O dia 20 de setembro é dedicado internacionalmente como Dia da Limpeza da Praia e do Litoral. Neste ano, não há como pensar na data sem rememorar o criminoso vazamento de petróleo no mar (ainda sem solução), que completou um ano no final de agosto e que atingiu toda a costa do Nordeste e parte da do Sudeste, deixando um rastro de poluição, destruição e fome.
Em meados de outubro de 2019, quando o petróleo invadiu o litoral pernambucano, as populações locais mobilizaram-se para promover de forma rápida a limpeza das praias, em face da total inércia do Governo Federal, que, mesmo diante do maior desastre ambiental em extensão já ocorrido no Brasil, não lançou mão de medidas que visassem à contenção, ainda em alto mar, das placas de petróleo.
O trabalho de limpeza das praias foi uma das maiores expressões de esforço coletivo e de força das populações que vivem do ambiente costeiro. Pescadores(as), barraqueiros(as), banhistas, estudantes,… foram muitos(as) os(as) que se envolveram nesse trabalho fundamental para a mitigação da poluição das praias, mesmo colocando em risco as suas próprias saúdes, em face da alta toxicidade dessa substância.
Não faz muito tempo, no dia 22 de junho deste ano, algumas manchas voltaram a ser vistas nas praias do Cupe e de Muro Alto, em Ipojuca. Isso ocorre porque grande parte do petróleo vazado ficou depositada no leito oceânico, e, com o revolvimento do solo em função das correntes marítimas, esse material se desprende do fundo e volta a ficar livre no ambiente, chegando às praias.
Infelizmente, não há informações sobre a existência de estudos e monitoramentos acerca do estado do leito oceânico na costa de Pernambuco a fim de atestar e monitorar os níveis de hidrocarbonetos, nem há informações a respeito de planos voltados ao recolhimento do material tóxico. Isso significa que o petróleo permanecerá no fundo do mar por longos anos, deteriorando-se e liberando hidrocarbonetos no ambiente.