Um grupo de pessoas representando o Forum Suape, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) e o Centro das Mulheres do Cabo (CMC) estiveram nesta manhã de domingo (5/4/) participando da Reunião da Associação de Moradores do Engenho Tabatinga, no Território onde está instalado o Complexo Industrial Portuário de Suape (CIPS).O convite feito tinha o objetivo de discutir as ações de violência e truculência praticada pela Diretoria de Gestão Fundiária e Patrimônio de Suape contra os moradores deste Engenho.
A expulsão de quem já vive naquelas terras mesmo antes do CIPS se instalar é “tarefa” desta Diretoria que tem como diretor o ex coronel da Policia Militar Sebastião Pereira Lima.
A violência como são tratados os moradores não é novidade, pois o “modus operandi” faz parte da rotina de terror que são submetidos os trabalhadores agricultores familiares, pescadores instalados em uma área, que a empresa Suape insiste em afirmar que é proprietária. E quem está ali morando a dezenas de anos são “invasores”.
As violência são praticadas pelas “milícias”, como são chamados pelos moradores. São constituídas por segurança contratada (terceirizada) e por funcionários da Diretoria de Gestão (ex policiais, ex delegados). Nesta território fora da lei, a empresa Suape aterroriza os moradoras. Usando de patentes da policia militar e civil os funcionários de Suape ameaçam diuturnamente. Fazem com que a vida dos moradores se torne um “inferno”. Andam armados e ameaçam a integridade física das pessoas.
Inúmeros boletins de ocorrência já foram lavrados em Ipojuca e Cabo de Santo Agostinho apontando as violências cometidas pelas “milícias” de Suape. Denuncias ao Ministério Publico, a Comissão de Direitos Humanos e a Presidência da OAB-PE já foram encaminhadas. Mas nada é feito para que seja cumprida a lei naquele território, cuja lei é exercida pela empresa Suape.
A covardia é tanta que viaturas e motos chegam em determinado sítio (geralmente com área de 10 ha) com pessoas armadas e arrancam cercas, destroem plantações, ameaçam as pessoas.
As autoridades eclesiásticas, da justiça, e políticos sabem o acontecem e se calam. Se omitem frente a selvageria da empresa Suape. Infelizmente não existe diálogo, e a responsabilidade do que acontece ali é do governo do Estado. É o governador quem indica o presidente da empresa CIPS, que é o atual secretario estadual de Desenvolvimento Econômico Thiago Arraes de Alencar Norões.
A indignação toma conta de quem convive com esta ação de barbárie, de um Estado “fora da Lei”, e exige que medidas sejam tomadas para dar um basta na violência cometida pelo próprio Estado contra seus cidadãos.