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Cabo de Santo Agostinho Invasão

NO CABO, REPRESENTANTES DA CAMIL INVADEM SÍTIO DE POSSEIRO E DESTROEM PLANTAÇÕES

O ano de 2019 começou com mais um caso de arbitrariedade contra as comunidades atingidas pelo Complexo de Suape. A comunidade do Engenho Serraria, localizado no município do Cabo de Santo Agostinho, denunciou ao Fórum Suape que no dia 16 de janeiro funcionários da empresa alimentícia Camil, acompanhados de representantes de SUAPE, invadiram o sítio do posseiro Severino Manuel Izidoro, de 76 anos. A denúncia dá conta de que os funcionários da empresa chegaram ao local com motosserras e começaram a destruir as plantações do agricultor, cuja família está no local há cerca de 80 anos.

Ainda segundo relatos da comunidade, na ocasião não havia nenhum oficial de justiça e nem foi apresentada qualquer ordem judicial autorizando tal destruição, demonstrando se tratar de uma ação arbitrária e, portanto, ilegal.

O filho de seu Severino, Rafael Izidoro, de 25 anos, registrou o momento da invasão e encaminhou as imagens para o Fórum Suape, que imediatamente acionou a imprensa e orientou a família a registrar um Boletim de Ocorrência. “Eles chegaram aqui, desrespeitando a todos nós, e o dono da empresa disse que não ia pagar dinheiro nenhum, porque a gente procurou o Fórum Suape, e ainda afirmou que nem Deus vai impedir ele de tirar a gente daqui”, disse Rafael, angustiado.

Segundo a família, as terras foram adquiridas como pagamento pelos créditos trabalhistas que tinham com a Usina Santo Inácio. Hoje, o sítio de seu Severino Izidoro fica espremido em meio a várias fábricas, nas imediações da PE-060, e cerca de dez outras familiares também permanecem residindo na localidade sob essas mesmas condições. Poucos meses antes, outros agricultores da área e o próprio Rafael Izidoro, que tem um pequeno comércio no local, tiveram suas barracas destruídas, conforme noticiado na Edição n.º 24 deste Boletim.

Percebe-se, portanto, que além das ações abusivas dos funcionários de SUAPE, constantemente relatadas ao Fórum Suape, as famílias da região estão passando a sofrer também com a ação dos funcionários das indústrias instaladas no Complexo, como é o caso da Camil. Diante do caso, o Fórum Suape está envidando esforços para buscar a responsabilização dos envolvidos e evitar novas destruições na área.

E quanto à Camil… melhor deixar fora do seu prato. Como comer também é um ato político, dê preferência a produtos feitos de forma respeitosa, que não envolvem violência e desrespeito nem contra a natureza e nem contra comunidades.

Confiram essa e outras matérias no nosso Boletim Informativo nº25!

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