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Convite Encontro SUAPE

24º GRITO DOS EXCLUÍDOS E DAS EXCLUÍDAS DE PERNAMBUCO

Na próxima sexta-feira (dia 7 de setembro), acontece o 24º Grito dos Excluídos e das Excluídas de Pernambuco, com concentração a partir das 9h, na Praça do Derby (também conhecida como Praça da Democracia), no Recife. O tema da edição deste ano é “Vida em primeiro Lugar” e o lema: “Desigualdade gera violência. Basta de Privilégios”.

O ato é promovido como uma manifestação popular paralela aos tradicionais e conservadores desfiles militares, que enaltecem uma liberdade meramente formal adquirida pelo Brasil em 1822. O Grito dos Excluídos e das Excluídas vem para dizer que a nossa liberdade real, na prática, ainda não foi alcançada e que o povo brasileiro ainda está em luta para conquistá-la. Enquanto houver miséria, exploração da classe trabalhadora, genocídio dos povos negros e indígenas e tantas outras mazelas que marcam este país tão desigual, não haverá liberdade de fato.
O Grito dos/as Excluídos/as é uma manifestação popular carregada de simbolismo. É um espaço de animação e profecia, sempre aberto e plural, formado por pessoas, grupos, entidades, igrejas e movimentos sociais comprometidos com as causas dos excluídos e das excluídas.

Vivemos um momento de ataque à democracia e de enormes retrocessos no campo das políticas sociais e dos direitos dos trabalhadores, e por isso é imprescindível marcarmos presença nesse ato, a fim de reagirmos contra o atual governo ilegítimo e contra este sistema que massacra a população pobre e marginalizada. A desigualdade gera violência e precisamos dar um basta nos privilégios.

Nenhum Direito a Menos! Pela Democracia! Pela Soberania do nosso país! Por Lula Livre! Vamos juntos/as nessa caminhada.
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Engenho Impactos SUAPE Usina

USINA TERMELÉTRICA IMPACTA PROFUNDAMENTE A VIDA DE FAMÍLIA DE AGRICULTORES NO ENGENHO MASSANGANA

Seu Cláudio e Dona Amara, à espera de uma solução para o sofrimento que estão vivendo junto à família (Imagem: Marco Zero Conteúdo)
Há cerca de 9 anos, a família de Amara Joana do Nascimento, 75 anos, e Cláudio Manoel do Nascimento, 74 anos, sofrem com os impactos causados pela usina termelétrica Suape Energia (ou Energética Suape II), instalada ao lado do sítio de 10 hectares do casal, no Engenho Massangana, município do Cabo. 
A família, que está há mais de 70 anos no sítio, costumava ter uma vida digna, saudável e de muita fartura. A abundância de fruteiras, lavouras e água limpa garantia a segurança alimentar, além de uma renda para a família.
Após a instalação da usina termelétrica, contudo, nada no sítio é como antes: nada mais cresce no solo poluído, e as fruteiras que já existiam estão morrendo e não dão mais frutos bons e próprios para o consumo. A água do coco, por exemplo, adquiriu um sabor ruim, salobro. “A gente come, mas dá até medo de comer”, confessou Joana, referindo-se às frutas do sítio.
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Direitos humanos Encontro SUAPE

PFDC PARTICIPA DE SEMINÁRIO SOBRE POLÍTICA NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS E EMPRESAS

A busca pela maximização de ganhos na atividade empresarial tem subjugado a proteção socioambiental e a garantia de direitos humanos, colocando em xeque o compromisso assumido pelo Brasil com a Agenda 2030, das Nações Unidas, que propõe uma mudança paradigmática do atual modelo de desenvolvimento. O alerta foi feito pela procuradora federal dos Direitos do Cidadão, Deborah Duprat, durante o seminário “Direitos Humanos e Empresas no Brasil”, que acontece até esta quarta-feira (29), em Brasília/DF.
O encontro coloca no centro da discussão os impactos provocados pela atuação de grandes corporações em diversos países e a necessidade de conferir efetividade aos direitos de populações atingidas. A proposta é discutir o estabelecimento de mecanismos para prevenção, responsabilização e reparação de violações, em um diálogo que reúne órgãos do poder público, movimentos sociais, organizações não governamentais, sindicatos, universidades e especialistas com incidência nacional e internacional.

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Direitos humanos SUAPE

DOCUMENTO CONTEXTUALIZA DESAFIOS SOBRE O TEMA DIREITOS HUMANOS E EMPRESAS NO BRASIL

Documento contextualiza desafios sobre o tema no Brasil, tendo como marco os Princípios Orientadores das Nações Unidas, os Planos de Ação Nacional e a proposta de um Tratado Internacional

A história brasileira e mundial demonstram que as atividades empresariais geram, muito frequentemente, inúmeros impactos negativos de caráter socioambiental e, não raramente, violações aos direitos humanos. É um desafio para os Estados conciliar o desenvolvimento econômico com a promoção e proteção dos direitos humanos, especialmente em face das consequências que produz para as populações em situação de vulnerabilidade.
O tema vem ganhando projeção paulatina na comunidade internacional, com a edição pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU, em 2011, de um rol de Princípios Orientadores sobre Empresas e Direitos Humanos e a criação de dois grupos de trabalho, voltados a monitorar a implementação desses princípios e a discutir a elaboração de uma Convenção Internacional sobre o tema.
Em razão das consequências dessas iniciativas para o Brasil, e a necessidade de se enfrentar a violação de direitos humanos por empresas a partir de uma política consistente, a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), órgão do Ministério Público Federal, lançou nesta segunda-feira (27) a nota técnica “A proteção e reparação de direitos humanos em relação a atividades empresariais”.
O documento foi elaborado a partir de reflexões do grupo de trabalho interno da PFDC, bem como por meio da interlocução com órgãos de governo e da sociedade civil. Para a PFDC, os processos internacionais sobre essa agenda, bem como o grave histórico de violações de direitos humanos por empresas no Brasil, demandam a tomada de decisões por parte do Estado e da sociedade. “O rompimento da barragem de Fundão, operada pela empresa Samarco, em Mariana/MG; a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, estado do Pará; e o funcionamento sem licença ambiental da ThyssenKrupp Companhia Siderúrgica do Atlântico, no Rio de Janeiro, são claros exemplos dos danos provocados por esse tipo de atividade no Brasil”.
Contexto internacional
A nota técnica enfatiza que a disseminação e implementação dos Princípios Orientadores sobre Empresas e Direitos Humanos, inclusive no que diz respeito à adoção de um Plano de Ação Nacional, é positiva, mas deve considerar as diversas críticas que recebe da sociedade civil e da academia. Para a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão: “apesar de uma bem-vinda etapa na construção de normas mais efetivas, a PFDC também reconhece a insuficiência desse arcabouço para lidar com o tema da violação de direitos humanos por empresas”, destaca a nota técnica.
Para o órgão do Ministério Público Federal, previamente à mobilização de esforços para a elaboração de um Plano de Ação Nacional, no caso do Brasil é necessário ponderar se a medida é adequada diante do contexto local. “É preciso ter presente o risco de que os deficit de representatividade democrática das instituições brasileiras acarretem a falta de legitimidade do Plano, sobretudo se houver desequilíbrio de forças entre os múltiplos atores que devem tomar parte num processo dessa natureza. Além disso, a definição de políticas de direitos humanos deve adotar como ponto de partida as demandas das vítimas e potenciais atingidos e, portanto, estas devem ter garantias de que o processo lhes oportunizará posição compatível com essa premissa”, reforça o documento.
A nota técnica ressalta ainda a importância de o Brasil investir na formulação de uma política pública abrangente em direitos humanos e empresas, inclusive para estender os precedentes normativos positivos consolidados na legislação e na jurisprudência para todos os casos de violações aos direitos humanos.
“Essa política pública seria construída em discussão com os múltiplos atores interessados – e sobretudo com os afetados e atingidos por atividades empresariais – e compreenderia avanços legislativos que estabeleçam um conjunto normativo vinculante e compatível com a promoção do desenvolvimento sustentável, nos termos da Agenda 2030 das Nações Unidas, assim como com os marcos apontados pelos diferentes órgãos de tratado da ONU e pela Corte Interamericana de Direitos Humanos”.
Documento contextualiza desafios sobre o tema no Brasil, tendo como marco os Princípios Orientadores das Nações Unidas, os Planos de Ação Nacional e a proposta de um Tratado Internacional
A história brasileira e mundial demonstram que as atividades empresariais geram, muito frequentemente, inúmeros impactos negativos de caráter socioambiental e, não raramente, violações aos direitos humanos. É um desafio para os Estados conciliar o desenvolvimento econômico com a promoção e proteção dos direitos humanos, especialmente em face das consequências que produz para as populações em situação de vulnerabilidade.
O tema vem ganhando projeção paulatina na comunidade internacional, com a edição pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU, em 2011, de um rol de Princípios Orientadores sobre Empresas e Direitos Humanos e a criação de dois grupos de trabalho, voltados a monitorar a implementação desses princípios e a discutir a elaboração de uma Convenção Internacional sobre o tema.
Em razão das consequências dessas iniciativas para o Brasil, e a necessidade de se enfrentar a violação de direitos humanos por empresas a partir de uma política consistente, a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), órgão do Ministério Público Federal, lançou nesta segunda-feira (27) a nota técnica “A proteção e reparação de direitos humanos em relação a atividades empresariais”.
O documento foi elaborado a partir de reflexões do grupo de trabalho interno da PFDC, bem como por meio da interlocução com órgãos de governo e da sociedade civil. Para a PFDC, os processos internacionais sobre essa agenda, bem como o grave histórico de violações de direitos humanos por empresas no Brasil, demandam a tomada de decisões por parte do Estado e da sociedade. “O rompimento da barragem de Fundão, operada pela empresa Samarco, em Mariana/MG; a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, estado do Pará; e o funcionamento sem licença ambiental da ThyssenKrupp Companhia Siderúrgica do Atlântico, no Rio de Janeiro, são claros exemplos dos danos provocados por esse tipo de atividade no Brasil”.
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Direitos humanos SUAPE

FÓRUM SUAPE PARTICIPA DE SEMINÁRIO PARA UMA POLÍTICA NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS E EMPRESAS NO BRASIL

O Fórum Suape participa nesta terça (28) e quarta (29), em Brasília, do Seminário para uma política nacional de Direitos Humanos e empresas no Brasil: prevenção, responsabilização e reparação. A ação tem como objetivo debater sobre qual política em matéria de direitos humanos e empresariais o Brasil precisa.
Tendo em vista, os impactos provocados pela atuação de grandes corporações em diversos territórios, a sociedade brasileira tem se movimentado na busca de propostas e caminhos para que as atividades empresariais estejam em consonância com os direitos humanos.
O evento é promovido pelo GT Corporações e OXFAM Brasil, reúne lideranças, advogadxs populares e militantes dos diversos segmentos sociais.
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Desigualdade Direitos humanos Entrevista SUAPE Trabalhadores

O DRAMA ESQUECIDO DOS TRABALHADORES DESPREZADOS DE SUAPE

Há pelo menos cinco anos, cerca de mil ex-trabalhadores que vivem na comunidade Sítio Areal alegam ter suas casas rotineiramente derrubadas a mando de Suape

Nem Complexo Industrial, nem Porto. Suape, antes de tudo, significa “caminhos sinuosos”, em tupi-guarani. O termo foi cunhado pelos Caetés, em referência à constituição geomorfológica da região, que costumava ser marcada pelas exuberantes matas, mangues e rios. Embora dados de 2010 dos Indicadores de Desenvolvimento Sustentável (IDS) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) denunciem que o Rio Ipojuca, por exemplo, é o terceiro mais poluído do país, a sabedoria dos povos originários parecia antever o destino atravancado de suas terras. 
No ano de 2014, Suape, localizado na cidade do Cabo de Santo Agostinho, Região Metropolitana do Recife, assistiu à segunda maior desmobilização de trabalhadores da história do Brasil, com o desligamento de 42 mil funcionários, segundo dados do Governo do Pernambuco. Desses, a porcentagem de 42% é composta por pessoas de fora do Estado, que enxergaram na região uma espécie de Eldorado nordestina, onde lhes fora prometida, além de emprego com carteira assinada, a possibilidade de ocupar uma das áreas mais prósperas do país.
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Desigualdade Direitos humanos MERCÊS Reunião SUAPE Violações

VIOLÊNCIA DE GÊNERO É DISCUTIDA EM ILHA DE MERCÊS

A violência contra mulher foi o tema na tarde de ontem (8), de uma roda de diálogo com as moradoras do quilombo Ilha de Mercês, em Ipojuca. O encontro contou com a participação da delegada da Mulher do Cabo, Ângela Patrícia e da secretária da Mulher do Ipojuca, Bianca Lacerda.
Na ocasião, a delegada alertou sobre os diversos tipos de violência de gênero e descreveu a importância da denúncia. “A mulher que denuncia, tem mais chances de viver uma vida sem violência e ser feliz”, pontuou a delegada.
Já a secretária da Mulher do Ipojuca, Bianca Lacerda, falou da Rede de Proteção às Mulheres em Situação de Violência no município. “Nós, contamos com o Centro de Referência Dona Amarina, a Patrulha Maria da Penha, o Projeto Maria da Penha Vai à Escola e o Programa Mulher Empreendedora, que são mecanismos de proteção”, afirmou a secretária.
Quem participou do diálogo foi a dona de casa, Joseane Maria da Silva, de 32 anos, que estava muito entusiasmada com o encontro. “Fico muito feliz de que essa temática venha para nossa comunidade, pois muitas mulheres sofrem diversas violências caladas”, revelou a dona de casa.
Vale destacar, que este ano, 127 mulheres foram assassinadas em Pernambuco e de janeiro a junho, 37 casos configuram-se como crime de feminicídio. A cada 11 segundos, uma mulher é vítima de violência no Brasil. O território brasileiro é o 5° país no mundo, que mais mata mulheres.
A atividade integra as comemorações aos 12 anos da Lei Maria da Penha e foi promovida pelo Centro das Mulheres do Cabo (CMC), em parceria com o Fórum Suape Espaço-Socioambiental.
Da Assessoria de Comunicação do Fórum Suape.

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Desigualdade Direitos humanos Engenho Entrevista SUAPE

FAMÍLIA TIRADA À FORÇA DO ENGENHO TIRIRI PASSA HOJE POR EXTREMA NECESSIDADE

Era 29 de maio de 2012 quando Luís Abílio e a esposa Maria Luíza (82 e 86 anos à época, respectivamente) foram tirados à força de seu sítio de 10 hectares junto com os filhos e 18 netos. Os dois moravam há mais de 60 anos no Engenho Tiriri e lá tinham criado raízes, família, laços comunitários e sua base de sobrevivência. “Lugar de barriga cheia” é como eles se referiam ao local, pois o mangue e a terra tudo lhes davam.
Segundo a assessora jurídica do Fórum Suape, Mariana Vidal, a decisão judicial que embasou a retirada da família foi injusta. “Tecnicamente, os juízes não poderiam conceder a reintegração de posse a SUAPE, porque as ações possessórias são voltadas para proteger a posse. Aqueles que verdadeiramente detinham a posse das terras, uma posse inclusive anterior à criação da empresa, eram as famílias que faziam e fazem parte dessas comunidades tradicionais da área”, afirmou a advogada.
A filha do casal, Cleonice Maria da Silva, 38 anos, que havia dado à luz há apenas 14 dias quando foi violentamente arrancada do sítio, relembrou o dia mais triste da sua vida: “Eu nunca pensei que ia viver para ver uma imagem tão triste. Meus pais idosos sendo tratados por SUAPE como invasores. Eles, que cuidaram tanto dessas terras. Invasora é SUAPE. Derrubaram as nossas casas e jogaram o que era nosso na rua. Nós perdemos praticamente tudo”, desabafou Cleonice, que tinha mais quatro crianças pequenas na época.
Hoje, a família mora na periferia do Cabo, onde não há mangue nem terra para plantar e as condições de vida são extremamente precárias. “A situação só piorou, porque em Tiriri a gente tinha tudo. A gente pescava no mangue. Tinha manga, jaca, caju. Plantava macaxeira, feijão, verduras. Criava porco e galinha. Aqui, a gente passa fome”, lamentou Cleonice.
Em função do profundo desgosto causado pela realidade de miséria que lhe foi imposta, Seu Luís Abílio, pai de Cleonice, partiu no dia 20 de outubro de 2016, após um período em coma, fruto de um quadro de depressão profunda. A viúva Luíza, hoje com 98 anos, segue convivendo com a dor da perda do seu companheiro e do seu lugar de barriga de cheia.
SITUAÇÃO DA FAMÍLIA É PRECÁRIA
Atualmente, Cleonice junto com o seu esposo Luciano e os cinco filhos vivem numa situação extremamente delicada, pois a única fonte de renda atual do casal é o Bolsa Família e o pouco que Luciano ainda consegue tirar com a pesca no mangue, que, por sinal, vem sofrendo cada vez mais com os inúmeros impactos provenientes do desmatamento, das obras de dragagem e aterro e da poluição causada pelas indústrias.
Além disso, a família também contava com o auxílio-aluguel no valor de R$ 250,00 que SUAPE lhes pagava por força de sentença judicial. Esse auxílio, contudo, foi cortado pela empresa há cerca de oito meses, sem qualquer justificativa razoável, deixando a família em situação ainda mais precária, sem a menor possibilidade de conseguir quitar o aluguel da casa onde moram. “A gente está vivendo da ajuda do povo, porque nem sempre meu marido conse- gue pescar, pois vive doente”, afirmou Cleonice.
Luciano José Vicente dos Santos, 38 anos, já teve dois AVCs desde que foram arrancados do sítio e também enfrenta um quadro grave de depressão em decorrência das dificuldades que a sua família passou a viver longe do Engenho Tiriri.
SUAPE ESFOMEIA, ADOECE E MATA
Essa expulsão violenta e predatória vêm provocando inúmeros danos à saúde física e psicológica não só da família de Seu Abílio, Dona Luíza, Luciano e Cleonice, mas de todas as demais famílias que também passaram pelo processo injusto e doloroso da remoção forçada. Por trás da propaganda de desenvolvimento e de responsabilidade socioambiental ostentada pela empresa SUAPE, agonizam milhares de vidas que experimentam constantes privações e violações de direitos. É por Justiça que clama a família de seu Abílio e tantas outras, vítimas de verdadeiras barbaridades cometidas em nome de um falso desenvolvimento.
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Comunidade Invasão SUAPE

FÓRUM SUAPE QUESTIONA JUNTO AO MPF E AO MPPE AS REMOÇÕES FORÇADAS DE COMUNIDADES EM FUNÇÃO DAS ZPECS

O Fórum Suape apresentou no último dia 06 de julho uma representação junto ao Ministério Público Federal (MPF) e ao Ministério Público do Estado (MPPE) questionando a política excludente por trás das Zonas de Prevenção Ecológica (ZPECs) instituídas pelo Plano Diretor de SUAPE.
A implementação das ZPECs vem ensejando a remoção forçada de diversas comunidades tradicionais (como Tabatinga, Conceição Velha, Rosário, Ilha, Boa Vista I e II, Cedro, Tiriri e parte de Serraria) sob o pretexto de que as áreas serão destinadas a projetos de reflorestamento e que a presença dessas comunidades no local seria incompatível com a preservação ambiental.
No entanto, pelo trato específico que essas comunidades têm com o meio, são elas que, na verdade, vêm proporcionando a preservação do meio ambiente há gerações. Um ecossistema não se restringe à fauna e flora; ele compreende também o povo que tem com aquele território um laço cultural de identidade e cujos conhecimentos e práticas tradicionais são responsáveis pela manutenção dos ciclos naturais.
As comunidades tradicionais são, portanto, um fator imprescindível para a manutenção do território e colaboram ativamente para a preservação. É preciso atentarmos para o fato de que falsos discursos de conservação ambiental na verdade escondem a disputa por terras e são constantemente invocados para legitimar expulsões depopulações tradicionais de áreas de interesse econômico.
Em se tratando de uma empresa que tem interesses claros de atrair novas indústrias, existe a fundada preocupação de que por trás desse discurso “verde” repousem interesses obscuros, como o de tornar a área objeto de especulação imobiliária para futura expansão do complexo portuário e industrial.
É urgente a atuação dos órgãos públicos no que diz respeito ao reconhecimento da importância dessas comunidades tradicionais para a preservação do meio ambiente, a fim de se resguardar a permanência dessas populações em seus territórios.
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SUAPE Trabalhadores Violações

SUAPE E PREFEITURA DO CABO DESTROEM BARRACA DE LICOR DE MORADORA DE NAZARÉ

Há mais de dois anos, as comunidades inseridas no Parque Metropolitano Armando Holanda Cavalcanti (Vila Nazaré, Calhetas, Vale da Lua, Paraíso, dentre outras) vêm sofrendo constantes ataques por parte de SUAPE e da Prefeitura do Cabo de Santo Agostinho, que vêm atuando para impedir que famílias que estão há gerações no local construam novas casas em seus sítios ou realizem pequenas reformas, destruindo qualquer nova edificação.
No dia 12 de junho, foi a vez de uma pequena barraca de licor ser destruída por meio de operação conjunta da Prefeitura e de SUAPE. A barraca ficava no Vale da Lua pertencia a Ana Patrícia, 39 anos, moradora da Nazaré/Vale da Lua. Era uma barraquinha móvel de madeira. Contudo, tamanha foi a truculência dos funcionários da Prefeitura, que sequer deram à família oportunidade para retirá-la do local.
“Chegaram com ignorância e nos agredindo. Nós, que chegamos aqui antes de SUAPE. Disseram que iam destruir a barraquinha de licor da minha irmã porque ela estava em local inapropriado, gerando uma ‘poluição visual’. Pedimos para deixarem as madeiras da barraca, mas eles levaram nosso material e ainda fizeram ameaças”, denunciou Givanildo da Silva Libertino, 35 anos, irmão de Ana Patrícia.
As barracas de licor são uma importante fonte de renda para muitas famílias da região e já são uma tradição para essas comunidades. A família de Ana Patrícia, por exemplo, trabalha produzindo e vendendo licores há pelo menos mais de 60 anos.
Essa não foi a primeira vez, contudo, que foram vítimas dessas operações. Por volta de três meses antes, sua mãe, Odete Júlia Gomes, 68 anos, teve um puxadinho destruído. “Fiz um quartinho para guardar as minhas mercadorias. Num belo dia saí de casa e, quando voltei, tinha uma multidão de gente derrubando meu quartinho. Eu perguntei se eles tinham ordem, e não disseram nada nem mostraram papel algum. Pura maldade de SUAPE”, relembrou angustiada Dona Odete.
O Fórum Suape considera problemático que a gestão da Prefeitura do Cabo, que deveria zelar pela população, esteja na verdade atuando na repressão dessas famílias humildes e a serviço dos interesses de SUAPE, que deseja acabar com a autonomia e com as formas de sustento das comunidades locais.
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