EnglishPortugueseSpanish
EnglishPortugueseSpanish
Categorias
Informe Milícia SUAPE

COMISSÃO DA ALEPE PEDE INVESTIGAÇÃO SOBRE MILÍCIA QUE ATUARIA EM SUAPE



Denúncias feitas por moradores do entorno do porto serão encaminhadas pela
Comissão de Cidadania da Assembleia ao Ministério Público Estadual e Federal
A Comissão de Cidadania da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) vai solicitar ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e Ministério Público Federal (MFP) que investigue denúncias de atuação violenta de milícias contra famílias instaladas no entorno do Complexo Portuário e Industrial de Suape, em Ipojuca, Litoral Sul do Estado.
Há relatos de casos de expulsão de moradores sem mandado judicial, de danos ambientais causados por dragagens, queda do estoque pesqueiro por conta das explosões para a instalação dos estaleiros e a conduta de seguranças do empreendimento, que atuariam destruindo lavouras, roubando materiais de construção e derrubando casas e muros. 
Leia também: Pescadores artesanais protestam contra obra em Suape
Ato público contra obra de dragagem reúne grupo de pescadores em Suape 
 A decisão de pedir a investigação do MP foi tomada em audiência pública realizada ontem com representantes de 28 comunidades que residem nos 13,5 mil hectares do entorno do porto de Suape, das associações dos pescadores, quilombolas, Defensoria Pública da União, centrais sindicais, além do subcomandante da Companhia Independente de Policiamento do Meio Ambiente (Cipoma), major Sérgio Souza, a promotora de patrimônio do Cabo de Santo Agostinho, Alice Moraes, a coordenadora do Grupo de Trabalho contra o Racismo (GTRacismo) do MPPE, Maria Bernadete, e a procuradora do MPPE de Ipojuca, Bianca Stela.
Segundo o deputado estadual do (PSOL), e presidente da Comissão de Cidadania, Direitos Humanos e Participação Popular, Edilson Silva, o grupo de trabalho da Assembleia também vai solicitar ao MP que apure a demora da polícia em investigar as denúncias das comunidades de Suape. Segundo ele, o problema se arrasta desde 2015.
 Esta não é a primeira reunião do colegiado sobre o assunto – outras duas audiências ocorreram há dois anos, mas, aponta o Fórum Socioambiental de Suape, nada é feito pela administração do porto. Esta, inclusive, é uma das recorrentes denúncias do fórum. Conforme publicado pela Folha de Pernambuco em julho deste ano, pescadores e moradores da região estiveram reunidos a convite do fórum socioambiental (órgão que acompanha, desde o início, a implantação do polo industrial e os impactos ambientais e sociais causados pelo empreendimento), e fizeram uma série de denúncias.
Na época, a administração do Porto de Suape esclareceu que “não admite, conhece e tampouco incentiva qualquer ação violenta por parte de funcionários, sejam eles efetivos ou terceirizados, contra membros das comunidades” e que a nova gestão está sempre aberta ao diálogo. Procurada ontem pela reportagem, a assessoria da instituição não se pronunciou sobre o assunto até o fechamento desta edição.
Categorias
Milícia SUAPE

VIOLÊNCIA DA MILÍCIA É UMA CONSTANTE EM SUAPE














O Fórum Suape encaminhou no último dia 28 de junho, um ofício à 3.ª Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania do Cabo de Santo Agostinho, promotora Janaína do Sacramento Bezerra, informando sobre novos casos de violência praticada por funcionários do Complexo Industrial e Portuário de Suape contra  posseiros da região. Apesar das denúncias e das audiências públicas realizadas para tratar da violência em Suape, a empresa continua promovendo o terror entre os posseiros e nativos da região, como demonstram os casos relatados a seguir.
No dia 22 de janeiro, a casa que Adriana Gilmara França do Nascimento estava construindo no sítio sobre o qual a sua família exerce posse há muitos anos, e que era de sua avó, no Engenho Massangana, foi demolida pelos funcionários de Suape, conhecidos como Salatiel e Cláudio, sem qualquer mandado judicial, a mando, segundo eles, do Diretor.
No dia 16 de maio, cerca de 15 homens, funcionários de Suape, em motos e em dois carros, comandados pelo também funcionário Romero Correia da Fonseca, compareceram ao terreno de Moisés José da Silva e Maria José de Santana Silva, no Engenho Serraria, e lá roubaram as estacas de uma cerca, 10 rolos de arame e mais de 100 pés de coco. O casal havia cercado sua terra no dia anterior para proteger suas bananeiras, que vinham sendo furtadas. No momento em que perceberam a presença dos milicianos, os dois e as demais pessoas que se encontravam no interior do restaurante localizado no terreno, vieram ver o que se passava e constataram os abusos cometidos por Suape. Quando tentou impedir que continuassem, Moisés foi ameaçado por Romero, que lhe apontou uma arma de fogo na direção do peito, ordenando-lhe que ficasse parado, se não atiraria. A violência praticada pelo referido funcionário de Suape se deu sem qualquer pudor, em plena luz do dia e na frente de outras pessoas que tomavam o café da manhã no restaurante do casal e que presenciaram a cena. Poucos dias depois os milicianos retornaram ao local e atearam fogo nas bananeiras de Maria José, comandados por Romero, que estava novamente armado e fazia questão de deixar a arma visível em tom ameaçador. Quando percebeu que estava sendo fotografado, ameaçou Maria José dizendo que, se alguma foto fosse postada na internet, ele destruiria a sua casa. Moisés e Maria José estão na posse do terreno há quase dez anos, sendo adquirida de um nativo.
No dia 19 de maio, o posseiro Erick de Melo Amorim, que estava refazendo a cerca do seu sítio localizado no Engenho Ilha, foi surpreendido por milicianos motorizados, que o abordaram e disseram que ele deveria pedir autorização para realizar tal construção em sua própria posse, ameaçando-o de que, caso ele persistisse na construção, eles voltariam para derrubar e levar a cerca. O posseiro está há mais de 20 anos na terra, a qual lhe foi repassada pela tia, Maria Lúcia Miranda.
Esses não são os únicos episódios de violência que se deram desde a última Audiência Pública, realizada no dia 1.º de dezembro de 2015 pela Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da ALEPE, na Câmara de Vereadores do Cabo. São inúmeras as notícias de que Suape continua cometendo tais arbitrariedades contra os posseiros, mas estes, por medo, não denunciam. O que se pode constatar em Suape é a atuação criminosa das milícias, tanto no que se refere às ameaças, quanto em relação ao roubo e destruição de bens. Tudo tem sido objeto de boletins de ocorrência na delegacia policial, matérias na imprensa, como também de registros fotográficos e até mesmo em vídeos. Em momento algum a empresa Suape informou o porquê de estar recolhendo os materiais dos posseiros, nem o local para onde são levados.
Outro tipo de crime que vem sendo cometido por Suape é ambiental, com o absurdo envenenamento de dezenas de pés de frutas nas áreas onde vivem posseiros antigos e nativos da região, várias delas muito anteriores à criação de Suape, como uma das formas usadas para pressioná-los a sair de suas terras. Dessa maneira, a empresa vem proibindo, não se sabe com que base legal, as famílias de plantarem e de reformarem as suas casas, interferindo nos seus modos de vida e de subsistência de forma clandestina e violenta.
Quando os posseiros plantam, reformam a casa ou constroem uma nova dentro do terreno cuja posse é da família há gerações, a milícia de Suape destrói as plantações e construções e recolhe os materiais sem qualquer título judicial que a autorize a praticar tais arbitrariedades, que são, portanto, ilegítimas e eivadas de ilegalidade. As apreensões de materiais se configuram como verdadeiros crimes de roubo, em que há subtração de coisa móvel alheia mediante grave ameaça ou violência à pessoa.
O que Suape vem fazendo, portanto, é uma série de ações criminosas contra antigos moradores da região. “Ameaças (art. 147, CP), danos ao patrimônio particular (art. 163, CP) e roubo (art. 157, CP) são os principais crimes praticados contra os moradores daquele território tradicional”, diz o ofício encaminhado pela assessoria jurídica do Fórum Suape à Promotoria.
“O direito de posse implica os poderes de uso, gozo e disponibilidade sobre o bem a quem o possui. Nesse sentido, plantar, reformar casa inscrita na posse ou promover outras edificações representam o pleno exercício desse direito, o qual só poderá ser restringido pelos princípios que o regem ou por meio dos instrumentos competentes”, afirma o ofício. Portanto, a maneira como Suape vem tolhendo o direito de posse dos posseiros antigos não encontra qualquer respaldo legal. Tanto as investidas violentas de destruição, ameaças e roubos de materiais como até mesmo as autorizações exigidas por Suape, que, quando muito, permitem apenas edificações minúsculas, mostram-se como abusos e turbações à posse promovidos pela empresa contra posseiros que estão na terra há gerações.
Assessoria de Comunicação do Fórum Suape Espaço Socioambiental
Categorias
Milícia SUAPE

AUDIÊNCIA PÚBLICA: VIOLÊNCIA E AÇÃO DAS MILÍCIAS NO COMPLEXO DE SUAPE

Audiência Pública da Comissão de Cidadania, Direitos Humanos e Participação
 Popular da Assembleia Legislativa de Pernambuco.
  VIOLÊNCIA E AÇÃO DAS MILÍCIAS NO COMPLEXO DE SUAPE
 O Fórum Suape Espaço Socioambiental convida para participar de mais uma audiência publica para discutir a ação de milícias denunciadas pelos morados do entorno do Complexo Industrial Portuário de Suape (CIPS). Tais milícias assediam os moradores, praticam intimidação moral, quando não empregam força física desmesurada contra  trabalhadores, agricultores familiares e pescadores da região.
 Dia: 1 de dezembro de 2015 (terça-feira)
Local: Câmara de Vereadores do Cabo de Santo Agostinho
Hora: 9 horas
 A lista dos convidados:
  • Carlos Augusto Arruda Guerra de Holanda – Procurador Geral de Justiça de Pernambuco
  • Cel. PM Antonio Francisco Pereira Neto – Comandante da Polícia Militar de Pernambuco
  • Antonio Barros – Chefe da Polícia Civil de Pernambuco
  • Pedro Eurico – Presidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos
  • Marcello Diniz Cordeiro – Superintendente Regional do Departamento da Polícia Federal
  • Luiz Vicente de Medeiros Queiroz Neto – Procurador-Chefe do Ministério Público Federal – Procuradoria da República em Pernambuco
  • José severino Belo – Secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo do Cabo
  • Luiz Pereira Lima – Secretário de Defesa Social do Cabo de Santo Agostinho
  • Sebastião Pereira Lima – Diretor de Gestão Fundiária e Patrimônio – SUAPE
plugins premium WordPress