Categoria: SUAPE
COMPLEXO SUAPE DAS ILUSÕES
COMPLEXO SUAPE DAS ILUSÕES
Promotor de Justiça aposentado denuncia:
Estaleiro quer o fim do sonho da casa própria que fora prometida
A respeito do propalado Projeto que inicialmente era para a construção de 2.000 casas para empregados do Estaleiro Atlântico Sul, em Suape, depois reduzidas para 1.500, e finalmente ficando em 1.328 a serem concluídas há quase dois anos. Entretanto, desse último número, foram construídas tão-somente 648 unidades, faltando, portanto, 680 unidades. Mesmo assim, das 648 construídas, apenas se entregou aos operários cerca de 400 casas, que hoje, em sua maioria, estão demitidos do estaleiro.
A doação das casas aos trabalhadores do Estaleiro Atlântico Sul, se dera em razão de contrato celebrado com a Caixa Econômica Federal com a finalidade de se atrair um bom número de empregados para tal Estaleiro, incentivando que eles não fossem contratados por outras empresas situados no entorno de Suape.
Pelos contratos celebrados, os trabalhadores adquirentes das mesmas, só deixariam de ser financiados pelo Estaleiro, se eles dessem algum motivo para a rescisão contratual, o que no aconteceu. E se isso acontecesse, o empregado beneficiário, já inscrito no programa Minha Casa, Minha Vida, assumiria financeiramente o contrato.
Hoje, afora as que deverão ser construídas, há mais de 200 casas a serem entregues. Mesmo tendo o Estaleiro mais de oito mil empregados não fora feita tal entrega. Isso apesar de eles estarem regularmente inscritos na Caixa Econômica, ai incluindo os ex-empregados, que foram demitidos injustificadamente.
Hoje a dita vila operária já apresenta as suas casas rachadas, estão carentes dos equipamentos urbanos prometidos, mais parecendo uma favela, como se vê das fotos abaixo. Assim, pouco a pouco, está caindo por terra todo aquele sonho da casa própria, apenas algumas delas foram entregues em momento de pompa, e elogios ao Estaleiro, com empolados discursos e aos olhares sorridentes de governadores, ministros e do ou da presidente da República, mas agora com ameaça de retomada.
Curiosamente, na área restante, onde deveria se destinar à construção das casas faltantes , inexplicavelmente, pela mesma Construtora Pernambuco que fez a vila operária, se ergue o bem equipado Condomínio Residencial Reserva Ipojuca, ao que sabe sem nenhuma vinculação com o Estaleiro ou que seja para beneficiar os seus milhares de empregados.
Para se concluir, de surpresa, os moradores ainda existentes no mencionado Conjunto Habitacional Atlântico Sul, receberam um comunicado sem assinatura, distribuído na rua, a fim deles, e-empregados, que já estão com suas casas adquiridas, em tendo condições financeiras, as renegociassem com a Caixa, sem mais qualquer outra oportunidade.
Em razão disso, uma comissão de moradores da mencionada vila operária endereçaram hoje o ofício abaixo para o presidente do Estaleiro Atlântico Sul, visando que seja dado cumprimento aos contratos celebrados.
A respeito do estado de abandono do dito conjunto habitacional, que, se não socorrido, corre o risco de se tornar uma favela, no coração de Suape e próximo aos prédios de oito andares que se constrói na área que deveria ser construído complemento das demais casas contratadas, veja-se as fotos abaixo.
Para dar ciência aos interessados e a opinião pública solicito a sua cordial fineza de publicar em seu conceituado blog, no todo ou em parte, o contido no presente procedimento. Com a minha estima.
Famílias do Engenho Tabatinga denunciam ameaças e procedimento de expulsão praticado por Suape
Fonte: http://www.cptne2.org.br/
Na manhã deste último domingo, dia 06, foi realizada uma reunião no Engenho Tabatinga II para tratar sobre as mais recentes ameaças de expulsão que a diretoria de Suape está promovendo contra moradores e moradoras do local. Além das famílias que vivem no Engenho, também estiveram presentes representantes da Comissão Pastoral da Terra (CPT), da Associação dos moradores e moradoras do Engenho Algodoais e o Fórum Suape – Espaço Socioambiental.Na ocasião, as famílias relataram como está sendo o procedimento da diretoria do Complexo Industrial e Portuário. As informações são de que a senhora Ana Gadelha convoca as famílias para uma reunião em Suape para comunicar-lhes que o Complexo está precisando das terras onde vivem. Em seguida, a funcionária oferece uma “indenização”, que segundo os moradores, representa uma quantia muito inferior ao valor das benfeitorias, terras e casas de onde moram.
Os moradores relataram que com a quantia insignificante oferecida por Suape, não é possível comprar uma casa em nenhum lugar da região.Foi relatado ainda que, quando as famílias se recusam a aceitar o valor proposto, a empresa Suape então passa a mover uma ação de reintegração de posse contra as famílias. Com um mandato de reintegração de posse despachado por Juíz, a Empresa vai até a casa da moradora ou morador, acompanhado de seguranças e Policiais Militares fortemente armados, tratores e carros para destruir os sítios e derrubar as casas. “Lembramos que Suape nunca teve a posse desse Engenho, portanto não cabe pedir reintegração de posse. Além disso, devemos acrescentar o fato de que Suape não é a dona daquelas Terras. Como comprovam vários os documentos, as terras pertencem ao Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra)”, esclarece Plácido Júnior, da Comissão Pastoral da Terra (CPT). As famílias explicam que a resposta de Suape é que, caso algum morador questione o valor da suposta indenização, deve reclamar na Justiça, cujo Juiz é o mesmo que concedeu a reintegração de posse para Suape. O que tem acontecido é que cada família expulsa, com a casa destruída, as fruteiras derrubadas e o roçado destruído, vai morar de favor em casas de amigos, parentes ou morar debaixo das árvores, em outro sítio, como informam os próprios moradores. As famílias que vivem no Engenho Tabatinga II ainda informaram que o Incra esteve presente no Engenho durante a semana passada e que após isso, a diretoria de Suape intensificou as ameaças de expulsão contra os moradores.
“Depois que o Incra passou por aqui, Suape ficou pior. Agora quer expulsar a gente de todo jeito”, comenta uma das moradora do Engenho que já recebeu carta de reintegração de posse.Durante a reunião, ficou acertado que a comunidade, a CPT e o Fórum Suape – Espaço Socioambiental, encaminharão documento para o Incra, informando a situação de ameaça e exigindo: agilidade na identificação e levantamento, junto aos moradores e moradoras, das terras que pertencem ao Instituto; imediata retomada de todas as terras que pertence ao Incra; regularização de assentamento e das posses dos antigos moradores e moradoras; que o órgão exiga de Suape a imediata suspensão das ameaças contra os sitiantes, até que seja concluido todo o levantamento e a retomada das terras; que o Órgão comunique a comarca do Cabo de Santo Augustinho, a comarca de Ipojuca e o Tribunal Regional de Pernambuco, que está realizando os estudos para identificação de suas terras na região e que os mesmos não concedam liminar de reintegração até o término do levantamento, para que não seja intensificado o conflito na área. O Engenho Tabatinga O Engenho Tabatinga pertencia a Usina Santo Inácio, que entrou em falência e foi desapropriada para fins de Reforma Agrária pelo Incra no fim dos anos 70 e início dos anos 80. No Engenho, existe uma Igreja, em pé, que segundo relatos dos moradores, possui cerca de 200 anos. Além desta, é possível ver ainda dentro da mata, as ruínas da primeira Igreja, que segundo os sitiantes, teria essa muito mais do que 200 anos.A padroeira da comunidade e da Igreja é Santa Luzia.
O povo do Engenho conta a história de que existe uma fonte do milagre, que todos os anos, durante a festa da padroeira – 13 de dezembro, havia uma procissão onde vinha gente de todas as parte do Brasil para lavar os olhos nesta fonte de água. Foi neste local que encontraram uma imagem de Santa Luzia. O moradores tem conhecimento que está fonte nunca secou e nunca seca. Ocorre que, para que Suape pudesse passar com as tubulações de gás, teve que abrir uma vala de mais de três metros, sugando toda a água da fonte. “Hoje a água da fonte se encontra bem fraquinha. São sei se ela vai aguentar”, fala um morador. Em conversa durante a reunião, os moradores e moradoras fizeram questão de falar que as casas na Sede do Engenho foram construídas pelos antigos escravos do Engenho. “Essas casas que você tá vendo foi construída há muito tempo atrás pelos cativos. Foram eles que construíram tudo isso aqui”, comenta o presidente da associação de moradores, o senhor Antônio. “Aquela Igreja que está dentro da mata também foi construída pelos Cativos. Hoje é Suape que trata a gente como um cativo. Não vamos nos curvar não”, acrescenta. Imagens: Plácido Júnior/ CPT
Em resposta às denúncias encaminhadas a ouvidoria da Agência Estadual de Meio Ambiente-CPRH (manifestações 34115/2013-GECOM e 56154/2013-GECOM), bem como veiculadas na mídia, sobre a morte de peixes Mero, boto-cinza e demais “danos ambientais decorrentes das obras de dragagem e explosões do leito marinho no Porto de Suape, visando aprofundar o canal de acesso ao porto e ocasionando prejuízos a fauna marinha e a toda a cadeia produtiva da pesca artesanal”, segue o relatório técnico emitido pelo CPRH UGC nº 28/2013, assim como os auto de infração nos 00767/2013 e 00768/2013 (documentos anexos neste portal em PUBLICAÇÕES).
De acordo com o relatório, as seguintes medidas foram tomadas:
- Emissão do Auto de infração nº 767/2013, nos seguintes termos: Descrição – Degradação ambiental, caracterizada por danos ao habitat do peixe Mero (Epinephelus itajara), Boto-Cinza (Sotalia guianensis) e outras espécies da fauna recifal, bem como ao território e ambientes tradicionalmente usados na pesca artesanal, através da atividade de derrocagem do canal de acesso e bacia de manobras do porto de Suape com uso de explosivos, e mediante a omissão/insuficiência na apresentação de informações sobre os citados danos no âmbito dos documentos relativos ao diagnóstico de impactos e proposição de medidas de mitigação/compensação. Penalidade: Multa no valor de R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais).
- Emissão do Auto de infração nº 768/2013, com a mesma descrição do anterior e com as seguintes penalidades e obrigações: Penalidade: Advertência por escrito. Obrigação por fazer: Apresentar à CPRH no prazo de 90 dias e executar após aprovação, estudo contendo medidas para o diagnóstico detalhado, mitigação e compensação para os danos ao habitat do peixe mero (Epinephelus itajara), Boto-Cinza (Sotalia guianensis) e outras espécies da fauna recifal, bem como ao território e ambientes tradicionalmente usados na pesca artesanal, e considerando, no mínimo, as medidas constantes no capítulo 4 do relatório técnico UGC nº 28/2013. As medidas devem ser organizadas em programas específicos, complementarmente àqueles em andamento.
Dentre as obrigações postas a Suape estão: 1) Mapeamento de detalhe dos habitats submarinos na área de influência direta e indireta de Suape; 2) Mapeamento do território tradicional da pesca artesanal, segundo informações dos pescadores que utilizam a área, incluindo os mestres de embarcações, em conjunto com pesquisadores com experiência em cartografia social; 3) Quantificação das áreas pertencentes ao território da pesca artesanal que foram apropriadas e/ou impactadas direta ou indiretamente pelo porto de SUAPE; 4) Adoção de medidas de proteção do Peixe Mero, Boto-Cinza e outras espécie da fauna impactadas, tanto nos locais de impacto direto quanto em áreas impactadas indiretamente; 5) Adoção de medidas de proteção do território tradicional da pesca artesanal (ex. reconhecimento oficial dos territórios pesqueiros e criação de mecanismos oficiais de consulta aos pescadores), diante dos riscos das atividades portuárias e outras ameaças; 6) Adoção de medidas de mitigação dos impactos potenciais, para futuras atividades de derrocagem.
NA CONTRAMÃO DA HISTÓRIA…
No último dia 07 de maio, um perigoso vazamento de óleo atingiu o mar no Porto de Suape.
O acidente ocorreu devido a processo de corrosão em um acessório na linha Óleo Diesel da empresa.
Embora o acidente exponha os trabalhadores e contamine o meio ambiente, a empresa não comunicou a sede no Rio de Janeiro nem informou os órgãos ambientais.
Pelo visto a gerência do terminal está querendo “esconder a sujeira embaixo do tapete” para encobrir a má administração local.
O SINDIPETRO-PE/PB já fez a denúncia à ouvidoria, comprovando tanto o acidente quanto a poluição causada no mar. Não será omitindo os fatos que a Transpetro resolverá os problemas da empresa.
Aqui cabe o velho dito popular
“A mentira tem pernas curtas”!
Fonte: Sindipetro PE-PB
Visita ao Complexo de Suape pelo mar e no seu entorno: que Santo Agostinho e São João nos ajudem!
Fonte: www.robertomoraes.com.br
Hoje (23/5/2013), este blogueiro deu um tempo no Encontro Nacional de Programas de Pós Graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional, aqui em Recife, para ir conhecer de perto a realidade do Complexo Suape, seu entorno e alguns dos seus muitos impactos.
Um atividade de campo riquíssima e que foi propiciada por uma liderança comunitária local, pescador da 4ª geração de uma família de pescadores, nascido na praia de Calhetas, município de Cabo de Santo Agostinho, sede do Complexo de Suape.
Trata-se do Edinaldo Rodrigues de Freitas, o Nal de 42 anos que informa e discute sobre a realidade das comunidades atingidas pelo empreendimento do Suape de uma forma que impressiona e similar a que este blogueiro possui na comunidade do Açu, em São João da Barra.
Nal diz textualmente que não é contra o empreendimento, mas, que ele poderia e deveria ser feito de outra forma e com diálogo com a comunidade.
O complexo do Supae reúne um enorme porto e um complexo industrial, que incluir dois estaleiros, além de diversas outras indústrias, além de uma grande refinaria e uma Usina Termelétrica em construção.
É impressionante, a similaridade do Complexo de Logístico Industrial de Suape que é uma realidade em expansão e o projeto do Complexo do Açu.
Suape está no Cabo de Santo Agostinho, enquanto o Açu, está em São João da Barra. Um é Cabo o outro uma Barra e ambos são santos, embora, os problemas gerados sejam quase um Pecado.
O blog vai fazer questão de depois relatar aqui neste espaço uma série de questões que observou, junto com os professores Floriano Godinho de Oliveira do PPFH/UERJ e Luiz de Pinedo do IFF, durante boa parte do dia.
De barco, por cerca de 3 horas, nós percorremos todo o litoral onde se encontram as instalações do porto, quebra-mar, estaleiros (EAS e Promar), etc. navegando em mar aberto e nos estuário dos rios Ipojuca e Massangana, as ilhas do Tatuoca e Francês, vimos as comunidades afetadas e desapropriadas, os problemas das dragagens, dos impactos sobre a pesca e turismo, o adensamento populacional, o aumento da criminalidade, etc.
Como já comentamos em algumas postagens neste espaço (veja aqui e aqui e aqui) há muita similaridades, mas o Porto de Suape é público e, embora tenha sido implantado na década de 70, só na segunda metade da década de 2000 deslanchar com a decisão da implantação da refinaria da Petrobras e do Estaleiro Atlântico-Sul (EAS).
Acabo de confirmar no jornal Valor Econômico no noticiário que o presidente da Transpetro, Sérgio Machado autorizou que o EAS retome a construção de 12 navios. Com seu novo parceiro tecnológico, depois da saída da Samsung em março de 2012, a divisão de construção naval do grupo Ishikawajima (IHI) vai dar assistência técnica e fornecerá os projetos dos navios para o EAS. O acordo da Transpetro e Estaleiro EAS representa a volta de R$ 4,2 bilhões à carteira de encomendas do estaleiro. Os prazos de entrega foram renovados pelo atraso de 21 meses no primeiro petroleiro construído pelo EAS, o João Cândido. Agora, a entrega do último navio à Transpetro está prevista para dezembro de 2019, ante o prazo inicial de abril de 2016. Serão 22 navios ao todo.
Pois bem, depois postaremos aqui fotos e detalharemos o que vimos em Suape e que merece a reflexão não apenas do estado do Rio de Janeiro, mas, do governo federal que terá a responsabilidade de lidar com a nova realidade jurídica dos portos depois da aprovação da conhecida MP dos Portos.
Agora é possível compreender com clareza, porque o governador pernambucano lutou tanto na questão da MP dos portos para manter o domínio sobre o Porto e o Complexo do Suape.
Abaixo o blog reproduz algumas fotos, mas, adiante, com mais tempo farei novas postagens sobre o assunto. Impressiona que os problemas gerados sejam idênticos no porto público – como em Suape – quanto no empreendimento privado como no Açu, em São João da Barra.
Que os santos nos ajudem!
OCUPAÇÃO DA PETROBRAS EM SUAPE
Já que temos a preocupação ambiental, gostaria que fosse solicitado a Petrobras, principalmente a área do Pool de Combustíveis um passivo ambiental da área do entorno e onde a empresa usava para limpar seus tanques de combustíveis.
Já ouvi relatos que os lodos dos fundos dos tanques eram jogados no mangue, mas, independente disso, esse teste é obrigatório para todas as empresas que trabalham com combustíveis.