Lugar comum, e que tem sido uma constante no território do Complexo Industrial Portuário de Suape (CIPS) é a violência reinante.
Categoria: SUAPE
LINHA DURA DE SUAPE PREVALECE
SOB PAULO CÂMARA, COMPLEXO DE SUAPE VIRA MOEDA DE TROCA E VIVE FARRA DE DISPENSAS E INEXIGIBILIDADES DE LICITAÇÃO (23/8/2016)
PF cumpre mais uma etapa da Lava Jato no Grande Recife. Estão sendo cumpridos três mandados de busca e apreensão. São dois mandados para residências e um para uma empresa.
Operação Lava Jato no Grande Recife recolheu documentos em imóveis de luxo da Zona Sul (Foto: Bruno Lafaiete)
Em nota, a Cone S/A informou que a Moura Dubeux já foi uma das investidoras da empresa, localizada no Compexo Industrial e Portuário de Suape. Hoje, não faz mais parte da sociedade. Atualmente, a companhia possui capital próprio e tem como investidor o Fundo de Investimento do Fundo de Garantia Por Tempo de Serviço (FGTS).
A ação conta com 25 policiais federais, distribuídos em três equipes. Eles estão acompanhados por três procuradores da República, que também atuarão nas buscas.
Lava Jato no Recife
(Foto: Marjoyre Cavalcanti/ Rede Globo)
Vinte mil famílias estão na incerteza Estado entregou 300 escrituras à comunidade do Passarinho
Comunidade ocupa área equivalente a 33 campos de futebol e sofre com a falta de saúde, educação e segurança.
A espera continua para as mais de 20 mil famílias que vivem na comunidade do Passarinho, na Zona Norte do Recife. Ocupando uma área equivalente a 33 campos de futebol e amargando a falta de serviços como saúde, educação e segurança, os moradores vivem a indefinição sobre o futuro. O documento que comprova a propriedade da terra chegou para apenas 300 endereços, beneficiados com a concessão de escrituras. O número representa menos de 2% daquela população, que afirma ter chegado ao local há mais de 30 anos.
A batalha judicial já se estende desde 2007, tendo a iniciativa privada como principal interessada em reaver o espaço. De acordo com o Estado, não há prazo para resolver a situação.
“A sensação é de que toda a nossa luta foi empurrada para debaixo do tapete”, criticou o líder comunitário Edvaldo Luiz. Segundo ele, a promessa estabelecida aos habitantes incluía a implantação de projetos de urbanização e regularização fundiária para todas as unidades. Ao contrário do previsto, afirma Edvaldo, a entrega feita agora não representa uma primeira etapa. “As áreas têm diferentes titularidades e não existe qualquer calendário para as demais.” O prazo para que uma proposta consiga sair do papel expira em novembro deste ano.
A queda de braço na área, batizada de Granja Esperança, foi ampliada quando a Justiça expediu um mandado de reintegração do terreno, em nome da Indústria Pré-moldados do Nordeste, que mantém atividade no terreno de 33 hectares. O valor estimado pelo espaço jamais foi esclarecido. O Ministério Público pediu mais tempo para decidir o destino dos moradores. A decisão então foi suspensa pelo juiz José Florentino Mendonça, à época à frente do caso. Diante da repercussão, um decreto, assinado pelo então governador João Lyra Neto, transformou a área em uma Zona Especial de Interesse Social (Zeis), definindo que um projeto fosse construído em até dois anos. O cenário não se concretizou.
Dificuldades
Para quem caminha nas ladeiras e vielas de terra batida da Vila Esperança, o termo invasão parece incomodar. A ideia é de um bairro desassistido. “Não temos outro lugar para morar. Somos vítimas de um jogo de empurra, faltando vontade de resolver o problema”, disse a dona de casa Iara Silvestre, 47 anos. Por lá, o esgoto corre a céu aberto, falta transporte satisfatório e também postos de saúde para suprir a demanda. Para assistir às aulas na única escola da região, as crianças enfrentam um longo caminho. A insegurança também é um dos fatores que preocupam.
Paliativos
A entrega das escrituras definitivas, promovida na noite de ontem, faz parte do programa Meu Imóvel Legal, dirigido pela Pernambuco Participações e Investimentos S/A (Perpart), que responde pela área. O encontro contou com a presença do governador Paulo Câmara. De acordo com o gerente de Regularização Imobiliária, Celso Severo, não existe posição sobre as demais famílias da área. A Cehab e a Secretaria Estadual de Habitação não se manifestaram sobre o caso.
A empresa Suape continua agindo com truculência contra moradores da região. Dessa vez, o caso ocorreu na última quinta-feira (12), no engenho Massangana, onde a casa de um morador foi totalmente demolida pelas escavadeiras comandadas pelo CIPS (Complexo Industrial Portuário de Suape). Há indícios de que ocorreu um grande engano, pois o processo judicial que correu à revelia, em nome da moradora Josefa de Lourdes do Nascimento, levou a destruição da moradia de seu filho Fábio Nascimento, dono e morador da casa. O processo de reintegração de posse deveria ter corrido em nome do verdadeiro dono e morador da casa, o que configura mais um crime revoltante por parte da empresa.
A violenta ação judicial foi realizada sob forte aparato policial e mais uma vez a empresa Suape deu demonstração de total falta de diálogo com os moradores, pescadores e agricultores que vivem a dezenas de anos nos engenhos situados no município do Cabo de Santo Agostinho. A área do engenho Massangana é uma região em que, segundo o Plano Suape, será consolidada, ou seja, a empresa realizará obras de infraestrutura para a permanência dos moradores, mais uma contradição da empresa que designou uma irrisória indenização de 18 mil reais para a moradora indiciada, conforme o laudo do perito que avaliou a propriedade.
Na segunda-feira (16) as escavadeiras da CIPS voltaram ao local da demolição para dar início as obras da estação de tratamento de afluentes. Porém, os moradores resistiram no local e o dono da casa demolida Fábio Nascimento foi preso e conduzido à delegacia do Cabo de Santo Agostinho, deixando o clima ainda mais tenso no engenho Massangana.
Integrantes da coordenação do Fórum Suape se reuniram com Milena Rêgo,representante da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), no dia 06/05/16, na sede administrativa do CIPS, no Cabo de Santo Agostinho. Recém chegada às instalações de seu novo escritório, ela ouviu atentamente o breve histórico apresentado pelo coordenador Heitor Scalambrini Costa sobre Fórum Suape, que lhe entregou as atas de duas audiências públicas realizadas recentemente pela Assembléia Legislativa que tratou sobre a presença de milícias armadas no território de Suape e atas de reuniões sobre crimes ambientais cometidos pela empresa em diversas áreas onde vivem famílias de nativos, posseiros, trabalhadores rurais e pescadores.
Durante a reunião da qual participaram sete pessoas ligadas ao Fórum Suape foi solicitado o acesso ao convênio entre a Unesco e o Programa Suape Sustentável e feito um convite para que Milena Rêgo fizesse uma apresentação pública do convênio para toda a sociedade civil (6 de junho – segunda-feira, as 9 horas na Camara de Vereadores do Cabo de Santo Agostinho).
Ela explicou que se trata de um acordo de cooperação técnica bilateral, assinado no dia 18/01/16, parceria esta firmada com o governo de Pernambuco, através da Secretaria do Desenvolvimento Econômico, com o aval do Ministério das Relações Exteriores, para as ações do “Pacto por Suape Sustentável”. A iniciativa prevê o desenvolvimento de planos para as áreas cultural, social, ambiental e educacional da população que reside na região de Suape, no Grande Recife. A cooperação técnica internacional entre o governo, a Unesco e a Agência Brasileira de Cooperação (ABC) do Ministério das Relações Exteriores vai desenvolver, em uma primeira etapa, a requalificação do parque metropolitano Armando Holanda Cavalcanti, no Cabo de Santo Agostinho. De acordo com o governo do estado, foram destinados R$ 1,2 milhão para a execução do projeto que vai durar 24 meses.
Durante a reunião travou-se um diálogo aberto e diante das críticas e denúncias apresentadas pelo Fórum Suape, a representante da Unesco se posicionou como ainda não suficientemente informada e em condições de responder a todos os questionamentos, comprometendo-se a dar continuidade à comunicação com o
Fórum Suape, buscando um diálogo sobre os projetos estruturadores previstos para a região, o que até o momento o CIPS jamais se dispôs a fazer, portanto, vamos esperar pra crer.
- Carlos Augusto Arruda Guerra de Holanda – Procurador Geral de Justiça de Pernambuco
- Cel. PM Antonio Francisco Pereira Neto – Comandante da Polícia Militar de Pernambuco
- Antonio Barros – Chefe da Polícia Civil de Pernambuco
- Pedro Eurico – Presidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos
- Marcello Diniz Cordeiro – Superintendente Regional do Departamento da Polícia Federal
- Luiz Vicente de Medeiros Queiroz Neto – Procurador-Chefe do Ministério Público Federal – Procuradoria da República em Pernambuco
- José severino Belo – Secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo do Cabo
- Luiz Pereira Lima – Secretário de Defesa Social do Cabo de Santo Agostinho
- Sebastião Pereira Lima – Diretor de Gestão Fundiária e Patrimônio – SUAPE