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SUAPE

SUAPE FORA DA LEI

Heitor Scalambrini Costa
Coordenação do Fórum Suape e professor da UFPE
Para quem acompanha o modelo de desenvolvimento predatório adotado no Estado, que tem na empresa que administra o Complexo Industrial Portuário de Suape seu símbolo maior, não se surpreendeu com a multa aplicada pela Agencia de Meio Ambiente – CPRH, devido ao impacto ambiental que vem causando (JC 10/9), em particular com as obras de dragagem e derrocagem do porto, pela empresa holandesa Van Oold.
São tantos os desmandos, o não cumprimento das leis, as injustiças praticadas pela empresa Suape ao longo dos últimos anos, contra o meio ambiente e as populações nativas, que não daria nestas poucas linhas para descrevê-los.
O mais gritante desapego à lei foram os anos e anos (mais de 10 anos) de descumprimento da aplicação das compensações ambientais impostas para que os desmatamentos dos mangues, restingas e mata atlântica ocorressem naquele território. Os inúmeros Termos de Ajustes de Conduta assinados com o Ministério Público foram sistematicamente desrespeitados pela empresa Suape. Em janeiro de 2012 a empresa publicou como matéria paga nos três jornais de grande circulação, informe publicitário anunciando que o passivo ambiental daquela área tinha sido zerado. Até hoje os moradores se perguntam onde foram realizadas as intervenções anunciadas com grande pompa? E o Ministério Público que não se posicionou sobre o pedido de informação para que Suape apontasse onde, em que locais foram efetuados as intervenções?
Outra questão que indigna a todos de boa vontade é a truculência que é tratada os nativos (pescadores, agricultores familiares, trabalhadores) que sistematicamente sofrem violências contra seus direitos mais elementares. É sempre bom relembrar que a Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 passou a incorporar o direito à moradia adequada como um dos direitos humanos reconhecidos internacionalmente como universal, e que lamentavelmente não é acatado por quem se diz proprietária da área, e que tem deveres com relação aos seus moradores. Um exemplo a ser citado que tem haver com o direito a ir e vir, diz respeito aos moradores da Ilha de Tatuoca, que agora para entrarem e saírem de onde  vivem há dezenas de anos (mesmo antes da existência da empresa), receberam uma carteirinha de identificação da empresa Suape. Sem falar da verdadeira “milícia” (como chamam os moradores), que foi criada e é comandada pela diretoria de Gestão Fundiária e Patrimônio, que infernizam e tornam a vida dos que ainda moram insuportável.
O mais recente episódio é à matéria jornalística do JC de 12/9 último, dois dias após a mídia pernambucana e nacional divulgarem a multa de 2,5 milhões aplicada pela CPRH pelas conseqüências ambientais provocadas pelas obras realizadas no porto de Suape.
A reportagem “Posseiros de Suape são indenizados” dava conta que 600 famílias oriundas de 5 engenhos, uma área de 670 ha, seriam indenizadas (valor médio de R$ 58 mil reais por família) com recursos repassados pela CPRH a empresa Suape, dinheiro este recebido da Refinaria Abreu e Lima , e pago como parte da compensação ambiental. Além do escândalo no valor das indenizações (o ha em Suape vale hoje em torno de 500 mil reais), o mais grave, caso esta informação seja confirmada, é que recursos advindos de compensação ambiental são proibidos pela Lei Federal 9.985 de 18/07/2000, e pela Resolução 371 de 5 de abril de 2006 do CONAMA,  de serem usados para pagamento de indenizações. Então como Suape utilizará destes recursos nas indenizações?
É chegada a hora da sociedade pernambucana ter mais informações sobre o que esta acontecendo naquele território, e não somente receber “propaganda chapa branca”, sobre geração de renda e de empregos. A “caixa preta” desta empresa pública tem que ser aberta, e a mídia têm um papel fundamental, o de informar os dois lados da questão. 
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SUAPE

COMPLEXO SUAPE DAS ILUSÕES

Promotor de Justiça aposentado denuncia:

Estaleiro quer o fim do sonho da casa própria que fora prometida


Por Miguel Sales – Promotor de Justiça Aposentado

A respeito do propalado Projeto que inicialmente era para a construção de 2.000 casas para empregados do Estaleiro Atlântico Sul, em Suape, depois reduzidas para 1.500, e finalmente ficando em 1.328 a serem concluídas há quase dois anos. Entretanto, desse último número, foram construídas tão-somente 648 unidades, faltando, portanto, 680 unidades. Mesmo assim, das 648 construídas, apenas se entregou aos operários cerca de 400 casas, que hoje, em sua maioria, estão demitidos do estaleiro.

A doação das casas aos trabalhadores do Estaleiro Atlântico Sul, se dera em razão de contrato celebrado com a Caixa Econômica Federal com a finalidade de se atrair um bom número de empregados para tal Estaleiro, incentivando que eles não fossem contratados por outras empresas situados no entorno de Suape.
Pelos contratos celebrados, os trabalhadores adquirentes das mesmas, só deixariam de ser financiados pelo Estaleiro, se eles dessem algum motivo para a rescisão contratual, o que no aconteceu. E se isso acontecesse, o empregado beneficiário, já inscrito no programa Minha Casa, Minha Vida, assumiria financeiramente o contrato.
Hoje, afora as que deverão ser construídas, há mais de 200 casas a serem entregues. Mesmo tendo o Estaleiro mais de oito mil empregados não fora feita tal entrega. Isso apesar de eles estarem regularmente inscritos na Caixa Econômica, ai incluindo os ex-empregados, que foram demitidos injustificadamente.
Hoje a dita vila operária já apresenta as suas casas rachadas, estão carentes dos equipamentos urbanos prometidos, mais parecendo uma favela, como se vê das fotos abaixo. Assim, pouco a pouco, está caindo por terra todo aquele sonho da casa própria, apenas algumas delas foram entregues em momento de pompa, e elogios ao Estaleiro, com empolados discursos e aos olhares sorridentes de governadores, ministros e do ou da presidente da República, mas agora com ameaça de retomada.
Curiosamente, na área restante, onde deveria se destinar à construção das casas faltantes, inexplicavelmente, pela mesma Construtora Pernambuco que fez a vila operária, se ergue o bem equipado Condomínio Residencial Reserva Ipojuca, ao que sabe sem nenhuma vinculação com o Estaleiro ou que seja para beneficiar os seus milhares de empregados.
Para se concluir, de surpresa, os moradores ainda existentes no mencionado Conjunto Habitacional Atlântico Sul, receberam um comunicado sem assinatura, distribuído na rua, a fim deles, e-empregados, que já estão com suas casas adquiridas, em tendo condições financeiras, as renegociassem com a Caixa, sem mais qualquer outra oportunidade.
Em razão disso, uma comissão de moradores da mencionada vila operária endereçaram hoje o ofício abaixo para o presidente do Estaleiro Atlântico Sul, visando que seja dado cumprimento aos contratos celebrados.
A respeito do estado de abandono do dito conjunto habitacional, que, se não socorrido, corre o risco de se tornar uma favela, no coração de Suape e próximo aos prédios de oito andares que se constrói na área que deveria ser construído complemento das demais casas contratadas, veja-se as fotos abaixo.
Para dar ciência aos interessados e a opinião pública solicito a sua cordial fineza de publicar em seu conceituado blog, no todo ou em parte, o contido no presente procedimento. Com a minha estima.

Fonte: http://jc3.uol.com.br/blogs/blogjamildo/

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SUAPE

COMPLEXO SUAPE DAS ILUSÕES

Promotor de Justiça aposentado denuncia:

Estaleiro quer o fim do sonho da casa própria que fora prometida

Por Miguel Sales – Promotor de Justiça Aposentado

A respeito do propalado Projeto que inicialmente era para a construção de 2.000 casas para empregados do Estaleiro Atlântico Sul, em Suape, depois reduzidas para 1.500, e finalmente ficando em 1.328 a serem concluídas há quase dois anos. Entretanto, desse último número, foram construídas tão-somente 648 unidades, faltando, portanto, 680 unidades. Mesmo assim, das 648 construídas, apenas se entregou aos operários cerca de 400 casas, que hoje, em sua maioria, estão demitidos do estaleiro.
A doação das casas aos trabalhadores do Estaleiro Atlântico Sul, se dera em razão de contrato celebrado com a Caixa Econômica Federal com a finalidade de se atrair um bom número de empregados para tal Estaleiro, incentivando que eles não fossem contratados por outras empresas situados no entorno de Suape.
Pelos contratos celebrados, os trabalhadores adquirentes das mesmas, só deixariam de ser financiados pelo Estaleiro, se eles dessem algum motivo para a rescisão contratual, o que no aconteceu. E se isso acontecesse, o empregado beneficiário, já inscrito no programa Minha Casa, Minha Vida, assumiria financeiramente o contrato.
Hoje, afora as que deverão ser construídas, há mais de 200 casas a serem entregues. Mesmo tendo o Estaleiro mais de oito mil empregados não fora feita tal entrega. Isso apesar de eles estarem regularmente inscritos na Caixa Econômica, ai incluindo os ex-empregados, que foram demitidos injustificadamente.
Hoje a dita vila operária já apresenta as suas casas rachadas, estão carentes dos equipamentos urbanos prometidos, mais parecendo uma favela, como se vê das fotos abaixo. Assim, pouco a pouco, está caindo por terra todo aquele sonho da casa própria, apenas algumas delas foram entregues em momento de pompa, e elogios ao Estaleiro, com empolados discursos e aos olhares sorridentes de governadores, ministros e do ou da presidente da República, mas agora com ameaça de retomada.
Curiosamente, na área restante, onde deveria se destinar à construção das casas faltantes , inexplicavelmente, pela mesma Construtora Pernambuco que fez a vila operária, se ergue o bem equipado Condomínio Residencial Reserva Ipojuca, ao que sabe sem nenhuma vinculação com o Estaleiro ou que seja para beneficiar os seus milhares de empregados.
Para se concluir, de surpresa, os moradores ainda existentes no mencionado Conjunto Habitacional Atlântico Sul, receberam um comunicado sem assinatura, distribuído na rua, a fim deles, e-empregados, que já estão com suas casas adquiridas, em tendo condições financeiras, as renegociassem com a Caixa, sem mais qualquer outra oportunidade.
Em razão disso, uma comissão de moradores da mencionada vila operária endereçaram hoje o ofício abaixo para o presidente do Estaleiro Atlântico Sul, visando que seja dado cumprimento aos contratos celebrados.
A respeito do estado de abandono do dito conjunto habitacional, que, se não socorrido, corre o risco de se tornar uma favela, no coração de Suape e próximo aos prédios de oito andares que se constrói na área que deveria ser construído complemento das demais casas contratadas, veja-se as fotos abaixo.
Para dar ciência aos interessados e a opinião pública solicito a sua cordial fineza de publicar em seu conceituado blog, no todo ou em parte, o contido no presente procedimento. Com a minha estima.

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Engenho SUAPE

ENGENHO TABATINGA: MORADORES AMEAÇADOS POR SUAPE

Famílias do Engenho Tabatinga denunciam ameaças e procedimento de expulsão praticado por Suape
Fonte: http://www.cptne2.org.br/

Na manhã deste último domingo, dia 06, foi realizada uma reunião no Engenho Tabatinga II para tratar sobre as mais recentes ameaças de expulsão que a diretoria de Suape está promovendo contra moradores e moradoras do local. Além das famílias que vivem no Engenho, também estiveram presentes representantes da Comissão Pastoral da Terra (CPT), da Associação dos moradores e moradoras do Engenho Algodoais e o Fórum Suape – Espaço Socioambiental.Na ocasião, as famílias relataram como está sendo o procedimento da diretoria do Complexo Industrial e Portuário. As informações são de que a senhora Ana Gadelha convoca as famílias para uma reunião em Suape para comunicar-lhes que o Complexo está precisando das terras onde vivem. Em seguida, a funcionária oferece uma “indenização”, que segundo os moradores, representa uma quantia muito inferior ao valor das benfeitorias, terras e casas de onde moram.

Os moradores relataram que com a quantia insignificante oferecida por Suape, não é possível comprar uma casa em nenhum lugar da região.Foi relatado ainda que, quando as famílias se recusam a aceitar o valor proposto, a empresa Suape então passa a mover uma ação de reintegração de posse contra as famílias. Com um mandato de reintegração de posse despachado por Juíz, a Empresa vai até a casa da moradora ou morador, acompanhado de seguranças e Policiais Militares fortemente armados, tratores e carros para destruir os sítios e derrubar as casas. “Lembramos que Suape nunca teve a posse desse Engenho, portanto não cabe pedir reintegração de posse. Além disso, devemos acrescentar o fato de que Suape não é a dona daquelas Terras. Como comprovam vários os documentos, as terras pertencem ao Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra)”, esclarece Plácido Júnior, da Comissão Pastoral da Terra (CPT). As famílias explicam que a resposta de Suape é que, caso algum morador questione o valor da suposta indenização, deve reclamar na Justiça, cujo Juiz é o mesmo que concedeu a reintegração de posse para Suape. O que tem acontecido é que cada família expulsa, com a casa destruída, as fruteiras derrubadas e o roçado destruído, vai morar de favor em casas de amigos, parentes ou morar debaixo das árvores, em outro sítio, como informam os próprios moradores. As famílias que vivem no Engenho Tabatinga II ainda informaram que o Incra esteve presente no Engenho durante a semana passada e que após isso, a diretoria de Suape intensificou as ameaças de expulsão contra os moradores.

“Depois que o Incra passou por aqui, Suape ficou pior. Agora quer expulsar a gente de todo jeito”, comenta uma das moradora do Engenho que já recebeu carta de reintegração de posse.Durante a reunião, ficou acertado que a comunidade, a CPT e o Fórum Suape – Espaço Socioambiental, encaminharão documento para o Incra, informando a situação de ameaça e exigindo: agilidade na identificação e levantamento, junto aos moradores e moradoras, das terras que pertencem ao Instituto; imediata retomada de todas as terras que pertence ao Incra; regularização de assentamento e das posses dos antigos moradores e moradoras; que o órgão exiga de Suape a imediata suspensão das ameaças contra os sitiantes, até que seja concluido todo o levantamento e a retomada das terras; que o Órgão comunique a comarca do Cabo de Santo Augustinho, a comarca de Ipojuca e o Tribunal Regional de Pernambuco, que está realizando os estudos para identificação de suas terras na região e que os mesmos não concedam liminar de reintegração até o término do levantamento, para que não seja intensificado o conflito na área. O Engenho Tabatinga O Engenho Tabatinga pertencia a Usina Santo Inácio, que entrou em falência e foi desapropriada para fins de Reforma Agrária pelo Incra no fim dos anos 70 e início dos anos 80. No Engenho, existe uma Igreja, em pé, que segundo relatos dos moradores, possui cerca de 200 anos. Além desta, é possível ver ainda dentro da mata, as ruínas da primeira Igreja, que segundo os sitiantes, teria essa muito mais do que 200 anos.A padroeira da comunidade e da Igreja é Santa Luzia.

O povo do Engenho conta a história de que existe uma fonte do milagre, que todos os anos, durante a festa da padroeira – 13 de dezembro, havia uma procissão onde vinha gente de todas as parte do Brasil para lavar os olhos nesta fonte de água. Foi neste local que encontraram uma imagem de Santa Luzia. O moradores tem conhecimento que está fonte nunca secou e nunca seca. Ocorre que, para que Suape pudesse passar com as tubulações de gás, teve que abrir uma vala de mais de três metros, sugando toda a água da fonte. “Hoje a água da fonte se encontra bem fraquinha. São sei se ela vai aguentar”, fala um morador. Em conversa durante a reunião, os moradores e moradoras fizeram questão de falar que as casas na Sede do Engenho foram construídas pelos antigos escravos do Engenho. “Essas casas que você tá vendo foi construída há muito tempo atrás pelos cativos. Foram eles que construíram tudo isso aqui”, comenta o presidente da associação de moradores, o senhor Antônio. “Aquela Igreja que está dentro da mata também foi construída pelos Cativos. Hoje é Suape que trata a gente como um cativo. Não vamos nos curvar não”, acrescenta. Imagens: Plácido Júnior/ CPT

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Engenho SUAPE

Engenho Tabatinga: Moradores ameaçados por SUAPE

Famílias do Engenho Tabatinga denunciam ameaças e prodecimento de expulsão praticado por Suape
Na manhã deste último domingo, dia 06, foi realizada uma reunião no Engenho Tabatinga II para tratar sobre as mais recentes ameaças de expulsão que a diretoria de Suape está promovendo contra moradores e moradoras do local. Além das famílias que vivem no Engenho, também estiveram presentes representantes da Comissão Pastoral da Terra (CPT), da Associação dos moradores e moradoras do Engenho Algodoais e o Fórum Suape – Espaço Socioambiental.Na ocasião, as famílias relataram como está sendo o procedimento da diretoria do Complexo Industrial e Portuário. As informações são de que a senhora Ana Gadelha convoca as famílias para uma reunião em Suape para comunicar-lhes que o Complexo está precisando das terras onde vivem. Em seguida, a funcionária oferece uma “indenização”, que segundo os moradores, representa uma quantia muito inferior ao valor das benfeitorias, terras e casas de onde moram.
 Os moradores relataram que com a quantia insignificante oferecida por Suape, não é possível comprar uma casa em nenhum lugar da região.Foi relatado ainda que, quando as famílias se recusam a aceitar o valor proposto, a empresa Suape então passa a mover uma ação de reintegração de posse contra as famílias. Com um mandato de reintegração de posse despachado por Juíz, a Empresa vai até a casa da moradora ou morador, acompanhado de seguranças e Policiais Militares fortemente armados, tratores e carros para destruir os sítios e derrubar as casas. “Lembramos que Suape nunca teve a posse desse Engenho, portanto não cabe pedir reintegração de posse. Além disso, devemos acrescentar o fato de que Suape não é a dona daquelas Terras. Como comprovam vários os documentos, as terras pertencem ao Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra)”, esclarece Plácido Júnior, da Comissão Pastoral da Terra (CPT). As famílias explicam que a resposta de Suape é que, caso algum morador questione o valor da suposta indenização, deve reclamar na Justiça, cujo Juiz é o mesmo que concedeu a reintegração de posse para Suape. O que tem acontecido é que cada família expulsa, com a casa destruída, as fruteiras derrubadas e o roçado destruído, vai morar de favor em casas de amigos, parentes ou morar debaixo das árvores, em outro sítio, como informam os próprios moradores. As famílias que vivem no Engenho Tabatinga II ainda informaram que o Incra esteve presente no Engenho durante a semana passada e que após isso, a diretoria de Suape intensificou as ameaças de expulsão contra os moradores.
 “Depois que o Incra passou por aqui, Suape ficou pior. Agora quer expulsar a gente de todo jeito”, comenta uma das moradora do Engenho que já recebeu carta de reintegração de posse.Durante a reunião, ficou acertado que a comunidade, a CPT e o Fórum Suape – Espaço Socioambiental, encaminharão documento para o Incra, informando a situação de ameaça e exigindo: agilidade na identificação e levantamento, junto aos moradores e moradoras, das terras que pertencem ao Instituto; imediata retomada de todas as terras que pertence ao Incra; regularização de assentamento e das posses dos antigos moradores e moradoras; que o órgão exiga de Suape a imediata suspensão das ameaças contra os sitiantes, até que seja concluido todo o levantamento e a retomada das terras; que o Órgão comunique a comarca do Cabo de Santo Augustinho, a comarca de Ipojuca e o Tribunal Regional de Pernambuco, que está realizando os estudos para identificação de suas terras na região e que os mesmos não concedam liminar de reintegração até o término do levantamento, para que não seja intensificado o conflito na área. O Engenho Tabatinga O Engenho Tabatinga pertencia a Usina Santo Inácio, que entrou em falência e foi desapropriada para fins de Reforma Agrária pelo Incra no fim dos anos 70 e início dos anos 80. No Engenho, existe uma Igreja, em pé, que segundo relatos dos moradores, possui cerca de 200 anos. Além desta, é possível ver ainda dentro da mata, as ruínas da primeira Igreja, que segundo os sitiantes, teria essa muito mais do que 200 anos.A padroeira da comunidade e da Igreja é Santa Luzia.
 O povo do Engenho conta a história de que existe uma fonte do milagre, que todos os anos, durante a festa da padroeira – 13 de dezembro, havia uma procissão onde vinha gente de todas as parte do Brasil para lavar os olhos nesta fonte de água. Foi neste local que encontraram uma imagem de Santa Luzia. O moradores tem conhecimento que está fonte nunca secou e nunca seca. Ocorre que, para que Suape pudesse passar com as tubulações de gás, teve que abrir uma vala de mais de três metros, sugando toda a água da fonte. “Hoje a água da fonte se encontra bem fraquinha. São sei se ela vai aguentar”, fala um morador. Em conversa durante a reunião, os moradores e moradoras fizeram questão de falar que as casas na Sede do Engenho foram construídas pelos antigos escravos do Engenho. “Essas casas que você tá vendo foi construída há muito tempo atrás pelos cativos. Foram eles que construíram tudo isso aqui”, comenta o presidente da associação de moradores, o senhor Antônio. “Aquela Igreja que está dentro da mata também foi construída pelos Cativos. Hoje é Suape que trata a gente como um cativo. Não vamos nos curvar não”, acrescenta. Imagens: Plácido Júnior/ CPT
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Denúncia SUAPE

DENÚNCIAS ACEITAS CONTRA A EMPRESA SUAPE

RELEASE DO FÓRUM SUAPEDenuncias aceitas contra a Empresa Suape

Em resposta às denúncias encaminhadas a ouvidoria da Agência Estadual de Meio Ambiente-CPRH (manifestações 34115/2013-GECOM e 56154/2013-GECOM), bem como veiculadas na mídia, sobre a morte de peixes Mero, boto-cinza e demais “danos ambientais decorrentes das obras de dragagem e explosões do leito marinho no Porto de Suape, visando aprofundar o canal de acesso ao porto e ocasionando prejuízos a fauna marinha e a toda a cadeia produtiva da pesca artesanal”, segue o relatório técnico emitido pelo CPRH UGC nº 28/2013, assim como os auto de infração nos 00767/2013 e 00768/2013 (documentos anexos neste portal em PUBLICAÇÕES).

Foi esclarecido ao denunciante que o processo de apuração dos fatos, iniciado desde abril do corrente, seguiu os seguintes procedimentos: Consulta a licenças ambientais e outros documentos integrantes de processos referentes à dragagem e derrocamento; Consulta a referências científicas sobre o processo de dragagem, derrocagem e impactos sócio-ambientais associados; Consulta a legislações ambientais que regulamentam as citadas atividades; Consulta a estudiosos dos temas; Consultas a pescadores e outros atores sociais relevantes no caso; Consulta a diversos setores da CPRH; Visita a SUAPE.

De acordo com o relatório, as seguintes medidas foram tomadas:

  •  Emissão do Auto de infração nº 767/2013, nos seguintes termos: Descrição – Degradação ambiental, caracterizada por danos ao habitat do peixe Mero (Epinephelus itajara), Boto-Cinza (Sotalia guianensis) e outras espécies da fauna recifal, bem como ao território e ambientes tradicionalmente usados na pesca artesanal, através da atividade de derrocagem do canal de acesso e bacia de manobras do porto de Suape com uso de explosivos, e mediante a omissão/insuficiência na apresentação de informações sobre os citados danos no âmbito dos documentos relativos ao diagnóstico de impactos e proposição de medidas de mitigação/compensação. Penalidade: Multa no valor de R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais).
  • Emissão do Auto de infração nº 768/2013, com a mesma descrição do anterior e com as seguintes penalidades e obrigações: Penalidade: Advertência por escrito. Obrigação por fazer: Apresentar à CPRH no prazo de 90 dias e executar após aprovação, estudo contendo medidas para o diagnóstico detalhado, mitigação e compensação para os danos ao habitat do peixe mero (Epinephelus itajara), Boto-Cinza (Sotalia guianensis) e outras espécies da fauna recifal, bem como ao território e ambientes tradicionalmente usados na pesca artesanal, e considerando, no mínimo, as medidas constantes no capítulo 4 do relatório técnico UGC nº 28/2013. As medidas devem ser organizadas em programas específicos, complementarmente àqueles em andamento.

Dentre as obrigações postas a Suape estão: 1) Mapeamento de detalhe dos habitats submarinos na área de influência direta e indireta de Suape; 2) Mapeamento do território tradicional da pesca artesanal, segundo informações dos pescadores que utilizam a área, incluindo os mestres de embarcações, em conjunto com pesquisadores com experiência em cartografia social; 3) Quantificação das áreas pertencentes ao território da pesca artesanal que foram apropriadas e/ou impactadas direta ou indiretamente pelo porto de SUAPE; 4) Adoção de medidas de proteção do Peixe Mero, Boto-Cinza e outras espécie da fauna impactadas, tanto nos locais de impacto direto quanto em áreas impactadas indiretamente; 5) Adoção de medidas de proteção do território tradicional da pesca artesanal (ex. reconhecimento oficial dos territórios pesqueiros e criação de mecanismos oficiais de consulta aos pescadores), diante dos riscos das atividades portuárias e outras ameaças; 6) Adoção de medidas de mitigação dos impactos potenciais, para futuras atividades de derrocagem.

As premissas e conclusões do relatório 28/2013 baseiam-se na investigação dos efeitos das obras atuais de dragagem e derrocagem no canal de acesso e bacia de manobras. As penalidades, obrigações e recomendações postas e os procedimentos decorrentes devem seguir trâmite independente dos procedimentos já instaurados (a exemplo das medidas contempladas no Projeto Suape Sustentável e no Programa Estadual Escola do Mar), ou alternativamente, ampliar esse procedimentos, viabilizando as medidas com recursos adicionais.
A continuidade das atividades de dragagem e derrocagem no Porto de Suape e os futuros licenciamentos devem ser condicionados à adoção dos estudos e medidas mencionadas acima.
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SUAPE

NA CONTRAMÃO DA HISTÓRIA…

Na contramão da história da aquisição e defesa dos
direitos dos trabalhadores rurais

Maria da Conceição Gontijo de Lacerda
Advogada e membro do Fórum Suape

Inicio essa reflexão remetendo os leitores ao site http://raquelrolnik.files.wordpress.com/2010/01/guia_portugues.pdf, onde encontrarão um Guia, produzido pela Relatoria Especial da ONU para a moradia adequada, que sintetiza o que as normas internacionais determinam sobre remoções involuntárias decorrentes de projetos públicos e privados de infraestrutura e urbanização. O objetivo deste Guia é orientar para que os projetos sejam desenvolvidos com respeito ao direito à moradia adequada das comunidades por eles atingidas”. Eis um pequeno trecho desse documento:

“Com a Declaração Universal dos Direitos Humanos em 1948, o direito à moradia adequada passou a incorporar o rol dos direitos humanos reconhecidos internacionalmente como universais, ou seja, que são aceitos e aplicáveis em todas as partes do mundo e valem para todas as pessoas. Depois da Declaração, tratados internacionais determinaram que os Estados têm a obrigação de promover e proteger este direito. É importante especialmente o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, que em seu artigo 11 dispõe que toda pessoa tem direito a um padrão de vida adequado para si e sua família, inclusive à moradia adequada, assim como uma melhoria contínua de suas condições de vida. Atualmente há mais de 12 textos diferentes da ONU que reconhecem explicitamente o direito à moradia. Ele é parte integrante do direito a um padrão de vida adequado e é neste contexto que deve ser compreendido.

Em linhas gerais, pode-se dizer que, tanto no meio urbano quanto no meio rural, a moradia adequada inclui:

a) garantia de um lugar para morar sem ameaça de remoção;

b) acesso a educação, saúde, lazer, transporte, energia elétrica, água potável e esgoto, coleta de lixo, áreas verdes e um meio ambiente saudável;

c) proteção efetiva contra frio, calor, chuva, vento, incêndio, inundação, sem riscos de desmoronamento ou outras ameaças à saúde e à vida;

d) acesso aos meios de subsistência, inclusive acesso à terra e a trabalho;

e) uso de materiais, estruturas e organização espacial de acordo com a cultura dos moradores;

f) prioridade às necessidades de grupos específicos, como as mulheres e grupos vulneráveis como crianças, idosos e deficientes;

g) acesso independente da renda ou da capacidade de pagar do morador.”[1]

A administração Eduardo Campos, caminhando na contramão da história da aquisição e defesa dos direitos dos trabalhadores rurais deste Estado, história que teve importante capítulo escrito por seu avô, Dr. MIGUEL ARRAES, até hoje lembrado por aqueles que fundaram a COOPERATIVA AGRÍCOLA DO TIRIRI, vem sistematicamente VIOLANDO direitos fundamentais dessa população formada por gerações de trabalhadores rurais. E, ainda mais grave, fazendo-o com a ativa participação do Poder Judiciário do Estado de Pernambuco.

As ações possessórias ajuizadas pela empresa SUAPE COMPLEXO INDUSTRIAL PORTUÁRIO GOVERNADOR ERALDO GUEIROS contra agricultores das áreas rurais do entorno do Porto de Suape são eivadas de vícios insanáveis, e questões de ordem pública são sistemática e deliberadamente ignoradas pelo Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco legitimando a expulsão dos agricultores das áreas rurais da Região Metropolitana para permitir a alienação de suas terras para as empresas que estão se instalando na área industrial portuária de SUAPE.

Nas Varas da Fazenda Pública das comarcas do Cabo de Santo Agostinho e de Ipojuca, e nas Câmaras de Direito Público do Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco, que estão julgando, respectivamente, as ações de reintegração de posse ajuizadas pela SUAPE contra agricultores fixados há mais de meio século no entorno da área industrial portuária, e os recursos por estes interpostos contra as teratológicas decisões proferidas pelos juízes de primeiro grau, não tem vigência a Constituição da República, nem os Tratados Internacionais firmados pelo Brasil, nem as leis infraconstitucionais.

Preconiza a CARTA DA REPÚBLICA, em seu artigo 5º, inciso III, que “ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante”. Ora, a situação de miserabilidade a que foram relegadas as famílias já expulsas de suas terras, que tiveram suas casas derrubadas por força de antecipação de tutela deferida pelo juiz Rafael José de Menezes, a exemplo do que ocorre na área do Engenho Tiriri, é uma demonstração inequívoca do tratamento desumano e degradante que o Estado de Pernambuco vem dispensando a uma população rural que está sendo expulsa de suas terras, privada de moradia e trabalho, sem a PRÉVIA E JUSTA INDENIZAÇÃO que lhes é devida. E tudo com a aquiescência do Poder Judiciário.

A situação dos moradores ainda não expulsos vem se degradando a cada dia, ficando os mesmos privados de bens essenciais, como água potável. Sabido que em várias áreas rurais do entorno de SUAPE cacimbas foram aterradas e os mananciais que ainda estão disponíveis estão inservíveis, com a água contaminada pelas obras que se desenvolvem no entorno. Exemplo: o que está ocorrendo na ilha de Tatuoca e em áreas do engenho Massangana (sítio do senhor Cláudio e de seus familiares).

Os graves problemas que atingem as famílias de agricultores não estão dissociados de outros, também gravíssimos, que atingem as comunidades pesqueiras da região, decorrentes dos irreparáveis danos ambientais decorrentes da implantação do projeto Suape.

Famílias ficaram ao relento, cidadãos privados de moradia e de trabalho, sem que o Estado de Pernambuco se sensibilize para evitar os danos materiais que lhes estão sendo impostos, e para minimizar o impacto social advindo da desestruturação de suas vidas no campo, para ceder lugar a esse “progresso” anunciado aos quatro ventos pela administração Eduardo Campos.

O cerne da questão não é unicamente obter uma INDENIZAÇÃO PRÉVIA E JUSTA, como preconiza a Carta da Républica. Mesmo que todos os posseiros estivessem recebendo a justa indenização por suas terras e benfeitorias, o que não ocorre, não estaria o Estado de Pernambuco desobrigado de viabilizar a imediata implementação de uma POLÍTICA PÚBLICA que contemple, dentre outras coisas, a questão da habitação e do reassentamento dos trabalhadores rurais. A questão da remoção da população rural do entorno do Porto de Suape não se resolve apenas com dinheiro.

Quando a empresa SUAPE avalia uma casa de taipa e deposita o irrisório valor do imóvel para obter, na Justiça, uma antecipação de tutela, expulsando esse morador da área rural, o Estado está ferindo de morte a dignidade desse(a) trabalhador(a). A empresa SUAPE está tirando “uma casa” e o Estado de Pernambuco está retirando desse(a) trabalhador(a) o DIREITO À MORADIA, AO TRABALHO, A UMA VIDA DIGNA, o que contraria a norma inserta no artigo 6º da Constituição Federal, que dispõe sobre os DIREITOS SOCIAIS que o Estado tem o dever constitucional de assegurar a todos os cidadãos brasileiros.

As ações de reintegração de posse aforadas pela SUAPE, à míngua de comprovação do exercício anterior da posse das respectivas áreas, não poderiam, sequer, serem acolhidas pelo judiciário; nas ações possessórias em que não foram citados os cônjuges e/ou companheiros, os processos são eivados de VÍCIO INSANÁVEL impondo-se seja decretada a sua NULIDADE ABSOLUTA, não podendo ser cumprida nenhuma decisão neles proferida; as ações para remoção de população rural devem ser necessariamente acompanhadas pelo Ministério Público, sob pena de NULIDADE.

Eis uma lista não exaustiva da legislação aplicável no Brasil, ignorada pelos poderes Executivo e Judiciário do Estado de Pernambuco quando o assunto é a implementação do Projeto SUAPE:

  • Constituição Federal e ADCT
  • Estatuto da Cidade – Lei 10257/2001: sobre política urbana
  • Estatuto da Terra – Lei 8629/1964: sobre política agrária
  • Código Florestal – Lei 4771/1965: sobre coberturas florestais
  • Política Nacional de Recursos Hídricos – Lei 9433/1997: sobre proteção e gestão dos recursos hídricos
  • Lei 8629/1993 – regulamentação dos dispositivos constitucionais relativos à reforma agrária
  • Lei 11977/2009, Capítulo III, Seção II – trata da regularização fundiária de interesse social
  • Resolução 237 CONAMA – sobre licenciamento ambiental, inclusive sobre a exigência de elaboração do EIA-RIMA
  • Código de Processo Civil Brasileiro
  • Código Civil Brasileiro

Os abusos perpetrados pelo Estado de Pernambuco com a expulsão da população rural do entorno do complexo industrial portuário de Suape, mesmo se travestidos de legalidade por ordens judiciais eivadas de vícios insanáveis, deve ser objeto de resistência e de denúncia. A questão política deve ser amplamente discutida pelos movimentos sociais que se reuniram para criar o Fórum Suape, e as questões jurídicas devem ser encaminhadas, com urgência, ao conhecimento do Conselho Nacional de Justiça, uma vez que o notório saber jurídico de nossos eminentes julgadores está esbarrando em objetivos outros que não distribuir, de forma imparcial, a tão esperada JUSTIÇA!

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SUAPE Vazamento

TRANSPETRO OMITE VAZAMENTO DE ÓLEO DIESEL EM SUAPE

No último dia 07 de maio, um perigoso vazamento de óleo atingiu o mar no Porto de Suape.
O acidente ocorreu devido a processo de corrosão em um acessório na linha Óleo Diesel da empresa.
Embora o acidente exponha os trabalhadores e contamine o meio ambiente, a empresa não comunicou a sede no Rio de Janeiro nem informou os órgãos ambientais.

Pelo visto a gerência do terminal está querendo “esconder a sujeira embaixo do tapete” para encobrir a má administração local.

O SINDIPETRO-PE/PB já fez a denúncia à ouvidoria, comprovando tanto o acidente quanto a poluição causada no mar. Não será omitindo os fatos que a Transpetro resolverá os problemas da empresa.

Aqui cabe o velho dito popular
“A mentira tem pernas curtas”!

Fonte: Sindipetro PE-PB

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SUAPE Visitas

VISITA AO COMPLEXO DE SUAPE

Visita ao Complexo de Suape pelo mar e no seu entorno: que Santo Agostinho e São João nos ajudem!

Fonte: www.robertomoraes.com.br

Hoje (23/5/2013), este blogueiro deu um tempo no Encontro Nacional de Programas de Pós Graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional, aqui em Recife, para ir conhecer de perto a realidade do Complexo Suape, seu entorno e alguns dos seus muitos impactos.

Um atividade de campo riquíssima e que foi propiciada por uma liderança comunitária local, pescador da 4ª geração de uma família de pescadores, nascido na praia de Calhetas, município de Cabo de Santo Agostinho, sede do Complexo de Suape.

Trata-se do Edinaldo Rodrigues de Freitas, o Nal de 42 anos que informa e discute sobre a realidade das comunidades atingidas pelo empreendimento do Suape de uma forma que impressiona e similar a que este blogueiro possui na comunidade do Açu, em São João da Barra.

Nal diz textualmente que não é contra o empreendimento, mas, que ele poderia e deveria ser feito de outra forma e com diálogo com a comunidade.

O complexo do Supae reúne um enorme porto e um complexo industrial, que incluir dois estaleiros, além de diversas outras indústrias, além de uma grande refinaria e uma Usina Termelétrica em construção.

É impressionante, a similaridade do Complexo de Logístico Industrial de Suape que é uma realidade em expansão e o projeto do Complexo do Açu.

Suape está no Cabo de Santo Agostinho, enquanto o Açu, está em São João da Barra. Um é Cabo o outro uma Barra e ambos são santos, embora, os problemas gerados sejam quase um Pecado.

O blog vai fazer questão de depois relatar aqui neste espaço uma série de questões que observou, junto com os professores Floriano Godinho de Oliveira do PPFH/UERJ e Luiz de Pinedo do IFF, durante boa parte do dia.

De barco, por cerca de 3 horas, nós percorremos todo o litoral onde se encontram as instalações do porto, quebra-mar, estaleiros (EAS e Promar), etc. navegando em mar aberto e nos estuário dos rios Ipojuca e Massangana, as ilhas do Tatuoca e Francês, vimos as comunidades afetadas e desapropriadas, os problemas das dragagens, dos impactos sobre a pesca e turismo, o adensamento populacional, o aumento da criminalidade, etc.

Como já comentamos em algumas postagens neste espaço (veja aqui e aqui e aqui) há muita similaridades, mas o Porto de Suape é público e, embora tenha sido implantado na década de 70, só na segunda metade da década de 2000 deslanchar com a decisão da implantação da refinaria da Petrobras e do Estaleiro Atlântico-Sul (EAS).

Acabo de confirmar no jornal Valor Econômico no noticiário que o presidente da Transpetro, Sérgio Machado autorizou que o EAS retome a construção de 12 navios. Com seu novo parceiro tecnológico, depois da saída da Samsung em março de 2012, a divisão de construção naval do grupo Ishikawajima (IHI) vai dar assistência técnica e fornecerá os projetos dos navios para o EAS. O acordo da Transpetro e Estaleiro EAS representa a volta de R$ 4,2 bilhões à carteira de encomendas do estaleiro. Os prazos de entrega foram renovados pelo atraso de 21 meses no primeiro petroleiro construído pelo EAS, o João Cândido. Agora, a entrega do último navio à Transpetro está prevista para dezembro de 2019, ante o prazo inicial de abril de 2016. Serão 22 navios ao todo.

Pois bem, depois postaremos aqui fotos e detalharemos o que vimos em Suape e que merece a reflexão não apenas do estado do Rio de Janeiro, mas, do governo federal que terá a responsabilidade de lidar com a nova realidade jurídica dos portos depois da aprovação da conhecida MP dos Portos.
Agora é possível compreender com clareza, porque o governador pernambucano lutou tanto na questão da MP dos portos para manter o domínio sobre o Porto e o Complexo do Suape.
Abaixo o blog reproduz algumas fotos, mas, adiante, com mais tempo farei novas postagens sobre o assunto. Impressiona que os problemas gerados sejam idênticos no porto público – como em Suape – quanto no empreendimento privado como no Açu, em São João da Barra.
Que os santos nos ajudem!

Vista do mar para o porto e Estaleiro Atlântico Sul (EAS)
O Porto Suape com os guindastes transcontêineres e retroárea ao fundo
O pescador de Calhetas, Suape-PE, Edinaldo Rodrigues de Freitas, Nal
A plataforma que realiza explosões dos recifes no mar, na direção do canal de atracação
do Porto Suape, PE

Área de diques do estaleiro Promar em construção, em área onde antes era mangue
Comunidade de Gaibu, localidade do município de Cabo de Santo Agostinho, onde se situa a maioria dos alojamentos das dezenas de milhares de trabalhadores do Complexo do Suape
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SUAPE

OCUPAÇÃO DA PETROBRAS EM SUAPE

Já que temos a preocupação ambiental, gostaria que fosse solicitado a Petrobras, principalmente a área do Pool de Combustíveis um passivo ambiental da área do entorno e onde a empresa usava para limpar seus tanques de combustíveis.

Já ouvi relatos que os lodos dos fundos dos tanques eram jogados no mangue, mas, independente disso, esse teste é obrigatório para todas as empresas que trabalham com combustíveis.

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