Os funcionários da PetroquímicaSuape (PQS), no Complexo Industrial Portuário de Suape, passaram por um susto na manhã de ontem. Por volta das 9h, um barulho de explosão, seguido por um forte cheiro de gás e uma “chuva” de pó branco, promoveu a rápida evacuação das estações de trabalho da planta de PTA (ácido tereftálico purificado), que está em fase de funcionamento pré-operacional desde janeiro. Cerca de cinco mil trabalhadores teriam sido orientados a se dirigirem a uma área de emergência, munidos de máscaras de gás.
“Essa foi a primeira vez que isso ocorreu e, após uma hora, os técnicos em segurança do trabalho nos informaram que o gás não era tóxico e que podíamos voltar a trabalhar”, comentou um funcionário. “O que nos passaram foi que ocorreu um vazamento em uma tubulação e, por volta das 10h, nos disseram que a situação já estava sob controle. Mesmo assim, a área continuou isolada”, afirmou outro trabalhador. Ainda no fim da manhã, a reportagem escutou um barulho de escapamento de gás próximo à planta.
A assessoria de Imprensa da PQS informou que a unidade segue em fase de testes e que o barulho escutado foi causado pelo acionamento de uma válvula de segurança, devido à alta temperatura e à alta pressão da tubulação. A assessoria explicou, ainda, que “o pó branco observado pelos funcionários não é ácido e nem tóxico”, mas que a área continua isolada para limpeza e em avaliação para saber o que ocasionou o acionamento da válvula. As outras áreas da PQS seguem funcionando normalmente. A PQS disse que o composto que vazou era formado por 80% de água e 20% de ácido tereftálico. Na fase de produção, a concentração será 100% PTA.
Outro funcionário que pediu para não ser identificado disse que algumas pessoas chegaram a passar mal após terem inalado a substância. Ele disse também que “com todos esses riscos com produtos químicos e explosões”, nem todos os trabalhadores da planta recebem o adicional de periculosidade de 30% sobre os salários.