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Ambiental Comunidade Fórum Suape Informe UFRPE

INFORMES!

O encerramento das Oficinas de imersão na comunidade realizadas pelo Departamento de Educação da UFRPE, em parceria com o Centro das Mulheres do Cabo foi marcado pela realização de uma festa junina em Nova Tatuoca, na noite do dia 10 de junho. Durante a festa, moradores e moradoras foram homenageados pela sua importância na preservação e resgate da história da Ilha de Tatuoca. Teve a dança de quadrilha junina com as crianças e mulheres da comunidade, comidas típicas, tudo em um clima de muita diversão.
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A Audiência Pública sobre o Pacto Pela Vida e o aumento da criminalidade, agendada no dia 25/05, na Alepe, tinha tudo para ser um ótimo espaço de discussão. Raramente se pode contar com os secretários de governo presentes, os representantes das polícias e tantas outras autoridades da área de Segurança Pública. Porém, faltava na mesa dos trabalhos um representante da sociedade civil, que também estava presente representada pelo Fórum Popular de Segurança Pública de Pernambuco. Foi feita essa solicitação ao presidente da Alepe, deputado Guilherme Uchoa, mas ele não abriu mão, negando que a sociedade civil organizada participasse da mesa. As organizações presentes decidiram então, se retirar da plenária e acabou não acontecendo o importante debate. Na verdade, o governo do Estado de Pernambuco sempre foge do debate com as organizações e movimentos sociais.
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Moradores de Jurissaca disseram que Suape divulgou uma nota informando que será instalada uma fábrica da Aché naquele engenho, o que espalhou medo e insegurança na comunidade.
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Vulneração e injustiças ambientais na determinação social da saúde no território de Suape foi o tema da tese de doutorado em Saúde Pública, de Mariana Olívia, defendida no dia 12 de junho. Ela apresentou um mapeamento dos conflitos e injustiças ambientais ocorridas em Suape, a percepção das moradoras em relação ao processo de ampliação do CIPS, a atuação de algumas redes sociais em defesa dos grupos vulnerados e como a construção de um documentário e realização de cinedebates promoveram saúde e o empoderamento social.
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Fórum Suape Informe

REUNIÃO COM O ARCEBISPO

No dia 12 de julho o Fórum Suape esteve reunido com Dom Fernando Saburido, arcebispo de Olinda e Recife tendo como pauta a realidade do território de Suape. A coordenação do Fórum Suape foi acompanhada de lideranças comunitárias que relataram várias situações de violação de direitos praticadas pelo CIPS e buscaram apoio para o diálogo com o governo do Estado de Pernambuco.
Foi uma boa reunião, pois Dom Saburido ficou sensibilizado e se comprometeu em fazer uma articulação com a Assembléia Legislativa, com o Vicariato do Cabo que reúne todas as paróquias do município e em marcar uma audiência com o governador depois dessas articulações.
A reunião com o arcebispo faz parte da estratégia traçada pelo Fórum junto com as lideranças comunitárias da região atingida pelo Complexo de Suape, de buscar o apoio de todos os líderes religiosos que atuam na região: católicos, evangélicos, espíritas e das religiões de matriz africana. Além da diversidade do público que o compõe, o Fórum Suape acredita no potencial desses líderes para fortalecer o engajamento de novos membros de resistência e propagar ainda mais as lutas comunitárias, e denunciar as injustiças sociais e ambientais cometidas pelo CIPS na região.

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Encontro Informe

REUNIÃO DA REDE BOTA O PÉ

No dia 12 de junho, a articulação de organizações denominada Bota o Pé se reuniu na sede da FASE, em Recife. Participaram representantes da FASE, Fórum Suape, GAJOP, CENDHEC, Meu Recife, CCLF, CPDH, CMC, SOS Corpo e Caranguejo Uçá. Inicialmente, foi feita uma breve avaliação do encontro de parceiros da OAK. No geral, a avaliação apontou que o encontro foi positivo em relação aos debates promovidos, necessários para uma 
afinação entre as organizações para pautar um diálogo mais transparente. Outro ponto discutido na reunião da rede Bota o Pé se referiu a um olhar desde o feminismo do trabalho com mulheres nos projetos. A representante do SOS Corpo, Silvia Camurça se comprometeu a repassar um texto com alguns pontos para que a rede comece a discutir a questão de forma mais aprofundada.
Os participantes falaram sobre suas expectativas em relação a rede e seus desdobramentos. Foi feito um apanhado histórico do surgimento do Bota o Pé. Como as organizações estavam numa agenda reativa, até o momento a rede não realizou uma discussão política conjunta. Cada organização tem apoiado pontualmente a outra, sem sistematizar essas experiências nem discutir estratégias. Existe a expectativa de expandir a atuação do Bota o Pé e de fazer uma nova rodada daqueles momentos de se conhecer o que cada organização está fazendo.
Por fim, ficou acertada uma reunião específica para ampliar a discussão sobre gênero, entender de que forma cada organização vem atuando nessa temática. Realizar uma avaliação compartilhada sobre a auditoria, na linha das aprendizagens. Realizar uma avaliação compartilhada sobre os resultados atingidos em cada organização, acerca das conquistas e dos gargalos de cada organização e também da rede. Dialogar e compartilhar a aprendizagem quanto às seguintes questões: terceiro setor x organizações de luta por direitos; comunicação e incidência conjunta; discussão sobre incidência política local; direito à cidade na região metropolitana do Recife; e o intercâmbio de informação com organizações do Sul. 
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Fórum Suape Informe

DEPUTADA RECEBE REPRESENTANTE DO FÓRUM SUAPE

A pedido do arcebispo de Recife-Olinda, Dom Saburido, nesta terça~feira (18/7), a deputada estadual Terezinha Nunes recebeu o coordenador do Forum Suape para uma conversa sobre a situação de violação de direitos no território do Complexo Industrial Portuário de Suape (CIPS).

Uma breve explanação, com a entrega de amplo material norteou as denuncias sobre o sofrimento causado as populações nativas pela implantação do CIPS, em particular as remoções forçadas e o desmatamento da vegetação local (resquícios de Mata Atlântica, restinga e manguezais).

Sensibilizada pelo relato a deputada se comprometeu a ajudar as populações atingidas pelo empreendimento.  A primeira atitude foi de seu gabinete acompanhar,  com a advogada Suelen Nascimento,a reunião que ocorrerá dia 10 de agosto entre representantes dos moradores e a empresa Suape.

Outra medida proposta foi de que conversaria com o deputado Aluisio Lessa, presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico da Assembleia Legislativa para inteirá-lo dos problemas relatos na reunião com o Forum Suape. Inclusive levantando a possibilidade da convocação de uma Audiência Pública convocada por esta Comissão. Foi informado a deputada que duas outras audiências públicas foram realizadas pela Comissão de Cidadania, Direitos Humanos e Participação Popular. Inclusive as atas destas reuniões, publicadas no Diário Oficial do Estado,foram posteriormente enviadas para o email da deputada.

E finalmente Terezinha Nunes se comprometeu também a falar com o Secretario Estadual de Desenvolvimento Econômico, Raul Henry, sobre os assuntos tratados nesta reunião. 

Os resultados destes encaminhamentos propostos serão informados ao Forum Suape.
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Informe

EM DELAÇÃO, EX-EXECUTIVO DA ANDRADE GUTIERREZ RELATA PAGAMENTO DE PROPINA A SENADOR FERNANDO BEZERRA COELHO

Durante depoimento ao Ministério Público Federal, Rodrigo Ferreira também mencionou pagamento de propina ao empresário Aldo Guedes, ex-presidente da Companhia Pernambucana de Gás.

Ex-executivo da Andrade Gutierrez cita Fernando Bezerra e Aldo Guedes em delação (clique aqui para ver a reportagem completa com vídeo)

O senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) e o ex-presidente da Companhia Pernambucana de Gás (Copergás), Aldo Guedes, foram acusados de receber propina em obras do Porto de Suape. A acusação foi feita pelo ex-executivo da construtora Andrade Gutierrez, Rodrigo Ferreira Lopes da Silva, através de delação premiada. O termo de colaboração aos procuradores do Ministério Público Federal (MPF) foi divulgado nesta quarta-feira (31).

Procurada pela reportagem, a defesa do empresário Aldo Guedes informou que não tinha nada a declarar até ter acesso à íntegra do depoimento. Já o diretório nacional do PSB informou que o senador Fernando Bezerra Coelho deveria falar sobre o assunto.
A defesa do senador Fernando Bezerra Coelho informou, por meio de nota, que não irá se manifestar sobre a delação “até tomar conhecimento de sua integralidade pelos meios oficiais” e alegou repudiar as afirmações do delator. Ainda de acordo com a defesa, todos os contatos do parlamentar com a empresa citada foram “absolutamente institucionais” e as contas de Bezerra Coelho no período em que ele esteve à frente do Porto de Suape, entre 2007 e 2010, foram aprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE).
Durante o depoimento ao MPF, o ex-executivo da Andrade Gutierrez mencionou um cartel para a construção de obras em portos públicos do Brasil. Em Suape, Rodrigo Ferreira afirma ter havido pagamento de propina na obra de recuperação do Píer de Graneis Líquidos.
Ainda segundo Ferreira, a Andrade Gutierrez, detentora de 100% do contrato da obra, fez o pagamento de 5% do valor recebido a Aldo Guedes e a Fernando Bezerra Coelho, que, na época, eram presidente da Copergás e secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, respectivamente. O delator também afirmou que os dois citados também receberam propina equivalente a 5% do valor recebido pelo consórcio formado pelas construtoras Odebrecht, Andrade Gutierrez e OAS, na obra do Píer de Graneis Líquidos 3.
Os pagamentos, segundo Ferreira, teriam sido feitos por um outro ex-executivo da Andrade Gutierrez, Glauer Nogueira. Os valores, de acordo com o delator, teriam sido pagos como caixa 2, como doações eleitorais ao diretório nacional do PSB e em espécie.
Ainda durante o depoimento, Ferreira mencionou o pagamento de 5% sobre o valor recebido para os contratos da obra de reforço dos cabeços do porto, feita pelo consórcio formado pelas construtoras Andrade Gutierrez e OAS. Os valores teriam sido entregues a Aldo Guedes. O delator afirmou, ainda, não ter tido conhecimento sobre pagamentos entregues a Fernando Bezerra Coelho que fossem relativos a essa obra especificamente.
A Andrade Gutierrez, através de nota, informa que “segue colaborando com as investigações em curso dentro do acordo de leniência firmado pela empresa com o Ministério Público Federal e reforça seu compromisso público de esclarecer e corrigir todos os fatos irregulares ocorridos no passado”.
Também por meio de nota, a Odebrecht informou que está colaborando com a justiça nos países em que atua. A empresa também alegou ter assinado um acordo de leniência com autoridades do Brasil, Estados Unidos, Suíça e República Dominicana e se comprometeu a combater e “não tolerar a corrupção em quaisquer de suas formas”.
Procurada pelo G1, a construtora OAS disse que não irá se manifestar.
Notícia retirada do site do G1 Pernambuco
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Informe SUAPE

REVISÃO DO BRASIL NA ONU: COMPLEXO DE SUAPE ESTÁ NA PAUTA!

O QUE É RPU?

A cada quatro anos e meio, aproximadamente, todos os Estados-membros da ONU precisam prestar contas aos outros países do que têm feito para garantir os direitos de seus cidadãos. Trata-se de uma sabatina sobre a situação de direitos humanos que acontece no Conselho de Direitos Humanos da ONU em Genebra, Suíça. Entenda porquê a RPU é o principal instrumento de avaliação de direitos humanos da ONU e como funciona o processo: 
CONTRIBUIÇÕES DA CONECTA
A Conectas foi uma das organizações da sociedade civil que enviou contribuições à ONU sobre os principais desafios de direitos humanos que o Brasil enfrenta. A organização participou, em conjunto com outras entidades, de oito dos 53 relatórios que a ONU recebeu sobre o país. Dentre esses relatórios encontra-se também o da IMPLANTAÇÃO DO COMPLEXO PORTUÁRIO DE SUAPE, que você pode conferir clicando na imagem abaixo:

(Relatório em Inglês)
Para saber mais informações, visite o site:
http://rpubrasil.conectas.org/
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Informe

Denúncias colocam em xeque a presidente da CPRH

Em uma matéria publicada no dia 17 de março de 2017, Simone Nascimento Souza estaria favorecendo a Engea Consultoria Ambiental, que até 2015 a teve como acionista majoritária. Segundo a denúncia, Simone estaria facilitando a vida de quem procurasse a Engea.

Segundo o artigo 9° da Lei de Licitação de Contratos Administrativos, n° 8.666/93, o servidor ou dirigente de órgão ou entidade contratante ou responsável pela licitação, não pode participar, direta ou indiretamente, da licitação ou execução de obra ou serviço e do fornecimento de bens a eles necessários.
Ao que parece, essa regra não tem sido obedecida na Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH). Segundo fontes que já tiveram acesso à presidente Simone Nascimento Souza, a gestora do orgão estaria intervindo ilegalmente em processos em favor de uma consultoria, com atuação em diversas obras em Pernambuco, inclusive, em obras do Minha Casa, Minha Vida.
A empresa favorecida seria a Engea Consultoria Ambiental, que até 2015 teve a atual presidente do CPRH como acionista majoritária. De acordo com as fontes ouvidas pelo LeiaJa.com, a empresa oferece serviços a clientes que tiveram processos não liberados pelo órgão e garante que tem caminhos que “facilitam” o trâmite.
Segundo informações recebidas por nossa equipe, a própria Simone Nascimento Souza chegou a convidar clientes para “conversas particulares”, onde os advogados das empresas “não são necessários”, conforme teria dito a presidente da CPRH. Este fato, recorrente, já teria provocado inclusive uma denúncia formal junto à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Na Junta Comercial de Pernambuco (Jucepe), o LeiaJa.com encontrou documentos que apontam para um afastamento de Simone das funções administrativas da Engea, passando a responsabilidade para Raquel Souza Ferreira. No entanto, o documento não confirma o desligamento da presidente da CPRH da empresa, o que dá a entender que a mesma continua como sócia. Já em 2017, o registro do domínio do site da Engea Ambiental foi pago em nome de Simone Nascimento Souza (clique aqui para visualizar os documentos).
Outros fatores apontam para uma ligação muito forte entre Engea e CPRH, o que caracterizaria, no mínimo, um tráfico de influência no órgão. O atual diretor da empresa, Waldir Aracaty – que fontes apontam como “namorido” da presidente do CPRH – emplacou seu filho, Victor Aracaty, como chefe de gabinete de Simone Souza.
O suposto esquema estaria incomodando funcionários da CPRH, o que teria provocado algumas demissões, transferências e rebaixamentos dentro do órgão. O LeiaJa.com identificou alguns nomes que teriam sido “vítimas” da perseguição da presidente. Nenhum deles quis falar com a reportagem. Uma das pessoas chegou a dizer que “a história era cabeluda demais e envolvia muito peixe grande”.
“Não é sócia administradora”
Diante das denúncias contra a presidente, o LeiaJa.com procurou a assessoria do órgão. Através de nota, a CPRH negou as acusações. Veja a nota na íntegra:
NOTA DE ESCLARECIMENTO
Diante da notícia de suposta denúncia encaminhada ao portal leiaja.com, no sentido de que a Diretora Presidente da Agência Estadual de Meio Ambiente – CPRH seria sócia administradora da empresa Engea Consultoria Ambiental e que estaria  ilegalmente favorecendo projetos de tal empresa, temos a esclarecer que:
1-Diferentemente do denunciado a este portal, a Diretora Presidente da CPRH não é sócia administradora na referida sociedade comercial, como pode ser confirmado por qualquer cidadão por meio de consulta ao órgão de registro comercial.
2-Que, na condição de Diretora Presidente da Agência Estadual de Meio Ambiente não procede com análises ou aprovação de quaisquer projetos, o que é atribuição do corpo técnico da CPRH.
3-Que as atribuições de Diretora Presidente se restringem à prática de atos de gestão da mencionada autarquia, sem intervir na análise dos processos de licenciamento ambiental.
Dessa forma, em que pese desconhecer os exatos termos  da denúncia dirigida ao mencionado portal, a CPRH nega veementemente não só a condição de sócia administradora da Diretora Presidente na indigitada sociedade comercial, mas também toda e qualquer prática de favorecimento indevido a qualquer empreendedor.
Fonte: LeiaJá.com
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Ambiental Fórum Suape Informe

FÓRUM EM AÇÃO – EDIÇÃO DE FEVEREIRO DE 2017

Edição de Fevereiro de 2017 – nº 08        
FÓRUM BUSCA APERFEIÇOAR DIÁLOGO COM COMUNIDADES
As reuniões do Fórum Suape com as comunidades tem sido espaço de diálogo, onde as comunidades trazem informes, discutem sobre a continuidade da mesa de diálogo com CIPS, sobre a viabilidade de novas audiências públicas, ato público e buscam encontrar estratégias para pressionar o governo do Estado, maior acionista do Complexo Suape.
O protagonismo é das comunidades, o Fórum está para apoiar ações coletivas que estejam em sintonia com suas linhas de ação. Além disso, o Fórum está organizando um processo formativo com o tema: “Garantia de direitos e organização comunitária”, por considerar imprescindível o processo de capacitação, planejamento e organização das comunidades. Esse trabalho, além de favorecer para que se avance no diálogo com as comunidades, vai ajudá-las a expressar sua indignação de forma qualificada e eficaz. No atual contexto, mais do que nunca se faz necessário superar a barreira do desconhecimento dos direitos e do descrédito em uma sociedade justa.

DENÚNCIA AO CONSELHO ESTADUAL DE DIREITOS HUMANOS
O Fórum Suape participou no dia 07/02/2017 da reunião do Conselho Estadual de Direitos Humanos onde protocolou uma denúncia sobre a atuação da milícia na região atingida pelo Complexo Industrial e Portuário de Suape. Um grupo de agricultores e pescadores acompanhou a coordenação e assessoria do Fórum. Durante a reunião mulheres e homens nativos da região fizeram depoimentos muito fortes relatando situações de violência em que resultaram, além da perda da posse da terra, em muito sofrimento, depressão, doenças e mortes nas famílias atingidas.
O documento foi lido pelo coordenador do Fórum Suape, Heitor Scalambrini Costa e protocolado pelo secretário executivo de Direitos Humanos e presidente do Conselho, Eduardo Figueiredo, e pela vice presidente e integrante do Gajop, Edna Jatobá, na presença de conselheiros governamentais e da sociedade civil. O Conselho tirou como encaminhamento a realização de diligência nas comunidades para constatar os fatos e escutar os moradores.
MORRE O ÚLTIMO MORADOR NATIVO DA ILHA DE TATUOCA
A manhã do dia 5 de fevereiro de 2017 fica marcada pela morte oficial de Severino Cassiano da Silva, conhecido como Biu. Passou os últimos meses hospitalizado, numa Unidade de Tratamento Intensivo, em Olinda. Porém, sua luta pela vida começou muito antes, juntamente com a luta justa por permanecer em sua casa e pelo direito a sua terra. Artesão, pescador e último morador nativo expulso da Ilha de Tatuoca.
Homem forte, lúcido e independente. Artesão, pescador nasceu e viveu em Tatuoca, sempre acreditou que ali morreria no curso natural da vida. Dia 4 de abril de 2016 foi surpreendido por dezenas de homens armados. Foi arrancado de sua casa e obrigado a testemunhar sua demolição. Viu os veículos oficiais esmagarem seus bens e artefatos de pesca. As árvores sendo derrubadas. Naquele momento Biu foi privado de sua vida, restaram os escombros, soterrados pela areia do tempo. Que a luta de Biu, o último morador de Tatuoca, nunca seja esquecida.
Seu destino seria traçado pela mão criminosa e gananciosa do Complexo Industrial e Portuário de Suape, com a cobertura do Estado. Dezenas de homens armados, metralhadoras às claras, carros, tratores foram usados em mais esse ato de total desrespeito aos direitos daquele morador indefeso, no final deixaram apenas os escombros. Durante vários meses, seu Biu permaneceu em uma cama de hospital entre a vida e a morte. Nunca se recuperou de tamanha violência.
O falecimento de seu Biu foi antecedido pela morte do Sr. Luís Abílio da Silva, em dezembro do ano passado. Na época, com 83 anos, seu Abílio e sua esposa dona Maria Luiza da Silva, cinco anos mais velha, tiveram a casa derrubada no sítio do Engenho de Tiriri, no dia 22 de maio de 2013. Ao prestar um depoimento ao Forum Suape na época, cercado dos filhos e dos 18 netos, seu Abílio relembrou como tudo aconteceu. “Estava em casa com minha esposa, nora, filhos e netos quando a guarda chegou com o oficial de Justiça para nos retirar de lá. Eu estava sentado, fui retirado pelo braço. Minha nora com meu neto de 15 dias, também, foram obrigados a sair. A casa foi derrubada”. Seu Abilio acabou morrendo de tanto desgosto.
Estes são apenas dois casos, dos muitos que chegam quase que diariamente ao Fórum Suape contados por aquelas famílias que vivem o pesadelo que entrou em suas vidas sem pedir permissão. Dois casos exemplares que mostram a que ponto esta empresa estatal promove a destruição de vidas e sonhos.
Mais uma vez, denunciamos e questionamos o modelo de desenvolvimento que está por trás do Complexo Industrial e Portuário de Suape – CIPS, em Pernambuco, que comprova a cada dia o quanto ele funciona como uma usina geradora de violência e violações dos direitos humanos contra a população nativa e tradicional que habita aquela região. Esta é a realidade de Suape que não estamos acostumados a ver na imprensa ou nas propagandas oficiais de governos e eleitorais de candidatos.
Ao contrário, o que vemos é uma propaganda aos quatro cantos do mundo da empresa sustentável, que recebe inclusive prêmios internacionais. Porém, o CIPS mantém em sua estrutura interna uma Diretoria de Gestão Fundiária e Patrimônio cuja missão é desorganizar e destruir o mínimo de organização existente dos moradores, vulnerabilizando assim as reivindicações coletivas e a resistência as expulsões ocorridas em massa. Além disso, age com truculência, violência, assediando os moradores daquele território, tornando suas vidas insuportáveis.
Denúncias não faltam ao “modus operandi” do que se convencionou denominar de “milicias de Suape”. Quer através de boletins de ocorrência (mais de 90 desde 2010) subestimados pelo medo; quer pelos inúmeros depoimentos por aqueles e aquelas que sofrem no dia a dia com a presença da mão forte do CIPS e de seus algozes.
Ao contrário de ser uma empresa sustentável, como mostra a propaganda, o que se constata é que o CIPS não está nem aí com a vida. Gerador de tanto sofrimento deixa um rastro de doenças físicas e psicológicas, para além da destruição ambiental e de sonhos de milhares de trabalhadores que foram para Suape iludidos com promessas desenvolvimentistas e de melhoria financeira e material.
Para nós, do Fórum Suape é doloroso saber que uma pessoa como seu Biu, antes cheio de energia e esperança, tenha falecido dessa forma, longe da sua terra, privado da pesca, do rio e do mar. Mais uma vez, questionamos o CIPS, que sustentabilidade é essa que destrói e promove o desequilíbrio socioambiental? Que sustentabilidade é essa que, ao invés de preservar e proteger, mata?
A humanidade perde um homem da natureza, defensor dos bichos, conhecedor dos peixes, sabedor dos rios e do mar. Biu era homem simples, econômico com palavras, sempre sábias. Nas poucas vezes que sorria, seus olhos iluminavam e sua risada acolhia a vida. Fazia do mangue uma arte, com troncos talhados em mesas e cadeiras para receber visitantes. Vivia no que ele mesmo considerava um paraíso, a Ilha de Tatuoca no município de Ipojuca, PE. Lá, mantinha sua casa, seu bar e restaurante. Estava sempre ocupado com seus afazeres, do barco, da pesca e de cada árvore que lhe fazia companhia. Registramos aqui nossos sentimentos de pesar à toda família e amigos/as de seu Biu, que o seu espírito descanse em paz e ele possa, de alguma maneira, reencontrar a sua Tatuoca. Biu, presente!
FÓRUM COBRA RESPOSTA DA PREFEITURA DO CABO
O Fórum Suape encaminhou à Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente do Cabo de Santo Agostinho, reiterando o ofício encaminhado em setembro do ano passado, sem resposta, o pedido de providência para a devolução pelo Complexo Industrial Portuário de Suape – CIPS dos materiais apreendidos nas comunidades e pedidos de informações acerca do convênio entre CIPS e Prefeitura, que o CIPS costumeiramente utiliza para justificar as suas ações ilegais contra os posseiros.
A cobrança se refere à devolução por parte do CIPS dos materiais de construção apreendidos no Parque Metropolitano Armando Holanda Cavalcanti pela Prefeitura e guardados em depósito disponibilizado pelo CIPS em face do noticiado convênio com a PMCSA. Informações obtidas com representantes da Prefeitura e o próprio Secretário de Planejamento de Meio Ambiente, Arthur Albuquerque, a quem o ofício foi encaminhado, diziam que os posseiros do Parque, portando o documento expedido pela Prefeitura quando da apreensão, conseguiriam ter o seu material liberado pelo CIPS do depósito onde ficam guardados. Mas, o que vem de fato ocorrendo de uns tempos para cá é a negativa, por parte do CIPS, de liberar os materiais a quem comparece ao galpão da empresa munido deste documento, contrariando as afirmações feitas tanto por membros da Prefeitura do Cabo de Santo Agostinho, quanto por membros do próprio CIPS.
Recentemente, os posseiros obtiveram informações do Diretor de Gestão Fundiária e Patrimônio de Suape, Sebastião Pereira Lima Filho, de que os materiais só poderiam ser liberados mediante uma ordem do Secretário de Planejamento e Meio Ambiente. Nesse sentido, o Fórum Suape solicita providências da Prefeitura Municipal no que se refere a essa conduta abusiva do CIPS, a fim de que ela cesse e os materiais possam ser devolvidos aos seus proprietários.
ÁGUA DAS COMUNIDADES É DESVIADA PARA A COCA COLA
Há dois anos, o governo de Pernambuco prometeu recuperar o Riacho Algodoais no trecho que corta o Complexo Industrial Portuário de Suape, no Cabo de Santo Agostinho. Fez a maior propaganda dizendo ser o objetivo do programa Águas de Suape, instalado pelo governador Paulo Câmara, em março de 2015. O que a mídia e a propaganda oficial divulgaram aos quatro ventos era que a iniciativa também promoveria um trabalho de educação ambiental com as famílias residentes no entorno do curso d’água que passa pelas zonas industrial e de preservação ecológica de Suape, com o investimento de R$ 8 milhões.
Ao contrário do que tanto se divulgou, o que se vê é a degradação cada dia maior do Riacho Algodoais e nenhuma política pública inovadora de melhoria do meio ambiente, conforme prometera o senhor governador. Circula a informação de que na área do Sítio Serraria se planeja a construção de um açude que expulsará as 38 famílias que ainda resistem na localidade. A COMPESA vem fazendo estudos técnicos na área para provável implantação desse açude na região, onde existem cerca de seis nascentes. O que se comenta é que a Coca Cola está de olho na Bica do Catonho, que sempre serviu a comunidade de Serraria e o seu entorno.
A água desviada da comunidade pela Compesa para servir à Coca Cola prejudica a vida de quase a metade das 718 famílias de Serraria e Massangana. A água é um recurso natural esgotável, bem que deveria ser de uso comum e sustentável, porém está sendo destinada para uso indiscriminado pela empresa. A comunidade do Alto da Paz, atualmente só tem acesso à água através de bomba elétrica, pois o dispositivo instalado no local cortou principalmente a água da parte alta das comunidades.
BOTA O PÉ SE REÚNE NA SEDE DO FÓRUM
Nos dias 24 e 31 de janeiro, o Fórum Suape esteve reunido com as organizações da articulação “Bota o pé”, para traçar ações conjuntas em relação à questão da criminalização da produtora Jacaré Vídeo Produções e do Centro Luiz Freire, assim como em relação à questão da milícia. O objetivo da rede Bota o Pé é que as organizações se encontrem, possam se apoiar nas temáticas onde se aproximam e que possuem expertises. Estiveram presentes Instituto PAPAI, Caranguejo Uçá, Fórum Suape, GAJOP e Rede Meu Recife.
O principal ponto de pauta foi a denúncia feita pelo CIPS contra a Jacaré Produções e o Centro de Cultura Luiz Freire em relação ao vídeo sobre a situação de seu Biu de Tatuoca, onde faz referência a milícias e ao trabalho sujo praticado por Suape na expulsão das famílias de suas terras.
A denúncia de calúnia por parte do CIPS contra Jacaré Vídeo e CCLF foi provocada pela produção e veiculação do Vídeo # Milícia de Suape. O CIPS alega que a expulsão de Biu se deu mediante uma ordem judicial de reintegração de posse, porém é de conhecimento público que o processo se deu de forma arbitraria e violenta, com a presença de muitos policias armados, além da segurança privada de Suape. Não à repressão e criminalização de quem luta por direitos!
INFORMES
O sítio Serraria dispõe atualmente de uma Rádio Comunitária que é sintonizada através da 104,3 Gospel FM. O estúdio fica no Engenho Massangana e impulsiona discussões em geral de interesse das comunidades do entorno. O Sítio Serraria também está empenhado em fazer uma reformulação na associação de moradores local, e para estimular a renovação de lideranças vem apostando nos jovens.
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Um problema sério provocado pela COMPESA é a estação de tratamento de esgoto, implantada na comunidade de Cepovo, que vem paulatinamente forçando os pescadores a deixarem suas posses, já que a referida estação vem despejando dejetos no mangue inviabilizando a pesca de mariscos e crustáceos. Esses dejetos também estão contaminando o mar, fazendo com que a produção de marisqueiras e pescadores não tenha valor comercial, levando-os à miséria e ao abandono de suas terras em busca de sustento para suas famílias.
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Nem bem começou o ano e o CIPS já praticou suas atrocidades. No dia 12/01, quatro sítios tiveram casas e cercas derrubadas. No Engenho Ilha a milícia voltou a atacar ostensivamente com motocicletas sem placas e seus tripulantes encapuzados, aconteceram diversas explosões por coquetel molotov. Acredita-se ser uma retaliação de Suape à resistência da população. Também estão destruindo as lavouras, e estão acontecendo diversos incêndios no Engenho Jurissaca.
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Depois da posse da nova diretoria de Suape, o Fórum Suape fez contato com o CIPS, internamente está sendo feito o repasse de informações para os novos membros, e até o final de fevereiro farão contato para estabelecer uma nova data para reunião com as comunidades e Fórum.
MUDANÇA NO PLANTÃO JURÍDICO
Informamos a todos que, a partir do mês de fevereiro de 2017, o Plantão Jurídico na sede do Fórum Suape – Espaço Socioambiental no Cabo, será apenas uma vez ao mês, ou seja, na 2ª segunda-feira de cada mês, no horário das 09 às 12h e de 13 às 16h.  Segue abaixo o calendário dos plantões para os próximos seis meses deste ano. 
Calendário de Atendimento Jurídico
Fevereiro
13/02/2017
Março
13/03/2017
Abril
10/04/2017
Maio
08/05/2017
Junho
12/06/2017
Julho
10/07/2017

Aproveitamos também para informar que agora contamos com mais uma colaboradora que se chama Aulete, ela estará na sede do Fórum Suape no Cabo todas as segundas e quintas-feiras, porque Bety centrará seu trabalho em outras atividades demandadas pelo Fórum Suape. Caso tenham dúvidas, por favor, entrem em contato pelo telefone que estaremos a disposição para os esclarecimentos.

EXPEDIENTE – Editado pela Assessoria de Comunicação do Fórum Suape – Espaço Socioambiental. Endereços: Rua Padre Antonio Alves de Souza, 20, Centro – Cabo de Santo Agostinho/PE (ao lado do Centro das Mulheres do Cabo). Escritório Recife: Rua do Espinheiro, 812 – sala 101 (1o andar) – Galeria Francisco Accioly, bairro do Espinheiro, Recife/PE. Acesse a nossa página na internet: www.forumsuape.ning.com / Telefones: (81) 99102.3883 (Claro) e 98536.2204 (Oi). E-mail: forumsuape@gmail.com
Coodenador: Heitor Scalambrini Costa.
Assessor de Comunicação: Gerson Flávio da Silva (DRT/PE 1.659). 
Assessoria Jurídica: Luísa Duque e Mariana Maia. 
Assessoria em Políticas e Relações Externas: Rafaela Nicola. 
Colaboração: Karine Raquel. 
Secretária Executiva: Betânia Araújo. 
Contato com a Assessoria de Comunicação: (81)99509.3043.
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Informe

O SBT Rio iniciou nesta segunda-feira (06) uma série de reportagens sobre um escândalo envolvendo o Porto do Açu, em São João da Barra

Qualquer semelhança, não é mera coincidência com a implantação do Complexo Portuário Industrial de Suape em Pernambuco. 
Uma das obras mais importantes do país está mergulhada num mar de irregularidades. A reportagem mostra que os negócios entre o empresário Eike Batista e o ex-governador Sergio Cabral, provocaram um prejuízo para o estado estimado em R$ 2 bilhões de reais. A reportagem do SBT ouviu o desembargador Siro Darlan, que falou da relação de promiscuidade entre o governo e a iniciativa privada.
O Porto do Açu se tornou alvo da força tarefa da operação “Lava Jato do Rio” com a prisão do empresário Eike Batista. Durante coletiva sobre a prisão de Eike, os procuradores disseram que ainda vão investigar o que o grupo X ganhou de Sergio Cabral pelas propinas pagas. Um dos “presentes” foi a desapropriação do Porto do Açu. Pelo terreno de seu mega-empreendimento, Eike Batista fez um cheque de R$ 37,5 milhões ao estado do Rio, governado pelo amigo Cabral. A área, de 75 mil metros quadrados, valia em torno de R$ 2 bilhões.
Além disso, todas as desapropriações eram feitas em tempo de recorde, em cerca de 3 e 4 dias. A operação ainda pode investigar o poder público municipal de São João da Barra, que facilitou as desapropriações à época.
A segunda reportagem do SBT sobre a corrupção no Porto do Açu divulga o depoimento de uma testemunha-bomba, que revela um esquema de loteamento das obras do porto. Empresas ligadas a políticos do PMDB teriam sido beneficiadas por verbas do BNDES em troca de facilitação nas licenças ambientais. Gravações telefônicas também reforçam a suspeita de pagamento de propina dentro do porto.
A reportagem cita a prefeita de São João da Barra Carla Machado e o presidente da Câmara, Aluizio Siqueira.
A terceira reportagem da série sobre o Porto do Açu, o SBT Rio mostra como uma das áreas mais férteis e produtivas do norte fluminense virou um gigantesco latifúndio improdutivo. Ambientalistas denunciam a omissão dos governos municipal, estadual e federal nas obras do Porto. Um crime ambiental contra a maior área de vegetação de restinga do Estado do Rio, equivalente a quase 5 mil campos de futebol.
As duas primeiras reportagens do SBT denunciam esquemas envolvendo Eike Batista, Sérgio Cabral, Carla Machado e outros políticos e empresários. 
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Fórum Suape Informe

FÓRUM EM AÇÃO – EDIÇÃO DE JANEIRO DE 2017

Edição de Janeiro de 2017 – nº 07
ORGANIZAÇÃO DA HOLANDA VISITA SUAPE
Parceiros do Fórum Suape, Wiert e Niels, representantes da organização holandesa Both Ends estiveram no Recife e Cabo de Santo Agostinho, no período de 12 a 19/12/2016. Na avaliação do Fórum Suape essa visita serviu para fortalecer a parceria e os laços de solidariedade no enfrentamento das questões socioambientais que envolvem o CIPS e comunidades tradicionais na região.
Um dos momentos importantes foi a reunião com a SEMAS, ao lado da Both Ends, em que o Fórum Suape sugeriu uma mudança na política ambiental do Estado no sentido de apontar o relevante papel das comunidades tradicionais na preservação do meio ambiente e da importância de mantê-las nos seus territórios.
Os representantes holandeses tiveram reunião com as lideranças comunitárias, com a coordenação e a assessoria do Fórum Suape, além de visitas a diversos engenhos e comunidades rurais e pesqueiras do entorno do CIPS. Etodos esses momentos foram debatidas estratégias de atuação no que diz respeito às questões ambientais, que possam trazer subsídios à ação civil pública das dragagens do canal de acesso ao Porto de Suape, bem como ao inquérito civil no MPF que apura os impactos provenientes da destruição do mangue para construção dos estaleiros. 
Conjuntamente, com a FASE-ES, FASE-PE e Conectas, a coordenação do Fórum Suape e a Both Ends traçaram diretrizes e orientações para a Campanha Suape Insustentável que está sendo lançada em 2017. Marcelo Calazans, da FASE-ES e Caio Borges, da Conectas trouxeram suas experiências de atuação em campanhas, o que muito enriqueceu o debate.
FÓRUM SUAPE E CONECTAS ESTREITAM PARCERIA
A coordenação do Fórum Suape tem ampliado a sua articulação com outras organizações locais e em outros estados do Brasil. Nesse contexto o Fórum Suape tem investido na estruturação institucional e no domínio de ferramentas de advocacy, atendimento a comunidades e trabalho em rede, com contratação de novas pessoas e formação de parcerias estratégicas. Uma das entidades 

parceiras é a Conectas, que tem sede em São Paulo. Caio Borges representou a entidade durante a visita da organização holandesa Both Ends, entre os dias 15 e 19 de dezembro, no Cabo de Santo Agostinho, ocasião em que foram firmados alguns compromissos de atuação.
Uma das ações é sobre a denúncia internacional de crimes socioambientais em Suape, o caso foi encerrado recentemente pelo PCN da Holanda. A Both Ends repercutiu um pouco o relatório final do órgão, mas não houve grande atenção da mídia. O relatório contém alguns elementos importantes para o andamento do caso no Brasil, porque o PCN Holanda disse que a determinação da culpa contribuição da Van Oord para os impactos dependeria de prévia avaliação do PCN Brasil. O PCN Brasil convocou nova reunião para fevereiro, para discutir remediações. Foi realizada uma reunião com pescadores para a devolutiva sobre o processo e refinamento dos pontos de remediação que serão levados para negociação.
A Conectas vai colaborar com o Fórum Suape em representação a ser enviada ao MPF sobre as violações a direitos humanos decorrentes dos reassentamentos e a necessidade de aliar a preservação ambiental com os direitos das comunidades tradicionais. Conectas e Fórum Suape vão monitorar a ação judicial movida pelo Estado da Holanda contra o CIPS. O acionamento de mecanismos internacionais não é prioritário no momento, mas a depender dos acontecimentos será avaliada a possibilidade de envio de apelos urgentes a relatorias da ONU ou mesmo o início de um caso perante a CIDH.
Em relação ao acordo de cooperação firmado entre a Unesco, o Estado de Pernambuco e o CIPS, o Fórum Suape enviou carta para a Unesco com preocupações sobre a falta de consulta e o uso de estudos frágeis para basear as atividades do acordo. A resposta foi insuficiente e demonstra que a Unesco ignora a realidade no território e o risco de agravar os conflitos e as tensões existentes. A Conectas vai auxiliar o Fórum Suape a mobilizar parceiros para a adesão a uma carta de ONGs para a Unesco, para que reavaliem sua participação no acordo de cooperação técnica e imediatamente consultem as comunidades.
Relatório Suape Insustentável:
O relatório sobre as violações a direitos humanos e ao meio ambiente decorrentes do Complexo Portuário e Industrial de Suape é entendido por todos como uma peça importante na luta pelos direitos das comunidades. É preciso avaliar a disponibilidade de recursos humanos e financeiros, bem como definir o escopo, a abrangência, o formato e o uso a ser dado ao relatório, inclusive sua inserção dentro da campanha “Suape Insustentável”.
Uma etapa fundamental é catalogar, sistematizar e analisar toda a extensa documentação produzida pelo Fórum Suape nos últimos anos, para evitar duplicidades e para racionalizar recursos. A Conectas vai analisar o material existente, inclusive o acervo audiovisual, para definir o que ainda precisaria ser feito de modo complementar.
Outro compromisso assumido pela Conectas é o de participar de um seminário a ser organizado pelo Fórum Suape, no final de abril de 2017, com o propósito de fortalecer as alianças do Fórum com outras entidades na região e no Brasil, debater os problemas no território e os desafios em comum enfrentados pelas diversas organizações que lutam pelos direitos humanos e ambientais no contexto de projetos de desenvolvimento, com foco em justiça ambiental, equidade de gênero, racismo ambiental, direitos humanos, “decrescimento”, mudanças climáticas. A Conectas vai avaliar oportunidades de estabelecer cooperação técnica com o Fórum Suape nas áreas de comunicação, captação de recursos, litígio estratégico, uso de mecanismos internacionais e desenvolvimento institucional.
ATUAÇÃO DA FASE NA CAMPANHA NEM UM POÇO A MAIS
A FASE Espírito Santo atua contra o modelo de desenvolvimento destruidor do meio ambiente e do clima, da cultura e de populações quilombolas, camponesas e pescadoras capixabas. Historicamente esse regional critica os chamados “desertos verdes”, enormes monoculturas industriais de eucalipto que substituíram a Mata Atlântica.
Sua atuação se dá por meio da articulação de sujeitos políticos, da criação de estratégias para exigência de direitos e na realização de projetos de resistência com agroecologia e por segurança alimentar, principalmente na formação de lideranças e na organização de comunidades quilombolas do Sapê do Norte, ao norte do estado. Também se articula ao debate sobre o aumento da exploração do petróleo e seu papel da sociedade. O tema passa a ser ainda mais relevante com a expansão das fronteiras de exploração do Pré-Sal no litoral ao sul da capital, Vitória, onde está a sede da FASE.
O modelo de consumo de bens em larga escala, amplamente disseminado e incentivado como ideal, como ocorre no Brasil, impõe a territórios ao sul da linha do Equador um modelo de produção desequilibrado. Um exemplo é o plantio industrial de eucalipto, que ocupa áreas cada vez maiores em estados como Espírito Santo e Bahia. Essa monocultura, usada na fabricação de celulose, é responsável por impactos que vão da extinção de recursos hídricos ao deslocamento forçado de comunidades tradicionais.
A FASE/ES se articula com campanhas que visam a garantia da terra e do território, a diminuição do consumo, o debate sobre o clima e o mercado de carbono, a reciclagem, o direito à água, entre outros. O foco na agroecologia se dá por meio da educação e da articulação de atores, e com experiências alternativas de produção familiar de alimentos, que materializam a resistência quilombola a este modelo de desenvolvimento predatório, visando ajudar na luta e na garantia dos seus direitos econômicos, sociais, culturais e ambientais.
O regional participa de redes e fóruns como: Rede Alerta Contra o Deserto Verde ES, Fórum Capixaba de Afetados por Petróleo e Gás, Fórum Capixaba de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e pela Vida, Rede Brasileira de Justiça Ambiental, Rede Oilwatch e Rede Latinoamericana contra Monocultivos de Árvores (Recoma).
Marcelo Calazans, representante da FASE/ES esteve presente durante a visita Both Ends, entre os dias 15 e 19 de dezembro, no Cabo de Santo Agostinho, onde foram debatidas as problemáticas de Suape e do Espírito Santo, buscando pontos comuns e alguns compromissos de atuação a serem firmados pelas organizações. Recentemente, a coordenação do Fórum Suape participou de um Seminário realizado em Vitória, sobre a campanha “Nem um Poço a mais”, encabeçada pela FASE/ES sobre a realidade do petróleo e gás naquele estado.
CIPS FECHOU O ANO PRATICANDO MAIS VIOLÊNCIA
Nem mesmo o clima de confraternização de final de ano sensibilizou o CIPS, que na tarde do dia 28 de dezembro cometeu mais uma de suas atrocidades. Desta vez a vítima foi a senhora Aldeni Maria da Silva (44), casada e mãe de três filhos, posseira de Boa Vista II, que teve toda a cerca de sua propriedade arrancada e ainda por cima recebeu a ameaça do funcionário Romero Correia da Fonseca, braço direito armado do Coronel Pereira, diretor de Assuntos Fundiários de Suape. “Após derrubar a cerca todinha, Romero ameaçou dizendo que voltaria no dia seguinte para derrubar a casa com eles dentro”, informou Ednaldo (Nal), mobilizador de campo do Fórum Suape, pelo whatsapp.
Na manhã do dia 29, as primeiras providências começaram a ser tomadas. Foi registrado um boletim de ocorrência na delegacia do Cabo de Santo Agostinho, e segundo Nal foram feitas fotos e um vídeo do momento em que Romero e sua equipe de seguranças motorizados picotaram os arames, arrancaram e levaram a cerca da propriedade, que pertenceu ao pai de Aldeni, José Amaro da Silva, há 25 anos. Existem, portanto, provas concretas sobre mais esse ato de violência praticado pelo CIPS.
No momento em que estamos dialogando no sentido da instalação de uma mesa permanente de negociação entre as comunidades que se situam dentro do território atingido pelas ações de Suape, não faz sentido que a milícia armada do CIPS continue espalhando o terror. Na reunião de 18 de novembro, onde lideranças comunitárias iniciaram esse processo recente de diálogo com a empresa, o coronel Sebastião Pereira garantiu que não mexeria com nenhum posseiro de Boa Vista II, sem antes proceder à indenização. O CIPS não cumpriu com a palavra e na certa a ordem para o capanga e sua equipe motorizada agir veio de cima, ou seja, do diretor de Assuntos Fundiários.
Na segunda-feira, dia 2 de janeiro, representantes da comissão de lideranças comunitárias estiveram no CIPS em reunião com o vice-presidente interino Paulo Coimbra e o diretor de Assuntos Fundiários de Suape, coronel Pereira. A vítima da ação violenta Aldeni Maria da Silva foi acompanhada de duas lideranças – Vera Lúcia Domingos e Amaro Clemente, dos dois mobilizadores de campo e do assessor de comunicação do Fórum Suape. Ao final da reunião, Paulo Coimbra pediu desculpas à Aldeni e se comprometeu em refazer a cerca que foi arrancada. Aguardamos a posse da nova diretoria de Suape para retomarmos o diálogo em torno da construção de um espaço permanente de negociação que ponha fim de uma vez por todas a ação da milícia armada que espalha terror nas comunidades do entorno do CIPS.
ASSESSORIA JURÍDICA APRESENTA PROPOSTA DE ATUAÇÃO
Dentre as principais ações para este ano, a assessoria jurídica do Fórum Suape pretende dar continuidade a sua atuação na Ação Civil Pública das dragagens, como também no acompanhamento do Inquérito Civil da Promotoria de Justiça do Cabo que apura a existência de milícia, na qual houve recentemente uma Promoção de Arquivamento.
Terá prioridade a atuação no Inquérito Civil do MPF sobre impactos ambientais em Suape, instruindo com elementos que demonstrem os danos causados ao mangue e os consequentes impactos sobre a pesca artesanal, visando à formulação pelo MPF de uma Ação Civil Pública contra Suape. Em parceria com a Conectas, a assessoria pretende apresentar uma representação ao MPF solicitando a instauração de procedimento que trate acerca do direito à terra e à moradia adequada de comunidades tradicionais e de como as realocações promovidas pelo CIPS não atendem aos parâmetros fixados por convenções e tratados internacionais. Em relação a questão fundiária está sendo encaminhado um estudo da questão da ilegalidade da aquisição das terras por Suape e a elaboração de Ação Declaratória de Nulidade.
A assessoria jurídica pretende eleger alguns casos emblemáticos de ações de reintegração de posse ajuizados por Suape contra posseiros da região, habilitando-se e atuando nesses processos com o intuito de levá-los a instâncias superiores, como o STJ e o STF, a fim de buscar uma jurisprudência favorável aos posseiros. Nesse sentido um dos focos é o acompanhamento da questão fundiária do Engenho Ilha, atuando junto ao MPF e à SPU. Além desse acompanhamento e da manutenção do Plantão Jurídico, a assessoria jurídica vai atuar nos espaços de formação com as comunidades.
FÓRUM ACOMPANHA INQUÉRITOS NO MINISTÉRIO PÚBLICO SOBRE CONFLITOS ENTRE SUAPE E POSSEIROS
Além do Inquérito Civil que tramita no Cabo de Santo Agostinho, que recentemente passou pela Promoção de Arquivamento encaminhado pela promotora Janaína, tramitam na Promotoria de Ipojuca dois procedimentos que versam sobre as violências cometidas por Suape contra os posseiros.
Um deles se refere ao conflito de posses envolvendo a Associação dos Pequenos Agricultores e Criadores, Pescadores e Quilombola do Engenho Mercês e o CIPS, e o procedimento crimininal que se encontra concluso em promotoria criminal sobre supostos crimes de ameaça, lesão corporal, dano e exercício arbitrário das próprias razões. A assessoria jurídica do Fórum Suape está averiguando como esses inquéritos estão sendo apurados pela Promotoria de Ipojuca, porém ainda não teve acesso a tais procedimentos investigatórios.
A Promotoria de Ipojuca está tratando também de inquéritos de crimes ambientais cometidos pelo CIPS, como aquele que investiga denúncia de rebocador que quando acionado para rebocar um navio, a força da turbina suga cardumes e quando expele solta os peixes aos pedaços. Outro inquérito apura irregularidades na operação de descarga de produto químico para a Petrobrás no terminal Tecmar, no Porto de Suape.
ENCONTRO COM REPRESENTANTES DA EMBAIXADA HOLANDESA
Dentro da perspectiva estratégica do uso de mecanismos internacionais de atuação, a coordenação do Fórum Suape participou de uma reunião na sede da CPT, em Recife, com representantes da Embaixada Holandesa. A coordenação da CPT, juntamente com a do Fórum, acompanhadas da assessoria jurídica fizeram uma explanação sobre a denúncia internacional de crimes socioambientais em Suape, 

envolvendo a empresa holandesa Van Oord nos serviços de dragagem no Porto de Suape e sobre a ação judicial movida pelo Estado da Holanda contra o CIPS.
EXPEDIENTE – Editado pela Assessoria de Comunicação do Fórum Suape – Espaço Socioambiental. Endereços: Rua Padre Antonio Alves de Souza, 20, Centro – Cabo de Santo Agostinho/PE (ao lado do Centro das Mulheres do Cabo). Escritório Recife: Rua do Espinheiro, 812 – sala 101 (1o andar) – Galeria Francisco Accioly, bairro do Espinheiro, Recife/PE. Acesse a nossa página na internet: www.forumsuape.ning.com / Telefones: (81) 99102.3883 (Claro) e 98536.2204 (Oi). E-mail: forumsuape@gmail.com
Coodenador: Heitor Scalambrini Costa.
Assessor de Comunicação: Gerson Flávio da Silva (DRT/PE 1.659). 
Assessoria Jurídica: Luísa Duque e Mariana Maia. 
Assessoria em Políticas e Relações Externas: Rafaela Nicola. 
Colaboração: Karine Raquel. 
Secretária Executiva: Betânia Araújo. 
Contato com a Assessoria de Comunicação: (81)99509.3043.
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