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Fórum Suape SUAPE Violações

FORUM SUAPE DENUNCIA VIOLÊNCIA CONTRA MORADORES DO ENTORNO DE SUAPE

O Forum Suape desde sua criação luta pelo fim da violência praticada pelo Complexo de Suape (CIPS) contra os moradores do entorno daquele empreendimento.
Várias ações a nível local, nacional e internacional já foram realizadas, conforme podem ser constatadas neste portal de informações.
Mais recentemente denunciamos as violências cometidas contra os direitos humanos junto a Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco. Acionamos a Comissão de Cidadania e Direitos Humanos que vem tratando este caso com dedicação e interesse.
Postamos abaixo informações sobre a reunião realizada pelo presidente desta Comissão da Alepe, deputado Edilson Silva, em junho deste ano, com as lideranças locais. Em seguida como proposto nesta reunião ocorreu a Audiência pública que discutiu a situação dos posseiros naquele território.

Comissão de Cidadania apura violações de direitos humanos em conflitos no Porto de Suape

DENÚNCIAS – Posseiros da região relataram que sofreram ameaças e tiveram suas casas demolidas sem autorização judicial.
Vigilantes do Complexo Portuário de Suape estariam agindo com truculência para forçar os posseiros da região a abandonar as terras. A denúncia foi feita nesta terça (30), durante uma visita da Comissão de Cidadania da Assembleia à Associação de Moradores do Gaibu, no Cabo de Santo Agostinho, Região Metropolitana do Recife. Na ocasião, representantes de diversas comunidades do entorno do Complexo relataram que os funcionários usam armas de fogo para intimidar os moradores.
De acordo com os relatos, as casas construídas sem autorização da empresa estão sendo demolidas sem autorização judicial. Os moradores também informaram que os vigilantes destroem as plantações e saqueiam os estoques de suprimentos. Uma das vítimas foi o líder comunitário José Luiz dos Santos, da comunidade Engenho Serraria, que reúne cerca de seiscentas famílias. “Eles demoliram a minha casa e quando meus filhos tentaram impedir foram ameaçados pelos vigilantes armados”, frisou.
A advogada Conceição Lacerda explicou que a situação fundiária do entorno do Complexo de Suape está repleta de ilegalidades. Segundo ela, a posse da área foi repassada pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária(Incra) para a Cooperativa Agrícola Tiriri, na década de 80, para fins de reforma agrária, e a entidade teria vendido as terras para o Porto de Suape irregularmente. “Se há interesse público na área, a obrigação do Estado é indenizar o posseiro pela benfeitoria e pela posse da terra,” afirmou.
O professor da Universidade Federal de Pernambuco e coordenador geral do Fórum Suape, Heitor Scalambrini, alertou para os problemas sociais causados pela expulsão das famílias. “As indenizações são tão irrisórias que não possibilitam que os agricultores reconstruam suas vidas em outros locais. Já registramos, inclusive, casos de suicídio”, salientou.
O presidente da Comissão de Cidadania, deputado Edilson Silva(PSOL) afirmou que vai convocar uma Audiência Pública para aprofundar o tema. O parlamentar ressaltou, ainda, que vai verificar os procedimentos judiciais cabíveis nesse caso. “O que estamos percebendo é que Suape não se utiliza das instituições democráticas de direito. Em vez disso, foi instituída uma milícia que utiliza o terror para intimidar as pessoas,” alertou.
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Fórum Suape SUAPE

CARTA ABERTA A PRESIDENTE DILMA

44 entidades e especialistas subscrevem carta aberta à Presidenta Dilma Rousseff, que apresenta propostas para restabelecer estoques marinhos; redução ameaça paralisar o setor pesqueiro
A presidenta Dilma Rousseff recebeu, nessa quarta-feira (14), carta aberta assinada por 16 entidades ligadas à pesca e 28 especialistas, na maioria cientistas pesqueiros dedicados ao estudo e conservação de recursos marinhos, com propostas de mudanças estruturais para a política pesqueira nacional. Apoiada tanto por cientistas, organizações de proteção ao meio ambiente, lideranças da pesca industrial e da pesca artesanal, a carta representa um consenso inédito no setor e defende a adoção de uma política qualificada de pesca para o Brasil, baseada em dados e diagnósticos confiáveis, que garanta a sustentabilidade da atividade pesqueira no longo prazo.
Para enfrentar os problemas do setor, as entidades e especialistas propõe na carta aberta um conjunto de cinco ações necessárias para um adequado ordenamento pesqueiro: a regulamentação e implantação imediata do Sistema Nacional de Informações de Pesca e Aquicultura (SINPESQ), aprovado há 20 anos e até hoje não regulamentado; investimentos em pesquisa; adequação do marco legal; elaboração de planos de manejo para as pescarias e planos de recuperação de estoques de espécies capturadas em excesso; e investimentos em fiscalização e combate à pesca ilegal.
Articulada pela organização não governamental Oceana Brasil, a carta é divulgada no momento em que o setor da pesca atravessa uma grave crise: a recente divulgação da listade espécies brasileiras ameaçadas de extinção revelou que 97 espécies de peixes marinhos, muitas delas exploradas comercialmente, estão em risco e podem ter sua captura proibida; em decorrência, vários incidentes foram registrados, como o fechamento de portos na Região Sul por pescadores. “O problema não é apenas ambiental, mas também econômico e social. Somente o ordenamento pesqueiro eficiente, baseado em dados científicos, pode oferecer uma solução viável e definitiva”, defendeu Mônica Brick Peres, diretora geral da Oceana Brasil e vice-presidente da Oceana Internacional.
Pesca no Brasil
A carta destaca que o Brasil está entre os 30 maiores produtores de pescado no mundo; a atividade reúne cerca de um milhão de pescadores profissionais e 42 mil embarcações, gerando mais de 3,5 milhões de empregos diretos e indiretos. A pesca artesanal é responsável por, pelo menos, 50% da produção de pescado nacional e é fundamental para a geração de renda e a segurança alimentar do país.
Apesar de sua importância, a maioria das pescarias não tem qualquer controle ou normatização no Brasil: apesar do contínuo aumento da capacidade, da expansão das áreas de pesca e da substituição de espécies, a produção da pesca marinha caiu desde meados da década de1980 e está estável há mais de 20 anos, devido à pesca excessiva e mal ordenada. A atividade ainda enfrenta ameaças como a pesca ilegal e irregular, praticada por barcos piratas ou realizada em áreas, épocas e com aparelhos de pesca proibidos, entre outros.
(Oceana Brasil)
Veja a íntegra da carta aberta abaixo

Carta aberta à Presidenta Dilma Rousseff

Excelentíssima Presidenta da República
Senhora Dilma Vana Rousseff
Neste momento em que Vossa Excelência dá início ao seu segundo mandato, entidades e pesquisadores dedicados ao estudo e conservação de recursos marinhos, assim como sindicatos e representações do setor pesqueiro nacional vêm respeitosamente apresentar suas percepções e demandas para as mudanças estruturais necessárias à política pesqueira nacional.
A importância socioeconômica e cultural da pesca no Brasil é inquestionável. O país está entre os 30 maiores produtores de pescado no mundo. A atividade reúne cerca de um milhão de pescadores profissionais e 42 mil embarcações, gerando mais de 3,5 milhões de empregos diretos e indiretos. A pesca de pequena escala é responsável por, pelo menos, 50% da produção de pescado nacional e é muito importante para a renda, a segurança alimentar e a manutenção do modo de vida de milhares de comunidades pesqueiras do país. As histórias de pescadores, do mar e suas fascinantes criaturas estão profundamente arraigadas na cultura, valores e religião do nosso povo. A manutenção de todos esses bens e serviços tem baixo custo para o país, mas a perda de empregos, renda e alimentos ligados à atividade não pode ser substituída.
Como é de seu conhecimento, os recursos pesqueiros são patrimônio público sob tutela do Estado e o direito de explorá-los economicamente é uma concessão do Poder Público, que deve proteger os direitos da coletividade. É obrigação constitucional do Estado brasileiro garantir a gestão adequada e a repartição justa dos benefícios socioeconômicos decorrentes da exploração desse patrimônio, em harmonia com a conservação do meio ambiente e da biodiversidade. A manutenção dos benefícios da pesca deveria ser considerada da mais alta prioridade para o Estado brasileiro.
Infelizmente, nossas pescarias têm sido mal manejadas ou simplesmente ignoradas, causando enorme prejuízo socioeconômico e ambiental. A produção anual da pesca extrativa marinha nacional atingiu um máximo de 750 mil toneladas em meados da década de 1980, caindo para 400 mil toneladas nos anos subsequentes. Desde 1990, apesar do contínuo aumento da capacidade de pesca, do número de barcos, da expansão das áreas de pesca tradicionais e da substituição continua de uma espécie-alvo por outra, a produção da pesca marinha nacional tem se mantido entre 400 e 550 mil toneladas ao ano. Essa aparente estabilidade significa, na verdade, uma sucessão de pescarias colapsadas por exploração acima da capacidade de suporte dos estoques, ou seja, por pesca excessiva e mal ordenada. Isso tem gerado enormes prejuízos econômicos para o setor pesqueiro e também prejuízos sociais e ambientais de difícil recuperação. Outro problema grave que contribui para as perdas socioeconômicas e ambientais é a pesca ilegal e irregular. Barcos piratas, pescarias em áreas, épocas e com aparelhos de pesca proibidos, captura de espécies proibidas e ainda a descaracterização e venda de pescado fraudado são muito comuns no Brasil.
No Brasil, a maioria das pescarias não tem qualquer controle ou normatização. Para aquelas consideradas “manejadas”, as medidas restringem-se a tamanhos mínimos de captura ou restrições de épocas e de aparelhos de pesca, que são mundialmente reconhecidas como insuficientes para a efetiva gestão e garantia de sustentabilidade dos recursos pesqueiros. Dada a fragilidade histórica da gestão pesqueira, o país enfrenta hoje enormes lacunas em termos de monitoramento, avaliação de estoques e fiscalização da pesca, com um claro retrocesso nos últimos anos. A situação da pesca é bastante grave e precisa ser urgentemente revertida.
A produtividade biológica da pesca extrativa depende diretamente da capacidade de reposição natural dos estoques pesqueiros explorados. Por isso, é imprescindível manter um sistema eficiente e contínuo de coleta e análise de dados técnico-científicos e avaliações de estoque para subsidiar o adequado ordenamento da pesca. As informações essenciais, previstas no Sistema Nacional de Informações de Pesca e Aquicultura (SINPESQ), devem ser obtidas através de: (1) monitoramento de desembarques da pesca artesanal e industrial; (2) mapas de bordo; (3) observadores de bordo; (4) rastreamento via satélite de embarcações pesqueiras; (5) monitoramento da biodiversidade marinha independentemente da pesca comercial, por meio de cruzeiros de pesquisa e; (6) informações socioeconômicas. Apesar da sua importância, o SINPESQ foi criado por decreto presidencial em 1995 e nunca foi devidamente regulamentado e implantado. Essas informações são absolutamente fundamentais para estabelecer medidas de ordenamento e políticas de desenvolvimento adequadas à manutenção dos rendimentos da atividade econômica, dos benefícios sociais, da biodiversidade e da saúde dos oceanos no longo prazo.
É consenso absoluto entre os setores ligados à pesca que precisamos urgentemente qualificar a política pesqueira e estruturar o país para a implementação de um sistema de gestão pesqueira adequado. Nos últimos anos, diversas cartas, manifestos e moções sobre a necessidade de se produzir informações e melhorar a gestão pesqueira têm sido enviados à Casa Civil e aos Ministérios da Pesca e Meio Ambiente, mas infelizmente nenhuma dessas demandas recebeu qualquer resposta até o momento.
Impressiona o fato de que todos aqui subscritos – cientistas, organizações de proteção ao meio ambiente, lideranças da pesca industrial e da pesca artesanal – concordem e defendam a mesma posição: a pesca tem enorme importância e o Brasil precisa deuma política pesqueira qualificada, baseada em dados e diagnósticos confiáveis,que garanta a sua sustentabilidade em longo prazo.
Certos de que esta é uma demanda do conjunto da sociedade brasileira, através das organizações e especialistas abaixo assinados, vem respeitosamente, pedir à Vossa Excelência:
1)    A regulamentação e implantação imediata do SINPESQ, garantindo um monitoramento pesqueiro eficiente, que inclua a coleta sistemática e contínua de dados de desembarques, das capturas e do esforço de pesca, além da obtenção de informações biológicas, econômicas e sociais;
2)    Investimentos em pesquisa aplicada, em estreita parceria com os setores acadêmico e pesqueiro, para a avaliação periódica do estado dos estoques pesqueiros brasileiros;
3)    Adequação do marco legal nacional, com a definição de critérios, diretrizes e objetivos claros para o processo de gestão do uso dos recursos pesqueiros;
4)    Elaboração de planos de manejo para cada pescaria e planos de recuperação de estoques sobrepescados, com a participação de representantes da sociedade e da academia; sempre considerando a proteção da biodiversidade e a garantia dos benefícios socioeconômicos de longo prazo;
5)    Investimentos em fiscalização e combate à pesca ilegal.
            As organizações e especialistas abaixo assinados colocam-se à disposição para dialogar sobre essas propostas.
Organizações, por ordem de adesão:
1. Dra. Mônica Brick Peres, Diretora Geral da OCEANA Brasil, Vice-Presidente da OCEANA Internacional
2. Gabriel Calzavara de Araújo, Presidente da Atlântico Tuna
3. Tatiana Neves, Coordenadora Geral do Projeto Albatroz
4. Maria Ângela Marcovaldi, Coordenadora Nacional de Pesquisa e Conservação, Projeto Tamar/ Fundação Pró-Tamar
5. João Thadeu de Menezes, Presidente, e Marco Aurélio Bailon, Conselheiro da Associação Brasileira de Oceanografia – AOCEANO
6. Dr. Kleber Grübel da Silva, Diretor, MSc. Danielle da Silveira Monteiro, e Biólogo e Ecólogo Sérgio Curi Estima, Núcleo de Educação e Monitoramento Ambiental NEMA
7. José Ciaglia, Presidente do Sindicato dos Armadores de Pesca do Estado de SãoPaulo  SAPESP
8. Comte. Flavio de Moraes Leme, Presidente da Comissão Nacional da Pesca daConfederação da Agricultura e Pecuária do Brasil  CNA
9. Alexandre Guerra Espogeiro, Presidente do Sindicato dos Armadores de Pesca doEstado do Rio de Janeiro  SAPERJ
10. Dr. Sergio Schwarz da Rocha, Presidente da Sociedade Brasileira deCarcinologia – SBC
11. Carlos Alberto Pinto dos Santos, Secretário Executivo da Comissão Nacional de Fortalecimento das Reservas Extrativistas Costeiras e Marinhas – Confrem
12. Dr. Ricardo de Souza Rosa, Presidente da Sociedade Brasileira para o Estudo de Elasmobrânquios – SBEEL
13. Dr. Luis Tadeu Assad, Diretor Presidente, e André M. Brugger, Presidente do Conselho Deliberativo do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade – IABS
14. Georgia Pessoa, Diretora de Programa da Rare Brasil
15. Dr. Leopoldo Gerhardinger, Coletivo Memórias do Mar
16. Rodrigo Medeiros, Vice-Presidente do Programa Brasil, Conservação Internacional
Especialistas, por ordem de adesão:
1. Prof. Dr. Jorge Pablo Castello, Instituto de Oceanografia, Universidade Federal de Rio Grande – FURG
2. Prof. Dr. Fábio Hissa Vieira Hazin, Departamento de Pesca e Aquicultura, Universidades Federal Rural de Pernambuco – UFRPE
3. Prof. Dra. Carmen Lúcia Del Bianco Rossi-Wongtschowski, Instituto Oceanográfico, Universidade de São Paulo – USP
4. Prof. MSc. Roberto Wahrlich, Grupo de Estudos Pesqueiros, Centro de Ciências Tecnológicas da Terra e do Mar, Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI
5. Dr. Antônio Olinto Ávila da Silva, Centro APTA Pescado Marinho, Instituto de Pesca
6. Prof. Dra. Beatrice Padovani Ferreira, Departamento de Oceanografia, Universidade Federal de Pernambuco – UFRPE
7. MSc. Mauro Luis Ruffino, GSA Consultoria em Meio Ambiente Ltda.
8. Prof. Dr. Paul Gerhard Kinas, Instituto de Matemática Estatística e Física- Universidade Federal de Rio Grande – FURG
9. Prof. Dr. Otto Bismarck Fazzano Gadig, Laboratório de Pesquisa de Elasmobrânquios, Universidade Estadual de São Paulo – UNESP
10. Prof. Dr. Lauro Saint Pastous Madureira, Instituto de Oceanografia, Universidade Federal de Rio Grande – FURG
11. Prof. Dr. Marcelo Vianna, Departamento de Biologia Marinha, Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ.
12. Prof. Dr. Paulo Ricardo Pezzuto, Grupo de Estudos Pesqueiros, Centro de Ciências Tecnológicas da Terra e do Mar, Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI
13. Prof. Dra. Patrízia Raggi Abdallah, Unidade de Pesquisa em Economia Costeira e Marinha, Programa de Pós-Graduação em Economia do Mar, Instituto de Economia, Universidade Federal do Rio Grande, FURG.
14. Prof. Dr. Paulo de Tarso Chaves, Universidade Federal do Paraná – UFPR
15. Prof. Dr. Agnaldo Silva Martins, Departamento de Oceanografia e Ecologia, Universidade Federal do Espírito Santo – UFES
16. Prof. Dr. Jose Angel Alvarez Perez, Centro de Ciências Tecnológicas da Terra e do Mar, Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI
17. Prof. Dr. Eduardo R. Secchi, Laboratório de Ecologia e Conservação da Megafauna Marinha – EcoMega, Instituto de Oceanografia, Universidade Federal do Rio Grande – FURG
18. Prof. Dra. Rosangela Paula Teixeira Lessa, Departamento de Pesca e Aquicultura, Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE.
19. Prof. Paulo A. S. Costa, Departamento de Ecologia e Recursos Marinhos, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO
20. Prof. Dr. Marcelo Antonio Amaro Pinheiro, Laboratório de Biologia de Crustáceos, Universidade Estadual de São Paulo – UNESP
21. Prof. Dr. Alexander Turra, Departamento de Oceanografia Biológica, Instituto Oceanográfico, Universidade de São Paulo – IO-USP
22. Prof. Dr. Eduardo Tavares Paes, Laboratório de Ecologia Marinha e Oceanografia Pesqueira da Amazônia, Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA
23. Prof. Fabio dos Santos Motta, Departamento de Ciências do Mar, Universidade Federal de São Paulo
24. Prof. Dra. Maria Lúcia Goes de Araújo, Departamento de Pesca e Aquicultura, Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE
25. Prof. Dr. Cláudio Luis Santos Sampaio, Universidade Federal de Alagoas
26. Prof. Dr. Rodrigo Leão de Moura, Instituto de Biologia, Departamento de Biologia Marinha, Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ
27. Luis Henrique de Lima, Oficial de Meio Ambiente do Setor de Ciências Naturais da UNESCO – Representação do Brasil
28. Aristides Pereira Lima Green, analista da Coordenação de Agropecuária, Diretoria de Pesquisas, Departamento de Agropecuária, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE
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Convite Direitos humanos Fórum Suape

CONVITE: SEMINÁRIO CONFLITOS E RESISTÊNCIA

Ao Fórum Suape,
 O Comitê Popular da Copa de Pernambuco com apoio do Fundo Brasil de Direitos Humanos gostaria de convidá-las(os) para o Seminário “Conflitos Urbanos na Metrópole e Resistência Popular pelo Direito à Cidade” a ser realizado dia 12 de dezembro em Recife e para a capacitação “Monitorando Conflitos Urbanos: concepção, metodologia e acordos para monitoramento de conflitos urbanos na Região Metropolitana do Recife” dia 13 de dezembro de 2014, ambos a serem realizados na Faculdade de Direito do Recife, Praça Machado de Assis, s/n, Boa Vista.
O evento ocorrerá na Faculdade de Direito do Recife às 14h e contará com a presença do Prof. Dr. Carlos Vainer (IPPUR/UFRJ), um dos principais urbanistas do país e coordenador do Observatório dos Conflitos Urbanos do Rio de Janeiro. Além de desenvolver uma das principais referências no campo do mapeamento dos conflitos urbanos, o Observatório também assessorou a construção do Plano Popular da Vila Autódromo. O Plano conquistou o prêmio internacional Urban Age Award, que premia iniciativas criativas para as cidades em todo o mundo.
Além da presença do urbanista, o evento será um momento importante para discutir as violações do direito à cidade na Região Metropolitana do Recife e contará com os relatos de diversas experiências de resistência que vem mobilizando o cenário político das mobilizações populares no contexto local, nacional e internacional.
A proposta é que, além de visibilizar esses processos de transformação urbana, o evento contribua para a estruturação de uma proposta de mapeamento desses conflitos que permita o monitoramento e a produção de informações sobre eles, mas também permita a incidência política para a prevenção e/ou reparação de direitos violados. Para isso, julgamos que a presença de vocês é fundamental.
 Segue abaixo cartaz e programação do evento:

SEMINÁRIO: “CONFLITOS URBANOS NA METRÓPOLE E RESISTÊNCIAPOPULAR PELO DIREITO À CIDADE”
 Dia 12/12, sexta-feira.
 LOCAL: Faculdade de Direito (centro da Cidade)
 Coord: Rep. Comitê Popular da Copa
 14 h – Depoimentos de abertura sobre conflitos urbanos na Metrópole (até 10 minutos cada):
 Loteamento São Francisco
  • Coque (R)Existe
  • Ocupe Estelita e DU
  • Fórum de Mulheres PE
  • Fórum SUAPE
  • FERU
  • SINTRACI
 Conferencista e debatedor: Dr. Carlos Vainer (IPPUR/ETTERN)
 DEBATE
 18 h – ENCERRAMENTO
 Dia 13/12, sábado.
 CAPACITAÇAO “MONITORANDO CONFLITOS URBANOS: concepção, metodologia e acordos para monitoramento de conflitos urbanos na Região Metropolitana do Recife”
 LOCAL: Faculdade de Direito do Recife
 09h – Abertura, apresentação, objetivos da capacitação.
 09h30 – Apresentação do Observatório dos Conflitos Urbanos, por Carlos Vainer e Breno Câmara (concepção, metodologia do mapeamento, caráter e agenda da rede nacional e internacional de pesquisa, planejamento conflitual urbano, parcerias, dentre outros).
 12h – Almoço
 13h30 – Acordos e agendas de continuidade da iniciativa no Recife.
 15h – Encerramento.
    Atenciosamente,
  Comitê Popular da Copa de Pernambuco
 Contatos
Evanildo Barbosa
Rudrigo Rafael
Eugênia Lima
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Fórum Suape

AINDA SOBRE A REUNIÃO DO FÓRUM SUAPE E MEMBROS COM A DIREÇÃO DA OAB-PE

Esta postagem é  um  texto enviado pela Dra. Conceição Lacerda, incansável advogada defensora dos legítimos interesses das comunidades do entorno de Suape e membro do Fórum Suape Espaço Socioambiental.
Transcrevo, na íntegra, a notícia publicada no site da OAB/PE:
“Motivados pela violação de direitos das comunidades do entorno do Complexo Industrial Portuário de Suape, integrantes do Fórum Suape – Espaço Socioambiental, procuraram a direção da OAB-PE em busca de apoio. Na tarde da terça-feira, dia 11, estiveram reunidos na sede da Ordem, com o presidente Pedro Henrique Reynaldo Alves; o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Casa, João Olímpio Mendonça; e a presidente da Subseccional OAB do Cabo de Santo Agostinho, Geny Lyra.
Na audiência informal, que contou com a expressiva participação de moradoras das áreas que formam hoje o Complexo de Suape, foram coletadas informações que irão subsidiar a atuação da OAB-PE no caso. Nos depoimentos dados pela população, relatos de violência nas expropriações e de indenizações irrisórias. Destacada, também, a atual situação das famílias, já desapropriadas, que não dispõem de condições financeira, nem psicológica, para conduzirem de forma digna suas vidas.
Dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), apresentados na reunião, indicam que há um grande comprometimento da saúde física e mental – elevado índice de doenças, principalmente psicológicas, a exemplo da depressão – dos moradores, por conta da forma tida como arbitrária de desocupação da área, imposta pela direção do Complexo de Suape. “São dados que caracterizam a violação dos direitos mais elementares da pessoa humana”, destacou João Olímpio.
Ressaltando ser a OAB a casa da advocacia e da cidadania, o presidente da Seccional pernambucana, Pedro Henrique, disse não formar nenhum juízo, mas que todo desenvolvimento econômico é bem-vindo, só não pode ser a todo custo. “Ouvi depoimentos emocionantes e marcantes, que trouxeram elementos que demonstram o quão injusta está esta relação”, frisou. Ele se comprometeu, na ocasião, a estudar os casos e intermediar uma reunião com a direção de Suape. “Esperamos remeter essa questão para a mediação, no intuito de alcançarmos avanços através do diálogo, para que não precisemos recorrer às vias judiciais”, garantiu.
Acompanhando a audiência junto com os moradores, estiveram na sede da OAB-PE, a advogada militante, Conceição Lacerda Contijo; e representantes do Fórum Suape – Espaço Socioambiental, da Comissão Pastoral da Terra (CPT), do Centro das Mulheres do Cabo e da Fiocruz, respectivamente, Mercedes Pérez, Mariana Vidal, Nivete Azevedo e Mariana Olivia. “
Impende, inicialmente, fazer uma observação em relação ao tema do encontro realizado em 11 de novembro na OAB/PE. Na verdade não se trata de pedido de apoio em “casos de desapropriação”. Os agricultores estão sistematicamente sendo expulsos de suas terras através de AÇÕES DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE ajuizadas pela SUAPE, empresa que nunca exerceu, anteriormente, a posse sobre as áreas objeto das demandas.
 Portanto, não tendo atendido, desde o início, os requisitos legais para o ajuizamento da ação possessória, se recebidas as iniciais todas as ações estavam fadadas a uma sentença de IMPROVIMENTO. Não foi o que ocorreu.
Ao contrário, o Tribunal de Justiça de Pernambuco concedeu a antecipação de tutela requerida pela estatal, mediante o depósito de irrisórias quantias, justificando que os valores estavam certos porque as avaliações foram feitas por técnicos indicados pela autora, uma empresa do Estado.  Portanto, nada de contraditório, nada de ampla defesa, nada de respeito à legislação constitucional e infra constitucional. NADA DE DEVIDO PROCESSO LEGAL!
Todas as tentativas de diálogo com a empresa SUAPE, até o encaminhamento da denúncia à OAB/PE, foram inúteis.  A empresa SUAPE desconhece movimentos sociais, associações de moradores, organizações não governamentais e mobilização da sociedade civil. A empresa SUAPE desconhece o que preceitua a Carta da República e se alinha a interesses que, sob o apanágio do “DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO”, estão expostos na mídia nacional e internacional comoum dos maiores veios da corrupção nesse país. Mas não os únicos!
            Nesse encontro foram relatados pelos representantes das comunidades os ABUSOS DE PODER e as VIOLAÇÕES DE DIREITOS HUMANOS que vêm sendo praticados pela empresa SUAPE COMPLEXO INDUSTRIAL PORTUÁRIO, e foram entregues aos representantes da OAB/PE mais provas documentais dos fatos denunciados.
            Diante da documentação anteriormente apresentada ao Presidente da Comissão de Direitos Humanos e analisada pela OAB/PE, e dos fatos relatados pelos representantes das comunidades, o Dr. Pedro Henrique Reynaldo Alves  declarou que a OAB/PE não ficará inerte diante da gravidade dos problemas levados ao seu conhecimento, reafirmando o compromisso da Instituição com a defesa da cidadania, tendo sempre se destacado na luta pela defesa dos direitos fundamentais e pela criação e preservação de um Estado Democrático de Direito.
            A presença física dos representantes das comunidades atingidas pelos desmandos da empresa SUAPE COMPLEXO INDUSTRIAL PORTUÁRIO foi uma demonstração contundente de que não se trata de meros interesses individuais, mas da defesa de interesses coletivos, da defesa de direitos fundamentais (casa, moradia, dignidade da pessoa humana, preservação e proteção cultural e ambiental,  direito à privacidade e à inviolabilidade de seus domicílios, garantia de acesso à justiça, dentre outros) de milhares de cidadãos que estão sendo vilipendiados, o que LEGITIMA a Ordem dos Advogados do Brasil, no exercício de seu papel institucional e através da sua Seccional em Pernambuco, a adotar as medidas judiciais necessárias ao restabelecimento da legalidade e da justiça.
            A OAB/PE, depois de analisar os documentos que foram entregues ao Presidente da Comissão de Direitos Humanos, Dr. João Olímpio Mendonça, não deixou sem resposta o pedido de ajuda que lhe foi dirigido pelas comunidades atingidas por graves violações aos seus direitos fundamentais.
Dando continuidade ao diálogo estabelecido com a OAB/PE, e depois de ouvidos pela Instituição os  representantes das comunidades atingidas, será entregue ao Dr. Pedro Henrique Reynaldo Alves um documento formalizando o pedido para que a ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL, através da sua Seccional em Pernambuco, cumprindo o seu papel institucional de defender interesses difusos e coletivos, eusando das atribuições que lhe são legalmente conferidas, ajuíze a competente AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DO TÍTULO DE PROPRIEDADE OUTORGADO SOB CONDIÇÃO RESOLUTIVA  pelo INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA – INCRA à COOPERATIVA AGRÍCOLA DO TIRIRI, medida de direito e de justiça que se impõe, em caráter de urgência.
Foi dito, ainda, pelo Dr. Pedro Henrique Reynaldo Alves, que nas ações de reintegração de posse que já se encontram em curso, a ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL, através da sua Seccional em Pernambuco, poderá vir a integrar a lide na condição de AMICUS CURIAE, acompanhando os feitos já ajuizados.
“Amicuscuriae é alguém que, mesmo sem ser parte, em razão de sua representatividade, é chamado ou se oferece para intervir em processo relevante com o objetivo de apresentar ao Tribunal a sua opinião sobre o debate que está sendo travado nos autos, fazendo com que a discussão seja amplificada e o órgão julgador possa ter mais elementos para decidir de forma legítima. Admite-se a intervenção do amicuscuriae em qualquer tipo de processo, desde que: a) a causa tenha relevância; e b) a pessoa tenha capacidade de dar contribuição ao processo.”[1]
Milhares de ações de reintegração de posse indevidamente ajuizadas contra milhares de posseiros, individualmente, representam potencial para gerar efeito multiplicador, não envolvendo apenas direitos individuais, mas DIREITOS COLETIVOS E DIFUSOS DE MILHARES DE FAMÍLIAS. Portanto, absolutamente admissível a intervenção da Ordem dos Advogados do Brasil, na condição de AMICUS CURIAE, através da sua Seccional de Pernambuco, nas ações de reintegração de posse ajuizadas pelo Complexo Industrial Portuário Governador Eraldo Gueiros, em trâmite na Justiça Estadual.
O efetivo apoio da ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL na defesa dos direitos fundamentais das comunidades atingidas pelos desmandos da empresa SUAPE passa, necessariamente, pelo imediato ajuizamento de uma AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DO TÍTULO DE PROPRIEDADE OUTORGADO SOB CONDIÇÃO RESOLUTIVA à COOPERATIVA AGRÍCOLA DO TIRIRI, em 22 de julho de 1980, devolvendo ao INCRA – INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA  AS TERRAS DESAPROPRIADAS PARA FINS DE REFORMA AGRÁRIA, e que foram ILEGALMENTEadquiridas pela empresa SUAPE, em 24 de julho de 1980.
A questão da corrupção, hoje na ordem do dia, vem bem mais de longe no caso da empresa SUAPE. E a área dos agricultores, esbulhada pela SUAPE, é o palco onde se desenrolam, hoje, as cenas de um scriptem que corruptores e corruptos protagonizam um segundo grande escândalo em Pernambuco. O primeiro deles, com certeza, foi a TREDESTINAÇÃO das áreas desapropriadas para fins de reforma agrária, como comprova a robusta documentação entregue à OAB/PE.
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LIMINAR SUSPENDE FINANCIAMENTOS DO BNDES

Vejam se não tem semelhança com o caso de Suape.

Justiça mantém liminar que suspende financiamentos do BNDES à Fibria Celulose

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Terça-Feira, Dia 04 de Novembro de 2014
Atendendo pedido do MPF, TRF2 negou pedidos da Fibria e do BNDES para cassar liminar proibindo qualquer financiamento destinado ao plantio de eucalipto ou à produção de celulose
O Ministério Público Federal conseguiu manter, na Justiça, a liminar que suspende o financiamento por parte do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) à Fibria, maior empresa brasileira de celulose e papel, destinado ao plantio de eucalipto ou à produção de celulose em área de quilombolas no Norte do Espírito Santo.
 
Em ação civil movida pelo MPF/ES, a Fibria é acusada de fraude na obtenção da área destinada à plantação de eucaliptos usados na produção de celulose.
 
Segundo a ação, no início da década de 1970, antigos funcionários da empresa teriam se habilitado como se fossem pequenos agricultores junto ao governo estadual capixaba, a fim de conseguirem títulos de domínio de terras devolutas. Em seguida, os empregados transferiram os títulos das propriedades localizadas entre Conceição da Barra e São Mateus para a Fibria. Na maioria dos casos, o período em que as áreas permaneciam no patrimônio jurídico do funcionário da empresa não excedia nem mesmo uma semana.
 
No processo, o MPF pede, além da devolução ao patrimônio público das terras obtidas por grilagem, que seja feita a titulação em favor de comunidades quilombolas de São Mateus e Conceição da Barra, quando comprovada sua ocupação tradicional na área, conforme determina a Lei Estadual 5.623 de 1998. Requer também que a Fibria seja condenada a reparar os danos morais coletivos dessas comunidades no valor de R$ 1 milhão.
 
A Lei Estadual 5.623/98 obriga o governo do Espírito Santo a emitir os títulos de propriedade às comunidades dos quilombos que comprovarem a ocupação tradicional em terras devolutas, em cumprimento ao previsto no artigo 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal.
 
Recurso – A manutenção da liminar foi decidida pela Quinta Turma Especializada do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) em dois agravos de instrumento. Além da Fibria, o BNDES apresentou recurso no TRF2, alegando que a operação financeira incluiria a disponibilização de uma linha de crédito para a empresa de cerca de R$ 167,7 milhões, para restauração, até 2019, de 21 mil hectares de mata atlântica na Bahia, no Espírito Santo e em Minas Gerais. Já a Fibria alegou que a realização de benfeitorias ou a transferência da propriedade a terceiros em nada prejudicaria uma eventual titulação de terras em favor dos quilombolas.
 
O parecer da Procuradoria Regional da República (PRR2) frisou que a manutenção dos financiamentos destinados ao plantio de eucalipto nas áreas discutidas não terá por consequência a melhoria ou a valorização das terras de ocupação tradicional quilombola, mas a continuidade da degradação do solo pelo cultivo de eucalipto e utilização de produtos químicos. Além disso, para a PRR, a clareza da fraude na obtenção das terras objeto de parte do financiamento leva à impossibilidade de que instituição financeira oficial, cujos investimentos são realizados com recursos públicos, financie atividade econômica explorada em área irregular e com reflexos graves nos direitos de comunidades tradicionais.
 
Decisão – Em seu voto, o relator dos agravos afirma que, pela transcrição de trechos de depoimentos prestados à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI da Aracruz), constantes da petição inicial da ação originária, é possível verificar o modus operandi da fraude: “Os funcionários declaravam-se agricultores e, tão logo legitimada a posse, repassavam-na à empresa”. A decisão rebate o argumento da Fibria de que não haveria estudos conclusivos sobre o seu projeto envolver áreas ocupadas por quilombolas, uma vez que as informações prestadas pelo Incra já permitem identificar a sobreposição das áreas quilombolas e exploradas pela agravante.
 
Esclarece o magistrado que “o tempo transcorrido desde a legitimação da posse pela empresa não pode servir de fundamento para permitir que a Fibria S.A. continue a dispor e explorar uma terra cuja ocupação, em princípio, deu-se de forma fraudulenta”. Para ele, a urgência da liminar se justifica, entre outros motivos, com o fato de que não há prova de que a empresa teria condições de devolver aos cofres públicos o total do empréstimo, caso o julgamento de mérito seja favorável ao Ministério Público Federal.
 
Por fim, a decisão destaca que a liminar expressamente suspendeu apenas o financiamento destinado ao plantio de eucalipto e à produção de celulose, não atingindo os recursos voltados para a restauração florestal e o cumprimento da legislação florestal.
 
O número do processo (primeira instância) para acompanhamento no site Justiça Federal (www.jfes.jus.br) é 0000693-61.2013.4.02.5003.
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Fórum Suape Informe

Morreu Dr. Miguel Sales – incentivador do Forum Suape

Um dia muito triste. Morreu Dr, Miguel Sales. Conheci há pouco tempo na sua incansável luta contra as violências cometidas pela empresa Suape contra os moradores do entorno do Complexo de Suape. Várias vezes acompanhei Dr. Miguel em suas andanças pelos engenhos de Ipojuca e Cabo de Santo Agostinho. Ele foi um incentivador do Fórum Suape Espaço Socioambiental (www.forumsuape.ning,com). Estava acompanhando seu drama, mas acreditava que tudo sairia bem. Infelizmente não foi assim que aconteceu. Perdemos uma pessoa muito importante na luta contra as injustiças e um defensor dos direitos humanos.
 A sua família as sinceras condolências de tod@s que fazem o Forum Suape.
Heitor Scalambrini Costa – Coordenador do Forum Suape
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Ambiental Fórum Suape

SOMOS TODOS AMBIENTALISTAS

Heitor Scalambrini Costa, Coordenador do Fórum Suape
Persiste entre formadores de opinião, o uso pejorativo do termo “ambientalista”, visando depreciar os cidadãos que lutam pela causa ambiental, além de tentar esconder outras intenções, menos ingênuas, como fazer o jogo dos poderosos, dos poluidores, que têm seus interesses contrariados pela persistência daqueles que defendem a preservação do meio ambiente e das condições de vida no planeta. 
Os últimos relatórios dos grupos de trabalho do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) mostram inquestionavelmente que a ação humana é a principal causa da elevação da temperatura média da Terra, ou aquecimento global. Mesmo assim, interesses poderosos das industrias de combustíveis fósseis e nucleares, da agroindústria, dentre outros, continuam a negar este fato, financiando campanhas que atacam aqueles que propõem mudanças no atual estilo de vida perdulário, no consumo e na produção de matérias primas e energia.
O crescimento sempre foi um objetivo da política econômica. Acreditava-se que o aumento da renda de um país fosse suficiente para proporcionar uma vida melhor a seus habitantes. Portanto, a partir de uma análise simplificada, geralmente utilizando o Produto Interno Bruto (PIB) como indicador base, bastava o anúncio de seu aumento, para que se aceitasse que os indicadores de bem estar o estavam acompanhando. Isto de fato não acontece.
Já há alguns anos, verificam-se os danos causados pela atividade econômica sobre o planeta. Em nome do crescimento a qualquer preço, tudo é permitido, inclusive a destruição do meio ambiente. São incontestes as evidencias de que não é mais possível crescer e enriquecer para melhorar a qualidade de vida da maioria da população. Ou seja, manter os padrões atuais de produção e consumo esbarra nos limites físicos do nosso planeta.
Estamos recebendo sinais de reação da Terra à quantidade excessiva de gases emitidos, que geram o denominado “efeito estufa”, em particular devido ao CO2 (dióxido de carbono), pelo uso massivo dos combustíveis fósseis. A Terra reage também ao desmatamento desenfreado das florestas para diferentes finalidades, ao desperdício e poluição das fontes de água doce, reduzindo assim sua disponibilidade pelo uso irracional desse bem fundamental para a vida.
O IPCC, através de seus relatórios e pareceres, traz conclusões científicas irrefutáveis sobre o aquecimento global, que provoca um aumento significativo na freqüência e na intensidade dos “desastres naturais”. A concentração de CO2 na tênue atmosfera que nos protege atingiu, em abril de 2014,  400 ppm (partes por milhão), superando o limite histórico. Valor emblemático, pois este é valor considerado pelos cientistas como limite para evitar os piores cenários do clima. Segundo o IPCC, acima de 400 ppm de CO2 a temperatura média do planeta poderá subir entre 2 a 5 graus centígrados até o final deste século, e isto poderá provocar a aceleração do degelo, tempestades mais violentas, graves impactos sobre a biodiversidade, com a inevitável extinção de espécies, e milhões de refugiados ambientais, os quais terão de buscar outros lugares para viver.
No entanto, mesmo com todas as catástrofes recentes, em todo o mundo, e com os claros alertas científicos do IPCC, continuamos sem dar a devida atenção ao maior desafio de nosso tempo: as mudanças climáticas. Elas estão entre nós e estão se acelerando.

Precisamos, pois, entender que todos os que lutam pela vida no planeta Terra – que lutam por um mundo melhor, por uma sociedade mais igualitária, e socialmente mais justa – são também, responsáveis pela preservação ambiental. Ou seja, com exceção daqueles que lutam apenas para manter os seus privilégios, somos todos ambientalistas!

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FÓRUM DENUNCIA SUBSTÂNCIA TÓXICA ENCONTRADA NO PORTO DE SUAPE

No dia 11 de fevereiro de 2014 a Revista Ciência e Hoje publicou artigo de Henrique Kugler intitulado “Silencio dos Mares”, reproduzido neste portal.
O referido artigo denuncia que a substância química mais tóxica sintetizada pelo ser humano (já banido em mais de 170 países), e usado para evitar bioincrustação em cascos de navios, havia sido detectado em proporções altíssimas no porto de Suape e do Recife.
O Fórum Suape denunciou e pediu providencias a Agencia Estadual de meio Ambiente (CPRH) através de sua ouvidoria (até o momento não obteve resposta) e a Diretoria de Portos e Costas(DPC) da Marinha do Brasil.
Abaixo repassamos a resposta da DPC ao Fórum Suape, para seu representante legal:
Prezado Sr. Heitor Costa,
Agradeço pelas informações encaminhadas ao fale conosco da DPC, trazendo importante matéria publicada na Revista Ciência Hoje. 
Participo a Vossa Senhoria que o seu questionamento foi encaminhado ao setor afeto ao tema, que consolidará os aspectos pertinentes aos esclarecimentos necessários.
Atenciosamente,
Diretoria de Portos e Costas
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TEXTO TRADUZIDO. PUBLICADO NO THE GUARDIAM.COM (original neste portal)

Comunidades de marisqueiras do Brasil são marcadas pela poluição industrial
Edinilda de Ponto dos Carvalhos, com pouco mais de cinquenta anos, é marisqueira, ou pescadora artesanal, em Suape desde muito jovem. Recentemente, segundo ela, seu trabalho  vem se tornando mais duro.
“Existem produtos químicos na água. Não possuem cheiro, mas matam todas as coisas” diz ela. Enilda acredita que a poluição vem do complexo portuário próximo no litoral sul de Pernambuco, estado no Nordeste do Brasil, considerada uma região de desenvolvimento econômico central.
Outra marisqueira, Valéria Maria de Alcântara, diz: “O barro produz coceiras por causa do óleo e dos dejetos, restos que ficam na água do mar. Isto queima a pele.”
De acordo com um programa de treinamento do estado, as mulheres compreendem 5.200 dos 8.700 pescadores daquela comunidade pesqueira. Elas trabalham duro para pescar mariscos na água ou no manguezal do entorno.
Nesta manhã de sol, Edinilda e mais 20 outras marisqueiras resolveram falar sobre a crise em suas vidas devido à poluição e depredação dos manguezais. “Pescadoras que antes retiravam de 20 a 30 quilos de conchas, agora, durante toda uma semana, chegam a 3 quilos”, diz Valéria sentada em uma cadeira de metal em seu terraço.
Centenas, se não milhares, de outras pescadoras ao longo da costa de Pernambuco dividem essa experiência. Tradicionalmente, o pescado das marisqueiras dava para o sustento de suas famílias, e qualquer excedente era comercializado em mercadinhos locais, complementando a renda familiar. Valéria diz que agora ela precisa trabalhar nas cozinhas dos bares locais nos finais de semana para complementar a renda por conta da queda em sua produção. 
“Na história da pesca no Brasil, a atividade das mulheres tem sido invizibilizada”, diz Laurineide Santana. “O que essas mulheres produzem não entra na estatística oficial da pesca.” 
Ela afirma que as políticas do governo marginalizam ainda mais o trabalho das mulheres, e que  só a partir de 1980, quando o Brasil adotou a nova Constituição, é que as trabalhadoras rurais tiveram um reconhecimento mínimo e adquiriram direito a pensão. 
Santana, que nasceu em uma família de pescadores, atua no apoia às comunidades pesqueiras nos estados do norte/nordeste do Brasil. Ela faz parte do Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP), um grupo católico que atua na organização social de pescadores artesanais em todo o país.  Em particular, Laurineide trabalha com mulheres no intuito de tornar visível a atividade desses grupos e seus resultados, elevando a autoestima das pescadoras. 
Entre 2007 e 2010, o então presidente Luís Inácio Lula da Silva disponibilizou para Suape 1,4 bilhões de reais para garantir o desenvolvimento econômico do complexo portuário e o crescimento no estado de Pernambuco, seguido de demais investimentos privados.
O complexo está instalado no litoral sul do Recife, capital do estado, e possui mais de 100 empreendimentos, incluindo uma refinaria, um polo petroquímico e muitos empreendimentos imobiliários. A expansão tem criado milhares de vagas de empregos, a maioria temporários, contudo vem danificando o meio ambiente e as práticas de sobrevivência tradicionais e locais.
Em setembro de 2013, a secretaria de meio ambiente do estado multou o Porto e o Complexo industrial em 2,5 milhões de reais por causar dos danos ao meio ambiente ocasionados, como o uso de dinamite em áreas de corais próximas ao Porto. 
Uma porta voz do Porto estimou em 10% a contribuição de Suape com o pib pernambucano. Os gestores municipais próximos ao porto introduziram impostos especiais para a indústria, mas ninguém foi capaz de dizer o quanto que esses impostos retornam para melhoria local da comunidade ou como o dinheiro vem sendo empregado. 
“Suape é um exemplo atual do modelo de desenvolvimento adotado pelo governo brasileiro”, afirma a secretaria executiva do CPP Nacional Maria José. “Esse é um modelo de desenvolvimento baseado no consumo, exploração e concentração de recursos.”
O CPP vem trabalhando com outras organizações para coletar assinaturas suficientes para que um projeto de lei de iniciativa popular de proteção e reconhecimento de áreas tradicionais da pesca artesanal em comunidades brasileiras seja apresentado ao Congresso Nacional 
 “Essas populações possuem uma qualidade de vida muito superior, ainda que em condições de pobreza, que é o que tem oferecido o modelo brasileiro de industrialização”, diz Maria José.
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Fórum Suape Ipojuca

FÓRUM SUAPE VAI RECORRER DA DECISÃO DO MINISTERIO PÚBLICO DE IPOJUCA

 Navio Alpine Liberty
Por Conceição Gontijo Lacerda, advogada, Núcleo Jurídico do Fórum Suape
O FÓRUM SUAPE ESPAÇO SOCIOAMBIENTAL formulou junto ao Ministério Público de Ipojuca denúncia sobre irregularidades nas operações de transferência de óleo realizadas no Porto de Suape, devendo as normas e procedimentos para prevenção da poluição hídrica serem estabelecidas pelos órgãos competentes (NORMAN 08 – SEÇÃO IV – ÚLTIMO PARÁGRAFO).  O Promotor Paulo César do Nascimento determinou o arquivamento da denúncia, informando:
a)  que  “foram requisitadas informações ao Complexo Portuário de Suape, bem como à CPRH a respeito dos fatos alegados na denúncia”;
b) que “em resposta à requisição do MP tanto o Complexo de Suape como a CPRH informaram que a Norma da Autoridade Marítima para Tráfego e Permanência de Embarcações em Águas Jurisdicionais Brasileiras – NORMAN 8 – da Diretoria de Portos e Costas da Marinha do Brasil ao estabelecer os procedimentos para transferência de óleo entre embarcações em áreas portuárias estabelece que apenas a transferência de óleo entre embarcações em áreas portuárias , deverá manter uma embarcação dedicada junto ao local de transferência durante todo o transcorrer da operação, dotada de barreias (sic) de contenção de óleo (oil boom) em quantidade adequada e pessoal, e apenas no período noturno deverão ser lançadas barreiras de contenção na água, ocorrendo que  a transferência ora denunciada não foi realizada entre embarcações e sim entre uma embarcação e um terminal, bem como foi realizada durante o dia.  Tendo ainda o órgão ambiental concluído que a denúncia não possui fundamento. Assim, considerando que o órgão ambiental não detectou qualquer irregularidade na operação de descarga de óleo mencionado na denúncia, não vislumbro a necessidade de intervenção do Ministério Público, inexistindo assim fundamento para instauração de procedimento investigação”.
Portanto, o Promotor Paulo César Nascimento se contentou com as informações prestadas exatamente por aqueles que estão infringindo a lei: o Complexo Portuário de Suape, empresa estatal de direito privado,  e a CPRH,  também um órgão estatal.  Ao prestar informações à 2ª Promotoria de Justiça Cível de Ipojuca – Curadoria do Meio Ambiente, o Complexo Portuário de SUAPE e a CPRH fizeram referência à NORMAN 08, Norma da Autoridade Marítima para Tráfego e Permanência de Embarcações em Águas Jurisdicionais Brasileiras, editada pela Diretoria de Portos e Costas da Marinha do Brasil, mas AMPUTANDO O TEXTO DA NORMA  exatamente no que diz respeito à denúncia formulada.  Vai aqui transcrita, em sua íntegra, a SEÇÃO IV da NORMAN 08:
SEÇÃO IV
PROCEDIMENTOS PARA TRANSFERÊNCIA DE ÓLEO ENTRE EMBARCAÇÕES
0408 – TRANSFERÊNCIA DE ÓLEO ENTRE EMBARCAÇÕES EM ÁREAS PORTUÁRIAS
Em decorrência da atribuição legal da Autoridade Marítima correlata à prevenção da poluição hídrica por embarcações, os procedimentos abaixo elencados deverão ser atendidos a partir de 1° de             janeiro de 2011.
Todas operações de transferência de óleo entre embarcações, em áreas portuárias, deverão atender aos procedimentos abaixo especificados, cuja adoção será de responsabilidade da empresa prestadora do serviço:
a)manter uma embarcação dedicada junto ao local da transferência, durante todo o transcorrer da operação,dotada com seções de BARREIRAS DE CONTENÇÃO DE ÓLEO (oil boom) em quantidade adequada e com pessoal qualificado para seu lançamento na água.
Essa embarcação dedicada deverá ter capacidade para pronto lançamento dessas barreiras na água, em caso de incidente de derramamento de óleo na água, como primeira ação de resposta para contenção da mancha de óleo, e ser dotada com sistema de comunicações adequado para proceder a comunicação imediata do incidente à Administração Portuária para efeito de acionamento do PLANO DE EMERGÊNCIA INDIVIDUAL (PEI) do porto.
b) manter kit constituído por BARREIRAS E MANTAS ABSORVENTES DE ÓLEO, posicionado próximo à tomada de conexão do mangote de transferência de óleo, tanto na embarcação fornecedora como na embarcação recebedora , durante todo o transcorrer da operação, de modo a conter no convés dessas embarcações pequenos vazamentos de óleo.
c) nos casos de operações de transferência durante o período noturno, além de observar os procedimentos previstos nas alíneas a) e b), manter iluminada a área nas proximidades da tomada de conexão do mangote de transferência de óleo, tanto na embarcação fornecedora como na embarcação recebedora, durante todo o transcorrer da operação.
d) nos casos de operações de transferência durante o período noturno entre embarcações fundeadas, atracadas a contrabordo, além de observar os procedimentos previstos nas alíneas a), b) e c), lançar BARREIRA DE CONTENÇÃO DE ÓLEO (oil boom) na água, antes do início da operação, em quantidade suficiente que possibilite o seu posicionamento entre as embarcações, no setor da proa – ou no setor da popa – da embarcação prestadora do serviço, conforme a corrente reinante, de tal forma que a seção de barreira lançada seja mantida em formato de “U”, tencionada pela corrente, – durante todo o transcorrer da operação. Se ocorrer inversão da corrente durante a operação, esse dispositivo deverá ser reposicionado.
Em situações especiais em que haja dificuldade no atendimento dos procedimentos supracitados, devido às peculiaridades da região, o interessado deverá apresentar na CP/DL/AG da área de jurisdição, alternativa tecnicamente fundamentada.
As CP/DL/AG poderão estabelecer exigências adicionais para cada situação em particular. O armador ou o proprietário da embarcação, por sua iniciativa, poderá acordar com a empresa prestadora do serviço a adoção de medidas adicionais de prevenção da poluição hídrica.
Esta norma não se aplica às transferências de óleos lubrificantes, óleos hidráulicos e óleos similares, quanto embalados e acondicionados individualmente.
Esta norma não se aplica às instalações flutuantes (pontões) que abastecem as embarcações que trafegam ao longo das hidrovias e em águas interiores. Cabe às CP das respectivas áreas de jurisdição estabelecer procedimentos específicos de prevenção, por meio das suas NPCP/NPCF.
As normas e procedimentos para prevenção da poluição hídrica para as operações de transferência de óleo entre embarcações e instalações terrestres – portos organizados, instalações portuárias, terminais, estaleiros, marinas, clubes náuticos e instalações similares – são estabelecidas pelos ÓRGÃOS COMPETENTES. Da mesma forma, para as operações de transferência de óleo para embarcações, provenientes de caminhões tanque, ou postos de abastecimento, situados nessas instalações.”
O Promotor Dr. Paulo César Nascimento sequer leu a íntegra da NORMAN 08, que em seu último parágrafo estabelece que “as normas e procedimentos para prevenção da poluição hídrica para as OPERAÇÕES DE TRANSFERÊNCIA DE ÓLEO ENTRE EMBARCAÇÕES E INSTALAÇÕES TERRESTRES – portos organizados, instalações portuárias, terminais, estaleiros, marinas, clubes náuticos e instalações similares – SÃO ESTABELECIDAS PELOS ÓRGÃOS COMPETENTES.” Decidiu o senhor Promotor de Justiça pelo arquivamento da denúncia sem perquirir sobre a EXISTÊNCIA DAS NORMAS QUE DEVEM SER ESTABELECIDAS PELOS ÓRGÃOS COMPETENTES.
O FORUM SUAPE SÓCIO AMBIENTAL irá recorrer da decisão do Promotor Paulo César Nascimento, que determinou o arquivamento da denúncia, ao mesmo tempo em que formulará junto à ANTAQ (Agência Nacional de Transportes Aquaviários)  consulta sobre quais são os órgãos competentes para estabelecer as normas e procedimentos  para prevenção da poluição hídrica para as operações de transferência de óleo entre embarcações e instalações terrestres, como determina a NORMAN 08, no último parágrafo da SEÇÃO IV.
O fato de existirem normas específicas sobre a operação  de transferência de óleo entre embarcaçõesnão exime os operadores de obedecerem aquelas estabelecidas para a transferência de óleo entre embarcações e terminais terrestres, como expressamente previsto no último parágrafo  da Seção IV da NORMAN 08, texto amputado por aqueles que prestaram informações ao Promotor da 2ª Promotoria de Justiça Cível de Ipojuca – Curadoria de Meio Ambiente, Dr. Paulo César Nascimento.”
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