Categoria: Impactos
Nesta sexta-feira (5) é comemorado o Dia Mundial do Meio Ambiente, mas o que temos a comemorar neste dia?
O mundo todo vem sofrendo atualmente com os efeitos das mudanças climáticas, decorrentes do aquecimento global que o ser humano vem provocando em nosso planeta. A atual pandemia de Covid-19, que assola todo o mundo, também é mais um reflexo da crise ambiental pela qual passa a Terra.
Já o Brasil vem passando por uma crise ambiental sem precedentes, com o aumento avassalador do desmatamento na amazônia e no cerrado, o uso indiscriminado de agrotóxicos em todo o território, a cada vez maior poluição do ar e contaminação hídrica, além do maior desastre ambiental em extensão com o recente vazamento de petróleo no mar que atingiu toda a costa do Nordeste e ainda alguns estados do Sudeste.
O desmatamento da Floresta Amazônica aumentou 171% em abril deste ano, representando 529 km² de floresta derrubada, o que equivale aproximadamente ao território do município de Porto Alegre. Os dados são monitorados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
O nosso atual Ministro do Meio Ambiente vem, na verdade, adotando uma agenda contrária ao Meio Ambiente, trabalhando no sentido de flexibilizar e suprimir as normas de proteção ambiental.
Todas essas questões precisam ser refletidas em nosso dia a dia e medidas urgentes precisam ser adotadas pela sociedade e pelos governos. Não fique parada/o. Lute por uma mudança de consciência e de prática que ajude a reverter esse estado de destruição. Vamos juntas/os.
Nesse domingo (27), a reportagem registrou a presença da substância na Praia dos Carneiros Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem |
JC Online
Publicado em 28/10/2019, às 19h25
O total de óleo recolhido no litoral pernambucano chegou a 1.500 toneladas. Nesta segunda-feira (28), 14 praias do Estado apresentaram manchas, mas em pequenas proporções. Toda a substância coletada está sendo levada para o Centro de Tratamento de Resíduos (CTR) de Pernambuco, localizado em Igarassu, na Região Metropolitana do Recife.
Nesta segunda-feira (28), o material foi encontrado nas seguintes praias:
• Merepe, Ipojuca (vestígios)
• Cupe, Ipojuca (vestígios)
• Muro Alto, Ipojuca (vestígios)
• Nossa Senhora do Ó, Paulista (vestígios)
• Pau Amarelo, Paulista (vestígios)
• Conceição, Paulista (vestígios)
• Maria Farinha, Paulista (vestígios)
• Sossego, Ilha de Itamaracá (vestígios)
• Enseada dos Golfinhos, Ilha de Itamaracá (vestígios)
• Pontal da Ilha, Ilha de Itamaracá (vestígios)
• Enseada do Corais, Cabo de Santo Agostinho (vestígios)
• Gaibu, Cabo de Santo Agostinho (vestígios)
• Itapuama, Cabo de Santo Agostinho (vestígios)
• Praia do Paiva, Cabo de Santo Agostinho (vestígios)
Na praia do Cupe, mergulhadores do Corpo de Bombeiros fizeram ação de reconhecimento de áreas com óleo perto dos corais.
Nesse domingo (27), a reportagem do Jornal do Commercio esteve nas praias de Tamandaré e registrou a presença da substância nos corais da praia dos Carneiros, ainda na areia, em maior quantidade, em Boca da Barra e na foz do Rio Mamucabas. Do Litoral Sul ao Norte, saiba como foi o domingo nas praias em Pernambuco.
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Na praia de Itapuama, em Cabo de Santo Agostinho, centenas de voluntários tentam reduzir os danos do misterioso vazamento que já atinge praias de 201 localidades em nove Estados |
Voluntários se mobilizam para limpar a praia de Itapuama, em Cabo de Santo Agostinho (PE). [Fotografia: TERESA MAIA] |
“Hoje eu venho, amanhã eu venho, e depois também”, afirma Paulo Vitor. O rapaz de 19 anos está bastante seguro de sua decisão, apesar de seu corpo estar coberto por uma espessa camada de óleo que faz a pele arder ao ficar exposta ao sol. Nesta terça-feira, ele era uma das centenas de pessoas que lotavam a praia de Itapuama para tentar salvar esse pedaço do litoral de Pernambuco. Localizada no município de Cabo de Santo Agostinho, a pouco mais de 20 quilômetros da turística praia de Boa Viagem, em Recife, Itapuama é umas das seis praias da região que foram contaminas por um misterioso petróleo derramado em alto mar que chegou ao litoral do Nordeste brasileiro há dois meses e já atingiu 201 localidades em 80 municípios de nove Estados, segundo o último balanço do Governo federal. “Se ficar alguma ferida, vai ter valido a pena. Isso que a gente está fazendo… Quem é cabense, quem frequenta essas praias, chega e vê uma coisa dessas… É até emocionante”, conta o jovem, que está no primeiro período de Ciências Biológicas. Deseja ser biólogo marinho.
Paulo Vitor não hesita em mergulhar na água para tentar retirar o petróleo que está submerso. Mas esta é apenas uma das muitas tarefas que mobilizam os voluntários, que vieram de várias cidades da região. Qualquer pessoa pode chegar e ajudar. Protegida com luvas, botas e máscara (conforme determinam as instruções difundidas por ONGs e pela Prefeitura), Patrícia Henry tenta retirar com uma espátula a substância preta que ficou incrustada nas pedras da praia. “Como o óleo está muito grosso, se alguém não tirar, não vai sair das pedras. Ontem, retiraram uma tartaruga que se debatia. O pessoal teve que cavar com a unha para retirar o óleo“, conta esta engenheira civil, de 27 anos. “Estou tentando me dedicar àquilo que minha ferramenta me permite fazer, mas o óleo é bem espesso. Ele gruda, entra em qualquer buraquinho. Imagina como está nos corais dentro mar… Tem coisas que não dá para retirar”, lamenta a produtora audiovisual Maíra Lisboa, que trouxe água e duas pás de casa.
Enquanto conversa, forma com as mãos, devidamente protegidas por luvas, uma pequena bola preta com o óleo que conseguiu retirar das rochas. “Infelizmente já aconteceu e parecem não estar se importando muito. Como não temos ajuda do Governo, juntamos o que temos. É uma autogestão mesmo. Todo mundo está vindo, aprendendo e tentando ver qual é a maneira de fazer, e ajudando no que puder”, explica. Seu desabafo parece refletir o sentimento de boa parte das pessoas presentes no mutirão: o de que o poder público como um todo falhou. Identificado há cerca de dois meses, o petróleo se espalhou ao longo de mais de 2.200 quilômetros de costa, entre o Maranhão e a Bahia, sem que as autoridades exibissem um algum tipo de plano detalhado de contenção.
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Dez fotógrafos de Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia retratam os estragos do vazamento de óleo na região e o trabalho de voluntários para minimizar os prejuízos.
1. Praia do Paiva, Cabo de Santo Agostinho, Pernambuco. Voluntários fazem a remoção de porções de óleo com rede improvisada [LEO MALAFAIA | FOLHA PE]
2. Garoto tenta retirar o petróleo do corpo, após atuar na remoção das manchas, no mar na Praia de Itapuama, Cabo de Santo Agostinho, Pernambuco. [LEO MALAFAIA | FOLHA PE]
7. No manguezal da Coroa do Meio, em Aracaju, Sergipe, um pescador recolhe a rede encharcada pelo óleo. [JANAÍNA SANTO]
8. Redes de contenção do óleo levadas pela maré até as pedras da orla de Aracaju, uma das áreas mais atingida pelo óleo no estado de Sergipe. [JANAÍNA SANTO]
9. Pai Velho, pescador na praia de Itapuã, Salvador, Bahia. Pescador desde os 10 anos de idade, ele conta: “eu nunca vi quantidade de óleo como essa aí! O povo agora sente medo de comprar peixe”. Ele diz que já sente o impacto nas vendas. [MARCEL LOPES]
10. O impacto econômico começa a atingir os pescadores, como ‘Seu Raimundo’, 53 anos e pescador na praia do Rio Vermelho. “O impacto desse vazamento está péssimo. As vendas caíram bastante”. [MARCEL LOPES]
11. Gigante manta de óleo atinge o litoral norte do estado de Pernambuco na Praia do Janga, em Paulista. [LEO MALAFAIA | FOLHA PE]
12. Uma multidão de voluntários se esforça para retirar o óleo da praia de Itapoama, em Cabo de Santo Agostinho, Pernambuco. [TÚLIO ASSIS]
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Fragmento de óleo retirado na praia de Candeias, Jaboatão dos Guararapes. (Foto: Divulgação/Prefeitura de Jaboatão) |
Em Jaboatão, a praia de Barra de Jangada já tinha registro de manchas desde a madrugada da última quarta-feira. Já Itamaracá, apresentou manchas de óleo na quinta-feira, nas praias de Pilar e Jaguaribe.
Segudo o morador do bairro de Candeias, Djalma Carneiro, 34 anos, a maior concentração do óleo é na divisa entre a praia de Candeias e Barra de Jangada. Com o avanço da maré, as partículas foram dissipadas para a faixa de areia. Ele relata que dois funcionários do Ibama e quatro bombeiros civis estão no local, mas não há ponto de coleta. ‘É um descaso, quem está fazendo o trabalho pesado é o povo. Não tem ponto de coleta aqui em Candeias, só em Barra de Jangada. Ou seja, as pessoas que estão recolhendo o óleo acabam jogando os resíduos no lixo comum’, disse.
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Governo inicia coleta e análise de amostras da água das praias atingidas pelas manchas de óleo (Hélia Scheppa/SEI) |
O material será encaminhado para se analisado no laboratório Organomar, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que fechou uma parceria com a Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH).
A coleta foi feita nas praias do Paiva, São José da Coroa Grande, Tamandaré, Carneiros, Maracaípe, Muro Alto, Suape, Itapuama, Gaibú e Pedra do Xaréu. O trabalho é feito por profissionais do laboratório da CPRH, com o apoio dos professores do departamento de Oceanografia da UFPE, além de especialistas em poluição marinha por petróleo.
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Texto de Artur Ferraz
Apesar disso, o adolescente fotografado em meio à confusão na limpeza das Pedras do Xaréu não sentiu até agora nenhum sintoma de intoxicação. “Ele respirou muito [o cheiro do óleo], mas, graças a Deus, não aconteceu nada com ele”, observa a mãe, Ivaneide Maria de Oliveira, 36.
Capturada pelo fotógrafo da Folha de Pernambuco, Léo Malafaia, a imagem, que mostra o menino vestido com plástico de lixo retirando do mar sacos com petróleo, teve repercussão internacional, sendo publicada em periódicos como The New York Times (EUA) e Clarín (Argentina), além da agência de notícias francesa France-Press (AFP) e do inglês The Gardian, que destacou a foto entre as melhores da última quarta-feira. Depois que a imagem foi captada, Everton subiu nas pedras e pegou óleo de cozinha para tirar o excesso de petróleo que grudara nos braços e nos pés descalços. “Tinha nada para fazer”, disse na hora.
Enquanto o filho se misturava aos voluntários nas Pedras do Xaréu, Ivaneide ficou com o marido em outra área, mais perto da base de apoio do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). “Naquele dia, a gente foi para abrir a barraca porque era feriadão do Dia do Comerciário. Quando a gente chegou lá, estava aquela correria. Eu fiquei perto do Samu, separando o óleo do sargaço e ele foi lá para baixo”, relata a comerciante, que há dois anos mantém o bar Dois Irmãos 2, em alusão ao estabelecimento da mãe dela, o Dois Irmãos 1.
Criança tenta se livrar do óleo preso ao corpo após ajudar na limpeza na praia de Itapuama, Cabo de Santo Agostinho, Região Metropolitana do Recife – Crédito: Leo Malafaia/Folha de Pernambuco |
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Maria de Cássia falou sobre o sentimento de quem depende da pesca em áreas atingidas pelas manchas no Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife — Foto: Reprodução/TV Globo |
“O óleo destruiu as nossas vidas”. A frase é da catadora de mariscos Maria de Cássia da Silva, que depende dos pescados para sobreviver, na praia de Suape, no Cabo de Santo Agostinho, um dos municípios atingidos pelo desastre ambiental em Pernambuco (clique aqui para ver vídeo).
O surgimento das manchas no litoral do município, no Grande Recife, afetou também outros profissionais, como donos de bares e barracas e barqueiros. A colônia de pescadores do município estima que 1.800 pessoas estão paradas desde o aparecimento do óleo, na sexta-feira (18).
Balanço divulgado pelo governo do estado, na quarta-feira (23), aponta que quase mil toneladas de óleo foram retiradas das praias pernambucanas, em sete dias. Nesta quinta-feira (24), foram atingidas áreas de Itamaracá e outras localidades de Paulista, na Região Metropolitana.
Maria de Cássia afirmou, nesta quinta-feira (24), que depende da coleta de mariscos para sustentar quatro filhos e o marido, que está desempregado. Sem poder trabalhar por causa do óleo, ela afirma que está esperando providências das autoridades.
“A gente não tem resposta do governo. O pessoal da prefeitura do Cabo começou a fazer um cadastramento, mas a gente não sabe o que é e para que é”, afirma. Como os clientes deixaram de ir à praia, Maria de Cássia diz que conta com a ajuda da mãe, que é aposentada. “Estamos de mãos atadas”, declara.
Na praia de Suape, os pescadores também estão parados. A colônia tem 800 cadastrados e mais mil que atuam sem registro formal.
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Voluntários lutam contra o óleo: 900 toneladas de resíduos foram retiradas apenas da costa de Pernambuco até agora. Foto: Anderson Stevens |
Manchas escuras estão nas roupas e no corpo de Laudinete Maria da Silva, 36 anos. Ela carrega luvas de plástico sujas pelo petróleo. As marcas emocionais também estão evidentes no choro e no desabafo furioso que a moradora local fez diante de mim na praia de Suape, município do Cabo de Santo Agostinho, Pernambuco, na quarta-feira. A imprensa estava ali para acompanhar a visita do Arcebispo de Olinda e Recife às populações impactadas pelo maior desastre ambiental da costa brasileira – e um dos maiores da história do Brasil, cujas consequências ainda são desconhecidas.
Laudinete está exausta. Todos nós, nordestinos, também estamos cansados da falta de explicações e de soluções diante desta tragédia nacional. Quando conheci a pescadora, o óleo que já contaminou dez municípios pernambucanos e mais de 80 no Nordeste não dominava mais o cenário paradisíaco da praia de Suape, de mar calmo e areia branca. “Tiramos tudo sozinhos”, me contou, indignada. Mais de dez toneladas do material foram retiradas somente desta praia desde o domingo passado, segundo os voluntários.
Desde que a mancha tóxica retornou a Pernambuco, no dia 17, a moradora da praia de Suape deixou tudo de lado para se unir aos mutirões de voluntários que trabalham na limpeza da orla. “Quem está levando minhas filhas para a escola é minha mãe. Estou aqui fazendo minha obrigação, limpando [o lugar] de onde tiro o meu pão”, contou Laudinete. Ela é mãe de duas meninas, uma de 10 e outra de 14 anos, sustentadas com a pesca de mariscos.
A cada nova praia afetada, mais imagens de pessoas removendo as imensas porções de óleo com as próprias mãos circulam pelas redes sociais. Mostram corpos desprotegidos lutando contra massas densas que queimam e irritam a pele. Na quinta-feira, 17 de outubro, o óleo chegou à Ilha de Itamaracá, no Litoral Norte do estado. Segundo o secretário de Meio Ambiente de Pernambuco, José Antônio Bertotti, 900 toneladas de resíduos (que misturam óleo e areia) foram retiradas apenas da costa do estado até agora. No Nordeste, no total, foram mais de mil toneladas, segundo a Marinha.