre a violência cometida contra o meio ambiente, com o desmatamento em larga escala dos manguezais, resquícios de Mata Atlântica e restinga; o envenenamento de árvores frutíferas que servem como geração de renda para os moradores que vendem seus frutos (denunciado pelo Fórum Suape à Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade/CPRH, sem que providências fossem tomadas), e a poluição causada por diversas empresas que despejam seus efluentes tóxicos diretamente nos pequenos canais, riachos que banham toda aquela região.
Outro tipo de violência praticada é aquela que acontece no cotidiano dos seus moradores, a violência praticada pelo que os moradores denominam de “milícias de Suape”. Conforme denúncias recebidas são vigilantes armados terceirizados contratados pela empresa de Suape e funcionários da Diretoria de Gestão Fundiária e Patrimônio que causam e provocam terror contra os moradores. Denúncias aos órgãos competentes não faltam, mas nada é feito (para saber mais acesse http://forumsuape.ning.com/video). Mais recentemente duas audiências públicas promovidas pela Comissão de Cidadania, Direitos Humanos e Participação Popular da Assembléia Legislativa de Pernambuco, realizadas no Auditório da Câmara de Vereadores do Cabo de Santo Agostinho, em 9/9/2015 e em 1/12/2015, abordaram o tema da violência praticada pela empresa. Ficou evidente nas inúmeras denúncias que esta violência física, psicológica, que assedia os moradores, parte da Diretoria de Gestão Fundiária e Patrimônio da empresa CIPS, e seu executor é o funcionário da empresa ROMERO CORREIA DA FONSECA.
Diante das inúmeras e infrutíferas denúncias feitas aos órgãos competentes, poderes executivos, legislativos, judiciário, Ministério Público, e à sociedade pernambucana, o Fórum Suape não se cala nem se calará. E mais uma vez denuncia a omissão dos governantes e dos órgãos responsáveis sobre as violações dos direitos humanos destas populações que sofrem no seu dia a dia a ação de verdadeiros foras da lei. 
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Direitos humanos SUAPE Violações

O ESTADO É O MAIOR VIOLADOR DE DIREITOS DA POPULAÇÃO. MORADIA É DIREITO.

Vinte mil famílias estão na incerteza Estado entregou 300 escrituras à comunidade do Passarinho

 Marcílio Albuquerque, da Folha de Pernambuco – 29 de junho de 2016


Comunidade ocupa área equivalente a 33 campos de futebol e sofre com a falta de saúde, educação e segurança.

A espera continua para as mais de 20 mil famílias que vivem na comunidade do Passarinho, na Zona Norte do Recife. Ocupando uma área equivalente a 33 campos de futebol e amargando a falta de serviços como saúde, educação e segurança, os moradores vivem a indefinição sobre o futuro. O documento que comprova a propriedade da terra chegou para apenas 300 endereços, beneficiados com a concessão de escrituras. O número representa menos de 2% daquela população, que afirma ter chegado ao local há mais de 30 anos.

A batalha judicial já se estende desde 2007, tendo a iniciativa privada como principal interessada em reaver o espaço. De acordo com o Estado, não há prazo para resolver a situação.

“A sensação é de que toda a nossa luta foi empurrada para debaixo do tapete”, criticou o líder comunitário Edvaldo Luiz. Segundo ele, a promessa estabelecida aos habitantes incluía a implantação de projetos de urbanização e regularização fundiária para todas as unidades. Ao contrário do previsto, afirma Edvaldo, a entrega feita agora não representa uma primeira etapa. “As áreas têm diferentes titularidades e não existe qualquer calendário para as demais.” O prazo para que uma proposta consiga sair do papel expira em novembro deste ano.

A queda de braço na área, batizada de Granja Esperança, foi ampliada quando a Justiça expediu um mandado de reintegração do terreno, em nome da Indústria Pré-moldados do Nordeste, que mantém atividade no terreno de 33 hectares. O valor estimado pelo espaço jamais foi esclarecido. O Ministério Público pediu mais tempo para decidir o destino dos moradores. A decisão então foi suspensa pelo juiz José Florentino Mendonça, à época à frente do caso. Diante da repercussão, um decreto, assinado pelo então governador João Lyra Neto, transformou a área em uma Zona Especial de Interesse Social (Zeis), definindo que um projeto fosse construído em até dois anos. O cenário não se concretizou.

Dificuldades
Para quem caminha nas ladeiras e vielas de terra batida da Vila Esperança, o termo invasão parece incomodar. A ideia é de um bairro desassistido. “Não temos outro lugar para morar. Somos vítimas de um jogo de empurra, faltando vontade de resolver o problema”, disse a dona de casa Iara Silvestre, 47 anos. Por lá, o esgoto corre a céu aberto, falta transporte satisfatório e também postos de saúde para suprir a demanda. Para assistir às aulas na única escola da região, as crianças enfrentam um longo caminho. A insegurança também é um dos fatores que preocupam.

Paliativos
A entrega das escrituras definitivas, promovida na noite de ontem, faz parte do programa Meu Imóvel Legal, dirigido pela Pernambuco Participações e Investimentos S/A (Perpart), que responde pela área. O encontro contou com a presença do governador Paulo Câmara. De acordo com o gerente de Regularização Imobiliária, Celso Severo, não existe posição sobre as demais famílias da área. A Cehab e a Secretaria Estadual de Habitação não se manifestaram sobre o caso.

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Direitos humanos SUAPE Violações

VIOLAÇÕES DE DIREITOS EM SUAPE É DENUNCIADO EM WASHINGTON-DC

Violações de Direitos em Suape é denunciada em Audiência da Comissão
Interamericana de Direitos Humanos, em Washington-DC

A situação de violência e violações de direitos humanos cometidas por Suape contra  trabalhadores rurais que vivem no território ocupado pelo Complexo Portuário foi discutida em audiência na Comissão Interamericana de Direitos Humanos. O evento ocorreu na quarta-feira, dia 21 de outubro, na cidade de Washington-DC, EUA.
O Fórum Suape Espaço Socioambiental, juntamente com outras entidades de defesa dos Direitos Humanos, assinou um requerimento de audiência para a Comissão Interamericana de Direitos Humanos. O Fórum participou do encontro para expor os abusos e violações cometidas pela Empresa SUAPE na administração do Complexo Portuário, enfatizando ainda que o Estado não garante a proteção adequada para quem trabalha em prol das vítimas das violências por ela cometidas.
A audiência teve abordagem específica nas violações de direitos humanos cometidas por empresas e as falhas dos estados da região (América Latina e Central) em garantir a proteção dos defensores de direitos humanos que se levantam contra 
os abusos cometidos por tais empresas.
Além da audiência, ocorreram diversas reuniões do dia 18 ao dia 21 de outubro último. Nesses encontros buscou-se expor a situação vivenciada no Complexo Industrial Portuário de Suape (CIPS), inclusive em encontros com o relator especial da ONU sobre defensores e defensoras de Direitos Humanos (DH), Departamento de Estado Norte-americano e diversas ONGs internacionais que tratam sobre a temática de DH.
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Direitos humanos SUAPE Violações

COMPLEXO SUAPE É DENUNCIADO POR CORRUPÇÃO E VIOLAÇÃO DE DIREITOS

Complexo Industrial Portuário de Suape PE é denunciado por corrupção e violações de direitos humanos.
O território de 13.500 hectares onde se localiza o Complexo Industrial Portuário de Suape (CIPS), situado a apenas 40 km da capital Recife, no litoral pernambucano é uma das áreas mais valorizadas no Estado, e onde ocorrem violentos atentados aos direitos fundamentais das populações que ali vivem, submetidas a constantes e graves injustiças sociais e ambientais.
Pescadores, agricultores familiares, trabalhadores, mais de 25 mil pessoas, são submetidas a toda ordem de violência, de expulsões truculentas comandadas pela empresa Suape do governo do Estado que administra o CIPS.
Têm sido em vão as várias denúncias efetuadas pela sociedade civil, cidadãos afetados, comunidades locais e organizações não governamentais encaminhadas às instituições governamentais e órgãos públicos, que, em tese, deveriam proteger os interesses e bem estar das populações violentadas em seus direitos fundamentais, garantidos constitucionalmente.
Mais recentemente, em 10 de novembro de 2014 uma centena de moradores, juntamente com as entidades que fazem parte do Fórum Suape-Espaço Socioambiental (Action Aid, Centro de Mulheres do Cabo, Comissão Pastoral da Terra-CPT, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra-MST) estiveram com o DR. Pedro Henrique Reynaldo Alves, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional de Pernambuco requerendo providências da OAB diante da natureza e da gravidade dos fatos denunciados. Naquela ocasião, os moradores relataram as violências sofridas e as contínuas agressões praticadas pelo CIPS através de uma milícia armada, que a sua diretoria de Gestão Fundiária e Patrimônio, denomina, eufemisticamente, “fiscalização de campo”, tudo com o aval do Estado. A exemplo: expulsões indevidas de suas moradias; coerções; destruição de suas fontes de água; contaminação ambiental; destruição de suas hortas e pequenas plantações de subsistência; indução para aceitarem indenizações e compensações financeiras irrisórias relativas às suas perdas, falsas promessas de virem a ser contemplados com a propriedade de imóveis nos projetos habitacionais NOVA TATUOCA e VILA CLAUDETE.
Na sequência, em  maio de 2015, a advogada dos posseiros e membro do Fórum Suape  reafirmou as gravíssimas denúncias públicas em um blog local.  Tais denúncias estão amparadas em evidências e diversos documentos oficiais. O Fórum Suape Espaço Socioambiental e seus membros apoiam integralmente essas denúncias.
As irregularidades envolvem transações imobiliárias na região, práticas de abuso econômico, corrupção, existência de tráfico de influência no poder judiciário de Pernambuco, omissão do Ministério Público, esquemas de simulação de processos judiciais para desvios de recursos públicos da empresa Suape, violação de direitos fundamentais.
Não houve nenhuma repercussão diante de tão graves denuncias envolvendo os poderes constituídos (Judiciário e Executivo), sequer um pronunciamento da Empresa Suape, ou do Tribunal de Justiça do Estado do Estado de Pernambuco, a despeito dos graves fatos denunciados.
Diante das circunstancias e interesses envolvidos, o Fórum Suape e seus membros estão extremamente preocupados com a inércia dos órgãos públicos competentes em relação as ações urgentes que requerem tais denúncias. Também se preocupam com a integridade física da advogada Dra. Conceição Lacerda que, há uma semana teve seu domicilio violado e sua residência espionada por indivíduos diretamente ligados à segurança de Suape utilizando veículo da Empresa, que circulou em plena luz do dia,  com evidente intenção de intimidar e coagir a advogada denunciante.
Diante dos fatos descritos, e mais detalhados no portal do Fórum Suape (www.forumsuape.ning.com), solicitamos:
Ampla atenção e divulgação pelos meios de comunicação;
Posicionamento e apoio da comunidade internacional e organizações nacionais que trabalham com questões de direitos humanos, justiça socioambiental e defesa da democracia.
Posicionamento dos órgãos públicos diante das denúncias, com providências cabíveis e imediatas.
Providências penais contra o assédio moral e ameaças perpetradas contra a advogada Dra. Conceição Lacerda. Bem como a responsabilização da Empresa Suape pelo crime de violação de domicílio da advogada.
Providências penais e imediata cessação das ações de coerção e violência contra comunidades das áreas rurais  do entorno da área industrial e portuária de SUAPE, sejam eles pescadores e/ou agricultores.
A quem possa interessar eis os contatos:
Forum Suape: Heitor Scalambrini (81-9964 4366) e Rafaela Nicola (19 – 99822 0204)
CPT: Plácido (81- 9774 5520)
Centro das Mulheres do Cabo: Nivete (81- 98794 6153)
Action Aid: Daiana  (81- 8919 7048)
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Convite Direitos humanos Fórum Suape

CONVITE: SEMINÁRIO CONFLITOS E RESISTÊNCIA

Ao Fórum Suape,
 O Comitê Popular da Copa de Pernambuco com apoio do Fundo Brasil de Direitos Humanos gostaria de convidá-las(os) para o Seminário “Conflitos Urbanos na Metrópole e Resistência Popular pelo Direito à Cidade” a ser realizado dia 12 de dezembro em Recife e para a capacitação “Monitorando Conflitos Urbanos: concepção, metodologia e acordos para monitoramento de conflitos urbanos na Região Metropolitana do Recife” dia 13 de dezembro de 2014, ambos a serem realizados na Faculdade de Direito do Recife, Praça Machado de Assis, s/n, Boa Vista.
O evento ocorrerá na Faculdade de Direito do Recife às 14h e contará com a presença do Prof. Dr. Carlos Vainer (IPPUR/UFRJ), um dos principais urbanistas do país e coordenador do Observatório dos Conflitos Urbanos do Rio de Janeiro. Além de desenvolver uma das principais referências no campo do mapeamento dos conflitos urbanos, o Observatório também assessorou a construção do Plano Popular da Vila Autódromo. O Plano conquistou o prêmio internacional Urban Age Award, que premia iniciativas criativas para as cidades em todo o mundo.
Além da presença do urbanista, o evento será um momento importante para discutir as violações do direito à cidade na Região Metropolitana do Recife e contará com os relatos de diversas experiências de resistência que vem mobilizando o cenário político das mobilizações populares no contexto local, nacional e internacional.
A proposta é que, além de visibilizar esses processos de transformação urbana, o evento contribua para a estruturação de uma proposta de mapeamento desses conflitos que permita o monitoramento e a produção de informações sobre eles, mas também permita a incidência política para a prevenção e/ou reparação de direitos violados. Para isso, julgamos que a presença de vocês é fundamental.
 Segue abaixo cartaz e programação do evento:

SEMINÁRIO: “CONFLITOS URBANOS NA METRÓPOLE E RESISTÊNCIAPOPULAR PELO DIREITO À CIDADE”
 Dia 12/12, sexta-feira.
 LOCAL: Faculdade de Direito (centro da Cidade)
 Coord: Rep. Comitê Popular da Copa
 14 h – Depoimentos de abertura sobre conflitos urbanos na Metrópole (até 10 minutos cada):
 Loteamento São Francisco
  • Coque (R)Existe
  • Ocupe Estelita e DU
  • Fórum de Mulheres PE
  • Fórum SUAPE
  • FERU
  • SINTRACI
 Conferencista e debatedor: Dr. Carlos Vainer (IPPUR/ETTERN)
 DEBATE
 18 h – ENCERRAMENTO
 Dia 13/12, sábado.
 CAPACITAÇAO “MONITORANDO CONFLITOS URBANOS: concepção, metodologia e acordos para monitoramento de conflitos urbanos na Região Metropolitana do Recife”
 LOCAL: Faculdade de Direito do Recife
 09h – Abertura, apresentação, objetivos da capacitação.
 09h30 – Apresentação do Observatório dos Conflitos Urbanos, por Carlos Vainer e Breno Câmara (concepção, metodologia do mapeamento, caráter e agenda da rede nacional e internacional de pesquisa, planejamento conflitual urbano, parcerias, dentre outros).
 12h – Almoço
 13h30 – Acordos e agendas de continuidade da iniciativa no Recife.
 15h – Encerramento.
    Atenciosamente,
  Comitê Popular da Copa de Pernambuco
 Contatos
Evanildo Barbosa
Rudrigo Rafael
Eugênia Lima
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