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Engenho Ipojuca SUAPE

RETOMADA DE ENGENHO REVELA INJUSTIÇAS DA POLÍTICA FUNDIÁRIA DE SUAPE

Moradores de Tabatinga têm suas casas e plantações destruídas por funcionários de SUAPE.

O Engenho Tabatinga, no município de Ipojuca, vem sendo palco de um intenso conflito fundiário entre famílias agricultoras (integrantes do movimento de luta pela terra Via do Trabalho) e a empresa pública SUAPE, que administra o Complexo Industrial e Portuário de Suape (CIPS).

Essa história tem início por volta de cinco anos atrás, quando as famílias que residiam em Tabatinga e em outros engenhos próximos, que formavam a Fazenda dos Trabalhadores (como Penderama, Arendepe e outros), se viram pressionadas a assinar acordos com SUAPE para deixar suas terras. O pretexto para remover as famílias foi a criação da estação ecológica de Bita e Utinga numa área de 2.467 hectares, além do fato de que o território do entorno foi definido como Zona de Preservação Ecológica (ZPEC), destinada a projetos de reflorestamento de mata atlântica para compensar a imensa supressão de vegetação nativa para as atividades do Complexo.

Contudo, as famílias que assinaram os acordos com SUAPE para saírem das áreas sentiram-se lesadas em face das condições reais que lhes foram impostas posteriormente, muito diferentes do que lhes havia sido prometido. Os assentamentos Ximenes e Sacambu (em Barreiros e no Cabo, respectivamente), segundo os agricultores, não oferecem condições dignas de moradia, trabalho e escoamento da produção. Quando se depararam com tal realidade, muitas famílias desistiram e foram tentar a vida de outra forma. Os que optaram por uma casa do prometido conjunto habitacional Nova Vila Claudete também se queixam do fato de serem pequenas demais e sem nenhuma área de plantio para a produção de alimentos

Em face dessa situação, muitas famílias removidas promoveram a reocupação de Tabatinga e dos demais engenhos, a fim de retomar seus antigos territórios, que sempre lhes proporcionaram uma fonte de sustento.

A retomada dos engenhos acende o debate sobre a inadequação das políticas de reassentamento voltadas para essas comunidades tradicionais e sobre a real necessidade de remoção de famílias agricultoras para a implementação de projetos de reflorestamento. O Fórum Suape e o conjunto de comunidades atingidas vêm alertando desde 2016 para o fato de que os projetos de reflorestamento de SUAPE são perfeitamente compatíveis com a permanência das famílias no local. Uma vez que seus modos de vida específicos favorecem a preservação dos ecossistemas e que é possível a adoção de técnicas agroflorestais, sua saída se mostra completamente desnecessária e só se justifica como um projeto de limpeza étnica e de especulação imobiliária.

Atualmente, após vários debates sobre a questão, a própria empresa reconhece que não há necessidade de remoção de tais comunidades das áreas instituídas como ZPECs, tendo chegado a comunicar em reunião no dia 13 de fevereiro deste ano sobre a sua resolução de manter as famílias nessas áreas (Edição n.º 26 deste Boletim).

Apesar disso, as famílias que moram no Engenho Tabatinga vêm sendo desde o ano passado alvo de violência constante por parte de seguranças armados da empresa SUAPE, como já noticiado na edição n.º 24 deste Boletim. Conflitos com arma de fogo, destruição de casas e plantações e roubo da produção agrícola, de equipamentos domésticos e até de dinheiro são algumas das situações narradas pelos agricultores.

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Engenho SUAPE

MORADORES DO ENGENHO SERRARIA SÃO GRAVEMENTE PREJUDICADOS POR OBRAS QUE PROPICIARAM INUNDAÇÕES

Cerca de nove famílias do Engenho Serraria, que continuam residindo numa área em meio a várias fábricas, nas imediações da Coca-cola, próximo à PE-060, no município do Cabo de Santo Agostinho, vêm sofrendo há vários anos com diversos impactos relacionados às atividades industriais.
Um desses impactos diz respeito às obras incompletas de terraplanagem para a instalação das empresas, que fizeram com que uma área ficasse rebaixada em relação às demais, propiciando a acumulação de água e a formação de uma lagoa que não existia antes.
No período de chuvas intensas, a água vai se acumulando cada vez mais, gerando inundações que causam diversos transtornos à comunidade de agricultores, como perda de plantações, danificação das estruturas das casas e dificuldade de passagem.
Leia mais sobre isso clicando aqui.

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Engenho Impactos SUAPE Usina

USINA TERMELÉTRICA IMPACTA PROFUNDAMENTE A VIDA DE FAMÍLIA DE AGRICULTORES NO ENGENHO MASSANGANA

Seu Cláudio e Dona Amara, à espera de uma solução para o sofrimento que estão vivendo junto à família (Imagem: Marco Zero Conteúdo)
Há cerca de 9 anos, a família de Amara Joana do Nascimento, 75 anos, e Cláudio Manoel do Nascimento, 74 anos, sofrem com os impactos causados pela usina termelétrica Suape Energia (ou Energética Suape II), instalada ao lado do sítio de 10 hectares do casal, no Engenho Massangana, município do Cabo. 
A família, que está há mais de 70 anos no sítio, costumava ter uma vida digna, saudável e de muita fartura. A abundância de fruteiras, lavouras e água limpa garantia a segurança alimentar, além de uma renda para a família.
Após a instalação da usina termelétrica, contudo, nada no sítio é como antes: nada mais cresce no solo poluído, e as fruteiras que já existiam estão morrendo e não dão mais frutos bons e próprios para o consumo. A água do coco, por exemplo, adquiriu um sabor ruim, salobro. “A gente come, mas dá até medo de comer”, confessou Joana, referindo-se às frutas do sítio.
Leia mais no nosso Boletim Informativo Mensal, clicando aqui.

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Desigualdade Direitos humanos Engenho Entrevista SUAPE

FAMÍLIA TIRADA À FORÇA DO ENGENHO TIRIRI PASSA HOJE POR EXTREMA NECESSIDADE

Era 29 de maio de 2012 quando Luís Abílio e a esposa Maria Luíza (82 e 86 anos à época, respectivamente) foram tirados à força de seu sítio de 10 hectares junto com os filhos e 18 netos. Os dois moravam há mais de 60 anos no Engenho Tiriri e lá tinham criado raízes, família, laços comunitários e sua base de sobrevivência. “Lugar de barriga cheia” é como eles se referiam ao local, pois o mangue e a terra tudo lhes davam.
Segundo a assessora jurídica do Fórum Suape, Mariana Vidal, a decisão judicial que embasou a retirada da família foi injusta. “Tecnicamente, os juízes não poderiam conceder a reintegração de posse a SUAPE, porque as ações possessórias são voltadas para proteger a posse. Aqueles que verdadeiramente detinham a posse das terras, uma posse inclusive anterior à criação da empresa, eram as famílias que faziam e fazem parte dessas comunidades tradicionais da área”, afirmou a advogada.
A filha do casal, Cleonice Maria da Silva, 38 anos, que havia dado à luz há apenas 14 dias quando foi violentamente arrancada do sítio, relembrou o dia mais triste da sua vida: “Eu nunca pensei que ia viver para ver uma imagem tão triste. Meus pais idosos sendo tratados por SUAPE como invasores. Eles, que cuidaram tanto dessas terras. Invasora é SUAPE. Derrubaram as nossas casas e jogaram o que era nosso na rua. Nós perdemos praticamente tudo”, desabafou Cleonice, que tinha mais quatro crianças pequenas na época.
Hoje, a família mora na periferia do Cabo, onde não há mangue nem terra para plantar e as condições de vida são extremamente precárias. “A situação só piorou, porque em Tiriri a gente tinha tudo. A gente pescava no mangue. Tinha manga, jaca, caju. Plantava macaxeira, feijão, verduras. Criava porco e galinha. Aqui, a gente passa fome”, lamentou Cleonice.
Em função do profundo desgosto causado pela realidade de miséria que lhe foi imposta, Seu Luís Abílio, pai de Cleonice, partiu no dia 20 de outubro de 2016, após um período em coma, fruto de um quadro de depressão profunda. A viúva Luíza, hoje com 98 anos, segue convivendo com a dor da perda do seu companheiro e do seu lugar de barriga de cheia.
SITUAÇÃO DA FAMÍLIA É PRECÁRIA
Atualmente, Cleonice junto com o seu esposo Luciano e os cinco filhos vivem numa situação extremamente delicada, pois a única fonte de renda atual do casal é o Bolsa Família e o pouco que Luciano ainda consegue tirar com a pesca no mangue, que, por sinal, vem sofrendo cada vez mais com os inúmeros impactos provenientes do desmatamento, das obras de dragagem e aterro e da poluição causada pelas indústrias.
Além disso, a família também contava com o auxílio-aluguel no valor de R$ 250,00 que SUAPE lhes pagava por força de sentença judicial. Esse auxílio, contudo, foi cortado pela empresa há cerca de oito meses, sem qualquer justificativa razoável, deixando a família em situação ainda mais precária, sem a menor possibilidade de conseguir quitar o aluguel da casa onde moram. “A gente está vivendo da ajuda do povo, porque nem sempre meu marido conse- gue pescar, pois vive doente”, afirmou Cleonice.
Luciano José Vicente dos Santos, 38 anos, já teve dois AVCs desde que foram arrancados do sítio e também enfrenta um quadro grave de depressão em decorrência das dificuldades que a sua família passou a viver longe do Engenho Tiriri.
SUAPE ESFOMEIA, ADOECE E MATA
Essa expulsão violenta e predatória vêm provocando inúmeros danos à saúde física e psicológica não só da família de Seu Abílio, Dona Luíza, Luciano e Cleonice, mas de todas as demais famílias que também passaram pelo processo injusto e doloroso da remoção forçada. Por trás da propaganda de desenvolvimento e de responsabilidade socioambiental ostentada pela empresa SUAPE, agonizam milhares de vidas que experimentam constantes privações e violações de direitos. É por Justiça que clama a família de seu Abílio e tantas outras, vítimas de verdadeiras barbaridades cometidas em nome de um falso desenvolvimento.
Leia essa e outras matérias no nosso Informativo Mensal online, clicando aqui.

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Engenho

CPRH NÃO FISCALIZA EXPLORAÇÃO DE AREIA NO ENGENHO ILHA

O Fórum Suape através da sua assessoria jurídica encaminhou mais um ofício à diretora presidente do CPRH, Simone Nascimento de Souza, com cópia para o Secretário Executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade cobrando uma resposta aos pedidos de informação realizados em 29 de abril e 11 de maio deste ano, acerca da existência de licença ambiental para a exploração de jazida de areia que vem sendo desenvolvida no interior do Engenho Ilha, localizado no distrito de Ponte dos Carvalhos, no município do Cabo de Santo Agostinho.
Em 25 de maio, o Fórum recebeu resposta de que não há licença para tal operação, no entanto, a extração ilegal e clandestina dessa grande jazida de areia vem se desenvolvendo sem o devido licenciamento ambiental. O Fórum informou ao CPRH que a extração vem se dando na calada da noite, para que seja menos percebida, e que os carroceiros e caçambeiros que realizam tal extração o façam com ameaças aos moradores e às lideranças locais, que questionam a regularidade das atividades ali desenvolvidas. Neste último ofício, o Fórum reforçou a solicitação da ida de uma equipe de fiscalização do CPRH ao local, para averiguar in loco as irregularidades, ressaltando que as atividades são realizadas no período noturno.
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Engenho Fórum Suape

FÓRUM LEVA CASO DO ENGENHO ILHA AO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

O Fórum Suape encaminhou denúncia à Procuradoria da República em Pernambuco e ao Ministério Público Federal sobre a situação dos posseiros da área conhecida como “João Grande”, localizada no Engenho Ilha. Trata-se de uma área de mata nativa historicamente preservada e utilizada pela comunidade de forma coletiva, na coleta de frutos como o caju e o araçá, assim como a coleta de mariscos e a pesca. Consolidou-se no local, portanto, o extrativismo e o uso sustentável dos recursos naturais.
Há gerações a própria comunidade tem sido a responsável pela sua preservação. Exemplo disso foi a ação promovida pelas mulheres, no ano de 1994, com o plantio de vários cajueiros. Os próprios moradores do Engenho Ilha exerciam a fiscalização ambiental, repreendendo os que depredavam a área.
A região também está dentro do polígono em relação ao qual se estuda a criação de uma Unidade de Conservação do tipo ARIE – Área de Relevante Interesse Ecológico, como parte da política de compensação ambiental imposta em face dos graves e irreversíveis danos ambientais causados pelo CIPS. Um dos objetivos da escolha da referida modalidade UC foi garantir a continuidade do uso direto dos recursos naturais de forma sustentável pela comunidade tradicional do entorno.
No entanto, há cerca de três anos Suape vem proibindo os posseiros do Engenho Ilha de adentrarem a área, impedindo-os de exercerem suas atividades extrativistas. Tendo em vista que é a própria comunidade a principal responsável pela preservação da área, o resultado dessa proibição tem sido o total abandono da região, que hoje serve de ponto de tráfico de drogas, desova de corpos e de carros roubados.
Durante as várias décadas de uso sustentável, a região permaneceu preservada. A proposta de criação de uma Unidade de Conservação não teria sido feita para a área se ela estivesse completamente degradada. E só não está graças aos esforços da comunidade.
Agora, o Fórum Suape solicita que o Ministério Público Federal intervenha e requisite do CIPS explicações acerca da restrição de acesso à área de “João Grande”. Essa injustificada proibição faz parte das violações praticadas pela empresa contra a comunidade do Engenho Ilha, que também está proibida por Suape, não se sabe com que base legal, de plantar, de cercar o terreno, reformar a casa etc. tornando o clima cada dia mais tenso.
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CIPS Engenho SUAPE

EMPRESA SUAPE ATUA VIOLENTAMENTE NO ENGENHO MASSANGANA

A empresa Suape continua agindo com truculência contra moradores da região. Dessa vez, o caso ocorreu na última quinta-feira (12), no engenho Massangana, onde a casa de um morador foi totalmente demolida pelas escavadeiras comandadas pelo CIPS (Complexo Industrial Portuário de Suape). Há indícios de que ocorreu um grande engano, pois o processo judicial que correu à revelia, em nome da moradora Josefa de Lourdes do Nascimento, levou a destruição da moradia de seu filho Fábio Nascimento, dono e morador da casa. O processo de reintegração de posse deveria ter corrido em nome do verdadeiro dono e morador da casa, o que configura mais um crime revoltante por parte da empresa.

A violenta ação judicial foi realizada sob forte aparato policial e mais uma vez a empresa Suape deu demonstração de total falta de diálogo com os moradores, pescadores e agricultores que vivem a dezenas de anos nos engenhos situados no município do Cabo de Santo Agostinho. A área do engenho Massangana é uma região em que, segundo o Plano Suape, será consolidada, ou seja, a empresa realizará obras de infraestrutura para a permanência dos moradores, mais uma contradição da empresa que designou uma irrisória indenização de 18 mil reais para a moradora indiciada, conforme o laudo do perito que avaliou a propriedade.

Na segunda-feira (16) as escavadeiras da CIPS voltaram ao local da demolição para dar início as obras da estação de tratamento de afluentes. Porém, os moradores resistiram no local e o dono da casa demolida Fábio Nascimento foi preso e conduzido à delegacia do Cabo de Santo Agostinho, deixando o clima ainda mais tenso no engenho Massangana.

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Engenho SUAPE

ENGENHO TABATINGA: MORADORES AMEAÇADOS POR SUAPE

Famílias do Engenho Tabatinga denunciam ameaças e procedimento de expulsão praticado por Suape
Fonte: http://www.cptne2.org.br/

Na manhã deste último domingo, dia 06, foi realizada uma reunião no Engenho Tabatinga II para tratar sobre as mais recentes ameaças de expulsão que a diretoria de Suape está promovendo contra moradores e moradoras do local. Além das famílias que vivem no Engenho, também estiveram presentes representantes da Comissão Pastoral da Terra (CPT), da Associação dos moradores e moradoras do Engenho Algodoais e o Fórum Suape – Espaço Socioambiental.Na ocasião, as famílias relataram como está sendo o procedimento da diretoria do Complexo Industrial e Portuário. As informações são de que a senhora Ana Gadelha convoca as famílias para uma reunião em Suape para comunicar-lhes que o Complexo está precisando das terras onde vivem. Em seguida, a funcionária oferece uma “indenização”, que segundo os moradores, representa uma quantia muito inferior ao valor das benfeitorias, terras e casas de onde moram.

Os moradores relataram que com a quantia insignificante oferecida por Suape, não é possível comprar uma casa em nenhum lugar da região.Foi relatado ainda que, quando as famílias se recusam a aceitar o valor proposto, a empresa Suape então passa a mover uma ação de reintegração de posse contra as famílias. Com um mandato de reintegração de posse despachado por Juíz, a Empresa vai até a casa da moradora ou morador, acompanhado de seguranças e Policiais Militares fortemente armados, tratores e carros para destruir os sítios e derrubar as casas. “Lembramos que Suape nunca teve a posse desse Engenho, portanto não cabe pedir reintegração de posse. Além disso, devemos acrescentar o fato de que Suape não é a dona daquelas Terras. Como comprovam vários os documentos, as terras pertencem ao Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra)”, esclarece Plácido Júnior, da Comissão Pastoral da Terra (CPT). As famílias explicam que a resposta de Suape é que, caso algum morador questione o valor da suposta indenização, deve reclamar na Justiça, cujo Juiz é o mesmo que concedeu a reintegração de posse para Suape. O que tem acontecido é que cada família expulsa, com a casa destruída, as fruteiras derrubadas e o roçado destruído, vai morar de favor em casas de amigos, parentes ou morar debaixo das árvores, em outro sítio, como informam os próprios moradores. As famílias que vivem no Engenho Tabatinga II ainda informaram que o Incra esteve presente no Engenho durante a semana passada e que após isso, a diretoria de Suape intensificou as ameaças de expulsão contra os moradores.

“Depois que o Incra passou por aqui, Suape ficou pior. Agora quer expulsar a gente de todo jeito”, comenta uma das moradora do Engenho que já recebeu carta de reintegração de posse.Durante a reunião, ficou acertado que a comunidade, a CPT e o Fórum Suape – Espaço Socioambiental, encaminharão documento para o Incra, informando a situação de ameaça e exigindo: agilidade na identificação e levantamento, junto aos moradores e moradoras, das terras que pertencem ao Instituto; imediata retomada de todas as terras que pertence ao Incra; regularização de assentamento e das posses dos antigos moradores e moradoras; que o órgão exiga de Suape a imediata suspensão das ameaças contra os sitiantes, até que seja concluido todo o levantamento e a retomada das terras; que o Órgão comunique a comarca do Cabo de Santo Augustinho, a comarca de Ipojuca e o Tribunal Regional de Pernambuco, que está realizando os estudos para identificação de suas terras na região e que os mesmos não concedam liminar de reintegração até o término do levantamento, para que não seja intensificado o conflito na área. O Engenho Tabatinga O Engenho Tabatinga pertencia a Usina Santo Inácio, que entrou em falência e foi desapropriada para fins de Reforma Agrária pelo Incra no fim dos anos 70 e início dos anos 80. No Engenho, existe uma Igreja, em pé, que segundo relatos dos moradores, possui cerca de 200 anos. Além desta, é possível ver ainda dentro da mata, as ruínas da primeira Igreja, que segundo os sitiantes, teria essa muito mais do que 200 anos.A padroeira da comunidade e da Igreja é Santa Luzia.

O povo do Engenho conta a história de que existe uma fonte do milagre, que todos os anos, durante a festa da padroeira – 13 de dezembro, havia uma procissão onde vinha gente de todas as parte do Brasil para lavar os olhos nesta fonte de água. Foi neste local que encontraram uma imagem de Santa Luzia. O moradores tem conhecimento que está fonte nunca secou e nunca seca. Ocorre que, para que Suape pudesse passar com as tubulações de gás, teve que abrir uma vala de mais de três metros, sugando toda a água da fonte. “Hoje a água da fonte se encontra bem fraquinha. São sei se ela vai aguentar”, fala um morador. Em conversa durante a reunião, os moradores e moradoras fizeram questão de falar que as casas na Sede do Engenho foram construídas pelos antigos escravos do Engenho. “Essas casas que você tá vendo foi construída há muito tempo atrás pelos cativos. Foram eles que construíram tudo isso aqui”, comenta o presidente da associação de moradores, o senhor Antônio. “Aquela Igreja que está dentro da mata também foi construída pelos Cativos. Hoje é Suape que trata a gente como um cativo. Não vamos nos curvar não”, acrescenta. Imagens: Plácido Júnior/ CPT

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Engenho Tabatinga: Moradores ameaçados por SUAPE

Famílias do Engenho Tabatinga denunciam ameaças e prodecimento de expulsão praticado por Suape
Na manhã deste último domingo, dia 06, foi realizada uma reunião no Engenho Tabatinga II para tratar sobre as mais recentes ameaças de expulsão que a diretoria de Suape está promovendo contra moradores e moradoras do local. Além das famílias que vivem no Engenho, também estiveram presentes representantes da Comissão Pastoral da Terra (CPT), da Associação dos moradores e moradoras do Engenho Algodoais e o Fórum Suape – Espaço Socioambiental.Na ocasião, as famílias relataram como está sendo o procedimento da diretoria do Complexo Industrial e Portuário. As informações são de que a senhora Ana Gadelha convoca as famílias para uma reunião em Suape para comunicar-lhes que o Complexo está precisando das terras onde vivem. Em seguida, a funcionária oferece uma “indenização”, que segundo os moradores, representa uma quantia muito inferior ao valor das benfeitorias, terras e casas de onde moram.
 Os moradores relataram que com a quantia insignificante oferecida por Suape, não é possível comprar uma casa em nenhum lugar da região.Foi relatado ainda que, quando as famílias se recusam a aceitar o valor proposto, a empresa Suape então passa a mover uma ação de reintegração de posse contra as famílias. Com um mandato de reintegração de posse despachado por Juíz, a Empresa vai até a casa da moradora ou morador, acompanhado de seguranças e Policiais Militares fortemente armados, tratores e carros para destruir os sítios e derrubar as casas. “Lembramos que Suape nunca teve a posse desse Engenho, portanto não cabe pedir reintegração de posse. Além disso, devemos acrescentar o fato de que Suape não é a dona daquelas Terras. Como comprovam vários os documentos, as terras pertencem ao Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra)”, esclarece Plácido Júnior, da Comissão Pastoral da Terra (CPT). As famílias explicam que a resposta de Suape é que, caso algum morador questione o valor da suposta indenização, deve reclamar na Justiça, cujo Juiz é o mesmo que concedeu a reintegração de posse para Suape. O que tem acontecido é que cada família expulsa, com a casa destruída, as fruteiras derrubadas e o roçado destruído, vai morar de favor em casas de amigos, parentes ou morar debaixo das árvores, em outro sítio, como informam os próprios moradores. As famílias que vivem no Engenho Tabatinga II ainda informaram que o Incra esteve presente no Engenho durante a semana passada e que após isso, a diretoria de Suape intensificou as ameaças de expulsão contra os moradores.
 “Depois que o Incra passou por aqui, Suape ficou pior. Agora quer expulsar a gente de todo jeito”, comenta uma das moradora do Engenho que já recebeu carta de reintegração de posse.Durante a reunião, ficou acertado que a comunidade, a CPT e o Fórum Suape – Espaço Socioambiental, encaminharão documento para o Incra, informando a situação de ameaça e exigindo: agilidade na identificação e levantamento, junto aos moradores e moradoras, das terras que pertencem ao Instituto; imediata retomada de todas as terras que pertence ao Incra; regularização de assentamento e das posses dos antigos moradores e moradoras; que o órgão exiga de Suape a imediata suspensão das ameaças contra os sitiantes, até que seja concluido todo o levantamento e a retomada das terras; que o Órgão comunique a comarca do Cabo de Santo Augustinho, a comarca de Ipojuca e o Tribunal Regional de Pernambuco, que está realizando os estudos para identificação de suas terras na região e que os mesmos não concedam liminar de reintegração até o término do levantamento, para que não seja intensificado o conflito na área. O Engenho Tabatinga O Engenho Tabatinga pertencia a Usina Santo Inácio, que entrou em falência e foi desapropriada para fins de Reforma Agrária pelo Incra no fim dos anos 70 e início dos anos 80. No Engenho, existe uma Igreja, em pé, que segundo relatos dos moradores, possui cerca de 200 anos. Além desta, é possível ver ainda dentro da mata, as ruínas da primeira Igreja, que segundo os sitiantes, teria essa muito mais do que 200 anos.A padroeira da comunidade e da Igreja é Santa Luzia.
 O povo do Engenho conta a história de que existe uma fonte do milagre, que todos os anos, durante a festa da padroeira – 13 de dezembro, havia uma procissão onde vinha gente de todas as parte do Brasil para lavar os olhos nesta fonte de água. Foi neste local que encontraram uma imagem de Santa Luzia. O moradores tem conhecimento que está fonte nunca secou e nunca seca. Ocorre que, para que Suape pudesse passar com as tubulações de gás, teve que abrir uma vala de mais de três metros, sugando toda a água da fonte. “Hoje a água da fonte se encontra bem fraquinha. São sei se ela vai aguentar”, fala um morador. Em conversa durante a reunião, os moradores e moradoras fizeram questão de falar que as casas na Sede do Engenho foram construídas pelos antigos escravos do Engenho. “Essas casas que você tá vendo foi construída há muito tempo atrás pelos cativos. Foram eles que construíram tudo isso aqui”, comenta o presidente da associação de moradores, o senhor Antônio. “Aquela Igreja que está dentro da mata também foi construída pelos Cativos. Hoje é Suape que trata a gente como um cativo. Não vamos nos curvar não”, acrescenta. Imagens: Plácido Júnior/ CPT
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Engenho SUAPE

AINDA SOBRE A SITUAÇÃO JURÍDICA DO SR. CLÁUDIO MANOEL DE MASSANGANA

Análise da Dra. Maria Conceição (advogada) sobre a situação jurídica do caso do Sr. Cláudio do Engenho Massangana (6/4) 

A Empresa SUAPE ajuizou ação de reintegração de posse contra o senhor Cláudio, e o juiz nomeou um perito para avaliar as benfeitorias a serem indenizadas. O número do processo, que tramita perante a Vara Privativa da Fazenda Pública do Cabo de Santo Agostinho é o 0001918-02.2010.8.17.0370. Portanto, as informações aqui veiculadas podem ser confirmadas mediante simples consulta aos autos. 
A avaliação do perito judicial foi no valor de R$ 897.978,45 [oitocentos e noventa e sete mil novecentos e setenta e oito reais e quarenta e cinco centavos]. A ação foi julgada em 09/6/2011, e o juiz RAFAEL JOSÉ DE MENEZES julgou parcialmente procedente o pedido para determinar que o réu desocupasse a área objeto do litígio, MEDIANTE PAGAMENTO DA INDENIZAÇÃO APURADA NA PERÍCIA JUDICIAL. 

Transcrevo aqui trecho da sentença proferida pelo DR. Rafael:
 CONDENO SUAPE AO PAGAMENTO DA INDENIZAÇÃO APURADA NA PERÍCIA, DEVIDAMENTE CORRIGIDA MONETARIAMENTE, CONCEDENDO AO RÉU TRINTA DIAS PARA A DESOCUPAÇÃO APÓS O DEPÓSITO DO PREÇO PELO AUTOR, SOB PENA DE EXPEDIÇÃO DE MANDADO EM FAVOR DO AUTOR”. 

A SUAPE recorreu da decisão e a apelação foi   “
parcialmente provida” pela 1ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco, feito relatado pelo desembargador Erik de Souza Dantas Simões. Transcrevo trecho da decisão: 
“5 – No caso em apreço a indenização decorre de contrato de compra e venda de imóvel rural celebrado entre a empresa SUAPE Complexo Industrial Portuário e a Cooperativa Agrícola de Tiriri Ltda , pelo que em sua cláusula 7ª (sétima), a Empresa Suape se compromete a indenizar os posseiros daquelas terras pelas benfeitorias ali realizadas”. 

“6 – Somente serão indenizadas aquelas benfeitorias realizadas pelo ocupante das terras e não aqueles que, provavelmente, já estavam no local antes mesmo da ocupação, como o caso das árvores frutíferas”. 

Ora, o senhor CLÁUDIO MANOEL DO NASCIMENTO é
 um dos agricultores que está há mais de meio século  na posse de uma terra que deveria lhe haver sido transferida desde o ano de 1980, quando o INCRA outorgou à COOPERATIVA AGRÍCOLA DO TIRIRI o TÍTULO DE PROPRIEDADE de uma área rural  situada nos municípios do Cabo e de Ipojuca QUE FOI DESAPROPRIADA PELA UNIÃO PARA FINS DE REFORMA AGRÁRIA.  

Nesse TÍTULO DE PROPRIEDADE outorgado pelo INCRA à COOPERATIVA AGRÍCOLA DO TIRIRI há uma CLÁUSULA RESOLUTIVA EXPRESSA estipulando que se a COOPERATIVA deixasse de cumprir qualquer uma das obrigações ali assumidas, a O DOMÍNIO E A POSSE DAS TERRAS REVERTERIAM AO INCRA, COM A  ANULAÇÃO DO REGISTRO NO CARTÓRIO DE IMÓVEIS E a  principal obrigação assumida pela COOPERATIVA, naquele título, foi ASSENTAR OS SEUS COOPERADOS, dentro os quais o senhor CLÁUDIO MANOEL DO NASCIMENTO.

Assinado o Título de Propriedade em 22 de julho de 1980,  a COOPERATIVA VENDEU AS TERRAS DOS AGRICULTORES PARA A SUAPE COMPLEXO INDUSTRIAL PORTUÁRIO, EM 24 DE JULHO DE 1980. É esse o título de propriedade que a SUAPE ostenta para se dizer proprietária de uma vasta área de terra que foi desapropriada para FINS DE REFORMA AGRÁRIA. 

Não é possível que o NOTÓRIO SABER JURÍDICO dos eminentes magistrados do Poder Judiciário do Estado de Pernambuco faça
 tabula rasa da existência dessa cláusula resolutiva expressa e das consequências dela advindas. 

Não é possível que os eminentes magistrados que têm julgado milhares de ações de
 REINTEGRAÇÃO DE POSSE ajuizadas pela SUAPE contra os posseiros não tenham inicialmente  perquirido sobre a possibilidade jurídica do pedido, que é uma das condições da ação, e ignorem o que preceitua o artigo 927 do Código de Processo Civil, que impõe que  incumbe ao autor de uma ação de reintegração de posse PROVAR: I – a sua posse; II – a turbação ou o esbulho praticado pelo réu; III – a data da turbação ou do esbulho; IV – a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção; a perda da posse, na ação de reintegração.

Ora,
 a SUAPE jamais exerceu posse sobre essas áreas, e a ESCRITURA DE COMPRA E VENDA que ela possui é fruto de uma NEGOCIATA , JÁ QUE A COOPERATIVA AGRÍCOLA DO TIRIRI NÃO PODERIA VENDER AS TERRAS DOS AGRICULTORES PARA A SUAPE.  E é essa NEGOCIATA que está a ser legitimada pelo Poder Judiciário do Estado de Pernambuco. 

Também não se espera que os doutos magistrados  desconheçam que o ordenamento jurídico pátrio não autoriza a
 TREDESTINAÇÃO. A área rural do entorno do porto de SUAPE foi  expropriada para atender aos FINS SOCIAIS do ESTATUTO DA TERRA, e todos os posseiros que ali estão deveriam estar assentados nessas terras, desde o ano de 1980, com os respectivos títulos de propriedade. Hoje existe um INTERESSE PÚBLICO sobre essas áreas, e os agricultores devem ser indenizados pelas TERRAS E PELAS BENFEITORIAS.

A diligente advogada do posseiro CLÁUDIO MANOEL DO NASCIMENTO  interpôs embargos de declaração com efeitos modificativos contra a decisão da 1ª Câmara de Direito Público , e
 a matéria continua subjudice. Portanto, até que o os recursos sejam julgados pelas instâncias superiores, há  não só uma evidente VIOLAÇÃO aos direitos do posseiro, como também um ATENTADO À DIGNIDADE DA JUSTIÇA,  já que a SUAPE NÃO CUMPRIU A DETERMINAÇÃO JUDICIAL DE PAGAR A INDENIZAÇÃO PARA QUE O SENHOR CLÁUDIO E SEUS FAMILIARES DESOCUPASSEM A ÁREA, E  ESTÁ INVADINDO A ÁREA OBJETO DA DEMANDA SEM PAGAR O QUE FOI DETERMINADO PELA JUSTIÇA.

Na quinta feira os familiares de CLAUDIO MANOEL DO NASCIMENTO foram AMEAÇADOS DE PRISÃO por prepostos da empresa SUAPE que estão fazendo a “SEGURANÇA” para que as máquinas entrem nas terras do posseiro. Tudo com o conhecimento do coronel Denílson, funcionário [diretor?] da SUAPE.

O Estado de Pernambuco está a REMOVER UMA POPULAÇÃO DE MILHARES DE PESSOAS DA ÁREA RURAL DO CABO DE SANTO AGOSTINHO E DE IPOJUCA, SEM QUALQUER PREOCUPAÇÃO COM OS DIREITOS MAIS ELEMENTARES DESSAS PESSOAS. E para obter êxito nessa empreitada, conta com o 
APOIO do Poder Judiciário e a OMISSÃO do MInistério Público.

O artigo 82 do CPC determina que “
nas ações que envolvam litígios coletivos pela posse da terra rural e nas demais causas em que há interesse público evidenciado pela natureza da lide ou qualidade da parte.”  Ora, o ajuizamento de mais de 1200 ações de reintegração de posse em uma mesma área rural não é um litígio coletivo pela posse da terra?  Astuciosamente a empresa SUAPE ajuizou mais de mil ações de reintegração de posse, para evitar a intervenção do Ministério Público. E quando provocado, o Ministério Público se manteve omisso.

Os agricultores não se recusam a deixar suas terras, mas  além da INDENIZAÇÃO PRÉVIA E JUSTA, como determina a Constituição da República, devem receber o necessário apoio para minimizar os traumas que essa mudança vai representar em suas vidas.

As absurdas decisões do Poder Judiciário do Estado de Pernambuco em favor da SUAPE COMPLEXO INDUSTRIAL PORTUÁRIO e a omissão do Ministério Público,  refogem à esfera  unicamente  processual, exigindo a imediata intervenção dos egrégios CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA e CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO para punir aqueles que, deliberadamente, julgam contra a lei para favorecer interesses econômicos, contando com a omissão daqueles que deveriam   fiscalizar não o juiz, mas a rígida aplicação da lei. 
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