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COMUNIDADE QUILOMBOLA DENUNCIA A MORTANDADE DE ESPÉCIE EM EXTINÇÃO

A comunidade quilombola Ilha de Mercês, no município de Ipojuca, denuncia a mortandade de peixes Mero no Rio Tatuoca, em localidade conhecida como “Porto da Nailda” e “Porto do Zumbi”. De acordo com o pescador Aldemir Minervino Gomes (mais conhecido como Jessé), nos últimos meses tem sido comum o aparecimento de peixes Mero mortos sem uma causa aparente.

“Depois que o Rio Tatuoca foi represado, o peixe Mero tem aparecido morto e a gente associa isso à contaminação da água com a instalação da Refinaria Abreu e Lima e outras indústrias”, revelou o pescador que reside no quilombo Ilha de Mercês. “Antigamente a água não era dessa cor e os peixes não morriam. Esse barramento mexeu com a qualidade da água”, lamentou Jessé.

O mero é um dos maiores peixes da costa brasileira, podendo atingir mais de dois metros de comprimento e pesar mais de 400 kg. É considerado pelo IBAMA uma espécie em extinção, o que significa que caçá-lo ou promover a sua morte é um crime ambiental.

A área onde os indivíduos da espécie vêm sendo encontrados mortos situa-se em uma região profundamente impactada pelas obras de dragagem executadas nos arredores da Ilha de Tatuoca para a instalação de grandes empreendimentos, como os estaleiros Atlântico Sul e Vard Promar.

A MORTANDADE DE MEROS NÃO É NOVIDADE NA REGIÃO

Em 2013, a Unidade de Gestão Costeira da CPRH elaborou o Relatório Técnico n.º 28/2013, que concluiu que as atividades de dragagem e de detonação do fundo oceânico para aprofundar os canais de navegação do Porto estavam diretamente relacionadas à destruição do habitat do peixe Mero e à sua morte, bem como à morte do Boto-Cinza, outra espécie em extinção.

O relatório técnico também apontou a ocorrência de danos ao habitat de outras espécies da fauna recifal, prejudicando diretamente a pesca artesanal. As penalidades deixaram de ser aplicadas, contudo, após o então Procurador Geral do Estado Thiago Norões ter se manifestado em desfavor das condenações administrativas, por meio de um parecer elaborado um mês antes de vir a ser nomeado presidente da empresa pública SUAPE.

Em que pese SUAPE negue sem nenhum fundamento que a região seja habitat de peixes Mero, a empresa chegou a ser condenada em 2016 pela Justiça Federal pelos danos socioambientais ao ecossistema marinho e à pesca artesanal decorrentes das atividades de dragagem, com base em vários documentos técnicos, dentre eles o parecer técnico da CPRH referente à morte do peixe Mero.

Tendo em vista o aparecimento de novos Meros mortos, foi protocolizada uma denúncia junto ao órgão ambiental, em que se solicitou a averiguação da situação e o monitoramento da qualidade das águas naquela área e arredores, bem como das intervenções promovidas pelo Porto de Suape e empreendimentos instalados nas proximidades, a fim de verificar eventual alteração danosa no habitat da espécie em questão.

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GRUPO DE TRABALHO CONSTATA A REALIDADE DO QUILOMBO ILHA DE MERCÊS

Estudantes de Geografia da Universidade Regional do Cariri conhecem a realidade
do quilombo Ilha de Mercês, em Ipojuca.

No dia 3 de maio, estudantes de diversos períodos do curso de Geografia da Universidade Regional do Cariri (URCA), sediada na cidade do Crato/CE, vieram conhecer de perto a realidade do território atingido pelo Complexo Industrial Portuário de Suape (CIPS). Sob supervisão do professor Cássio Expedito e acompanhados do Fórum Suape, visitaram a comunidade quilombola Ilha de Mercês, a Praia de Suape, a Ilha de Tatuoca e o conjunto residencial Vila Nova Tatuoca. Os universitários conversaram com moradores e puderam conhecer as inúmeras transformações provocadas pelo Complexo de Suape, que tiveram repercussões extremamente negativas sobre as vidas das comunidades que ali já residiam.

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COMUNIDADES QUILOMBOLAS EM DEFESA DO TERRITÓRIO E DO DECRETO 4887/03

Uma audiência pública será realizada no dia 19/06/2017, no Ministério Público Federal para debater sobre os direitos territoriais das comunidades quilombolas e o Decreto 4887/03, que estipula os procedimentos para a titulação dos territórios quilombolas no Brasil. No dia seguinte, outra audiência pública vai acontecer na ALEPE, articulada com a Comissão de Constituição, Legislação e Justiça para tratar da mesma questão.
Todo esse esforço porque a constitucionalidade do Decreto está sob ameaça. Está pautado para o próximo dia 21/06/2017, no Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5), sediado em Recife, o julgamento que decidirá por sua constitucionalidade ou não. Caso o TRF5 julgue que o Decreto é inconstitucional, todas as comunidades quilombolas que se encontram sob sua área de abrangência poderão ter seus processos de titulação que tramitam no INCRA paralisados por tempo indeterminado. Por outro lado, se o TRF5 julgar que o Decreto é constitucional a política quilombola de titulação será fortalecida, fazendo-se justiça à história de lutas e conquistas dos quilombolas.
O decreto 4.887/03 regulamenta o procedimento de regularização fundiária dos territórios das comunidades quilombolas. Em Pernambuco, uma articulação das comunidades quilombolas atua em defesa da permanência do Decreto. Recentemente uma das comunidades afetadas por Suape se autoreconheceu como quilombola, a comunidade do Engenho Mercês. O Quilombo de Mercês tem participado ativamente dessa articulação, buscando tratar dessa ameaça junto à Procuradoria Regional da República. Outra comunidade quilombola afetada por Suape e que também está na luta é a comunidade Onze Negras, que fica no Cabo de Santo Agostinho.
É HORA DE MOBILIZAÇÃO! QUILOMBOLAS NA LUTA POR SEUS TERRITÓRIOS TRADICIONAIS!
#SomosTodas/osAcauã
#Decreto4887/03Fica
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