Atualmente estão em anda- mento obras de dragagem no canal de acesso ao Estaleiro Promar, para aprofundamento do seu leito de 6 metros para 9 metros. Antes do início das obras, pescadores e pescadoras fizeram uma barqueata no dia 31 de outubro de 2017, em protesto contra a falta de transparência da empresa e contra a invisibilização a que historicamente foram submetidos, ao não serem considerados nos estudos de impacto.
Tais obras sequer foram finalizadas, e, no entanto, em dezembro de 2018 já foram anunciadas novas dragagens para 2019, que têm como objetivo aprofundar ainda mais o mesmo canal, a fim de atingir uma profundidade de até 11 metros.
As dragagens são obras de engenharia que consistem na remoção de grande quantidade de solo marinho. Elas acarretam graves danos ao ecossistema, na medida em que implicam a destruição de habitats, trazendo, por consequência, sérios impactos sobre a biodiversidade e a pesca artesanal.
Mesmo condenada pela Justiça Federal em 2016 e 2018, e ainda sem ter cumprido as medidas impostas de reparação, compensação e minimização dos danos, SUAPE continua negligenciando a população de pescadores e pescadoras que dependem do ambiente estuarino e que foram profundamente prejudicadas pelas atividades de dragagem anteriores.
Em face da notícia das futuras dragagens, os pescadores requisitaram a SUAPE uma reunião na sede da Colônia Z-8, a fim de que as informações acerca das futuras obras fossem repassadas para a comunidade pesqueira, pois, por lei, SUAPE é obrigada a consultar previamente e de forma ampla a comunidade que será atingida por suas atividades. A reunião ocorreu no dia 25 de fevereiro de 2019, e, no entanto, nada foi dito a respeito das medidas de compensação, mitigação e reparação que deveriam ser dirigidas à população que utiliza a área estuarina para pescar e que será diretamente atingida pelas obras.