EnglishPortugueseSpanish
EnglishPortugueseSpanish
Categorias
SUAPE Trabalhadores

CRESCIMENTO EXPULSA TRABALHADORES E TRABALHADORAS RURAIS DE SUAS TERRAS

Amigos, o Movimento da Mulher trabalhadora Rural e Pescadora de Alagoas vem travando uma luta de muita desigualdade com a maquina do estado de alagoas e o Incra do mesmo estado. No município de Maragogi na divisa com Pernambuco com Alagoas, tem um assentamento por nome de JUNCO com 47 famílias, dessas 47 famílias 10 estão no programa do governo federal do PAA e do PNAE. Estas famílias vivem neste assentamento a aproximadamente 12 anos e agora estão sendo expulsas das suas terras , sem nenhum aviso prévio ou negociações segundo as lideranças locais, tudo isso para que nesta área, se construir um AEROPORTO de grande porte para beneficiar o porto de Suape e outros enterres do estado de Alagoas e Pernambuco , pois segundo informações existe um acordo entre os 02 estados. O movimento das trabalhadoras rurais e pescadoras e os(as) assentados e assentadas, só contam com o apoio da Actionaid e agora o movimento de Direitos humanos também esta chegando para ampliar a resistência das e dos assentados e assentadas. O Jornal GAZETE DE ALAGOAS no dia 07 de abril publicou uma pagina inteira com a noticia. Os técnicos estão marcando as casas dos e das assentadas(os) com aviãozinho nas portas e quando se pergunta o que significa aquilo eles respondem que é para os e as assentadas e assentados voarem dali, um desrespeito total para com os e as trabalhadoras e trabalhadores rurais. E o mais agravante disto tudo é que a coordenadora do MMTRP de Alagoas que mora lá em Maragogi e esta a frente da luta, esta sendo ameaçada. Precisamos DENUNCIAR mais este crime contra os DIREITOS HUMANOS dos e das Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais.

Elizete Maria

Centro das Mulheres de Pombos/MMTR-NE
Categorias
Direitos humanos SUAPE

ÚLTIMAS NOTÍCIAS DO CASO DO Sr. CLAUDIO MANOEL DE MASSANGANA

Repasso informações enviadas pela advogada Dr. Conceição:

Conforme informei anteriormente, a diligente advogada dos posseiros, Dra. Tatiana Peres Gil Rodrigues adotou as medidas processuais cabíveis para fazer garantir o direito dos seus clientes CLÁUDIO MANOEL DO NASCIMENTO e MARIA JOANA DO NASCIMENTO SILVA e para fazer prevalecer a DIGNIDADE DA JUSTIÇA. Transcrevo decisão do Excelentíssimo Senhor Desembargador Gabriel de Oliveira Cavalcanti determinando, com urgência , via oficial de justiça, a intimação da SUAPE para que esta se abstenha de prosseguir com a demolição do imóvel da senhora Joana, filha do senhor CLÁUDIO MANOEL DO NASCIMENTO.

 
Data 08/04/2013 17:25:00
Fase Devolução de Conclusão
Texto PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE PERNAMBUCO 2ª Câmara de Direito Público Gabinete Desembargador Ricardo Paes Barreto Apelação cível nº 279070-3 – Comarca do Cabo de Sto. Agostinho Apelante: SUAPE – Complexo Industrial Portuário Governador Eraldo Gueiros. Apelada: Maria Joana do Nascimento Silva. DESPACHO Considerando o teor da petição de fls. 188/189 dos autos, determino, com urgência, via oficial de justiça a intimação da apelante para que esta se abstenha de prosseguir com a demolição do imóvel sub judice da ora apelada, até o trânsito em julgado do presente apelo. Cumpra-se. Recife, 08 de abril de 2013 Des. Gabriel de Oliveira Cavalcanti Relator Substituto
Categorias
Engenho SUAPE

AINDA SOBRE A SITUAÇÃO JURÍDICA DO SR. CLÁUDIO MANOEL DE MASSANGANA

Análise da Dra. Maria Conceição (advogada) sobre a situação jurídica do caso do Sr. Cláudio do Engenho Massangana (6/4) 

A Empresa SUAPE ajuizou ação de reintegração de posse contra o senhor Cláudio, e o juiz nomeou um perito para avaliar as benfeitorias a serem indenizadas. O número do processo, que tramita perante a Vara Privativa da Fazenda Pública do Cabo de Santo Agostinho é o 0001918-02.2010.8.17.0370. Portanto, as informações aqui veiculadas podem ser confirmadas mediante simples consulta aos autos. 
A avaliação do perito judicial foi no valor de R$ 897.978,45 [oitocentos e noventa e sete mil novecentos e setenta e oito reais e quarenta e cinco centavos]. A ação foi julgada em 09/6/2011, e o juiz RAFAEL JOSÉ DE MENEZES julgou parcialmente procedente o pedido para determinar que o réu desocupasse a área objeto do litígio, MEDIANTE PAGAMENTO DA INDENIZAÇÃO APURADA NA PERÍCIA JUDICIAL. 

Transcrevo aqui trecho da sentença proferida pelo DR. Rafael:
 CONDENO SUAPE AO PAGAMENTO DA INDENIZAÇÃO APURADA NA PERÍCIA, DEVIDAMENTE CORRIGIDA MONETARIAMENTE, CONCEDENDO AO RÉU TRINTA DIAS PARA A DESOCUPAÇÃO APÓS O DEPÓSITO DO PREÇO PELO AUTOR, SOB PENA DE EXPEDIÇÃO DE MANDADO EM FAVOR DO AUTOR”. 

A SUAPE recorreu da decisão e a apelação foi   “
parcialmente provida” pela 1ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco, feito relatado pelo desembargador Erik de Souza Dantas Simões. Transcrevo trecho da decisão: 
“5 – No caso em apreço a indenização decorre de contrato de compra e venda de imóvel rural celebrado entre a empresa SUAPE Complexo Industrial Portuário e a Cooperativa Agrícola de Tiriri Ltda , pelo que em sua cláusula 7ª (sétima), a Empresa Suape se compromete a indenizar os posseiros daquelas terras pelas benfeitorias ali realizadas”. 

“6 – Somente serão indenizadas aquelas benfeitorias realizadas pelo ocupante das terras e não aqueles que, provavelmente, já estavam no local antes mesmo da ocupação, como o caso das árvores frutíferas”. 

Ora, o senhor CLÁUDIO MANOEL DO NASCIMENTO é
 um dos agricultores que está há mais de meio século  na posse de uma terra que deveria lhe haver sido transferida desde o ano de 1980, quando o INCRA outorgou à COOPERATIVA AGRÍCOLA DO TIRIRI o TÍTULO DE PROPRIEDADE de uma área rural  situada nos municípios do Cabo e de Ipojuca QUE FOI DESAPROPRIADA PELA UNIÃO PARA FINS DE REFORMA AGRÁRIA.  

Nesse TÍTULO DE PROPRIEDADE outorgado pelo INCRA à COOPERATIVA AGRÍCOLA DO TIRIRI há uma CLÁUSULA RESOLUTIVA EXPRESSA estipulando que se a COOPERATIVA deixasse de cumprir qualquer uma das obrigações ali assumidas, a O DOMÍNIO E A POSSE DAS TERRAS REVERTERIAM AO INCRA, COM A  ANULAÇÃO DO REGISTRO NO CARTÓRIO DE IMÓVEIS E a  principal obrigação assumida pela COOPERATIVA, naquele título, foi ASSENTAR OS SEUS COOPERADOS, dentro os quais o senhor CLÁUDIO MANOEL DO NASCIMENTO.

Assinado o Título de Propriedade em 22 de julho de 1980,  a COOPERATIVA VENDEU AS TERRAS DOS AGRICULTORES PARA A SUAPE COMPLEXO INDUSTRIAL PORTUÁRIO, EM 24 DE JULHO DE 1980. É esse o título de propriedade que a SUAPE ostenta para se dizer proprietária de uma vasta área de terra que foi desapropriada para FINS DE REFORMA AGRÁRIA. 

Não é possível que o NOTÓRIO SABER JURÍDICO dos eminentes magistrados do Poder Judiciário do Estado de Pernambuco faça
 tabula rasa da existência dessa cláusula resolutiva expressa e das consequências dela advindas. 

Não é possível que os eminentes magistrados que têm julgado milhares de ações de
 REINTEGRAÇÃO DE POSSE ajuizadas pela SUAPE contra os posseiros não tenham inicialmente  perquirido sobre a possibilidade jurídica do pedido, que é uma das condições da ação, e ignorem o que preceitua o artigo 927 do Código de Processo Civil, que impõe que  incumbe ao autor de uma ação de reintegração de posse PROVAR: I – a sua posse; II – a turbação ou o esbulho praticado pelo réu; III – a data da turbação ou do esbulho; IV – a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção; a perda da posse, na ação de reintegração.

Ora,
 a SUAPE jamais exerceu posse sobre essas áreas, e a ESCRITURA DE COMPRA E VENDA que ela possui é fruto de uma NEGOCIATA , JÁ QUE A COOPERATIVA AGRÍCOLA DO TIRIRI NÃO PODERIA VENDER AS TERRAS DOS AGRICULTORES PARA A SUAPE.  E é essa NEGOCIATA que está a ser legitimada pelo Poder Judiciário do Estado de Pernambuco. 

Também não se espera que os doutos magistrados  desconheçam que o ordenamento jurídico pátrio não autoriza a
 TREDESTINAÇÃO. A área rural do entorno do porto de SUAPE foi  expropriada para atender aos FINS SOCIAIS do ESTATUTO DA TERRA, e todos os posseiros que ali estão deveriam estar assentados nessas terras, desde o ano de 1980, com os respectivos títulos de propriedade. Hoje existe um INTERESSE PÚBLICO sobre essas áreas, e os agricultores devem ser indenizados pelas TERRAS E PELAS BENFEITORIAS.

A diligente advogada do posseiro CLÁUDIO MANOEL DO NASCIMENTO  interpôs embargos de declaração com efeitos modificativos contra a decisão da 1ª Câmara de Direito Público , e
 a matéria continua subjudice. Portanto, até que o os recursos sejam julgados pelas instâncias superiores, há  não só uma evidente VIOLAÇÃO aos direitos do posseiro, como também um ATENTADO À DIGNIDADE DA JUSTIÇA,  já que a SUAPE NÃO CUMPRIU A DETERMINAÇÃO JUDICIAL DE PAGAR A INDENIZAÇÃO PARA QUE O SENHOR CLÁUDIO E SEUS FAMILIARES DESOCUPASSEM A ÁREA, E  ESTÁ INVADINDO A ÁREA OBJETO DA DEMANDA SEM PAGAR O QUE FOI DETERMINADO PELA JUSTIÇA.

Na quinta feira os familiares de CLAUDIO MANOEL DO NASCIMENTO foram AMEAÇADOS DE PRISÃO por prepostos da empresa SUAPE que estão fazendo a “SEGURANÇA” para que as máquinas entrem nas terras do posseiro. Tudo com o conhecimento do coronel Denílson, funcionário [diretor?] da SUAPE.

O Estado de Pernambuco está a REMOVER UMA POPULAÇÃO DE MILHARES DE PESSOAS DA ÁREA RURAL DO CABO DE SANTO AGOSTINHO E DE IPOJUCA, SEM QUALQUER PREOCUPAÇÃO COM OS DIREITOS MAIS ELEMENTARES DESSAS PESSOAS. E para obter êxito nessa empreitada, conta com o 
APOIO do Poder Judiciário e a OMISSÃO do MInistério Público.

O artigo 82 do CPC determina que “
nas ações que envolvam litígios coletivos pela posse da terra rural e nas demais causas em que há interesse público evidenciado pela natureza da lide ou qualidade da parte.”  Ora, o ajuizamento de mais de 1200 ações de reintegração de posse em uma mesma área rural não é um litígio coletivo pela posse da terra?  Astuciosamente a empresa SUAPE ajuizou mais de mil ações de reintegração de posse, para evitar a intervenção do Ministério Público. E quando provocado, o Ministério Público se manteve omisso.

Os agricultores não se recusam a deixar suas terras, mas  além da INDENIZAÇÃO PRÉVIA E JUSTA, como determina a Constituição da República, devem receber o necessário apoio para minimizar os traumas que essa mudança vai representar em suas vidas.

As absurdas decisões do Poder Judiciário do Estado de Pernambuco em favor da SUAPE COMPLEXO INDUSTRIAL PORTUÁRIO e a omissão do Ministério Público,  refogem à esfera  unicamente  processual, exigindo a imediata intervenção dos egrégios CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA e CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO para punir aqueles que, deliberadamente, julgam contra a lei para favorecer interesses econômicos, contando com a omissão daqueles que deveriam   fiscalizar não o juiz, mas a rígida aplicação da lei. 
Categorias
SUAPE Vazamento

ÓLEO VAZA E ATINGE TRÊS PRAIAS DE SÃO SEBASTIÃO (SP)

Esta é uma advertência sobre o que poderá ocorrer com praias próximas ao Complexo de Suape.
Pelo menos 300 homens e 10 embarcações participam da operação de limpeza
Por Reginaldo Pupo,
O Estado de S. Paulo
06 de abril de 2013

SÃO SEBASTIÃO – Um oleoduto do Terminal Marítimo Almirante Barroso (Tebar), pertencente à Transpetro/Petrobrás, provocou um vazamento de óleo na noite de sexta-feira. Uma quantidade ainda não estimada chegou ao mar pelo canal de São Sebastião, litoral norte de São Paulo, e havia atingido três praias – Porto Grande, Deserta e Pontal da Cruz – até as 13 horas deste sábado, 6.

Reginaldo Pupo/AE

Areia contaminada está sendo retirada das praias


O oleoduto está localizado no píer de atracação dos navios petroleiros, que transportam o produto descarregado das embarcações para tanques de armazenamento. Pelo Tebar, passam 55% do petróleo consumido no País.

Pelo menos 300 homens e 10 embarcações participam das ações que tentam impedir que o óleo chegue às praias da região central. Eles utilizam boias de contenção, que foram espalhadas no entorno do píer.

As praias afetadas tiveram a areia e a parte da costeira tomada por óleo. Trabalhadores aplicaram na areia um produto para absorver o óleo, mas a quantidade era grande. A areia contaminada está sendo retirada da praia.

O acidente acontece no momento em que a Petrobrás tenta aprovar no Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema) o Estudo e o Relatório de Impacto Ambiental (Eia/Rima) para ampliação do píer, projeto criticado por grande parte dos moradores de São Sebastião e da Ilhabela por causa dos impactos ambientais.

O secretário do Meio Ambiente de São Sebastião, Eduardo Hipolito do Rego, disse que funcionários estão percorrendo as praias para identificar os locais atingidos, assim como agentes da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).

Prejuízos

Diversos barcos de pesca e de recreação foram atingidos pelo óleo. O pescador Manoel Moreira teve seu barco afetado. Segundo ele, o prejuízo por ter ficado um dia sem trabalhar foi de R$ 1,5 mil. “Sem contar o prejuízo do barco, com o custo que terei para limpá-lo e pintá-lo.”

A área delimitada para a contenção do vazamento fica no centro de São Sebastião, onde estão concentradas residências, hotéis, pousadas, escolas e a Avenida da Praia, ponto turístico gastronômico e histórico. As praias monitoradas durante a madrugada de sábado foram a do Centro, Porto Grande, Pontal da Cruz e Arrastão.

O presidente da Associação dos Municípios Produtores de Gás Natural, Petróleo, Possuidores de Gasodutos, Oleodutos, Áreas de Tancagem e Estação de Bombeamento no Estado de São Paulo (Amprogás), Antonio Luiz Colucci, que também é prefeito de Ilhabela, vizinha a São Sebastião, lamentou o ocorrido. “O pior prejuízo já ocorreu, que é a vida marinha do Canal de São Sebastião que foi atingida. Isso é irreversível. Além disso, a pesca também foi prejudicada pelo vazamento”, disse ele, que colocou sua equipe de prontidão caso o óleo atinja as praias de Ilhabela.

Segundo a Transpetro, as equipes de contingência foram acionadas assim que o vazamento foi identificado. Ainda de acordo com a empresa, o produto que vazou do oleoduto é combustível marítimo e as causas do acidente estão sendo apurada.

Categorias
Direitos humanos SUAPE Violações

MAIS UM DESMANDO E VIOLAÇÃO DE DIREITOS PELA EMPRESA SUAPE

Sobre a Situação do Sr. Cláudio Manoel de Massangana

Socializo para voces minha angustia perante uma situação recorrente, e que esta acontecendo novamente neste momento em Suape (4/4 as 16 horas) , no Engenho Massangana, no sitio do Sr. Claudio Manoel do Nascimento, cuja filha é a senhora Joana.
Dona Conceição (advogada) me ligou, a caminho deste sitio, me informando que o coronel Denilson (não soube me informar a função deste senhor) esta destruindo e expulsando de sua residencia o Sr. Claudio Manoel, respaldando por ordem judicial.
Dona Conceição me explicou rapidamente (me desculpe os erros jridicos que cometerei) que o caso deste Sr. Manoel, foi de que um perito avaliou a indenização de seu sitio em 900 mil reais. Suape recorreu desta avaliação, e e um juiz deu ganho de causa temporário.Aproveitando desta situação a empresa Suape autorizou uma construtora a derrubar e desalojar o morador.Este é o modus operandi da Empresa Suape.A seguir informe do Sra. Nivete do Centro das Mulheres do Cabo e do Forum Suapede 5/4

Olá todas(os) do Fórum Suape,

Consegui reunir uma equipe e fomos ao sítio do Sr. Cláudio Manoel hoje as 13 horas. A situação da família é muito deprimente e o processo de expulsão é “quase irreversível”. As três famílias que ainda está lá, mora na parte do vale do sítio e estão espremidas entre a cerca da usina termelétrica e a demolição a terraplanagem (derrubada) do morro que faz parte do sítio. Essa área de morro é aquela que havia sido destinada para as instalações da FIAT, antes de ir para Goiana. Não conseguimos saber o que vai ser feito nessa área nem qual é a empresa responsável pela terraplanagem. Fomos encobertos várias vezes pela nuvem de poeira trazida pelos caminhões que retiram o barro.

O fato é que eles(elas) estão sem água potável e sobrevivendo de um barreiro que restou do rio que tinha no sítio ( literalmente eslamiado) para tomar banho, lavar prato e roupa, etc, para beber a tal empresa da terraplanagem leva 3 botijões de água a cada 15 dias. É impossível continuar ali naquelas condições de falta de água, muita poluição do ar sonora pela usina, sem poder produzir nada no sítio.

Mas também não podem abrir mão dos direitos sobre o patrimônio que construíram. Estão no sítio a mais de 4 gerações e são remanescentes dos negros escravizados em massangana, são um patrimônio vivo de uma história de resistência e que agora estão sendo escravizados novamente.

O que eles reivindicam é a justa indenização do que construíram com muito trabalho, e segundo o que nos contaram, Suape depositou em juízo um valor aproximado a R$ 130 mil reais, por um sítio de 10 ha, com mais de 2 mil pés de coqueiro safrejando.

Antes de ir ao sítio, fizemos contato com os vários jornais do estado e fomos no studio da Rede Globo que fica no Shopping Costa Dourada, no Cabo. A globo nos disse que não cobrem matéria de última hora, precisava está programado. A TV Clube ligou quando estávamos a caminho para saber quantas casas estavam sendo derrubadas, porque uma só “era muito pouco” (palavras minhas) para uma cobertura de televisão.

Estiveram conosco na visita os jornalistas Rafael Negrão do Centro das Mulheres do Cabo e Wilson Firmo da Assessoria do deputado Betinho Gomes, que fotografaram, filmaram e gravaram depoimentos da família, que será enviado para o Blog do Fórum.

O Rafael negrão vai produzir um reelese e fazer nova articulação com a imprensa, mandando as imagens para ver se saí alguma coisa ou alguém mostra mais interesse pelo caso.

Com relação a ação do Fórum, sugiro que devamos formar uma comissão para ir ao ministério público, juntando esse material e a documentação do procedimento jurídico feito pela Dra. Conceição Lacerda ontem.

Fiz contato com o Cendhec, ONG de Recife que atua na área do Direito a Cidade e da regularização Fundiária com apoio jurídico também. O Dr. Alexandre Pacheco (advogado) já fez contato comigo solicitando maiores informações sobre o caso para apresentar a equipe do Cendhec para ver como podem contribuir neste caso.

Enfim, este é mais um dos desmandos de Suape e da força do capital que precisamos enfrentar.

Eu me coloco a disposição para uma reunião na segunda feira a partir das 16 horas com as pessoas que puderem para definir nossa estratégia mais imediata. Mas já vamos colocar esse caso pela manhã no Programa Rádio Mulher do CMC, na Rádio Calheta.

Categorias
Governo SUAPE

GOVERNO NEGA ESPIONAGEM EM SUAPE

Fonte:Agência Estado
Publicação: 04/04/2013

Brasília – Chamado logo pela manhã ao Palácio da Alvorada para uma reunião com a presidente Dilma Rousseff, o general José Elito Carvalho, do Gabinete de Segurança Institucional, negou que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) tenha montado operação para monitorar o movimento sindical no Porto de Suape.

“É mentirosa a afirmação de que o GSI/Abin tenha montado qualquer operação para monitorar o movimento sindical no Porto de Suape ou em qualquer outra instituição do País. O GSI lamenta ainda a utilização política do tema, questionando a quem interessa tal tipo de interpretação neste momento”, disse o ministério comandado pelo general José Elito, em nota. O jornal O Estado de S. Paulo revelou nesta quinta-feira que agentes da Abin foram escalados para monitorar a movimentação sindical no Porto de Suape, em Pernambuco.

“Todo o trabalho do GSI e da Abin está amparado pelas leis 9.883, de 1999, que criou o Sistema Brasileiro de Inteligência e a Abin, como seu órgão central, e 10.683, de 2003, que estabelece ser do GSI a coordenação da inteligência federal. Sua atuação vem se pautando por uma ação institucional e padronizada, como ocorre em todos os sistemas democráticos”, afirmou a nota.

O líder do PT no Senado, Wellington Dias (PI), disse que é “impensável imaginar, pela característica da presidente Dilma Rousseff, pela sua história, e junto com tantos outros lutadores deste nosso País” (que tal espionagem esteja sendo feita).

Categorias
SUAPE

ABIN MONITORA MOVIMENTO SINDICAL NO PORTO DE SUAPE

Para setor de inteligência do Planalto, trabalhadores que se uniram a Eduardo Campos contra MP dos Portos podem decretar greve geral.
Por Jornal Estado de São Paulo
www.estadao.com.br
4/4/2013

BRASÍLIA – O Palácio do Planalto montou uma operação para monitorar a movimentação sindical no Porto de Suape, em Pernambuco, principal ponto de tensão entre a presidente Dilma Rousseff e o governador Eduardo Campos (PSB). Coordenada pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e executada pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), a ação teve início há cerca de um mês.

Possível candidato à Presidência da República no ano que vem, Campos lidera o movimento opositor à medida provisória dos Portos, que, entre outras mudanças, retira a autonomia dos Estados de licitar novos terminais de carga. O governador pernambucano tem realizado uma série de reuniões com sindicalistas. Na pauta dos trabalhadores está, inclusive, a possibilidade de uma greve geral contra a medida.

A operação classificada como “Gerenciamento de Risco” foi desencadeada no Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin) e tem como foco justamente essa possível greve geral. Por isso, o governo disparou a operação para monitorar mais de perto os passos dos estivadores e a sua capacidade de irradiar, a partir de Pernambuco, paralisações nos portos brasileiros, algo que poderá trazer alto desgaste político.

A ação envolve uma equipe de infiltrados no Porto de Suape e a produção de relatórios de inteligência repassados ao general José Elito Carvalho Siqueira, que tem a atribuição de compartilhar informações “sensíveis” com a Presidência da República. A prioridade dada ao caso repercutiu na rotina do trabalho da Abin: os agentes envolvidos passaram a ocupar uma sala separada na agência de inteligência.

Simultâneo. A cronologia da operação é simétrica à movimentação política de Campos contra a MP dos Portos. No início de março, o governador se encontrou com a direção da Força Sindical. Na semana anterior, já tinha se reunido com a Intersindical Portuária de Pernambuco, composta pelos sindicatos dos Estivadores nos Portos; dos Trabalhadores Portuários; dos Arrumadores Portuários; e dos Conferentes de Carga e Descarga. Um governador do PSB, aliado de Campos também na oposição à MP, tem dito nos bastidores que o colega “pode parar o Brasil e o governo sabe bem disso”.

Um mês antes de deflagrada a operação em Suape, portuários de Santos chegaram a invadir um navio chinês para protestar contra a MP. O episódio, porém, não alterou a rotina do GSI. O maior porto brasileiro continuou a ser monitorado superficialmente pela inteligência do governo, “etiquetado” junto com os movimentos sociais na operação Mosaico – um painel eletrônico e atualizado diariamente com 700 cenários. As informações da Mosaico não são sigilosas e servem apenas para orientar a presidente e alguns ministros.

Embate público. Na semana passada, o governador de Pernambuco protagonizou um embate com a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, em audiência da Comissão Mista do Congresso que debatia a MP dos Portos. Campos chegou a sugerir a retirada do Porto de Suape da abrangência da MP, algo rechaçado pela ministra de Dilma.

Interesses. Enquanto o interesse de Campos é manter a prerrogativa de realizar, como governador, as licitações de novos terminais, o interesse dos trabalhadores é focado na perda do monopólio sobre a mão de obra habilitada a trabalhar nos portos. Trata-se de uma das mudanças mais radicais contidas na MP dos Portos.

Diante da iminente perda de força, os sindicatos logo se manifestaram de forma contrária às mudanças, em movimento capitaneado pela Federação Nacional dos Estivadores. Filiada à Força Sindical, a segunda maior central do País, a federação viu sua bandeira ser alçada a debate nacional quando o presidente da Força Sindical, o deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (PDT-SP), fez a oposição à MP. A medida ainda está sendo analisada pelas comissões do Congresso e precisa ser aprovada pelos plenários da Câmara dos Deputados e do Senado.

Categorias
Impactos Mestrado SUAPE Tese

TESE DE MESTRADO SOBRE IMPACTOS DE SUAPE

Estereótipos de gênero prejudicam saúde de homens de Gaibu (PE)

AScom/UFPE
Por Renata do Amaral

Antes procurada apenas para fins turísticos, a comunidade de Gaibu, no município do Cabo de Santo Agostinho (PE), agora também é local de moradia para trabalhadores da região do complexo industrial portuário de Suape. São, em sua maioria, homens jovens, que muitas vezes se afastam do convívio familiar para migrar em busca de oportunidades de trabalho e descuidam da saúde. “Os estereótipos de gênero, enraizados há séculos na cultura patriarcal brasileira, potencializam práticas baseadas em crenças de que a doença é considerada um sinal de fragilidade e que os homens não a reconhecem como inerente à sua própria condição biológica”, resume o psicólogo Michael Ferreira Machado.

As práticas de cuidado com a saúde desses indivíduos foram o tema da dissertação de mestrado “Masculinidades e cuidados em saúde na região de Suape: gênero e territorialidade””, defendida por Michael em fevereiro no Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), sob a orientação do professor Benedito Medrado. O psicólogo realizou uma pesquisa qualitativa com oito homens jovens, de 18 a 29 anos, entre março e maio do ano passado. Trabalhadores do comércio local, do transporte de passageiros, do estaleiro, da construção da refinaria ou mesmo desempregados, eles serviram de base para as narrativas que exemplificam a realidade de outros moradores.

Michael partiu de uma perspectiva feminista de gênero para abordar a construção das masculinidades, tomando como base quatro eixos: narrativas do lugar (sentidos produzidos pelos moradores sobre a comunidade), dos modos de fazer-se homem (formas de vivenciar as masculinidades), de saúde (práticas cotidianas de cuidado com a saúde) e do cuidar (outras práticas referentes ao cuidado de si e dos outros). O autor também lançou mão do construcionismo social, teoria que busca compreender de que forma aspectos simbólicos e históricos interferem na realidade. O psicólogo realizou oficinas com o grupo para elaborar seus ““diários de bordo”, que somam a experiência etnográfica do pesquisador no campo ao relato dos fatos.

“Os empreendimentos do complexo Suape geram impactos, nem sempre positivos, na própria dinâmica de desigualdade existente, em especial com a chegada de milhares de homens atraídos pela promessa de emprego e melhoria de vida ocorrendo uma ‘sobrecarga’ nas precárias redes de atenção à saúde”, explica Michael. O Mapa da Violência do Ministério da Justiça revela um aumento no índice de violência na região, em especial de homicídios. “Relatos presentes ‘na ‘narrativa dos modos de fazer-se homem’ apresentam como a defesa da honra e da moral são elementos que motivam alguns episódios de violência. Homem que é homem precisa ser honrado”, afirma o autor a partir das conversas com os entrevistados.

As práticas de saúde da população em questão se baseiam principalmente no saber materno, na tradição, na igreja e nos programas de televisão. Os entrevistados só recorrem a serviços de saúde em casos de urgência, recorrendo pouco à prevenção, e quando vão não são atendidos. Apesar de o índice de alcoolismo ser alto no local, ele consideram que álcool e substâncias psicoativas em geral fazem mal à saúde. ““As narrativas aqui apresentadas fortalecem nosso argumento de que não podemos falar de uma atenção integral a saúde da população masculina sem levar em consideração o território em que as pessoas vivem, sem levar em consideração os seus modos de vida e seus processos de socialização”, defende.

CONTEXTO

A pesquisa foi realizada como parte do projeto de intervenção da UFPE “Diálogos para o desenvolvimento social de Suape”, realizado com apoio das organizações não governamentais Centro das Mulheres do Cabo e Instituto Papai. A ação visa a assegurar direitos humanos para a população da região, prevenir problemas de saúde e diminuir os índices de violência. São explorados temas como gravidez na adolescência, doenças sexualmente transmissíveis, enfrentamento à exploração sexual de crianças e adolescentes, violência contra as mulheres e uso abusivo de álcool. Iniciado em maio de 2012 e com previsão de duração de dois anos, o projeto busca mobilizar as esferas pública, privada e comunitária.

Mais informações
Michael Ferreira Machado

michael.mmachado@gmail.com

Categorias
Manifesto Preservação SUAPE

MANIFESTO PELA PRESERVAÇÃO DA MATA DE DUAS LAGOAS


Manifesto pela preservação da Mata de Duas Lagoas na região de SUAPE


A Associação do Patrimônio Ambiental da Mata Duas Lagoas entende que a proteção, a conservação e a preservação dos fragmentos de Mata Atlântica e dos veios de captação de água subterrânea, presentes no município do Cabo de Santo Agostinho no estado de Pernambuco, é extremamente URGENTE, pois a região vem sendo assolada por um processo intenso e desordenado de industrialização e de especulação imobiliária, vinculado a um modelo de crescimento econômico, capaz de comprometer seriamente a qualidade de vida dos seus habitantes.

A acelerada degradação, o impacto ambiental e o desenfreado adensamento demográfico, alavancados pelos grandes empreendimentos relacionados ao Complexo Portuário de Suape, tendo como destaques a Refinaria Abreu e Lima e o Estaleiro Atlântico Sul, entre centenas de outras obras implantadas na Região, resultam em uma taxa de urbanização que chega a 88%, contrapondo-se ao analfabetismo de 29%, em uma população que convive com precárias condições de infraestrutura básica e ausência completa de saneamento ambiental.

Essa combinação exerce uma enorme pressão negativa sobre o ambiente natural da região, e todas as espécies animais, vegetais e minerais ali existentes, as quais sofrem todas as consequências do excesso de intervenções indevidas e de exploração acima da capacidade de suporte ou reposição dos recursos naturais, realizados sem manejo ou controle.

Mais especificamente, a Mata de Duas Lagoas, situada na praia de Itapuama, categorizada como unidade de conservação de acordo com a Lei 14.324 de 03 de junho de 2011, assinada pelo Sr. Governador do Estado, é um importante nicho da Mata Atlântica remanescente. Essa área só vem resistindo à depredação devido à atividade de alguns tenazes ambientalistas, que, para atuar de forma mais organizada, fundaram a APAMDL (Associação do Patrimônio Ambiental da Mata de Duas Lagoas) e agora passa a integrar o Fórum Suape.

É URGENTE congregar esforços em nome de uma ação mais contundente visando à preservação da biodiversidade da área, a partir de ações que envolvam o Turismo Ecológico, a Educação Ambiental, a capacitação e o empoderamento dos moradores da região, capaz de conciliar preservação ambiental e geração de renda, com vistas ao desenvolvimento local. Também nos preocupamos com a população do entorno da unidade de conservação Duas Lagoas, constituída por pequenos agricultores familiares e/ou pescadores, que presenciam dolorosamente a perda de seus recursos, em prol de condomínios de alto luxo.

No momento em que o mundo inteiro questiona os modelos convencionais de atividade econômica industrial concentradora, sem planejamento de implantação ambientalmente adequado, e se empenha em pesquisar, criar e implantar novos modelos produtivos, é preciso que se invista aqui também em atividades baseadas em modelos sustentáveis, enquanto ainda existe essa “margem de manobra” socioeconômica e ambiental.

Entendemos, enquanto Associação do Patrimônio Ambiental da Mata das Duas Lagoas, que precisamos zelar pela preservação das áreas de remanescentes de Mata Atlântica do município do Cabo de Santo Agostinho – PE, por tratar-se de uma área com mata pioneira, contendo árvores com cerca de 300 anos, animais raros, pássaros quase extintos e dois mananciais de água doce muito importantes para a região.

Compreendemos assim, que é necessário trabalhar pelo desenvolvimento de uma cidadania planetária na qual estejamos engajados na mudança de comportamento, na revisão de valores e na adoção de novas práticas no relacionamento com o meio ambiente, seja individual e coletivamente. Buscando ainda ações concretas na correlação de forças existente nos movimentos sociais e ambientais, como o Fórum Suape, que ora se unem movidos pelo interesse maior de garantir às gerações futuras o acesso pleno e irrestrito aos bens e serviços oferecidos por nossos recursos naturais.

Cabo de Santo Agostinho, 15 de março de 2013.

Categorias
SUAPE

PROJETO DE R$ 6,5 BILHÕES EM SUAPE

Valor Econômico | 16/05/2012
“O grupo pernambucano Moura Dubeux já trabalhava em um grande projeto para povoar a região. Com a presença de empresários e autoridades políticas, o grupo promoveu ontem o lançamento da Convida, empresa especializada no desenvolvimento de cidades planejadas. No evento, foi apresentado projeto de R$ 6,5 bilhões para o município do Cabo de Santo Agostinho, um dos sete que integram o chamado “território estratégico de Suape”.

Em outubro deste ano começam as obras de uma cidade planejada com dez bairros e capacidade para receber até 100 mil habitantes, número que representa 55% da população atual do Cabo de Santo Agostinho, onde vivem 185 mil pessoas.”

Um dos principais canteiros de obras e investimentos do país, o Porto de Suape, no litoral sul de Pernambuco, em uma região formada por municípios que durante séculos tiveram a paisagem dominada por canaviais, enfrenta a precariedade de infraestrutura. Isso se reflete todos os dias na BR-101, onde as cerca de 70 mil pessoas que trabalham no complexo testam a paciência nos gigantescos congestionamentos ao longo do trajeto de 50 km entre Suape e Recife. Uma pesquisa encomendada no ano passado ao Ibope aponta que 172 mil empregos serão gerados na região do porto até 2017, o que torna ainda mais desafiadora a missão de acomodar tamanho contingente de pessoas.

Antes mesmo de conhecer os números da pesquisa, o grupo pernambucano Moura Dubeux já trabalhava em um grande projeto para povoar a região. Com a presença de empresários e autoridades políticas, o grupo promoveu ontem o lançamento da Convida, empresa especializada no desenvolvimento de cidades planejadas. No evento, foi apresentado projeto de R$ 6,5 bilhões para o município do Cabo de Santo Agostinho, um dos sete que integram o chamado “território estratégico de Suape”. Em outubro deste ano começam as obras de uma cidade planejada com dez bairros e capacidade para receber até 100 mil habitantes, número que representa 55% da população atual do Cabo de Santo Agostinho, onde vivem 185 mil pessoas.

Dividido em quatro etapas, o projeto ocupará uma área de 470 hectares adquirida em 2011 pela Cone S.A., especializada em aluguel de galpões e serviços para indústrias, também controlada pela Moura Dubeux, que detém 2,3 mil hectares no entorno do porto de Suape. Marcos Roberto Dubeux, presidente da Cone e da Convida, diz que a expectativa é que 25 mil unidades habitacionais sejam construídas até a conclusão da cidade planejada, prevista para 2022. O preço dos imóveis, segundo ele, vai variar de R$ 70 mil a R$ 500 mil. “Estamos conversando com os presidentes das empresas instaladas em Suape para definirmos melhor o perfil do freguês”.

O objetivo da obra é criar uma alternativa para o crescente número de pessoas que trabalham no Complexo de Suape e moram no Recife. Os trabalhadores que chegam de outros Estados e países também integram o público-alvo. Da área total, 210 hectares serão reservados para a parte residencial, ficando o restante dividido entre edifícios empresariais, institucionais, universidades, escolas e áreas de lazer. As primeiras unidades serão construídas pela própria Moura Dubeux e devem ser entregues em 2014.

A empresa, entretanto, não pretende tocar sozinha o projeto. No evento, estiveram presentes os principais incorporadores imobiliários de Pernambuco, que poderão comprar áreas e desenvolverem seus próprios empreendimentos, sujeitos a algumas regras. É proibido, por exemplo, comprar um terreno e deixá-lo parado, à espera de valorização. “O nome da empresa não foi escolhido à toa. Estamos convidando outros agentes para participar, pois é um projeto muito grande. Fazer uma cidade planejada é necessária uma coalizão”, explicou.

A parceria busca também bancos para financiar o investimento bilionário. De acordo com o executivo, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Bradesco, Itaú BBA, Banco do Nordeste e até o Banco Mundial, por meio de seu braço privado, se comprometeram a desenvolver operações estruturadas para as empresas interessadas em investir no empreendimento. A Convida também irá buscar dinheiro no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para as obras de mobilidade urbana previstas no projeto.

A expectativa é que as obras de infraestrutura da primeira fase possam ser pagas com dinheiro de um fundo de investimento em criação em parceria com o Banco Gerador, de Pernambuco. Lastreado em ativos imobiliários, o fundo será gerido por Antonio Carlos Correia, ex- BTG Pactual, e estará disponível para investidores pessoa física a partir de 15 de junho. Os executivos da Convida esperam que o potencial do projeto, aliado à queda dos juros no país, atraia o interesse de investidores para o fundo, que poderá captar até R$ 100 milhões e será isento de imposto de renda. Tem investimento mínimo de R$ 10 mil.

Os investimentos públicos e privados no complexo de Suape somam cerca de US$ 25 bilhões.

plugins premium WordPress