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Opinião Pernambuco – “Conflito fundiário e Violência em Suape” (06/08/2020)

Assista o Opinião Pernambuco da última quinta (6), transmitido pela TV Universitária de Pernambuco, que descreveu o Conflito Fundiário e Violência em Suape, que teve a participação da advogada Luísa Duque do Fórum Suape e da professora Maria das Graças do Departamento de Serviço Social da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

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Cabo de Santo Agostinho Invasão

NO CABO, REPRESENTANTES DA CAMIL INVADEM SÍTIO DE POSSEIRO E DESTROEM PLANTAÇÕES

O ano de 2019 começou com mais um caso de arbitrariedade contra as comunidades atingidas pelo Complexo de Suape. A comunidade do Engenho Serraria, localizado no município do Cabo de Santo Agostinho, denunciou ao Fórum Suape que no dia 16 de janeiro funcionários da empresa alimentícia Camil, acompanhados de representantes de SUAPE, invadiram o sítio do posseiro Severino Manuel Izidoro, de 76 anos. A denúncia dá conta de que os funcionários da empresa chegaram ao local com motosserras e começaram a destruir as plantações do agricultor, cuja família está no local há cerca de 80 anos.

Ainda segundo relatos da comunidade, na ocasião não havia nenhum oficial de justiça e nem foi apresentada qualquer ordem judicial autorizando tal destruição, demonstrando se tratar de uma ação arbitrária e, portanto, ilegal.

O filho de seu Severino, Rafael Izidoro, de 25 anos, registrou o momento da invasão e encaminhou as imagens para o Fórum Suape, que imediatamente acionou a imprensa e orientou a família a registrar um Boletim de Ocorrência. “Eles chegaram aqui, desrespeitando a todos nós, e o dono da empresa disse que não ia pagar dinheiro nenhum, porque a gente procurou o Fórum Suape, e ainda afirmou que nem Deus vai impedir ele de tirar a gente daqui”, disse Rafael, angustiado.

Segundo a família, as terras foram adquiridas como pagamento pelos créditos trabalhistas que tinham com a Usina Santo Inácio. Hoje, o sítio de seu Severino Izidoro fica espremido em meio a várias fábricas, nas imediações da PE-060, e cerca de dez outras familiares também permanecem residindo na localidade sob essas mesmas condições. Poucos meses antes, outros agricultores da área e o próprio Rafael Izidoro, que tem um pequeno comércio no local, tiveram suas barracas destruídas, conforme noticiado na Edição n.º 24 deste Boletim.

Percebe-se, portanto, que além das ações abusivas dos funcionários de SUAPE, constantemente relatadas ao Fórum Suape, as famílias da região estão passando a sofrer também com a ação dos funcionários das indústrias instaladas no Complexo, como é o caso da Camil. Diante do caso, o Fórum Suape está envidando esforços para buscar a responsabilização dos envolvidos e evitar novas destruições na área.

E quanto à Camil… melhor deixar fora do seu prato. Como comer também é um ato político, dê preferência a produtos feitos de forma respeitosa, que não envolvem violência e desrespeito nem contra a natureza e nem contra comunidades.

Confiram essa e outras matérias no nosso Boletim Informativo nº25!
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Comunidade Invasão SUAPE

FÓRUM SUAPE QUESTIONA JUNTO AO MPF E AO MPPE AS REMOÇÕES FORÇADAS DE COMUNIDADES EM FUNÇÃO DAS ZPECS

O Fórum Suape apresentou no último dia 06 de julho uma representação junto ao Ministério Público Federal (MPF) e ao Ministério Público do Estado (MPPE) questionando a política excludente por trás das Zonas de Prevenção Ecológica (ZPECs) instituídas pelo Plano Diretor de SUAPE.
A implementação das ZPECs vem ensejando a remoção forçada de diversas comunidades tradicionais (como Tabatinga, Conceição Velha, Rosário, Ilha, Boa Vista I e II, Cedro, Tiriri e parte de Serraria) sob o pretexto de que as áreas serão destinadas a projetos de reflorestamento e que a presença dessas comunidades no local seria incompatível com a preservação ambiental.
No entanto, pelo trato específico que essas comunidades têm com o meio, são elas que, na verdade, vêm proporcionando a preservação do meio ambiente há gerações. Um ecossistema não se restringe à fauna e flora; ele compreende também o povo que tem com aquele território um laço cultural de identidade e cujos conhecimentos e práticas tradicionais são responsáveis pela manutenção dos ciclos naturais.
As comunidades tradicionais são, portanto, um fator imprescindível para a manutenção do território e colaboram ativamente para a preservação. É preciso atentarmos para o fato de que falsos discursos de conservação ambiental na verdade escondem a disputa por terras e são constantemente invocados para legitimar expulsões depopulações tradicionais de áreas de interesse econômico.
Em se tratando de uma empresa que tem interesses claros de atrair novas indústrias, existe a fundada preocupação de que por trás desse discurso “verde” repousem interesses obscuros, como o de tornar a área objeto de especulação imobiliária para futura expansão do complexo portuário e industrial.
É urgente a atuação dos órgãos públicos no que diz respeito ao reconhecimento da importância dessas comunidades tradicionais para a preservação do meio ambiente, a fim de se resguardar a permanência dessas populações em seus territórios.
Leia essa e outras matérias no nosso
Informativo Mensal online, clicando aqui.
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